CAPÍTULOS 30 E 31



CAPÍTULO 30: PEDIDO DE DESCULPAS
A caminhada ao jardim me fez pensar. Pensar que eu sou uma idiota! Porque é isso que eu sou. Ao invés de ficar em Forks com Edward, estou aqui em Hogwarts! Se colocarem Edward na minha frente, eu vou admitir, tenho uma forte atração por ele. Pensei que fosse amor, mas agora nem sei o que significa essa palavra...
— Hermione! Hermione! — aquela voz. Mas que saco! Quando eu não quero vê-lo ele sempre aparece. É impressionante. Ele corria na minha direção como um anjo. Ele tem aquele jeitinho de cordeiro, mas na verdade é um lobo disfarçado! Fingi que nem ouvi ou o vi (N/A: já perceberam que ouvi e o vi tem o mesmo som quando a gente fala? XD) e continuei sentada na beira do Lago da Lula Gigante lendo meu livro de História da Magia. — Não me ouviu, não? — perguntou ele quando já estava ao meu lado.
— Ouvi, mas não gasto mais meu tempo com você... — respondi calmamente (graças a Merlin minha voz não vacilou...) fingindo continuar a ler o livro.
— O quê?
— Foi o que você ouviu. — fechei o livro e me levantei para ir em direção ao castelo.
— Do que você está falando? — interrogou ele caminhando ao meu lado tentando pegar minha mão.
Afastei-a e comecei a falar em um tom mais alto:
— Eu vi você com a Parkninson hoje. Não adianta mentir, Malfoy. Eu vi! — lágrimas já estavam em meus olhos. — É “Draquinho” para cá, “Draquinho” para lá. A garota estava na palma da sua mão! Como recusar quando você briga com a namorada, não? Ela nem ficaria sabendo mesmo! — quando vi já estava gritando.
— O quê? Hermione, você tem certeza do que está falando?
— Está me chamando de louca? Essas suas desculpas e mentiras não me enganam! Não quero nunca mais olhar nessa tua cara! — e saí correndo. Ele corria atrás de mim, mas desistiu no meio, acho.
Passei correndo por um grupo de alunos do primeiro ano, de onde muitos alunos caíram para trás quando passei. Eu não sabia para onde estava indo. Também não importava.
Eu passava pela frente da biblioteca, quando uma cabeleira ruiva me segurou, abraçando-me. Ao seu lado um moreno se encontrava. Eu chorava abraçada a Rony. Ele murmurava coisas do tipo “Calma, calma. Está tudo bem” e “Vai melhorar. Estou aqui...”. O ruivo não era exatamente quem me transmitia segurança, mas era melhor que nada...
Fomos para o Salão Principal. Lá, Gina, logo que me viu perguntou:
— Merlin! Onde você estava?
— Gina, eu te disse que ia dar uma volta no jardim. Você mesma disse para eu fazer isso.
— Não. Então você faltou o treino para passear?
— Você sabe por que eu faltei o treino, lembra?
— Não.
— Aquela coisa que eu vi... Lembra?
— Não, Mione. O que houve? — respondeu ela, me puxando para o meu quarto. — Muito bem, o que está acontecendo?
— Nossa, Gina. Você está com amnésia ou o que? Eu te contei que vi o Draco e a Pansy no maior amasso, lembra?
— Não, você não me disse nada.
— Claro que eu disse. Eu chorei no seu colo, você queria matá-lo e disse para eu dar uma volta para colocar as idéias no lugar. Você não se lembra de nada disso?
— Não. Você não me disse isso. A última vez que te vi, você estava em um sono profundo e faltou todas as aulas de hoje. Na verdade, você dormiu o dia todo.
— O quê? Então foi tudo um sonho... — abri um sorriso. — Tenho que ir, Gina. Draco deve estar me esperando...
— Vai lá, amiga. Eu te dou cobertura com aqueles dois lá em baixo...
— Obrigada. — abracei-a e sai correndo para o jardim. Provavelmente ele estaria lá, ou na estufa.
Avistei uma cabeleira loira sentada onde eu estava antes, olhando para o horizonte com uma expressão triste. Os cabelos platinados dançavam conforme a música do vento passava por ele. Seria a figura perfeita para uma pintura ou uma foto. Ele estava simplesmente lindo.
— Draco! — não me contive após alguns minutos só admirando aquele garoto. — Draco... — disse quando cheguei perto dele.
— Ah, oi Granger. — respondeu ele sem emoção. Pude ver mágoa e tristeza na voz dele. Sentei-me ao seu lado. Ele fez menção de se levantar, mas o detive.
— Draco, desculpa. É que as coisas estão meio embaralhadas na minha cabeça. Aquela nossa última briga me fez sonhar que você estava... Bem, e, como eu dormi o dia todo, pensei que aquilo fosse real mesmo.
— E você acha que eu faria isso com você?
— Não... Mas na hora o ciúme tomou conta de mim... Desculpa.
— Então admite que tem ciúme de mim, é?
— Tenho... — respondi bem baixinho.
— Ótimo. — ele me puxou para perto dele colando a boca em meu ouvido — Porque eu também tenho...
Depois disso, nos beijamos. Para variar, foi bom demais! Grande novidade... Estava ótimo, até a Lula Gigante resolver jogar água na gente... Rimos um monte e ficamos conversando e namorando até o toque de recolher.
Eu nunca havia pedido desculpa por algo do tipo, mas acho que fiz a coisa certa. O estranho de tudo é que eu dormira o dia todo, mas mesmo assim, mal deitei na cama e já apaguei.


CAPÍTULO 31: NÃO!
Eu andava a passos rápidos ao lado de meu irmão para a sala de nosso avô. Cedrico estava tenso, isso era muito perceptível. Ele vestia roupas escuras, a preocupação dominava seu rosto, olheiras eram fixas em baixo de seus olhos. Achei melhor nem comentar nada, boca fechada não entra mosca.
Ced nunca foi tão sombrio em toda a sua vida. Pelo menos não na minha presença... Ele guardava um segredo. Será que... Não, eu não vou fuçar na mente dele. Prometi a mim mesma que não faria isso, e não vou. Ele deu a senha para a estátua, ela acentiu e a escada para o escritório do diretor começou a se desenrolar em um caracol.

Vovô e Cedrico mantinham as mesmas expressões sérias e preocupadas e cruzavam olhares encorajadores um para o outro.
— Ok, cartas na mesa. Vocês vão abrir o bico ou vou ter que esperar muito? Porque eu posso ir dar uma volta e, quando vocês resolverem falar o que está havendo, me chamem. — disse não agüentando mais aquele silêncio agonizante.
— Nós... Vamos falar, mas... Não achei as palavras certas para isso. Então... É melhor sentar... —Cedrico falava cautelosamente, escolhendo palavra por palavra.
— O que aconteceu? O que vocês sabem que eu não sei? — perguntei assustada sentando-me devagar de volta na poltrona de veludo vermelho.
— Bem... É o... O seu vampiro... — disse Dumbledore.
— O que houve com Edward? — vovô olhava para um irmão. Não seria ele a dar a notícia. Era óbvio, Cedrico me conhecia muito melhor, saberia como me dizer.
Minha respiração ficou ofegante e meus batimentos cardíacos aumentaram. Não estávamos mais namorando, mas eu ainda me preocupava (e muito) com ele e queria o melhor para o mesmo.
— Calma, Herms. Se acalme, por favor.
— Como calma? O que aconteceu com ele? Eu exijo saber! Vocês não têm o direito de esconder isso de mim! — protestei pulando da poltrona.
— Não mais. Já escondemos faz tempo e não agüento mais fingir que não aconteceu nada...
— Do que você está falando, Cedrico? Fale logo o que... — não pude terminar a frase. Meus olhos ficaram vazios, minhas pernas bambas, minha respiração ainda mais forte (se é que isso é possível).
Eu estava vendo algo que não queria ter visto mesmo. Estava tudo meio escuro e borrado. Figuras se movimentavam rápidas como flechas atacando criaturas cobertas por preto, mas faíscas coloridas saíam delas juntamente com palavras estranha que estavam muito ao longe e eu não conseguia ouvir. Ora as flechas recuavam por causa da luz, ora as criaturas negras recuavam quando as flechas atacavam. Percebi logo depois vultos estranhamente grandes e peludos negros em sua maioria, mas um era cor de areia, chegando por trás das criaturas negras, lutando contra elas.
Minha visão estava começando a ficar nítida. As flechas eram os Cullen, as criaturas negras os Comensais da Morte e os vultos peludos eram os Quileutes! Jacob se aproximava a Edward provavelmente perguntando o porquê de os Comensais estarem atacando através do pensamento. O que ele respondeu primeiro foi um “você não devia estar aqui” e, do jeito que eu conheço meu lobisomem, deve ter recebido um “corta essa” do moreno. “Eles estão aqui porque disseram que a gente tem uma ligação forte com uma princesa lá dos bruxos e que ela pertence ao Lorde das Trevas. Então eu disse que não conhecia nenhuma princesa e que a levassem para esse tal lorde. Daí o loiro ali, que parece comandar o grupo ao lado da mulher de cabelos cacheados, disse que não adiantava levá-la até ele se o coração dela ainda pertencia a mim. Eu não entendi nada. Então ele atacou Alice e começamos a lutar.”, respondeu ele. O loiro de quem ele falava era Lúcio Malfoy, que ia na direção de Edward, enquanto a mulher de cabelos cacheados, Bellatix Lestrange ia para cima de Jacob.
— Então, Sanguessuga, você já viveu muito tempo não acha? Tire a Princesa do seu caminho.
— Eu nem sei quem é essa princesa!
— Oras, isso é um insulto à realeza! Como assim você não conhece a nossa Princesa Amélia Renaldi?É óbvio que você a conhece, mentiroso! Ela é ou foi sua namorada, ou sei lá o que ela foi sua!
— Eu só tive uma namorada e ela é uma... Bella. Não, não pode ser.
— Ela é uma bruxa?
— Sim... — respondeu ele pensativo.
— Ótimo, era o que eu precisava saber. Incendium! — chamas vermelhas e amarelas saltaram da varinha do homem e foram parar no peito do vampiro. Todos pararam de lutar para assistir tal cena.
Os Cullen gritavam “Não!”s e se preparavam para uma revanche, mas os Comensais apontaram as varinhas para eles de modo ameaçador. Chamas se formaram e lambiam o corpo dele com rapidez e agilidade. Aos poucos, ele começou a virar cinzas.
Logo após isso, foram embora. Os Cullen e Quileutes, pela primeira vez, trabalharam juntos e agora compartilhavam o mesmo sentimento de dor e tristeza, mas não mais que eu. Jacob, que agora estava em forma humana, chorava feito um bezerro desmamado e jurava vingança, dizendo que iria até o fim do mundo atrás da Princesa e dos Comensais da Morte.
Depois disso, só vi o rosto de Cedrico em minha frente. Eu estava deitada no sofá onde fiquei depois de ter desmaiado pela primeira vez, onde Cedrico ficou depois do ataque da Parkninson, aquele sofá não era de boas notícias. Abracei meu irmão com toda a força que pude, como se ele fosse virar fumaça e escapar por entre minhas mãos, assim como Edward se foi. Chorei muito, mas muito mesmo.
Éramos só nós dois na sala do diretor. Acho que vovô preferiu nos deixar um momento a sós.
— Ele se foi. Ele foi embora. Ele não vai mais voltar. Ele me deixou para sempre.
Cedrico me abraçava, me consolava e me aninhava em seu peito. Eu parecia uma criança no colo do pai. Falando em pai, por que eu não sei quem é o meu?
— Cedrico, — disse entre lágrimas. Ele murmurou um “Hum?” — quem é meu pai? — ele ficou mais tenso e demorou alguns segundos para me responder.
— Acho melhor você ficar mais preparada para isso, tudo bem?
— Tudo... Quer dizer, não. Edward morreu por minha causa e eu nunca vou me perdoar por isso! — as lágrimas voltaram a ter uma intensidade enorme.
Eu me sentia suja, imunda, culpada, raivosa, miserável. Eu não merecia estar viva. Eu não merecia um namorado como Edward ou Draco, nem amigos como Jacob, Harry, Rony ou Gina, nem irmãos como os Cullen ou Cedrico. Eu me odeio tanto que seria capaz de me matar agora mesmo, se não fosse por meu irmão. Ele não merece tanto sofrimento. Sei que ele sofreu quando descobriu a traição da Chang, ao esconder a realidade de mim, ao realizar as tarefas do Torneio Tribruxo e por me ver assim. Eu posso sentir que ele sofre tanto quanto eu. Se eu tivesse que escolher por quem dar minha vida, com certeza seria ele. Eu tenho sorte de ter alguém assim...

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