Capitulo Tres.

Hoje era dia 31de outubro, dia do grande baile de Halloween oferecido por Dumbledore e pela escola, aos seus alunos. Mais era também, e disso pouquíssimas pessoas sabiam, a data exata em que eu completava um ano de namoro. Ou seja, eu queria e muito passar esse fim de semana ao lado dele. Esse dia 31 havia caído num sábado, o que seria de grande ajuda para que eu pudesse por em pratica os planos que tinha em mente. Usei então a desculpa de que há poucos dias havia sido meu aniversário, e também que na semana que entra seria o aniversário de morte da mamãe, para que papai desse seu jeito de convencer os diretores a me permitirem sair da escola esse fim de semana. Como ele vinha me dando o que eu queria e fazendo o que eu pedia, de uns tempos pra cá, não foi difícil conseguir isso. O próximo passo foi pedir a ajuda da minha cunhada Lucretia, para que tudo desse certo essa noite tão aguardada, e que prometia ser a mais especial. Enquanto caminhávamos pelo Beco Diagonal, em direção ao Caldeirão Furado, nos duas íamos conversando..

- Então você está mesmo decidida a fazer isso, pequena Wall? Digo, seria bom mesmo que você estivesse, porque é uma decisão importante, e um momento único.
- Primeiro, não me chame de “Pequena Wall”. Segundo, eu tenho sim certeza da minha decisão. Eu sei o quanto eu gosto do Orion, eu sei o quanto ele gosta de mim, então não pode haver uma pessoa ou um momento mais certos. Espera aí. Um segundo, e a gente continua essa conversa...
Eu tive que interromper o nosso papo, porque havíamos chegado ao bar. Ali parado, um dos motoristas da empresa do papai nos aguardava. Entreguei a ele as sacolas, enquanto dizia:
- Coloque isso no porta malas, mais com cuidado. O vidro ao redor das velas é fino, e frágil! Ah, quando entrarmos no carro feche a janelinha de comunicação por favor, pois eu e minha prima queremos ter uma conversa particular. Como você já deve saber, nos vamos ficar na casa de Lucretia e não no Largo Grimmauld. Isso é tudo, e nós podemos ir agora.
- O Sr. Pollux não havia me dito sobre o destino, Srta. Black. Mais fique tranqüila, porque eu a deixarei onde a srta quiser. E pode deixar, que eu terei o máximo cuidado com as suas sacolas.
Dito isto, ele se dirigiu imediatamente à parte traseira do carro, para guardar os pacotes.
- Certo, Gus. Obrigada, e vamos logo de uma vez, porque eu estou meio sem tempo...
Eu lhe disse, enquanto entrava no carro com Lucretia. Papai tinha o costume de deixar o Gus e um dos vários carros da empresa, aqueles carros encantados, à minha disposição quando eu estava em Londres.
- Mais então, como eu ia dizendo, é isso mesmo o que eu quero fazer. Lu, nós já estivemos á um passo disso diversas vezes, eu já disse à você. Um dia ou outro, vai acabar acontecendo. Eu só quero que seja especial, sabe? Afinal de contas, eu ter a minha primeira vez é algo importante, como você mesma disse ainda agora.
- Você está mesmo decidida à isso, não é? Porque se estiver, não há mais cristão que te impeça de ter o que você quer. Mais enfim, eu fico mais aliviada de saber que pelo menos você tem certeza da sua decisão, loira. É mesmo um momento especial, e vocês dois merecem compartilhá-lo e aproveitá-lo. Pode deixar, que eu cuido da poção do sono dos velhos. Já tem algum tempo que eu sei como preparar esse tipo de coisa, então eu sei exatamente o que fazer para garantir à vocês a noite toda em paz, sem o risco de nenhuma interrupção inoportuna.
- Obrigada, Lu. Eu sou grata á você, por essa ajuda toda. Ih, acho que chegamos. Nos distraímos tanto com a conversa, que eu não percebi o quão próximas da sua casa nos já estávamos. Deixa eu ir la atrás, antes que o Gus acabe com os meus castiçais e com as minhas velas.
Descemos do carro então, e fomos pegar as sacolas. Agradeci rapidamente ao motorista, e nos duas imediatamente entramos em casa. Olhei para o relógio, e me alarmei. Em pouco tempo Orion chegaria do trabalho. Ou seja, nos teríamos que ser rápidas com todos os preparativos.
- Trate de subir e organizar tudo no quarto do Orion, Wall. Enquanto isso eu vou levar o chá e os bolinhos incrementados com a poção do sono, para o papai e a mamãe. Pelos meus cálculos, vocês dois terão mais ou menos até o amanhecer. Boa noite, loira!
- Boa noite, Lu. E mais uma vez, obrigada!
Acho que eu nunca agradeci tanto, e nunca disse tantos obrigadas quanto hoje. Ultimamente eu não andava a mais simpática das pessoas, não andava muito de fazer gentilezas, porque estava começando a me tornar adulta e a passar por todas as experiências correspondentes á essa época. Sem falar é claro, que isso tudo estava acontecendo sem a presença e sem os conselhos de uma mãe. No entanto, meus tios e primos conseguiam fazer com que eu me sentisse ligeiramente melhor, e eles também meio que conseguiam quebrar essa espécie de “barreira de proteção” que eu já começava a erguer ao meu redor. Isso era, infelizmente, o esperado para alguém que crescia com o inatingível Pollux Black como único ponto de referencia, em casa. Coração de Gelo, era como os empregados costumavam chamá-lo. Mais enfim, deixando meu pai de lado, eu tenho ainda uma noite toda pela frente para organizar, e isso precisa ser feito de maneira meticulosa. Em menos de duas horas meu namorado vai chegar, e eu já quero estar com tudo pronto.


Já passava das oito horas, e há muito a noite já havia caído. Finalmente, eu consegui terminar de organizar tudo, para então poder me arrumar. Para vestir, eu escolhi um vestido branco, de alças finas, e com umas pequenas estampas de flores. A sandália era baixa, e o meu cabelo estava preso num rabo de cavalo bem feito. Dei uma ultima olhada em volta, para ver se a decoração estava de fato do jeito que eu havia imaginado. As velas haviam sido displicentemente espalhadas pelo quarto, e ao menor aceno de varinha elas se acenderiam. O fondue de chocolate já estava pronto, só esperando para ser aquecido. Ou seja, tudo já se encontrava no seu devido lugar, esperando apenas que ele chegasse. Por sinal, isso deveria acontecer a qualquer momento. Aproveitando que ele estava um pouco atrasado, eu fui até o quarto de hospedes no fim do corredor, arrumar o cabelo – pela quarta vez! – e passar perfume. Eu estava insegura e ansiosa, a verdade é essa. Não que eu não tivesse certeza dessa minha decisão, porque eu tinha. Eu só estava assim porque não havia conseguido conversar com quase ninguém à respeito desse assunto, então eu não tinha muita certeza de que sabia direito o que eu deveria fazer, ou como deveria fazer. Enquanto repassava mentalmente o que havia sido dito por minhas cunhadas, à respeito de suas próprias experiências, pude ouvir um barulho vindo do andar de baixo. Como Lucretia havia saído com o noivo e só voltaria na manha seguinte, e meus tios estavam em seu quarto dormindo tranquilamente, aquele barulho só poderia ter sido causado por uma única pessoa. Passei perfume uma ultima vez, ao redor do pescoço, e em seguida voltei para o quarto dele. Assim que ele passou pela porta, eu fiz com que as velas se acendessem, para que ele pudesse dar uma olhada em tudo. Sorri, e apreensivamente caminhei até ele, quando lhe dei um selinho demorado antes de dizer, num tom de voz muito baixo.
- Eu sei que velas, fondue e mais chocolate não é exatamente a decoração mais adequada para hoje, afinal de contas é halloween, mais acho que você pode perdoar esse pequeno lapso, não pode?
A minha voz era quase doce, e intencionalmente baixa. Eu agora o segurava pela gola da camisa, antes de beijá-lo mais uma vez.
- Se eu posso te perdoar? E você ainda pergunta, criatura?
Ele abandonou casaco, pasta e gravata em cima da poltrona, e me tomou nos seus braços. Num minuto nos estávamos de pé em frente a porta, e no minuto seguinte ele já havia me conduzido até a cama, sem descolar os lábios dos meus por um instante sequer. Subitamente, tudo parou e ele ficou me observando. Um silencio tenso pairou sobre o ambiente, até que eu resolvi quebrá-lo.
- Nem precisa responder, porque depois dessa eu acho que eu estou mesmo perdoada pelo pequeno deslize com a decoração. Mais o que houve agora, hum? Tem alguma coisa incomodando você?
De repente ele havia se afastado, me deixando ajoelhada numa das laterais da cama, e indo se encostar nos travesseiros do lado oposto.
- Está, sim. Isso já quase aconteceu outras vezes, você sabe tão bem quanto eu. E se eu bem me lembro, você me pareceu hesitante. Então, não sei se...
- Mais eu sei, ok? Do que você tem medo? Eu não sou nenhuma boneca de porcelana, ou qualquer outro brinquedo que possa se quebrar.
Enquanto falava, e mantinha meus olhos fixos nele, eu fui engatinhando lentamente afim de me aproximar mais do lugar onde ele estava sentado.
- Eu tenho medo de que você se sinta pressionada, de que esteja agindo assim por um simples impulso. De que você não tenha tomado essa decisão com segurança, e que depois venha a se arr...
Eu não deixei que ele terminasse de falar. Já ao seu lado, eu passei uma mão e uma perna por sobre o seu corpo, de modo que os nossos corpos agora estavam inteiramente grudados, com o meu sobre o dele. Então eu o beijei, de uma forma tão intensa que em pouco tempo começamos a ficar sem fôlego, os dois.
- E então? Isso se parece com alguém que ainda tem qualquer tipo de duvida, hum?!
- Definitivamente não. Você tem mesmo certeza, então?
- Faça essa pergunta outra vez, e eu não respondo por mim..
Eu estreitei o olhar, e o fitei durante alguns segundos.
- Ok, calma! Você é quem sabe, então..
- Exato, eu é quem sei de mim. Podemos continuar, agora que conseguimos entrar num acordo?
- Como você quiser, minha Black...
Depois que eu consegui convencê-lo da segurança da minha decisão, ele finalmente se entregou e resolveu curtir o clima que eu havia levado toda uma tarde para preparar. Ele me deu alguns selinhos, antes de descer pela curva do meu pescoço, chegando à alça do meu vestido. Beijando lentamente aquela região, ele afastou a bendita da alça. Repetiu então o mesmo gesto, do outro lado, de modo que agora o vestido já havia escorregado por completo e se transformado num amontoado de tecido, aos meus pés. Isto feito, ele despiu as próprias roupas aos poucos, de modo que agora nada mais nos impedia de enfim saciar aquela vontade que há dias nos consumia. Mais enfim, aconteceu. E ele foi de um carinho, durante todo o ato, fora de série. Não se apressou, e nem me apressou, porque ele sabia que aquele era um momento especial pra mim. Decorridos uns bons minutos, pontuados por diversos momentos em que eu tinha a ligeira impressão de estar em algum lugar parecido com uma espécie de céu, eu comecei finalmente a dar as primeiras demonstrações de cansaço. Atento a isso ele esperou que aquele ato, ou na verdade mais aquele, terminasse para então me envolver num abraço aconchegante. Com um beijo na minha testa, e uns murmúrios de boa noite, nos acabamos adormecendo. Eu despertei primeiro, quando os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto. Ciente das palavras de Lucretia, de que nos teríamos apenas até o amanhecer, eu pulei imediatamente da cama e comecei a me vestir. Orion dormia tão tranquilamente, envolvido pelos lençóis claros, que eu não tive coragem de acordá-lo. Peguei um pergaminho e lhe deixei um bilhete, antes de sair para o meu quarto, com um sorriso extremamente idiota no rosto.

" Well you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill but you're so hot that I melted
I fell right through the cracks and I'm trying to get back
Before the cool done run out I'll be giving it my bestest
Nothing's gonna stop me but divine intervention
I reckon it's again my turn to win some or learn some

I won't hesitate no more, no more.
it cannot wait, i'm yours.

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and then you're free
Look into your heart and you'll find love love love
Listen to the music of the moment maybe sing with me
I like peaceful melody
Its your godforsaken right to be loved love loved Love Love...

A minha intenção era que essa musica tocasse, ontem a noite. Mais acho que nos fomos nos deixando levar pelo momento de tal maneira que eu acabei me esquecendo dela. Tudo foi perfeito, você foi perfeito, obrigada! Eu levantei cedo, você ainda dormia tão bem, que eu não tive coragem de acordá-lo. Obrigada, por ter me proporcionado o melhor momento da minha vida, até hoje. Te amo, sua Black."

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