Será?



Capítulo 6-Será?


 


Joyce estava sentada na poltrona em frente a lareira. Sairia ou não com Marc? Ele era bonito, educado... mas não estava a fim  de sair com ele. Ela estava se achando estranha. Se fosse antes ela nem pensaria, ficaria com Marc na hora. Não sabia o que acontecia. Mudara e não sabia desde quando. Ela precisava de um garoto fixo e não mais de ficadas. Fechou os olhos e tentou idealizar o garoto ideal. Ela estava tão distraída com o homem dos sonhos que só acordou com Diogo lhe mexendo o braço.


 


-Ahm... Oi-disse Joyce se espreguiçando.


 


-Você dormiu. É bom você ir para a cama.


 


-Onde está Kate?-perguntou Joyce, sonolenta.


 


-Foi dormir. Ela pediu para te acordar quando eu fosse dormir-disse Diogo, passando a mão no cabelo.


 


-O que você fazia aqui sozinho?-perguntou Joyce, olhando ao redor.


 


Não havia ninguém ali. Exceto ela e Diogo. Diogo e ela. Sentiu a pele arrepiar.


 


-Estava terminando a redação de Poções.


 


Não podia dizer a Joyce que passara um bom tempo a admirando. Estava acontecendo algo estranho com ele. Era amigo de Joyce e Kate desde o primeiro ano. A amizade dos três era forte. Sempre tivera briguinhas. E achava que as garotas pegavam mais no pé dele por ser o único garoto do trio. Kate era a inteligente e responsável. Joyce, a mais divertida e alegre. Ele era o mais engraçado. Mas ele não se achava mais engraçado. Não com várias discussões rolando entre Joyce e ele. Sabia que já tivera várias discussões entre eles, mas agora acontecia com mais regularidade. E não gostava de vê-la com Marc, quer dizer, não gostava de vê-la perto de nenhum outro homem. Será que estava se tornando um amigo ciumento?


 


-Terra chamando... Terra chamando...-Diogo escutou Joyce falar.


 


-Desculpe... O que você disse?


 


-Eu perguntei se faz tempo se eu dormi.


 


Diogo olhou para o relógio e disse:


 


-Não sei. Talvez 45min, 1 hora.


 


-Estou com sono. Obrigada por ter me acordado. Vou para o quarto-disse Joyce, encabulada. Queria fugir dali.


 


-Joyce-disse Diogo, segurando o pulso de Joyce-Eu quero dá uma palavrinha....


 


“Desde quando eu sou sensível ao toque de Diogo?”, se perguntou Joyce, curiosa.


 


-Fale...


 


Diogo soltou o pulso de Joyce e afastou-se dela.


 


-Você está saindo com o cara da Corvinal?


 


-Com o Marc? Por que a pergunta?


 


“Porque eu não quero ver você com ele”, pensou Diogo.


 


-Porque você merece alguém melhor.


 


Joyce sorriu, irônica.


 


-Lembre-se do que eu disse. Eu não falo sobre as garotas que você saí, e você não fala sobre os garotos que eu saio. E nossa amizade continuará como sempre: ótima.


 


-Eu nunca interferi com quem você saí, essa é a primeira vez. Escute-me, por favor-disse Diogo, nervoso.


 


-Diga-me uma razão cabível para eu não sair com ele.


 


-Eu já disse...


 


-Nenhuma que me satisfez. Eu darei a resposta para ele-disse Joyce sem olhar o amigo-Se você me dê uma justificativa aceitável. Eu não fico com ele, está bem?


 


Diogo viu Joyce subir as escadas. Sentou na poltrona, desolado. Impedir de Joyce ficar com Marc. Não iria conseguir. O garoto era ‘perfeito demais’ como diziam as garotas. Tinha que dá um jeito.


 


 


-Não entrei em contato com ele-disse Harry, sentando-se no sofá.


 


-Onde o Rony se meteu?-perguntou Gina, preocupada.


 


-Talvez tenha viajado-disse Harry, tentando acalmar a esposa.


 


Gina fez uma expressão de impaciência. Onde Rony estava?


 


-Temos que visitar a Hermione.


 


-Não acho uma boa idéia-disse Gina, relutante.


 


-Por que?


 


-Estou envergonhada-disse Gina de costas-Vá só você.


 


-Querida, quem fez besteira foi o Rony e não você-disse Harry, colocando as mãos nos ombros da esposa.


 


-Vocês precisam de uma conversa de irmãos. Uma conversa que devo ter com o Rony-disse Gina, reflexiva.


 


-Você está certa, mas não fique com esta vergonha. Rony é o único estúpido-disse Harry, efusivo.


 


-Você conversará com a Hermione e eu tentarei entrar em contato com o Rony-disse Gina, virando-se.


 


-Está bem, mas antes de ir à casa de Hermione, eu quero dar um beijo em você-disse Harry, enlaçando a esposa pela cintura.


 


Gina sorriu e Harry deu um beijo terno na esposa.


 


-Tchau, querida.


 


-Tchau, amor.


 


 


Hermione atendeu a porta e sorriu ao ver quem era.


 


-Harry!-disse Hermione, entusiasmada-Entre-disse Hermione, puxando Harry pela mão. Ela fechou a porta-É tão bom te ver.


 


Harry achou estranho ver Hermione tão feliz. Será que ela tentava esconder o que acontecera com Rony?


 


-Oi, Mione. Você está tão... esbanjando alegria.


 


-Senta, Harry. Eu vou buscar chá, biscoito, bolo para você-disse Hermione, pegando a mão de Harry e o levando para o sofá.


 


-Não precisa. Eu só quero água.


 


Hermione foi à cozinha e voltou com uma bandeja com suco de laranja e biscoitos. Encheu o copo e serviu a Harry.


 


-Não precisava...-disse Harry, e em seguida bebeu um pouco.


 


-Não é todo dia que meu irmãozinho, o famoso auror Harry Potter vem me visitar.


 


Harry naquele instante preferiu pegar um biscoito para esconder seu rubor. Hermione sorriu.


 


-Você não é o único famoso, Harry. Embora você seja o mais focado porquê é o herói.


 


-Prefiro como me tratam no mundo trouxa. Ninguém me conhece e não me param no meio da rua para pedir autógrafos-disse Harry, emburrado.


 


-Eles não param porque não sabem o que você fez por eles. Se você não tivesse derrotado Voldemort, os trouxas sofreriam tanto como os bruxos.


 


Harry consentiu. Não gostava de tocar naquele assunto.


 


-Hermione, não foi para falar sobre meus fãs que vim aqui.


 


Harry e Hermione riram.


 


-Não? Poxa, que pena! Já ia chamar meus vizinhos que sempre quiseram te conhecer-disse Hermione, brincando.


 


Harry ficou sério.


 


-Certo. Certo. Já sei porquê você veio aqui!


 


Harry levantou a sobrancelha.


 


-Chamar-me para ser madrinha do seu filho!-disse Hermione, empolgada.


 


Harry revirou os olhos e sorriu.


 


-Que eu saiba Gina não está grávida.


 


-Não demorará-disse Hermione, pensativa.


 


-Hum... ?


 


-Não, não sei de nada. Só é um pensamento que me veio a cabeça-disse Hermione.


 


-Então, podemos começar o assunto que me trouxe aqui? Você já acabou sua sessão de vidência?-perguntou Harry, brincando.


 


-Sim-disse Hermione, sorrindo-Mas onde está Gina? Ela está bem?


 


-Ela está bem. Um pouco preocupada, mas bem. E não está grávida...


 


Hermione sorriu, mas logo ficou séria e perguntou:


 


-Preocupada? Por que?


 


-Com o irmão...


 


-Irmão? Com o Rony?-perguntou Hermione, tentando esconder o tom preocupado.


 


Harry confirmou com a cabeça.


 


-O que aconteceu? Ele está bem?-perguntou Hermione sem esconder mais a preocupação.


 


-Ele está melhor que nós... Como você pode ficar preocupada com ele depois do que ele lhe fez?


 


-Que ele me fez?-perguntou Hermione, passando as mãos nos cabelos-Do que estás falando... ?


 


-Você sabe o que ele fez. Não precisa esconder-disse Harry, enfático.


 


-Como vocês souberam?-perguntou Hermione de cabeça baixa-Ele contou?-perguntou Hermione, olhando para Harry.


 


-Contou. E você não viu o cinismo dele...


 


Hermione olhou para o lado onde havia uma foto de Rony, Harry, Gina e ela juntos no sétimo ano. A última foto que eles tiraram juntos. Harry estava de mãos dadas com Gina, enquanto Rony abraçava Hermione pela cintura e ele tinha a cabeça encostada no ombro dela. Como ele pôde mudar tanto? Como o amor dele por ela pôde se transformar em ódio? Ela sentiu uma lágrima escorrer. Ela enxugou o rosto rapidamente.


 


Hermione olhou para Harry, questionadora.


 


-Não mentirei para você.


 


-E nem quero isso, Harry-disse Hermione, séria.


 


-Eu encontrei Draco furioso no Ministério...


 


-Draco?!


 


-Queria bater no Rony, mas diga a ele que eu fiz isso por mim e por ele-disse Harry, sério-Era para ter sido dois socos. Um por mim e outro para ter sido do Draco, mas eu acho que o que dei valeu por dois-disse Harry, pensativo.


 


-Você bateu no Rony?-perguntou Hermione sem acreditar no que Harry dissera.


 


Harry e Rony não eram de resolver as coisas às pancadas. Teve momentos que ficaram sem se falar como no quarto ano, mas depois voltavam a se falar como se nada tivesse acontecido. Agora ela se sentia pior por ser a razão da discórdia entre Rony e Harry. Agora que Rony deveria querer a cabeça dela por ter feito Harry brigado com ele por causa dela. Ela fechou os olhos e respirou fundo antes de falar, ela escutou Harry falar:


 


-Você queria que eu fizesse o que? Que eu passasse a mão na cabeça dele e dissesse:’Que proposta genial!’-disse Harry com falso sorriso no rosto.


 


-Não precisava bater nele. Assim não resolve nada-disse Hermione, irritada.


 


Harry levantou-se, irritado. Hermione ficava com raiva dele por ele ter dado uma lição em Rony. Como ela ainda podia ser apaixonada por Rony depois de toda a humilhação que a fizera passar? Ele agora via a amiga morder o lábio inferior. Ela queria bater nele.


 


-Pode me bater se quiser, mas ele mereceu. E agora não adianta reclamar, ele está com a boca inchada-disse Harry, altivo.


 


-Oh, Harry!


 


-O soco só foi para lembrá-lo de não fazer propostas indecorosas para você.


 


-Eu nem levei a sério...-mentiu Hermione para aliviar a tensão.


 


-Não se faça de ingênua. Eu vou lhe dá um conselho-disse Harry, sério.


 


-Qual?


 


-Não se aproxime do Rony. Ele só quer vingança.


 


-Eu sei-disse Hermione, triste- Cadê a Gina?-perguntou Hermione para mudar de assunto. Mil coisas passando pela cabeça.


 


Harry deu um longo suspiro.


 


-Gina foi atrás do Rony. Ele sumiu.


 


-Sumiu?-perguntou Hermione, surpresa.


 


-Acho que de medo por eu ir atrás dele e dá outro soco nele. Mas o próximo será no olho para ele ficar com o olho roxo.


 


-Eu não quero você brigando com o Rony por minha causa!-disse Hermione, enfática.


 


-Não irei lhe obedecer, desculpe. Se ele continuar com a idéia idiota, ele tomará muita poção para dor.


 


-Harry!


 


Harry simplesmente levantou os ombros, indiferente. Hermione bufou.


 


-Para que Gina foi atrás de Rony já que ele sumiu?


 


-Ela quer ter uma boa conversa com o irmão. Ela está envergonhada pelo que ele fez com você.


 


-Ela não tem culpa por Rony ter mudado.


 


-Eu disse isso a ela. Realmente Rony mudou desde do que aconteceu...


 


Harry viu os olhos de Hermione encherem-se de lágrimas.


 


-Vem cá-disse Harry, estendendo a mão.


 


Harry abraçou Hermione, carinhosamente. Hermione começou a soluçar.


 


-Calma. Tudo se resolverá.


 


-Cansei, Harry. Ultimamente o que mais faço é chorar. Desde que o reencontrei... O passado volta com mais força-disse Hermione com a cabeça encostada no peito de Harry, enquanto ele lhe alisava os cabelos. Um soluço a cada palavra.


 


-Ele ainda vai te pedir perdão.


 


-Você ainda acredita que ele saberá a verdade?-perguntou Hermione, incrédula.


 


Harry olhou para a amiga-irmã e segurou-lhe os ombros como se aquele gesto a fizesse a ‘acordar’ para a realidade.


 


-Não acredito que você disse isso, Hermione. Você que sempre disse que a verdade não fica escondida muito tempo.


 


-Oh, Harry. Você não sabe como é ser desprezada pela pessoa que mais ama.


 


Harry viu uma enorme tristeza nos olhos de Hermione, além das lágrimas. Ele a abraçou  novamente.


 


-Eu sinto tanto por vocês dois.


 


-Eu também-disse Hermione com a voz distante.


 


Hermione começou a vagar em pensamentos, enquanto Rony e ela ainda eram amigos, namorados.


 


-Você o perdoaria?


 


Hermione escutou a voz de Harry como se viesse de muito longe. Não querendo sair das suas lembranças, mas tendo que responder o amigo, disse baixinho:


 


-O que?


 


-Você o perdoaria? Você perdoaria o Rony?


 


Hermione separou-se de Harry. Enxugou o rosto com a costa da mão.


 


-Sim-disse Hermione, convicente-Mas se você quer saber se eu voltaria a ter o mesmo relacionamento de antes? A resposta é não. Ele não confiou em mim. Isso foi o que mais me machucou. Além disso, tem o Draco e minha história com ele.


 


-É, você está certa-disse Harry, pensativo-Você sabe o que faz melhor que ninguém. Então como está os preparativos do leilão?-perguntou Harry, mudando de assunto.


 


-Ótimo, Harry-disse Hermione, animada-Estou ansiosa.


 


-Eu também. Quero ver sua apresentação-disse Harry, sorrindo.


 


-Os ingressos aos poucos são vendidos. O ingresso é caro, mas é por uma boa causa e também pelo bufê.


 


A boa causa era ajudar um orfanato bruxo.


 


-E as pessoas podem comprar o convite para dar de presente. Poucos poderão ir a esta festa.


 


-O meu ingresso e o de Gina estão bem guardados-disse Harry, efusivo.


 


-No dia os ingressos valerão o dobro do preço ou mais.


 


-Por isso que adquiri logo o meu. Eu posso ser chefe de uma seção do Ministério, mas não sou milionário.


 


-É por uma boa causa.


 


-Eu sei.


 


Harry olhou para o relógio.


 


-Eu tenho que ir, Mione. Você vai ficar bem?


 


-Oh, não. Sim.


 


-O que?


 


-Não vá embora. Sim, ficarei bem.


 


-Qualquer coisa, me avise. Quer passar um tempo lá em casa?


 


-Não precisa.


 


-Tem certeza?


 


Hermione teve vontade de aceitar. Era ruim morar naquela casa sozinha. Lembrou-se de Draco, ele ia vê-la sempre que podia. E não queria atrapalhar a vida de casados de Harry e Gina. A última coisa que queria era ser um peso. Se sentisse muito só, iria visitar os pais.


 


-Sim.


 


Harry pensou em insistir, mas ele desistiu. Hermione mantinha-se fiel no que falava.


 


-Cuidado! Qualquer coisa me chame ou ao Draco, ele também está preocupado com você.


 


Hermione balançou a cabeça afirmadamente. Harry deu um beijo na testa de Hermione.


 


-Eu estou bem-disse Hermione quando Harry a fitou.


 


-Essa seria a hora de eu lhe dar um bom beijo na boca, não é?


 


Hermione gargalhou.


 


Aquela era uma brincadeira deles desde o sétimo de Hogwarts. Quando pessoas viram Rony e Hermione namorando não acreditaram. Pessoas disseram:’Sempre pensei que você ficaria com o Harry’. Quando Hermione contou isso a Harry, ele disse:’Eles são cegos ou o que? Você é uma irmã para mim. Não a vejo de outro modo’. Desde esse dia, eles brincavam de dizer que iam se beijar. Que largariam o (a) namorado (a) para ficarem juntos.


 


-Não estou a fim de beijar hoje.


 


-Poxa, que pena.


 


Harry fingiu está triste. Ambos riram. Harry olhou para Hermione.


 


-Ficarei bem.


 


Harry abraçou-a rapidamente. Hermione o levou até a porta, ficou olhando até vê-lo sumir. Queria ter alguém também para encontrar.


 


 


Harry chegou em casa e encontrou uma Gina pensativa no sofá. Ela tinha as pernas cruzadas e olhar fixo.


 


-Gina? Gina?-perguntou Harry, estalando os dedos na frente da esposa.


 


-Oi, Harry-respondeu Gina sem nenhuma mudança na expressão facial ou corporal.


 


-Você está bem?-perguntou Harry, olhando atentamente a esposa.


 


-Sim. Estou apenas pensando.


 


-Onde encontrar o Rony?


 


-Não. Eu sei onde ele está.


 


-Onde?


 


-Na casa dele.


 


-Mas...


 


-Ele voltou hoje.


 


-O que aconteceu?


 


Gina descruzou as pernas e olhou para Harry.


 


-Sente aqui-disse Gina, tocando o lugar ao lado dela.


 


Gina começou a contar a Harry...


 


 


Gina tocou a campanhia da casa de Rony pela terceira vez. Um tempo depois a porta foi aberta por um Rony só de calça e cabelos molhados.


 


-Gina?!


 


Gina entrou na casa, calada e viu Rony fechar a porta.


 


-Onde você se meteu?-perguntou Gina quando Rony parou na sua frente.


 


-Como acabou o campeonato, eu viajei.


 


-Você poderia ter ao menos avisado-disse Gina, irritada.


 


-Para que? Você sabe que eu vivo viajando.


 


-O Harry tentou entrar em contato com você-disse Gina, olhando para o lado.


 


-Para pedir desculpas pela boca inchada? Sabe o que é as pessoas olharem para você curiosas? E eu nem tentei me aproximar de nenhuma mulher para não assustá-la e eu nem poderia beijar. É horrível!


 


“Uh... Não se aproximou de nenhuma mulher porque estava com a boca inchada... Mentira! Não se aproximou de nenhuma mulher porque Hermione não saía da sua cabeça. Não estava pensando nela. Estava sim, por que mentir para si próprio? Porque eu tenho que esquecê-la. Consciência chata!”, pensou Rony.


 


Não podia dizer que desde que reencontrara Hermione não tinha vontade de sair com nenhuma mulher. Chamara Glace para sair porque ela era do Ministério e Hermione saberia. Não precisava ser Glace, mas qualquer mulher que saísse (até a própria irmã) o fato sairia no jornal e Hermione saberia, mas era melhor uma pessoa mais próxima a ela.


 


-Rony-disse Gina, estalando os dedos na frente do rosto do irmão-Você está prestando atenção no que eu digo?


 


-Sim-disse Rony com a voz distante.


 


-Não vim aqui para escutar seus dramas...


 


-Drama? Fala isso porque não foi você que levou um murro-disse Rony, passando a mão onde levara o murro. O local estava vermelho.


 


-Rony, eu já falei com o Harry sobre isso. Então eu irei direto ao assunto...


 


-Eu já sei o que você vai falar-disse Rony, entediado-Vou ser logo direto. Eu não irei desistir...


 


-Rony, por favor, esqueça. Continue com o seu quadribol e... distante de Hermione.


Você se manteve longe por cinco anos, que continue assim.


 


-Mas eu não estava em paz. Eu precisava reencontrá-la. E agora que aconteceu... Eu irei fazer o que deveria ter feito a cinco anos atrás para aliviar minha consciência-disse Rony, maquiavélico-Vingar-me-disse Rony, frio.


 


-Você não seria capaz disso, Rony. Você não é assim-disse Gina, nervosa, e jogou a pequena bolsa que segurava no sofá.


 


-Ela me fez ficar assim...


 


-Rony, não é um sofrimento que faz uma pessoa mudar. Você sabe disso! Se toda vez que uma pessoa sofresse, ela mudasse de personalidade... Ela teria múltiplas personalidades. E Hermione também sofreu...


 


-Ah! Não me diga-disse Rony, sarcástico-Que sofrimento prazeroso.


 


-Não diga isso, Rony-gritou Gina.


 


-Não me encha a paciência, Gina-disse Rony, irritado-Não tem nada que você me diga que me faça mudar meu planos.


 


-Nem perder a amizade do seu melhor amigo?


 


Gina viu os lábios de Rony tremerem, geralmente isso acontecia quando ele estava com medo de algo. Ele engoliu seco. Um pingo de suor escorreu pelo rosto.


 


-Nem isso-disse Rony com a voz trêmula.


 


Gina apertou os lábios.


 


-Então você tem planos contra Hermione. Que planos seriam esses?


 


-Não iria lhe contar, mas mesmo você sabendo eu sei que irão se concretizar.


 


-Se você acha...


 


-Seduzirei. Levarei Hermione para a cama. Acabarei com o futuro casamento dela. Ela sofrerá tanto ou mais do que eu sofri...


 


-Rony, não faça isso. Eu te imploro! Sou eu, sua irmã que pede. Por favor, não faça isso-disse Gina com olhos marejados.


 


Rony sentiu uma dor no peito. Aproximou-se de Gina. Quis dizer a ela que esqueceria Hermione e não chegaria mais perto dela, mas não podia. Ele tinha sede de vingança. Precisava ter ‘paz’ novamente. Virou-se de costas.


 


-Desculpe-sussurrou Rony.


 


Rony escutou a porta ser aberta e depois fechada quando se virou, Gina não estava mais ali...


 


 


Harry abraçou Gina, consolando-a. Ela chorava.


 


-Nem o murro ajudou-tentou brincar, Harry.


 


Gina deu um pequeno sorriso.


 


-Não acredito no homem que Rony se transformou-disse Gina, tristemente.


 


-Nem eu, Gina. Nem eu-disse Harry, passando a mão nos cabelos da esposa.


 


-E sua conversa com Hermione?-perguntou Gina se afastando de Harry.


 


Harry enxugou o rosto da esposa e contou a conversa que teve com Hermione.


 


-Eu tenho que conversar com ela depois dessa conversa que tive com o Rony.


 


-Você pode chamá-la para almoçar amanhã com você.


 


-Você me abandonaria?-perguntou Gina se fingindo de chocada.


 


-Só porque é uma boa causa, se não eu não te deixaria nem sob tortura.


 


-Oh, que lindo!


 


Gina deu um beijo na ponta do nariz de Harry e se levantou.


 


 


FLASHBACK...


 


Uma leve blisa entrava pela janela onde ela olhava a paisagem. Havia acordado e descido para tomar café, mas não viu ninguém em casa. Lembrou-se que a mãe havia avisado que sairia pala manhã. Pelo jeito estava sozinha em casa. Fazia uma semana que a guerra acabara. Que Voldemort foi derrotado. Que a paz se estabelecera apesar das perdas. Ela soltou um suspiro triste. Com o fim da guerra, eles haviam voltado para casa. Ele havia voltado. Ele chegou com um semblante diferente. Uma mistura de dever cumprido por ‘ter salvo o mundo’ e de tristeza pelas perdas das pessoas queridas. No dia que chegara lá, a mãe dela o alimentara até ele não agüentar mais. Depois que ele foi para quarto, ele passara mais de 24 horas lá, ela não sabia se ele dormira esse tempo ou pensara em como se aproximar dela. Quando ele chegara a primeira pessoa que procurou com o olhar havia sido ela. Ela percebera pelo olhar de alívio e outra coisa que não soube decifrar quando ele olhara para ela. Ele tinha o poder de mexer com ela em todos os sentidos, de todas as maneiras. Como ele podia ter tanto poder sobre ela? Uma lufada de vento fez com que ela fechasse o robe que antes estava aberto. Ela abraçou-se...


 


Você não sabe o quanto eu caminhei

Pra chegar até aqui

Percorri milhas e milhas antes de dormir

Eu não cochilei

Os mais belos montes escalei

Nas noites escuras de frio chorei, ei, ei

 


Ele dava voltas pelo quarto. A guerra havia acabado. Apesar das perdas, do medo de morrer, uma pessoa não saira da sua cabeça em nenhum momento. Se ele a perdesse... passou a mão pelo cabelo, nervoso. Agora ele estava na casa dela. Poucas palavras haviam trocado desde então: ‘Oi’. ‘Passa, por favor, a jarra com suco’. ‘Bom dia’. ‘Boa noite’. E ele estava ali a uma semana. Era melhor sair um pouco daquele quarto, pensar em como se aproximaria dela novamente não o fazia respirar bem. Ela não devia estar em casa. Pelo jeito ele passaria a manhã sozinho pelo recado que lhe deram. Ele saiu do quarto e foi ao banheiro fazer a higiene pessoal, depois tomaria banho quando chegasse da caminhada. É, caminhar seria bom. Poderia até dar um mergulho no rio. Ele desceu as escadas devagar, mas quando ia para a cozinha. Algo chamou atenção dele, ele olhara para janela e ela estava lá. Ele pensara que estivesse sozinho, mas se enganara. Ele poderia voltar para o quarto e era o melhor a se fazer, ainda não estava pronto para ficar a sós com ela. Mesmo depois de tudo. Ele virou-se para voltar ao quarto...


 

A vida ensina e o tempo traz o tom

Pra nascer uma canção

Com a fé no dia-a-dia

Encontro a solução

Encontro a solução

Quando bate a saudade

Eu vou pro mar          

Fecho os meus olhos

E sinto você chegar

Você chegar, fisico, fisico,fisico

 


-Eu sei que estás aqui-disse ela sem se virar.


 


Harry virou-se rapidamente para olhá-la, mas ela continuava abraçada. Ele poderia sair dali, mas uma força maior o fez perguntar:


 


-Como sabe que sou eu?


 


-Porque reconheço o seu perfume de longe e também porque você é o único que faz minha pele arrepiar...


 


Ele engoliu seco. Passou a mão no cabelo. Ela conseguia atingi-lo com pequenas palavras.


 


-Acho que não estou pronto para...-disse ele quase sem voz.


 


-Quando você estará pronto? Quando?- perguntou ela irônica, mas com desespero na voz.


 


Ele escutou o suspiro longo dela, mas ela continuava a olhar pela janela. Aquilo o irritava e ao mesmo tempo o sossegava. Irritava porque vê-la de costas sem saber o que se passava pela cabeça dela através do olhar. Sossegava porque ele poderia não gostar do que visse. Ele virou-se para sair dali.


 


-Vai fugir? Eu não sou nenhuma assassina ou coisa do tipo... Harry Potter.


 


Ele sentiu um calafrio ao escutar seu nome da boca dela e ela olhara para ele quando falara o seu nome. Ele sentira o olhar dela o queimando...


 


Harry com último flash de razão saiu de lá. Ele foi para a cozinha precisava de uma xícara de chá ou café. Ele começou a ver os conteúdos das garrafas em cima da mesa.


 


-Tem café no bule em cima do fogão-disse Gina, entrando na cozinha.


 


-Você irá me perseguir?-perguntou Harry, levemente irritado.


 


-Eu? Por que faria isso? Se você acha que não tem que conversar comigo...


 


-Não disse que não. Só não estou pronto para isso agora, entendeu?


 


-Já se passou uma semana...


 


-Mas não estou recuperado.


 


-Você fala como se fosse o único que teve perdas... que esteve na guerra.


 


-Eu perdi as pessoas que eu mais amei por causa de um bruxo sem noção. Perdi meus pais, meu padrinho, meus amigos... fiz pessoas sofrerem. Pessoas que eu amo. Fiz seus pais sofrerem, fiz seus irmãos sofrerem, fiz você sofrer.


 


-Você não tem que se sentir culpado por tudo. Na guerra ambos lados perdem. O bom e o mal. Você não tem culpa da morte de Tonks, Lupin ou do – Gina engoliu seco antes de falar- Fred. Ou qualquer outro.


 


-Você não entende...-disse Harry, desolado.


 


-Eu sei que temos que seguir em frente...


 


-É fácil para você falar... você tem seus pais, seus irmãos...


 


-Você se esqueceu eu perdi meu irmão nesta guerra, eu perdi amigos. E eu pelo jeito eu perdi quem eu mais temia para esta guerra...


 


-Quem?-perguntou Harry num fio de voz.


 


-Perdi... você-disse Gina, ficando de frente a Harry.


 


Harry não pôde se conter olhou para a ex-namorada pela primeira vez desde que começaram aquela conversa. Ela tinha uma expressão de uma força inabalável junto com uma emoção contida. Ela era a única mulher que conseguiria conviver com ele, agüentando sua manias, suas chatices, suas mal-criações. Ela era mais forte que ele em todos os sentidos.


 


Ele olhou para o bule e disse:


 


-Se você tivesse me perdido eu não estaria aqui...


 


-É como se não estivesse... você parece um fantasma.


 


-Eu estou tentando me recuperar.


 


-Eu não quero que você tente, eu quero que você coloque na sua cabeça que tem pessoas que te amam e querem o seu bem.


 


Harry tomou um gole do café que para ele estava amargo. Ele estendeu a mão para pegar o açúcar, mas Gina pegou primeiro.


 


-Eu preciso do açúcar.


 


-Para que?


 


-Para adoçar o café.


 


-O café está no ponto-disse Gina, impassiva.


 


-Não vou discutir com você já que é isso que você quer. Eu só quero o açúcar, o café está amargo.


 


Harry olhou para Gina. Olhos faiscantes. Ela continuava firme e forte.


 


-Dê-me o açúcar, Gina-disse Harry, autoritário.


 


-Não-disse Gina, abrindo o pote. E o levou até a boca.


 


-O que você vai fazer?


 


-Comer algo doce-disse Gina, simplesmente.


 


-Você é maluca, garota. Isso faz mal!


 


-Por que você pode e eu não?


 


Harry fez uma expressão questionadora.


 


-O café está no ponto certo como já disse.


 


-Eu sei o que faço da minha vida.


 


-Não parece. Você se comporta pior que um bebê.


 


-Eu que sou o bêbe?-perguntou Harry somente a um passo de distância de Gina.


 


-É o que parece-disse Gina, olhando a unha.


 


-Pronto, eu farei meu próprio café-disse Harry, virando-se.


 


Harry ia pegar o pacote de café, mas Gina fez o mesmo gesto. Harry tocou ‘sem querer’ a mão de Gina. Ele olhou para a ex-namorada que tentou continuar impassível, sem sucesso.


 


-Eu tenho que trocar de roupa-disse Gina, tirando a mão do pacote de café.


 


-Ahm ahm certo-disse Harry, debochado.


 


-Por que esse tom?


 


-Olha quem foge agora.


 


-Não estou fugindo-disse Gina, indignada-Por que fugiria?-perguntou Gina, tentando parecer extrovertida, mas ela já tinha se afastado de Harry.


 


-Pior que eu não sei.


 


Gina sorriu.


 


-Ótima desculpa-disse Gina, virando-se para sair.


 


-Talvez seja porquê você tem medo de se descontrolar caso a toque-disse Harry, indo de encontro a Gina.


 


-Você não tem tanto poder quanto imagina-disse Gina, indo para a pia.


 


-É, pode ser-disse Harry, pensativo-Não tenho o poder que você tem sobre mim-disse Harry, se aproximando.


 


Gina que estava olhando para os pés levantou a cabeça e percebeu o quanto Harry estava perto.


 


-Não acho que seja o momento-disse Gina quase sem voz.


 


-Momento?


 


-Acho que... vou trocar de roupa...


 


Gina fez um movimento para sair dali, mas Harry dessa vez foi mais rápido pegou-a pela cintura e a fez sentar na pia.


 


-O que?


 


-Você queria conversar...


 


-Na pia?


 


-Vocês mulheres são complicadas... o que tem conversar na pia?


 


-O que tem conversar no sofá?


 


Gina a todo o custo tentava não demonstrar as emoções que a assaltavam. Harry tinha deslizado a mão da cintura para as coxas de Gina. Ele as deixara ali sem transparecer o mínimo constrangimento. Como se fosse normal ele tocá-la daquele jeito. Ela pigarreou.


 


-Que foi?


 


-Eu acho que eu me sentiria melhor no sofá-disse Gina, tentando escapar das mãos de Harry.


 


Ele percebendo a intenção dela, manteve-se como estava.


 


-O que você quer conversar?


 


-Sobre o que eu quero conversar? O que mais seria? Sobre nós?-perguntava Gina, indignada.


 


-Hum. Ficou com raivinha, ficou?-perguntou Harry, passando um dedo pelo queixo da ex-namorada.


 


Gina virou o rosto e sorriu, mas olhou para Harry séria.


 


-Como ficará?


 


-Ficará o que?-perguntou Harry se fingindo de desentedido.


 


-Não se faça de idiota-disse Gina, irritada.


 


-Continuará como está. Acho a melhor maneira...


 


-Você quer realmente assim?


 


-Não!-disse Harry, enfático.


 


Gina suspirou aliviada.


 


-De preferência que aumente muito mais de modo que eu agüente-disse Harry, passando a mão no cabelo, pensativo.


 


-Não entendi...


 


-Você não acha que não é bom continuarmos assim, mas que aumente mais?


 


-Você está brincando, não está?


 


-Não! Não brincaria em um momento como este.


 


Gina tinha os olhos em brasa. Harry achava que era bom os dois continuarem do mesmo modo como se nada tivesse acontecido entre eles antes? Ela empurrou Harry com tanta força que ele se segurou na pia para não cair.


 


-O que é isso?-perguntou Harry, indignado.


 


-Eu quero sair daqui-gritou Gina.


 


-Por que?


 


-Por que?!


 


Gina começou a bater nos braços e peito de Harry e sem se conter começou a chorar.


 


-Por que você faz isso comigo?


 


Harry sem entender aquele ataque de Gina e sem saber o motivo do choro, tentou abraçá-la, mas ela o repeliu.


 


-Não entendo você, Gina.


 


-Não entende?


 


-Não. Quando eu me aproximo de você... você arranja um modo para me afastar.


 


-Por que você acha que eu faço isso?


 


-É o que eu quero saber!


 


-Porque eu não quero sofrer. Não quero...


 


Harry tentou abraçar Gina, mas ela não cedia. Ele engoliu seco.


 


-Acho que temos que decidir isso agora.


 


-Você já decidiu!


 


-Decidi?


 


-Sim.


 


Harry fez uma expressão, confusa. Olhou para Gina que tinha uma expressão de desapontamento e tristeza. Ele olhou para baixo. A camisola de Gina estava com o nó frouxo e isso fizera a manga do robe cair deixando exposta uma parte da camisola. Harry perdeu-se nos seus sonhos mais íntimos. Por instinto, Harry deslizou a mão pelo ombro deixando-o mais exposto e beijou o ombro de Gina com vontade. Ela deixou a cabeça cair para trás com este movimento Harry atacou o pescoço de Gina com beijos. Ele puxou mais Gina para si e abriu as pernas dela para ficar entre elas.


 


-Harry-chamou Gina, enquanto sentia os lábios de Harry na sua nuca e as mãos dele no seu cabelo.


 


-Hum-murmurou Harry.


 


-Beije-me...


 


-Pensei que fosse isso que estivesse fazendo-disse Harry, olhando Gina.


 


Gina puxou Harry pela camisa e beijou-o. Ela enlaçou-o pelo pescoço, enquanto fazia carinhos nos cabelos. Harry puxava cada vez Gina de encontro a si como se não sentir o calor do corpo dela o fosse fazer morrer congelado.


 


-Gina...-sussurrou Harry.


 


Harry esquecendo que estava na pia foi deitando Gina e ficando em cima dela.


 


-Ai-reclamou Gina.


 


-Que foi? Machuquei você?-perguntou Harry, preocupado.


 


-Aqui não é um lugar confortável.


 


-Hum... é mesmo. Eu sei o que fazer.


 


Harry pegou Gina nos braços e a levou até a sala onde a sentou no sofá. Ali começaram um ritual de amassos. Sem eles saberem como o robe de Gina estava jogado no chão junto com a camisa de Harry. Mãos. Pele. Suor. Beijos. Para eles era como só existissem eles e o sofá no mundo. Gina arranhava as costas de Harry, enquanto ele beijava o colo dela. Eles queriam ir além. Muito além. Harry deslizou a mão pela perna de Gina, subindo a camisola. A razão não passava pela cabeça deles só a emoção e o sentimento que os uinia. Gina sentia a mão de Harry na pele nua da coxa.


Um pigarro alto acabou aquele momento mágico. Eles olharam para cima para ver quem chegara e acabara o encanto daquele momento. Harry caiu no chão com Gina por cima dele. Gina conseguiu levantar-se e vestiu o robe, o rosto tingido de vermelho. Harry não sabia onde enfiar a cabeça, bem que poderia surgir um buraco e ele se enfiar dentro. Ele pegou a camisa e vestiu. Para quebrar o clima de constrangimento Gina foi a primeira a ter coragem de falar:


 


-Papai! O que faz aqui? Não era para o Sr. está no Ministério?


 


-Sim, mas eu esqueci documentos importantes... Hum... só foi deixar vocês dois a sós...


 


Gina olhou para o chão, envergonhada. Harry pensou seriamente em pegar a varinha e fazer um buraco no chão onde pudesse cair e ficar lá.


 


-Por que não contaram a todos que voltaram? Eu não ficaria tão assustado ao ver a cena no sofá...


 


-Não voltamos-disse Gina quase sem voz.


 


O Sr. Weasley e Harry não entenderam o que ela disse.


 


-Quero falar com você, Harry. Agora- disse o Sr. Weasley, sério-Gina nos deixem a sós.


 


-Mas...


 


-Nada de mas, Gina. Faça o que eu mando-disse o Sr. Weasley, autoritário.


 


Harry se lembrara de ter visto o Sr. Weasley tão sério. Mas que pai não estaria bravo ao ver a única filha e o ‘ex-namorado’ aos amassos no sofá? Gina subiu as escadas sem dizer mais nenhuma palavra.


 


-Sente-se-disse o Sr. Weasley, sentando-se.


 


Harry sentou.


 


-Imagine. Só imagine. Você encontrar sua filha aos amassos no sofá com o namorado, o que você faria?


 


-Quebraria a cara dele-respondeu Harry, sincero.


 


-É, foi a primeira coisa que passou na minha cabeça.


 


Harry confirmou com a cabeça, apertando os lábios.


 


-Mas eu sei que Gina não me perdoaria por fazer isto- o Sr. Weasley deu um pequeno sorriso- Você sabe, Harry. Gina é minha única filha entre seis filhos homens- o Sr. Weasley engoliu seco ao se lembrar de Fred, mas para ele é como se o filho vivo em algum lugar distante- E é ela minha caçula. Apesar de ser a única mulher e a mais nova, ela que é mais obstinada de todos nesta casa. Eu só a vi abalada duas vezes na vida. Quando o irmão dela... se foi. E em relação dela com você. Você sabe o que é ser deixado de lado para uma paixão de infância?


 


Harry olhou para o chão. Não, não sabia.


 


-No começo eu pensei que fosse deslumbramento, afinal você é Harry Potter. E era o melhor amigo do irmão dela, talvez fosse implicância para que o irmão ficasse com ciúmes. Mas com o tempo passando, eu percebi que estava errado. Que não era só uma paixão infantil. Ela te ama desde os 10 anos de idade e nunca amou outro.


Amor? Aquela palavra era tão forte. Gina e ele não falavam de amor. Ele sabia que ela sempre foi apaixonada por ele mesmo quando namorara outros garotos. Mas ele estava mais preocupado em ‘salvar o mundo’ do que a paixão da irmã do melhor amigo por ele. Ele destruira Voldemort, mas quem salvaria ele? A única resposta era...


 


-Eu demorei para notar o que sentia por sua filha, Sr. Weasley, mas eu a amo tanto ou mais do que ela me ama.


 


Sr. Weasley abriu um sorriso ao ver o brilho nos olhos do genro.


 


-Acredito em você. E foi, por isso, que eu não bati em você ao ver o que eu vi.


 


Harry corou. O Sr. Weasley riu.


 


-Não vou pedir que vocês... ahm... vocês sabem. Mas, por favor, façam isso de agora em diante em lugares mais reservados.


 


Harry engoliu o riso e disse:


 


-Está bem.


 


-Agora vá ter com Gina ‘aquela’ conversa já que eu acho que vocês não tiveram-disse o Sr. Weasley, levantando-se.


 


-Antes de ir Sr. Weasley, eu queria pedir uma coisa-disse Harry, levantando-se.


 


-Sim?


 


-Eu quero pedir a mão de Gina em casamento.


 


-Só a mão?-perguntou o Sr. Weasley, brincando para conter a emoção.


 


A filhinha dele iria voar, embora que mais cedo ou mais terde isso aconteceria. E quem melhor do que Harry que ele considerava como filho? Ele viu Harry corar com a pergunta.


 


-Eu sei que Gina estará em ótimas mãos. Você é como um filho para mim e Molly e será depois do casamento oficialmente da família.


 


Harry sorriu, emocionado.


 


-Para quando você planeja o casamento?


 


-Depois que eu terminar meu sétimo ano em Hogwarts e fizer meu treinamento para me tornar auror.


 


-Então você decidiu mesmo se tornar auror?


 


-Sim. Quero continuar minha luta contra o mal-disse Harry, e em seguida, sorriu.


 


-E o noivado?


 


-Eu quero fazer uma surpresa para ela.


 


-Surpresa? Gostei disso-disse o Sr. Weasley parecendo uma criança, feliz.


 


-Eu vou pensar e depois, eu combino com o Sr e todos.


 


-Certo. Então seria dois anos de noivado?


 


-É, provavelmente. Acha muito rápido noivarmos?


 


-Por que?


 


-Depois dessa guerra. Do que aconteceu?


 


-Não, Harry. Seria uma felicidade para todos. E eles estarão felizes por nós de onde estiverem, por nós estarmos felizes-disse Sr. Weasley com ar, pensativo- Fico feliz por ser você o escolhido da minha filha. Ela não poderia ter feito escolha melhor.


 


O Sr. Weasley abraçou Harry. Ambos tinham lágrimas nos olhos.


 


 


Harry entrou no quarto de Gina onde ela dormia. Ela havia tomado banho assim como ele. Os cabelos dos dois estavam molhados. Depois que ele tivera a conversa com o Sr. Weasley, ele saíra para caminhar um pouco e pensar, sossegado. Quando voltara já tinha idéia da surpresa que iria fazer. Ele caminhou devagar até a cama dela e sentou-se. Ele deslizou a mão pelo rosto dela, carinhosamente. Ela sorriu.


 


Quero acordar de manhã do teu lado

E aturar qualquer babado

Vou ficar apaixonado

No teu seio aconchegado

Ver você dormindo e sorrindo

É tudo que eu quero pra mim

Tudo que eu quero pra mim, quero...

 


-Acho que temos que conversar-disse Harry, calmo.


 


Gina abriu os olhos.


 


-Eu prefiro ficar aqui sonhando do que...-disse Gina, fechando os olhos e virando-se.


 


Harry viu uma lágrima escorrer na qual ele limpou.


 


-Que foi?


 


-Se você não quer ficar comigo é melhor você não falar nada.


 


-Onde você tirou a idéia de que eu não quero ficar, voltar a namorar com você?


 


-Você que disse hoje pela manhã-disse Gina, sentando-se.


 


-Eu te disse que não queria ficar com você?-perguntou Harry, confuso.


 


-Você disse: ‘Continuará como está. Acho a melhor maneira...’


 


-Acho que fui mal interpretado. Por isso, que você ficou irritada.


 


-Como assim mal interpretado? Claro que eu tinha razão para ficar irritada! Você acha melhor nós continuarmos separados-disse Gina, indignada.


 


-Eu quis dizer que há muita paixão, amor entre nós. E que aumente mais isso entre nós-disse Harry, compreensivo.


 


-Você quis dizer isso mesmo?-perguntou Gina, sorrindo.


 


-Sim, mas se você quiser continuar como antes?


 


-Eu só quero uma coisa que é ficar com você-disse Gina, enlaçando os braços no pescoço de Harry.


 


-Então somos oficialmente namorados-disse Harry com a testa encostada na de Gina.


 


-Sim-disse Gina, sorrindo.


 


Harry afagou os cabelos de Gina e em seguida a beijou, longamente.


 


 


-Finalmente vocês se acertaram-disse Rony.


 


Hermione estava com a cabeça no colo do namorado, enquanto Rony alisava os cabelos dela. Harry olhava para os amigos, sorridente.


 


-Onde ela está agora?-perguntou Hermione.


 


-Foi ajudar Jorge na loja-respondeu Rony-Eu soube do que aconteceu, Harry.


 


Harry olhou para o amigo, fingindo não entender do que ele falara.


 


-Nem faça essa cara. Como é que você fica de amasso com a minha irmã no sofá?


 


Hermione deu um risinho.


 


-Rony menos-disse Harry, revirando os olhos.


 


-Vocês nem ao menos tinha voltado oficialmente com ela-disse Rony, indignado.


 


Harry riu.


 


-Por que estás rindo?


 


-Eu sei porquê você está tão irritado-disse Harry, passando as mãos nos cabelos.


 


-Por que?


 


-Porque vocês-disse Harry, olhando de Rony para Hermione- Não tiveram a chance de fazer o mesmo que eu e a Gina.


 


-Harry!-disse Hermione com o rosto da cor do cabelo do namorado.


 


-Você não sabe o que Hermione e eu fazemos quando ninguém está por perto-disse Rony, irritado.


 


-Eu sei que não chegaram ao ponto que Gina e eu chegamos.


 


-Como tem tanta certeza?


 


-Quando temos certos conhecimentos nós sabemos das coisas.


 


-Eu só sei que Gina e você não deveriam estar nestes certos conhecimentos-disse Rony, ciumento.


 


-Rony, por favor, Gina e eu já namoramos antes.


 


-Por pouco tempo...


 


-Namoramos mais tempo que você e Hermione estão juntos.


 


-Mas como você disse não atingimos o nível que Gina e você estão.


 


-Não o nosso nível, mas que estão perto... ah, estão.


 


-Por que diz isso?


 


-Gina viu vocês perto do rio. Altos beijos debaixo da árvore.


 


-Eu mato aquela...


 


-Eu acho que já acabou a conversa ‘quem fica de amasso com quem’-disse Hermione, levemente, corada-Fico muito feliz que você e Gina tenham se acertado. Sabia que não demoraria a acontecer-disse Hermione, feliz.


 


-Obrigado, Hermione. Eu tenho um favor a pedir a você.


 


-A mim?-perguntou Hermione, sentando-se.


 


-Sim. Eu quero que você vá comigo nas melhores joalherias do Beco Diagonal, Hogsmeade ou até dos trouxas.


 


Hermione olhou para o amigo, questionadora. Rony perguntou:


 


-O que você quer com minha namorada?


 


-Rony, eu namoro sua irmã e não vou tomar Hermione de você. Você sabe que a Mione é uma irmã para mim.


 


Hermione sorriu. Rony fez uma careta em concordância.


 


-No que você quer que eu o ajude?


 


-Quero comprar uma jóia.


 


-Para quem?-perguntou Rony, curioso.


 


-Desculpe, Rony. Não posso te contar...


 


-Por que a Hermione pode saber e eu não? Sou seu melhor amigo-disse Rony, indignado.


 


-Você saberá na hora certa. E não me venha com essa chantagem de ‘eu sou seu melhor amigo’.


 


-Às vezes, funciona-disse Rony, escondendo o sorriso.


 


-Mas desta vez não.


 


Rony bufou.


 


-As crianças podem parar de discutir. Quando você quer que eu vá com você?


 


-Tem que ser antes de voltarmos a Hogwarts.


 


-Hum... pode ser no meio da próxima semana. Quarta-feira?


 


-Ótimo-confirmou Harry.


 


Hermione e Harry sorriram. Rony bufou.


 


 


Estavam todos da família Weasley reunidos. Era um almoço familiar, pois no outro dia Harry, Gina, Rony, Hermione voltariam a Hogwarts. Todos estavam com a boca cheia demais para falar ou conversavam para notar uma linda coruja branca que entrava pela janela segurando um envelope branco. Harry trocou um olhar cúmplice com Rony e Hermione. Harry contara a Rony aquela manhã o que iria fazer. Aquele olhar não passou despercebido para Gina.


 


-O que vocês estão aprontando?-perguntou Gina, olhando para Harry. Mas em seguida, ela olhou para a bela coruja que posou na mesa e colocou a carta ao lado do prato de Gina. Ela pegou a carta.


 


-De quem é, Gina?-perguntou a Sra. Weasley.


 


-Não sei-disse Gina, olhando para os dois lados do envelope-Não tem nome.


 


-Estranho-disse Gui.


 


-É bem provável que seja um pretendente de Gina-disse Jorge.


 


Harry fez uma cara de mal humorado.


 


-Não ligue para o Jorge, ele gosta de bancar o idiota, às vezes-disse Gina, tocando o braço do namorado, gentilmente.


 


Jorge fez uma carranca e disse:


 


-Abre logo essa carta!


 


Mas Gina não prestava mais atenção no irmão, ela só tinha olhos naquele momento para a linda coruja na sua frente. Por que ela ainda estaria ali? Por que ela não tinha ido embora? Sem perceber, ela começou a alisar a coruja e dar migalhas de comida para ela.


 


-Por que você não vai embora?


 


-Talvez ela esteja esperando você abrir a carta e queira a resposta-disse Carlinhos.


 


Gina que esquecera do envelope, pegou-o novamente e abriu. Gina tirou o papel do tamanho do envelope. Ela leu o papel atentamente quando suas mãos começaram a tremer e a suar. Todos olharam para Gina, preocupados.


 


-Minha filha o que você tem?-perguntou o Sr. Weasley, preocupado.


 


Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Gina.


 


-Fale logo, minha filha-disse a Sra. Weasley, levantando-se.


 


A Sra. Weasley parou ao ver o que Gina fez em seguida. Gina havia se levantado e parou ao lado de Harry, batendo nele.


 


-Você não deveria fazer isso comigo! Não podia! Não podia!-gritava Gina.


 


Harry levantou-se e sem olhar para os que estavam ao seu redor, segurou o braço de Gina e saiu com ela da Toca. Todos olhavam para a porta que os dois haviam saído quando escutaram:


 


-Não pensei que ela reagiria assim!-sussurrou Hermione.


 


-Ela é muito sentimental, isso sim!


 


-E você nem um pouco romântico!


 


-Eu quero saber agora mesmo o que vocês sabem-disse a Sra. Weasley, autoritária.


 


-Desculpe, mas não podemos dizer, Sra. Weasley. Só Gina ou Harry que podem.


 


-Era só o que faltava, eu não poder saber o que se passa com minha filha...


 


Rony preferiu sair da cozinha e levou Hermione a força consigo.


 


-Não era para termos saído de lá-reclamou Hermione.


 


-Você sabe como mamãe fica quando está irritada. Não estou a fim de escutar...


 


-Para onde você vai me levar?


 


-Que tal para meu quarto?-perguntou Rony, maroto.


 


-Acho melhor não...


 


-Por que?


 


-A última vez que fomos para seu quarto passamos mais de duas horas lá. E eu quero ver no que vai dar o Harry e a Gina.


 


-Certo. Eu também quero ver no que vai dar...Que tal darmos um passeio?


 


-Não acho boa idéia. Pode ser que encontremos Harry e Gina no caminho...


 


-Pronto, legal. Então fiquemos aqui no meio do corredor-disse Rony, bufando.


 


-Seria uma boa idéia-disse Hermione com um sorriso estranho.


 


-É seria uma ótima idéia-disse Rony, encostando a namorada na parede...


 


 


-Se você continuar a me bater assim não sobrará picadinho de Harry-disse Harry, enquanto tentava escapar dos tapas e pontapés de Gina.


 


-Não era para você ter me dado um susto daqueles!


 


-Eu pensei que você gostaria da surpresa!


 


-Eu teria me contentado com um simples pedido.


 


-Tipo?


 


-Se ajoelhar e pedir minha mão?-perguntou Gina, irônica.


 


-Isso é pouco para minha capacidade-disse Harry, brincando.


 


Gina não conteve um sorriso que não passou despercebido a Harry.


 


-Você me ama, não é?


 


Gina não entendeu o porquê daquela pergunta.


 


-Ahm?


 


-Eu sei que sim-disse Harry com um sorriso, em seguida puxou Gina para um beijo apaixonado.


 


Para Gina aquele beijo teve um gosto diferente dos outros, para Haarry também. Por que Harry falara de amor?


 


Gina empurrou Harry ainda tonta do beijo. Harry não entendeu o porquê do empurrão.


 


-O que foi?


 


-Quem falou de amor? Se você pensa que eu te amo...-as palavras morreram na garganta de Gina.


 


Harry havia puxado Gina, encostando-a nele. E com a testa colada a dela e os olhos fixos no dela. A respiração entrecortada.


 


-Eu não penso, eu tenho certeza.


 


Gina fechou os olhos tentando esconder o que se passava no íntimo. Sabia que amava Harry desde que era uma garotinha que vivia na barra da saia da mãe. Agora era uma garota independente que fazia suas próprias escolhas, mas ainda era dependente de uma pessoa. Talvez aquela fosse a sua missão na vida, mostrar a Harry que ainda ele podia viver e amar depois de tudo. Ela suspirou ao sentir a mão de Harry deslizando por sua costas.


 


-Além de amar... me deseja.


 


Gina olhou espantada para Harry. Ela respirou profundamente, pensando no que dizer:


 


-Harry, você é muito especial para mim, mas...


 


-Mas?


 


-De onde você tirou essa idéia de amor? Nós somos namorados e tudo mais, mas...


 


“Outro mas”, pensou Harry.


 


-Amor é um sentimento muito forte e...


 


-E?


 


-Não sei se te amo, quer dizer, não parei para pensar nisso...


 


Gina viu Harry mudar de expressão rapidamente, o sorriso que ele tinha no rosto se desmanchou até se transformar numa expressão de ressentimento e tristeza. Ele afastou-se de Gina, rispidamente.


 


-Então quando souber do que realmente sente por mim, me procure. Se eu estiver disponível...-disse Harry, frio.


 


Gina preferia que Harry batesse nela, a torturasse, mas não falasse daquele modo com ela. A dor intensificou quando ela viu Harry voltar a Toca sem olhar para trás. Não sabendo ela que Harry sentia a mesma coisa que ela e com a mesma intensidade.


Harry preferiu não entrar na Toca, pois o pessoal faria perguntas e ele não estava com vontade de falar com ninguém. Ele deu a volta por trás da Toca e seguiu o caminho até o lago. Gina devagar voltou a Toca onde foi bombardeada por perguntas.


 


-Por que você bateu no Harry?


 


-Por que vocês saíram daquele jeito?


 


-O que tem na carta?


 


-Onde está o Harry?-perguntou Hermione, descendo a escada de mãos dadas com Rony.


 


-O que vocês faziam lá em cima?-perguntou Jorge, desconfiado.


 


Gina que não se importou com a pergunta do irmão, olhou preocupada para Hermione.


 


-O Harry não veio para cá?


 


Hermione aproximou-se de Gina.


 


-Não. Vocês brigaram?


 


Todos olharam para Gina, ansiosos.


 


-Não-mentiu Gina-Hermione vem comigo-disse Gina, puxando Hermione pela mão para fora da Toca.


 


Gina olhou para o céu e disse, tristemente:


 


-Brigamos. E por minha culpa.


 


-Por que?


 


-Ele veio com uma conversa de amor... Pedido de casamento... Não sei se estou preparada para isto...


 


-Você é apaixonada pelo Harry desde os 10 anos e você acha que não o ama?!


 


-Eu não sei. Não parei para pensar sobre isso. Nem todos são como você, Hermione, que pensa em tudo.


 


Hermione não soube dizer se aquilo era um elogio ou xingamento.


 


-Então comece a pensar, Gina, antes que seja tarde...


 


-Eu pensei que você ia me aconselhar...


 


-E aconselhei. Você quer que eu diga mais o que? Que você foi uma idiota por não aceitar o pedido de casamento do Harry ou por não assumir a si mesma que você o ama?


 


Lágrimas escorreram pela face pálida de Gina.


 


-Eu preciso pensar-disse Gina quase sem voz.


 


Gina saiu a caminhar. Pensar, pensar, pensar. Ela seguiu o caminho por trás da Toca até chegar ao lago onde viu Harry sentado em uma pedra perto de uma árvore. O rio estava convidativo para um banho. Ela olhou para sua roupa. Ela vestia short azul acima do joelho e uma blusa de alça amarela. Sem pensar, Gina saiu correndo e mergulhou no rio. Harry levantou a cabeça quando viu o barulho do mergulho na água. Ele levantou-se rapidamente e aproximou-se do rio quando viu Gina emergir das águas do rio. Os cabelos molhados, a pele molhada, a roupa molhada. Gina caminhou para fora, torcendo o cabelo. Harry desviou o olhar do corpo da namorada e olhou para o lado, envergonhado. O short colara no corpo de Gina revelando todas as suas curvas e a blusa ficara transparente e como ela não usava sutiã. Para Harry, ela estava linda e muito desejável.


 


-Precisamos conversar-disse Gina ao sair do rio.


 


-Não penso que esse seja o momento certo-disse Harry sem olhá-la.


 


-Eu sei que o que falei não era para ter dito. Foi impensado...


 


Harry olhou para o rosto de Gina. Pingos escorriam pelo seu rosto para... ele focou a atenção para a namorada. Ele deu um risinho.


 


-Acho que impensado foi pedi-la em casamento.


 


Gina engoliu seco.


 


-Harry-disse Gina, tocando o braço dele.


 


Ele estremeceu ao contato e afastou-se.


 


-Por favor, deixe-me falar.


 


-Fale- disse Harry, seco.


 


-Por que você me trata tão frio?


 


-Você queria o que? Que eu estivesse rindo depois do não que você me deu? Desculpe, não sou tão insensível quanto você.


 


-Insensível, eu?-perguntou Gina, aproximando-se de Harry.


 


Harry se viu nos olhos castanhos faiscantes de Gina. Ele não recuou. Ela parou um passo de distância dele.


 


-Você desiste das coisas muito rápido, Harry Potter.


 


Harry deu um risinho sarcástico.


 


-Não sou idiota para insistir numa coisa que a outra pessoa não queira.


 


-Se você me amasse não desistiria de mim tão fácil.


 


Harry gargalhou.


 


-Olha quem fala de amor, agora-disse Harry com um sorriso cínico nos lábios.


 


-Harry Potter, pare com isso agora-gritou Gina-Esse não é você.


 


Harry virou-se e começou a andar. Gina ficou indignada com isso. Ela correu atrás dele.


 


-Eu quero falar com você. E você se comporta desse jeito!-disse Gina se postando de frente a Harry.


 


Ela encarou-o furiosa. Harry deslizou os olhos pelo corpo da garota da sua frente. Certo, ela era tentadora. Tentadora demais. E ele a amava. Não a deixaria escapar nem que tivesse que lutar contra a indecisão daquela garota. Uma vontade imensa de beijá-la o consumiu. Ele se manteve impassível.


 


-Faça o que tem vontade de fazer-disse Gina, encostando-se em Harry.


 


Gina ficou com os lábios próximos aos de Harry. Ele sabia que ela estava o tentando. Ele tinha que resistir senão Gina faria o que quisesse com ele. Harry simplesmente disse:


 


-Você quer conversar, então iremos conversar...


 


O sorriso morreu nos lábios de Gina ao ver Harry se afastar. Ele estava duro na queda. Mas ela queria o que? Depois dele  levar um não. Ela viu Harry sentar-se debaixo da árvore, fazendo movimentos com gravetos no chão. Ela aproximou-se e sentou-se ao lado dele.


 


-Har...-iniciou Gina, mas a voz morreu nos lábios dela ao ver o que Harry escrevera com o graveto na areia-Você nunca disse isso para mim-disse Gina recuperando a voz, emocionada.


 


-Eu tinha esperança que você o dissesse primeiro, mas você não o fez.


 


-Eu pensei que você não...


 


-Como? Eu não a pediria em casamento se não a...


 


Gina encostou o dedo nos lábios de Harry. Ele calou-se. Gina segurou as mãos dele nas suas.


 


Together...

Together...

Meu caminho só meu pai pode mudar

Meu caminho só meu pai

Meu caminho só meu pai

 


-Eu aceito casar com você.


 


-Por que...


 


-Porque eu sei que você me ama, embora uma hora ou outra eu aceitaria. Mas acho cedo, por isso que não aceitei logo, porém eu tenho medo de perder você se eu não aceitar.


 


-Você não irá me perder-disse Harry, soltando as mãos de Gina e segurando seu rosto-Sabe por quê?


 


-Porque você me ama.


 


-Não.


 


Gina olhou espantada para Harry.


 


-Quer dizer, também. Mas porque você me ama e enquanto nos amarmos seremos felizes o que será até morrermos ou até mais.


 


Gina deu um pequeno sorriso com lágrimas nos olhos.


 


-Hum... Você quer que eu diga de qualquer modo que eu te amo...


 


-Não precisa.


 


-Não?


 


-Você aceitou casar e isso já é uma prova do amor que você sente por mim.


 


-Convencido-disse Gina, sorrindo.


 


-O que você disse?-perguntou Harry, soltando Gina.


 


-Que você é convencido-disse Gina, rindo.


 


-Convencido, eu?-perguntou Harry, se levantando-Só porque eu tenho a plena certeza que você me ama?


 


-E ainda diz que não é convencido!-disse Gina, se levantando.


 


-Agora eu sou convencido só por dizer a verdade?


 


-Sim-disse Gina com um sorriso maroto.


 


-Eu fico pensando se eu conseguiria depois de tudo que passei, viver sem você.


 


-Oh, Harry. O que importa é que agora estamos juntos-disse Gina, se aproximando.


 


Harry abaixou a cabeça, mas Gina levantou e o fez olhar para ela.


 


-Eu te amo, Harry Potter.


 


Harry abraçou Gina e a levantou para o alto.


 


-Eu te amo, Gina Weasley-gritou Harry.


 


-Eu também te amo-gritou Gina.


 


Harry deu um giro e pôs Gina no chão. Ele passou a mão pela nuca dela e a beijou. O beijo que começou lento e romântico transformou-se em um beijo quente e avassalador. Harry deslizou a mão pelo cabelo ainda molhado de Gina até a cintura dela, puxando-a mais para si. Eles foram caindo para a areia debaixo da árvore. Eles só pararam o beijo para respirar o que não demorou muito tempo. Recomeçaram a se beijar. Harry deslizou a mão por baixo da blusa de Gina, ela soltou um longo suspiro que foi interrompido pela coruja. A coruja pousou perto dos dois e ficou a olhá-los, ela parecia achar interessante o fato de ver dois humanos se beijando.


 


-O que essa coruja quer?-perguntou Harry, irritado.


 


-Não sei, mas ela está com uma carta e uma sacolinha-disse Gina, olhando para o lado debaixo de Harry.


 


-Saí daqui, coruja-tentou Harry, espantar a coruja.


 


Mas a coruja permaneceu lá firme e forte como se não estivesse fazendo nada demais.


 


-Acho melhor lermos a carta e pegarmos o que tem na sacola.


 


-Certo-disse Harry, sério.


 


-Hum... Harry. Seria melhor se você se levantasse...


 


-Ah, sim. Certo-disse Harry, sentando.


 


Gina sentou e alisou a coruja antes de pegar o pergaminho e a sacolinha. Gina desenrolou o pergaminho havia uma pequena mensagem escrita:


 


“Eu senti que este era o momento de enviar os ‘presentes’. HJG.


 


-Presente?-perguntou Gina, olhando para Harry.


 


Harry pegou a sacolinha e tirou uma caixinha de veludo azul de dentro.


 


-Não é... ?


 


Harry confirmou com a cabeça e abriu a caixinha. Gina olhou fascinada a aliança de ouro com uma pedra de esmeralda.


 


-Por que esmeralda?


 


-Porque a pessoa que me ajudou a comprar disse que você primeiro se apaixonou por meus olhos e depois por mim.


 


Gina levantou as sobrancelhas.


 


-É não foi bem assim-disse Harry com um risinho-A pessoa disse que o que você primeiro notou em mim foram os olhos verdes de sapinhos cozidos.


 


Gina riu apesar das lágrimas estarem rolando pelo rosto.


 


-O pedido de casamento foi fazê-la feliz e não para faze-la chorar-disse Harry, abraçando Gina.


 


-É de emoção. Então você não colocará a aliança no meu dedo?-perguntou Gina, enxugando as lágrimas.


 


-Primeiro você tem que me dizer se gostou ou não.


 


-Você sabe que eu amei. É linda. Hermione soube escolher bem.


 


-O que?!-perguntou Harry, indignado-Eu que escolhi. Hermione só me auxiliou.


 


-Está bem, querido, desculpe-disse Gina, tocando a face do namorado.


 


-Só com uma condição.


 


-Que condição?


 


-Que você me prometa que ficará sempre comigo.


 


-Harry você verá que nosso casamento dará certo. Fazemos parte de uma família abençoada.


 


-Sim, você está certa.


 


-Sempre estou certa.


 


-Quem é a convencida agora?


 


Gina sorriu.


 


-Você só está perdendo tempo de se tornar oficialmente meu noivo-disse Gina, colocando alguns fios de cabelos atrás da orelha.


 


Harry tirou a aliança da caixinha e pegou a mão de Gina. Colocou a aliança. Ele olhou para ela e sorriu, depois beijou longamente o dedo com a aliança. Lágrimas voltaram a rolar pelo rosto de Gina.


 


-Agora é a sua vez-disse Harry, tirando uma aliança do bolso da calça.


 


Gina pegou a aliança e depois a mão de Harry. Colocou a aliança. Puxou a cabeça de Harry e beijou-o delicadamente nos lábios.


 


-Te amo-disse Gina com a testa colada na de Harry.


 


-Também te amo-disse Harry, e em seguida puxou Gina para um beijo apaixonado.


Gina abraçou Harry e disse:


 


-Acho melhor voltarmos.


 


-É...-disse Gina, pensativa. Ela releu novamente o bilhete de Hermione-Aqui diz dois presentes...Cadê o outro?


 


Harry deu um sorriso, sarcástico.


 


-Ele estragou nosso momento mágico.


 


Gina olhou para a coruja e pegou-a.


 


-Oh, Harry. É linda. Lembra-me...


 


-Foi, por isso, que a comprei.


 


-Linda! Obrigada, amor.


 


Em seguida, deu um selinho no noivo.


 


Harry segurou a mão de Gina e os dois voltaram para Toca quando chegaram o silêncio predominava.


 


 


-Onde está todo mundo?-perguntou Gina, ao abrir a porta.


 


-Surpresa-gritaram todos.


 


Gina viu a festa que foi organizada enquanto ela e Harry tentavam se acertar.


 


-Finalmente!-gritou Jorge.


 


-Como vocês sabiam?-perguntou Gina.


 


-Ted nos contou-disse Gui, segurando o afilhado de Harry nos braços.


 


-Nunca mais vou contar as coisas a você-disse Harry, pegando o afilhado nos braços.


 


Hermione e Rony coraram de leve.


 


Ted riu ao ver a expressão séria de Harry.


 


-Você pensa que estou brincando? Estou falando sério com o senhor, mocinho.


Ted fez cara de choro.


 


-Não faça isso, Harry. Você está assustando o menino-disse Gina se aproximando.


 


Gina começou a fazer cócegas em Ted que começou a rir novamente.


 


-Não gosto disso! Ele se apaixonará por você desse jeito. Você é mais carinhosa com ele do que comigo-disse Harry, fingindo ciúmes.


 


-Hum hum... Depois dessa ofensa você não terá mais minha surpresa depois da festa.


 


-Você não...


 


-Filha queremos ver a linda aliança que brilha no seu dedo-disse a Sra. Weasley junto com as noras.


 


Gina ficou a se mostrar com a linda aliança no seu dedo. Harry só escutou antes de se juntar com o sogro e os cunhados.


 


-Por que esmeralda?


 


-Porque é a cor que simboliza nosso amor...


 


Together...

 


FIM DO FLASHBACK...


 


 


-Para onde você vai? Não quero você longe de mim até amanhã. Já basta que ficaremos o almoço separados.


 


Gina olhou para Harry.


 


-Certo, senhor-disse Gina com uma reverência-Eu vou pegar pergaminho, tinta e pena para mandar um bilhete para Hermione marcando o almoço de amanhã. Certo, senhor?-disse Gina com outra reverência maior que a primeira.


 


-E a súdita poderia satisfazer o pedido do rei?-perguntou Harry se levantando e se aproximou de Gina.


 


-A súdita tem que sempre obedecer as ordens do rei-disse Gina com um sorriso.


 


-Mesmo se fosse um pedido... que não é comum?-perguntou Harry, pegando o cabelo de Gina.


 


-Eu como uma simples súdita satisfaria a vontade de meu rei em qualquer coisa.


 


-Qualquer coisa?


 


-Qualquer coisa.


 


-Gostei de saber disso-disse Harry, levando a mão até a nuca de Gina.


 


Os dois estavam amando o joguinho. Aquilo era tão...excitante. Gina olhou para Harry, trelosa. Tinham três anos de casados, mas mesmo assim o fogo não abaixava só aumentava. Apesar do problema enfrentado pela manhã e nos outros dias atrás. A tensão estava latente entre os dois. Harry viu que Gina estava excitada com a idéia do que viria acontecer.


 


-Não sei se seria certo...


 


-Peça, meu rei-disse Gina, impaciente.


 


O jogo era bom, mas o excitamento crescia.


Os olhos verdes a olharam da cabeça aos pés. Rapidamente, Harry levantou-se, pegou-a e a fez sentar-se no seu colo. Os olhares cruzaram-se. Ele enlaçou Gina pela cintura e a observou corar levemente. Gina tinha aquele ‘dom’ de corar naqueles momentos, motivo que a deixava ainda mais linda. O contato entre os corpos era extasiante, e era muito bom estar nos braços fortes de Harry. Gina sentiu os seios roçarem no tórax definido pelos anos de quadribol e treinamentos de auror. Ela viu o esposo olhar para seus seios através da camiseta amarela. Ele a olhou, marotamente e sorriu. Ele inclinou-se para frente e beijou delicadamente os lábios de Gina. Ele deslizou a mão por baixo da camiseta dela, sentindo a pele dela. Devagar, levantou a camiseta dela, tirando-a. Revelou o sutiã de renda preta. Ele acariciou a renda do sutiã com o dedo indicador. Gina enterrou as mãos nos cabelos bagunçados de Harry, acariciando com as unhas. Desejava Harry com uma força sobrenatural, só ele a excitava daquela maneira. Apertou-se mais de encontro a Harry, intensificando os beijos. A mão de Harry foi de encontro ao seio de Gina, ela suspirou longamente. Ela deixou a cabeça cair para trás com este gesto, Harry fez uma trilha de beijos do pescoço até a boca dela onde se uniram em um beijo profundo e avassalador. Durante o beijo Harry abriu o sutiã de Gina, livrando-os daquele empecilho. Ela o abraçou com força, sentindo o desejo reprimido dele. A blusa e o sutiã de Gina agora estavam no chão. Os lábios tocaram-se novamente com lascívia, enquanto a mão de Gina deslizava pelas mãos de Harry tentando tirar a camisa dele. Ao separar-se, Harry com a ajuda de Gina abriu os botões da camisa e tirou. Harry acariciou a barriga dela subindo lentamente as mãos. Ela enlaçou-o pelo pescoço, rendendo-se. Ele apertou-a com força e beijou-a voluptuosamente. Gina inclinou-se mais sobre Harry, fazendo-o encostar-se no encosto do sofá. Os dois se uniam perfeitamente. As mãos de Harry apertaram o quadril de Gina de encontro ao seu...


 


-Aqui?-perguntou Gina quase sem voz.


 


-Ainda não fizemos amor aqui no sofá. Seria um lugar diferente...


 


-E qual será o próximo lugar diferente?


 


-Não importa. O que importa é o agora. É estarmos juntos só você e eu.


 


Harry em um movimento rápido abriu o zíper da calça de Gina. Ela ainda estava com o corpo colado ao dele. Ela sentada no colo dele no sofá. Eles estavam em pleno frenesi de sensualidade...


 


 


N/A: Finalmente! *Suspiro*. Aconteceram tantas coisas neste tempo sem postar. Umas que eu ainda não acredito... a vida tem tanta coisa... sempre que eu penso que não me surpreenderei com mais nada, eu... Passei quase quatro meses sem PC, então me dediquei as minhas leituras. Revi umas coisas e tive algumas idéias para fic e aprimorei outras. Desculpem pela demora. Espero que agora eu possa postar pelo menos de quinze em quinze dias. A Universidade e o estágio me matam. Espero que estejam curtindo a fic. Bjs.


 


 


Música: A estrada/Cidade Negra

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