Passado



Capítulo 1-Passado


 


Cinco anos depois...


 


Ela estava ali.


Ela estava na cabine para convidados. Tinha uma visão privilegiada do campo de quadribol. Escutava em alto som a gritaria dos torcedores que enchiam a arquibancada. Ele deu um vôo rápido para vê-la mais de perto. Ela usava uma boina no cabelo traçado, óculos escuros e vestido azul marinho simples.


 


“Ela deve estar aqui por causa do noivo”, pensou ele mal humorado.


 


Lembrou-se da notícia no jornal. Desde que o noivo dela entrara para o time dele, ela não ia mais aos jogos. Coisa que fazia antes. Sabia que ela ia nos outros jogos porque via nos jornais. Ela devia estar ali porque era final de campeonato. Ele sempre a via pelas reportagens de jornais ou na coluna social, sozinha ou frequentemente acompanhada do noivo. Havia muita coincidência de não se encontrarem nos eventos sociais... coincidência demais...


 


Ele estava ali.


Tinha se passado cinco anos. Com certeza ele estaria jogando naquele dia, pois era final de campeonato. Ele era considerado um dos melhores jogadores do século. Ela viu que ele deu um vôo perto da cabine onde estava. Ele sabia que ela estava ali. Não adiantara nada usar os óculos escuros para se ‘esconder’. Ele vestia a farda do time. Usava a farda da Inglaterra, pois era final do campeonato mundial. Inglaterra X Espanha. Sempre tinha notícias dele no Caderno de Esportes do jornal ou na coluna social que saía sempre com uma mulher diferente. Quem foi a última? A chefe dos Transportes Mágicos ou a fotógrafa do Profeta Diário? Não lhe interessava. Sempre procurava saber que eventos ele ia para não ter que encontrá-lo...


 


O noivo parou na sua frente e soltou-lhe um beijo. Ela sorriu, ele era tão atencioso, compreensivo, companheiro. O noivo perfeito. Como tudo mudara!


 


Entre tú y yo/ Entre você e eu

Está creciendo algo/ Está crescendo algo

En mi interior/ Em meu interior

Estás quedándote/ Estás ficando

 


Uma semana antes...


A coruja pousou na janela com O Profeta Diário na pata. Ele aproximou-se da janela, abriu, desamarrou o jornal da pata da coruja, colocando a moedinha na sacolinha da pata esquerda. Desenrolou o jornal. Sentiu as mãos trêmulas depois só viu o jornal picado no chão.


 


Ela viu a coruja entrar pela janela. Ela pegou a coruja, alisou-a com carinho e colocou a moeda na sacolinha depois de desamarrar o jornal. A coruja voou. Ela abriu o jornal. As mãos tremeram. O jornal caiu no chão.


 


A coruja entrou pela janela dando uma volta pelo aposento. Ele pegou a coruja e desamarrou o jornal da patinha colocando a moeda na sacolinha. A coruja deu uma bicadinha na torrada que ele comia. Voou. Ele abriu o jornal. Deu um pequeno sorriso.


 


Eles acordaram com o barulho das bicadas da coruja na janela. Ela olhou diretamente nos olhos dele. Ele entendeu. Ele pegou a moedinha na mesinha ao lado da cama. Levantou-se e abriu a janela do quarto. Tirou o jornal da patinha da coruja e na outra colocou a moeda na sacolinha. A coruja voou. Ele sentou-se na cama, ela sentou também colocando a cabeça dela no ombro dele para ver o jornal. Ele abriu o jornal. Demorou, mas acontecera.


 


Sé que tú y yo/ Sei que você e eu

Tenemos un pasado/ Temos um passado

Que a lo mejor/Que o melhor

No vuelve a sucedernos/Não voltar a acontecer

 


Ele aparatou. Olhou a linda casa branca na sua frente. A grama verde, as rosas vermelhas e um canteiro de alface. Ele sorriu. O cunhado e a irmã tinham gostos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Apertou a campanhia. Uma linda mulher de cabelos longos vermelhos, olhos castanhos e corpo bem feito abriu a porta.


 


-Olha, olha quem está aqui-disse Gina com um sorriso.


 


-Oi, irmãzinha querida-disse Rony, em seguida beijou a irmã.


 


-Você chegou na hora certa. Harry e eu estamos tomando café da manhã.


 


-Claro que eu tinha que chegar agora para comer a boa comida que minha irmãzinha faz.


 


-Não precisa falar mais. Vamos!


 


Rony entrou e Gina fechou a porta. A casa dos Potter era bem organizada e bonita. Havia uma enorme sala com equipamentos trouxas, televisão, aparelho de DVD, sofás brancos, tapete vermelho que sobressaía da mobília branca. Havia algumas fotos em uma prateleira. Uma especialmente que Rony colocava os olhos mesmo sem querer. Era uma de Gina, Rony, Hermione e Harry pouco tempo depois da guerra. Harry segurava Gina nos braços e ela o enlaçava pelo pescoço, os dois com grandes sorrisos no rosto. Rony abraçava Hermione carinhosamente pela cintura, ele estava por trás dela. As mãos se tocavam e ela o fazia abraçá-la com mais força. Rony abriu um pequeno sorriso que se apagou ao se lembrar do passado. Ele seguiu a irmã pelo corredor onde havia alguns quadros de belas paisagens e uma foto enorme de Harry e Gina no dia do casamento. Eram os dois do colo para cima os rostos encostados um no outro irradiando alegria. Rony fez uma pequena careta ao se lembrar da acompanhante dele... Chegaram a cozinha. Ali emanava limpeza, tudo impecavelmente limpo. E branco. Geladeira, fogão, armário... Aquela casa transmitia uma enorme paz, por isso Rony gostava de ir na casa da irmã e do melhor amigo.


 


Harry bebia um pouco de chá, enquanto não tirava os olhos do jornal. Do caderno de Mundo bruxo.


-Oi, Rony-cumprimentou Harry, deixando a xícara em cima da mesa, mas sem tirar os olhos do jornal.


 


-Bom dia, Harry!-disse Rony, sorridente.


 


Rony sentou ao lado do cunhado, seu melhor amigo. Geralmente ia visitá-los nas horas mais inapropriadas. Eles iam fazer três anos de casados e eram felizes. Às vezes, os invejava. Queria ter aquela felicidade para ele. Rony olhou para mesa. Havia frutas, suco de laranja, leite e café. Uma cesta de pão. Uma mesa farta.


 


-Então quando vou ser titio?-perguntou Rony com seu jeito brincalhão.


 


-Você já é tio-disse Harry, olhando pela primeira para Rony e colocando o jornal na mesa.


 


-Vocês não me deram sobrinhos. Meu casal preferido... minha irmã preferida e meu melhor amigo não me deram sobrinhos...-disse Rony, fazendo cara de pidão.


 


Harry para provocar Rony disse, sério:


 


-Você sabe o que Gina e eu precisamos fazer para lhe dar sobrinhos?


 


Gina segurou o riso. Rony simplesmente levantou a sobrancelha.


 


-Nós temos que participar de uma maratona.


 


-Maratona?-perguntou Rony, cético.


 


-Sim. Uma maratona de sexo. Até nós estarmos totalmente saciados...


 


Rony se mexeu desconfortavelmente na cadeira. Harry e ele conversavam sobre tudo, mas dois assuntos eram proibidos: sexo de sua irmãzinha com seu melhor amigo e Hermione. O primeiro, era porque ele ainda via sua irmã como a mulher mais pura da face da terra. O segundo era totalmente proibido, Rony não dava a mínima brecha.


 


-Sabe como isso irá acontecer? Estou planejando assim...


 


-Harry! A brincadeira acabou!-disse Rony, passando a mão nos cabelos, nervoso.


 


Gina gargalhou. Ela serviu o irmão com ovos mexidos, bacon, presunto e queijo em um prato. Rony pegou um pedaço de pão na cesta e serviu-se de café.


 


-Rony se case e tenha seus próprios filhos-disse Gina, séria.


 


-Isso mesmo. Você precisa pensar em formar uma família. Você não será eternamente jovem.


 


-Eu sei disso. Já basta mamãe e até papai ficarem me falando isso-disse Rony, exasperado-Ainda não arranjei a pessoa certa-disse Rony, em seguida mordeu o bacon.


 


-Sei... Quem foi a última que você saiu?-perguntou Gina, indiferente.


 


Gina sentou ao lado do irmão e esperou a resposta.


 


-Foi a... a... Glace?!-perguntou Rony, pensativo.


 


Gina revirou os olhos. Harry fez um estranho barulho com o nariz.


 


-Foi. Ela é a chefe dos Transportes Mágicos. Ela é legal, mas têm gostos estranhos. Ela é boa na ca...


 


-Não queremos saber da sua vida sexual, Rony-reclamou Gina-Você precisa casar!


 


-É, Rony-disse Harry, pegando a capa do jornal.


 


Rony não queria olhar aquele jornal, mas não resistiu. Viu a foto de Hermione com Draco. Eles estavam sendo atacados por fotógrafos. E na manchete dizia: Chefe do Departamento de Direitos dos Bruxos e Criaturas Mágicas, Hermione Granger casará daqui a 5 semanas com o famoso jogador de quadribol, Draco Malfoy. Cont. pág.5 Caderno Especial.


 


Rony lembrou-se do jornal picado no chão. Ele tinha um olhar perdido na foto. Harry e Gina trocaram um olhar de entendimento e compreensão.


 


Y a flor de piel/ Que à flor da pele

Hay un adiós difícil de olvidarlo/ Há um adeus difícil de esquecer

Pero también/ Mas também

Se dio un amor/ Sei de um amor

Que puede hacer milagros/ Que pode fazer milagres

 


-Ela vai seguir em frente-disse Harry.


 


-Ela queria com certeza está com você nesta foto-disse Gina, tristemente.


 


-Se ela quisesse, ela não teria feito o que fez-disse Rony com desprezo.


 


-Mas...-disse Gina, tentando argumentar.


 


-Por favor, não insista neste assunto-disse Rony, tentando encerrar o assunto.


 


-Eu preciso dizer mais uma coisa-disse Harry na retaguarda.


 


-O que?-perguntou Rony, olhando de esgelha para Harry, enquanto comia uma maçã.


 


-Eu vou ser o padrinho do casamento.


 


-Para mim não importa-disse Rony, fingindo indiferença.


 


-Eu sei que você não é indiferente a isso-disse Gina, irritada-Ela me pediu para ser madrinha, mas eu não aceitei por consideração a você.


 


-Poderia ter aceito-disse Rony, frio.


 


-Eu tive que aceitar, Rony. Você sabe que a Hermione é a única ‘irmã’ que eu tenho, mas eu queria ser o padrinho de vocês...


 


-Vamos mudar de assunto? Vocês sabem o que fazem! Façam um favor para mim, quer dizer, dois.


 


-Diga-disseram Gina e Harry, juntos.


 


-Não fale mais dela-disse Rony, sério-E me dê sobrinhos-disse Rony, sorridente-Um garotinho para eu brincar.


 


-Quem sabe-disse Harry, condescendente.


 


-Não prometo nada-disse Gina, olhando para Harry.


 


Harry olhou para a esposa como se pedisse para ela ser mais compreensiva com o irmão.


 


-Não posso prometer algo que não posso cumprir-disse Gina, olhando para Harry-Vou insistir nisso... você precisa casar!-disse Gina, enfática apontando o dedo em riste para Rony.


 


-E vocês precisam me dar sobrinhos-disse Rony, apontando o dedo para irmã.


 


Harry que queria mudar o clima que se estabeleceu na cozinha, perguntou:


 


-Quando será o final do campeonato?


 


“Você já sabe quando é”, pensou Gina, irritada.


 


Ela preferiu ficar calada.


 


-Na próxima sexta-feira-respondeu Rony, aliviado por mudar de assunto.


 


Gina olhou irritada para os dois e levantou-se. Começariam a discutir quadribol, apesar de gostar do assunto e entendê-lo bem não achava que era o momento para se falar de quadribol. Mas se queriam conversar sobre aquele assunto ou a situação do Ministério que discutissem. Mas ainda ia dá um ‘beliscão’ no irmão.


 


-Então como Draco está nos vestiários já que está cada vez mais perto de se casar?-perguntou Gina calmamente, enquanto tirava os pratos sujos da mesa.


 


-Gina, não comece-disse Harry, olhando para esposa com ar de censura.


 


-Pode deixar, Harry. Ela é assim e nunca irá mudar. A sua resposta, irmãzinha é: ele continua como sempre... um completo babaca.


 


-Vou deixar vocês conversando. Tenho que arrumar o quarto.


 


Gina saiu sorrindo. Ainda tinha um pouco mais de um mês pela frente. Muita coisa poderia acontecer. E ela sabia que as coisas começariam a mudar na sexta-feira já que com certeza Hermione iria prestigiar o noivo no final do campeonato. Gina lembrou-se de quando Hermione foi pedir para que Harry e ela fossem padrinhos do seu casamento.


 


FLASHBACK:


Hermione bateu discretamente na porta. Não gostava de apertar a campanhia. Achava barulhenta demais. Um homem de cabelos bagunçados, alto e usando óculos. Corpo atlético abriu a porta. Os belos olhos verdes cruzaram com os meigos olhos castanhos.


 


-Oi, Harry-disse Hermione, abraçando carinhosamente o ‘irmão’.


 


-Mione sempre pontual!-disse Harry e em seguida beijou as bochechas de Hermione.


 


-Estou com ciúmes-disse Gina se aproximando.


 


-Oi, Gina-disse Hermione se separando de Harry e abraçando a amiga-Vocês estão bem?


 


-Sim-disse Harry, fechando a porta-Sente, Mione.


 


Hermione sentou e ao seu lado sentou Harry. Gina sentou-se no outro sofá.


 


-Pode aproveitar, Hermione-disse Gina que via Hermione olhar para a mesinha no meio da sala que havia doces, salgados, chá, suco-Eu sei que você não come nada pesado a noite.


 


-Obrigada-disse Hermione se servindo de chá-Eu não vou demorar, eu estou correndo contra o tempo.


 


-Você sempre corre contra o tempo-disse Harry.


 


-É mesmo-disse Hermione e tomou um gole de chá-Mas agora estou correndo mais-disse Hermione e colocou a xícara na mesinha.


 


-Por que?-perguntou Gina, curiosa.


 


-Vou me casar!-exclamou Hermione, feliz.


 


Harry que estava se servindo de suco deixou derramar um pouco na mesa. Gina se engasgou com um pedaço de bolo.


 


-Eu escutei bem?-perguntou Harry.


 


-Você vai se casar?!-perguntou Gina, depois de beber um gole de suco.


 


-Sim. Não é ótimo? Já estava mais do que na hora.


 


 


-Com quem?-perguntou Harry, estupefato.


 


-Ora, Harry. Com quem seria se não...


 


-Draco Malfoy-completou Gina.


 


-Você tem certeza disso, Hermione?-perguntou Harry.


 


-Claro. Já estou com ele a dois anos. Minha vida está mais corrida com os preparativos do casamento.


 


-Quando será?-perguntou Gina.


 


-A 6 semanas. Um mês e meio, mais ou menos.


 


-Já?-perguntou Harry, abismado.


 


-Combinamos muito rápido, eu sei. Mas eu estou feliz! Isso é o que importa, não é?-perguntou Hermione, tentando ser convincente.


 


Harry e Gina trocaram um olhar de consentimento. E Harry ‘apontou’ o olhar para ela, como se dissesse: ‘começa você’.


 


-Hermione, você esqueceu meu irmão?


 


Hermione ficou séria.


 


-Não comece com esta história, Gina, por favor-disse Hermione em tom de súplica.


 


-Você não ama o Draco! Vai casar sem amor?


 


-Eu amo o Draco. Ele é uma ótima pessoa... atencioso, dedicado, companheiro...


 


-Sei, mas você não o ama!


 


Hermione ia interromper, mas Gina continuou:


 


-Você ama o meu irmão e ama desde a primeira vez que o viu no trem.


 


Si alguna vez/ Se alguma vez

Piensas en mi/ Pensa em mim

Tal vez cuando me ves/ Talvez quando me vê

Te haces feliz/ Você fique feliz

Quizás entre los dos/ Quem sabe entre nós dois

Aún hay algo de amor/ Ainda haja algo do amor

Si alguna vez/ Se alguma vez

Piensas en mi/ Pensa em mim

Quizás tal vez/ Quem sabe talvez

Cuando me ves/ Quando me vê

Te haces feliz/ Você fique feliz

Quizás entre los dos/ Quem sabe entre nós dois

Aún hay algo de amor/ Ainda haja algo do amor

 


-Eu sei! Eu sei!-gritou Hermione. Lágrimas surgiram nos seus olhos-Mas eu tenho que viver... ter uma família...


 


-Com o Draco?!-perguntou Gina, incrédula.


 


-Vocês sabem que ele mudou desde a guerra. Já que eu não vou ficar com a pessoa que eu amo. Eu posso ficar com uma pessoa que me respeita e <b>confia</b> em mim-disse Hermione, magoada.


 


Harry e Gina trocaram um olhar cúmplice.


 


-Vocês tiveram sorte-continuou Hermione-Vocês se amam, se casaram...


 


-Hermione, vem cá-disse Harry, abraçando a ‘irmã’ pelos ombros.


 


-Você sempre foi a pessoa mais sensata e mais sensível que eu conheço. Você tem certeza de que irá se casar com o Draco?


 


-Sim-disse Hermione, limpando as lágrimas que insistiram em cair.


 


-Então... eu te apoio-disse Harry, olhando para Hermione.


 


Gina deu um olhar de censura para Harry.


 


-Obrigada, Harry-disse Hermione dando um beijo na bochecha do irmão-Eu quero pedir uma coisa a vocês.


 


-Diga-disse Harry, fingindo não notar a expressão de raiva da esposa.


 


-Eu quero que vocês sejam meus padrinhos de casamento.


 


-Sim.


 


-Fale por você, Harry. Eu não concordo com este casamento!-disse Gina se levantando-E eu sou a irmã de Rony.


 


-Desculpe-a, Mione-sussurrou Harry.


 


-Eu escutei, Harry.


 


-Eu entendo você, Gina. Eu faria a mesma coisa.


 


-Desculpe, Mione. Mas eu sou a irmã...


 


-Eu sei, eu sei-interrompeu Hermione, queria terminar aquela conversa. Queria sair dali-Eu tenho que ir embora-disse Hermione se levantando.


 


Harry também se levantou.


 


-Já?


 


-Sim-disse Hermione, abraçando Harry-Não se esqueçam da minha apresentação e do leilão. É uma semana antes do meu casamento-disse Hermione apontando o dedo para o peito de Harry.


 


-Nós vamos-disse Harry.


 


Hermione abraçou Gina.


 


-Você me entende, não é?-perguntou Gina.


 


-Sim-disse Hermione olhando profundamente para Gina. Esta retribuiu o olhar-Você é minha melhor amiga, você sabe disso. E isso não irá mudar.


 


Harry e Gina acompanharam Hermione até a porta e segundos depois a viram aparatar.


Os dois entraram na casa. Harry sentou no sofá e Gina apontou a varinha para mesa deixando-a limpa e arrumada, depois apontou a varinha para Harry que estava pensativo.


 


-O que foi que eu fiz?-perguntou Harry, assustado.


 


-Você sabe o que fez Potter-disse Gina, séria.


 


A coisa estava feia. Gina chamara Harry de Potter. Quando a coisa não estava tão feia, ela o chamava de Harry Potter. Mas Potter não tinha a mínima possibilidade dela se render, só acontecera uma vez.


 


-Você está no seu período fértil?


 


“Diga que sim, que sim, que sim”, pensou Harry, esperançoso.


 


-Não, Potter. Não estou no meu período fértil. Você não vai ter o que quer e nem sei se voltará a ter.


 


-Não tenho culpa...-tentou amenizar Harry.


 


-Não quero escutar nada-disse Gina, abaixando a varinha e colocando no cós da calça-Você sabe que está errado!


 


Harry se levantou.


 


-Fique sentado, Potter!-disse Gina, autoritária.


 


Harry continuou em pé e disse enfático:


 


-Eu sempre concordo com você, Gina. Mas dessa vez, não.


 


-Você deveria ter conversado com ela. Afinal, você é ‘irmão’ dela.


 


-E você é melhor amiga dela!


 


-Eu tentei argumentar, você viu.


 


-Sim , eu sei. Você também está certa-disse Harry, segurando o braço da esposa-Sente-se aqui...


 


Gina sentou ao lado de Harry no sofá.


 


-Hermione precisa ter a própria família. Se não é com Rony tem que ser com outro. Ela não tem que esperar Rony bater na porta dela e pedir para ela voltar com ele. Porque sabemos que isso não irá acontecer. Seu irmão é cabeça dura. E por mais que nós digamos que não aconteceu nada entre Hermione e Draco naquela noite, ele não escuta.


Gina ficou pensativa. Sim, era verdade o que Harry lhe dizia. Por que tivera que acontecer aquilo a cinco anos atrás? Harry abraçou a esposa meigamente e ao mesmo tempo com força.


 


-Estou triste. Muito triste.


 


-Oh, querida. Não fique assim-disse Harry, alisando os cabelos lisos da esposa.


 


-Hermione vai se casar com quem não ama-disse Gina, separando-se de Harry-E Rony é um galinha. Qualquer mulher que passa na frente dele...zas. É lucro!


 


-Vamos descansar-disse Harry se levantando.


 


-Harry temos que fazer alguma coisa!


 


-O que? Colocar os dois frente a frente dentro de um quarto e trancá-los até se acertarem? Querida, eles não são mais adolescentes...-disse Harry, pegando a mão de Gina e a fazendo levantar do sofá.


 


-Algo tem que acontecer, Harry. Hermione não pode se casar com o Draco e Rony tem que se casar... com a Hermione.


 


Harry levou Gina para o quarto. Não, ele não teve o queria. E nem tinha clima... Mas eles dormiram abraçados porque apesar de tudo, eles sim, estavam juntos.


FIM DO FLASHBACK...


 


Gina ficou a arrumar a cama e o quarto, enquanto Rony e Harry ficaram na cozinha a conversar sobre as táticas de quadribol que seriam usadas no final do campeonato.


 


Entre tu y yo/ Entre você e eu

Hay viejos sentimientos/ Há velhos sentimentos

Pensé que no/ Pensei que não

Volverían jamás/ Voltariam jamais

 

 


Hermione escutou a campanhia. Quem seria aquela hora? Tinha acordado tarde porque tinha chegado tarde do ensaio da apresentação. Ela tinha acabado de sair do banho. Vestia uma calça verde de flanela e uma blusa do mesmo tecido e cor. Correu até a porta. Abriu. Sorriu.


 


-Oi, carinho.


 


-Oi, linda-disse Draco, sorrindo.


 


Draco entrou e deu um selinho em Hermione que fechou a porta.


 


-O que você está fazendo?


 


-Eu acabei de sair do banho.


 


Draco abraçou a noiva pela cintura por trás dando um beijo no pescoço dela.


 


-Oh, sim. Você está cheirosa. Você é cheirosa.


 


Hermione sorriu e se afastou.


 


-Eu vou tomar café da manhã. Acompanha-me?


 


-Não. Vamos para o Beco Diagonal e tomamos café da manhã lá.


 


-Ótima idéia. Pelo menos eu não enfrento a cozinha. Eu vou me arrumar e já volto.


 


Hermione foi ao quarto e saiu de lá vestindo calça comprida jeans e um suéter de lã branca. Amarrara os cabelos em um rabo de cavalo e fizera uma maquiagem leve. Segurava uma pequena bolsa branca.


 


-Vamos?-perguntou Hermione.


 


Draco e Hermione sentaram-se em uma mesa perto da janela no café. Uma moça se aproximou com o cardápio.


 


-Bom dia. Já sabem o que querem?


 


-Bom dia-disseram os dois.


 


-Eu quero um copo de suco de laranja. Uma fatia de torta de abacaxi-disse Hermione.


 


-Eu quero café e torradas. E água para os dois-disse Draco.


 


-Já trarei os seus pedidos-disse a garçonete com os pedidos anotados. E se foi.


 


-Falta cinco semanas.


 


-É-disse Hermione, pensativa.


 


-Você viu a notícia no jornal?


 


-Sim, a coruja entregou o jornal. Não gosto de ter a nossa vida exposta.


 


-Nem eu, você sabe. Talvez antes, mas agora eu quero sossego. Por isso, que eu estou mexendo meus pauzinhos para deixar de ser:’Draco Malfoy, o famoso jogador de quadribol’.


 


-Que pauzinhos são esses?-perguntou Hermione, curiosa.


 


-Não vou falar agora. Eu quero ter a confirmação quando eu tiver, você será a primeira a saber.


 


-Quanto mistério!


 


-Se eu conseguir, eu tenho certeza que você gostará muito...


 


-Hum...-disse Hermione, sorrindo.


 


Draco sorriu. A garçonete serviu-os.


 


-Obrigada.


 


-Obrigado.


 


A garçonete saiu. Hermione comeu um pedaço do bolo. Draco tomou um gole do café.


 


-Tudo certo para o casamento?


 


-Sim. Apesar de eu ainda não ter achado o vestido...


 


-Mande fazer!


 


-Não... Eu vou achar um vestido que me agrade. Eu te contei que convidei o Harry e a Gina para serem meus padrinhos?


 


-Você disse que ia convidá-los. Convidou mesmo? O que eles disseram?-perguntou Draco, curioso.


 


Hermione tomou um pouco do suco e respondeu:


 


-Harry aceitou, Gina não. E não vou explicar o motivo porque você já sabe.


 


Draco fez um gesto afirmativo com a cabeça e uma careta. Mudou de assunto.


 


-Acordou tarde, futura Sra. Malfoy.


 


Hermione sorriu.


 


-Você sabe que tive ensaio ontem a noite. Estava esgotada. A semana foi cansativa e ainda tem a procura pelo vestido de noiva...


 


-Acalme-se. Tudo vai bem.


 


-Você me acalma tanto, Draco-disse Hermione, pegando a mão do noivo.


 


Ouviu-se um barulho de máquina fotográfica.


 


-Nem tomar café da manhã sossegados-disse Hermione, irritada.


 


-Melhor eu pagar a conta e sairmos daqui-disse Draco se levantando.


 


Se que tú y yo/ Sei que você e eu

Tenemos una historia/ Temos uma história

Que nos dejo/ Que nos deixou

En medio de la soledad/ No meio da solidão

 


Quando saíram do café de mãos dadas. Hermione disse:


 


-Eu irei ao final do campeonato.


 


-Tem certeza? Você sabe que ele estará lá.


 


-Sim, eu sei. Mas não importo. Eu quero prestigiar a vitória do meu noivo.


 


-Como tem certeza que nosso time irá ganhar?


 


-Nossa, Draco! Como você mudou! Antes você diria: ’Não tenho nenhuma dúvida que nos ganharemos’. Com uma voz bem esnobe.


 


Draco gargalhou.


 


-Realmente eu mudei. Hum... Para você não ter que se encontrar com ele, me espere na parte que dos convidados onde você verá o jogo. Quando eu terminar de arrumar no vestiário eu te encontrarei lá.


 


-Ótimo-disse Hermione, olhando para Draco, alegremente...


 


Hermione voltou a se concentrar no jogo. Tinha se perdido em pensamentos... na última conversa que tivera com Draco. Já era sábado pela manhã e o jogo não acabara. Hermione estava exausta. Os jogadores estavam exaustos. Todos estavam exaustos. Hermione deu um cochilo quando acordou com uma gritaria e fogos. Ela viu o noivo segurar o pomo de ouro e o resto do time ao redor dele comemorando, Draco conseguira pegar o pomo. O jogo acabara. O placar era: 510x 450. Depois da comemoração do time no campo, Hermione viu o time seguir para o vestiário. Ela esperou um pouco, mas estava tão contente pelo noivo que decidiu esperar Draco no lado de fora do vestiário. Seria a primeira a cumprimentá-lo sem ser os torcedores, jogadores... Ela agradeceu por estar de trança não tinha os cabelos lhe incomodando. Ela correu e chegou no corredor dos vestiários. Ela ouviu a agitação e as brincadeiras no vestiário. Uma em especial...


Os jogadores jogavam toalhas uns nos outros dentro do vestiário. Todos em grande euforia.


 


-Então, Weasley. Com quem você vai sair hoje a noite?-perguntou um jogador alto e loiro.


 


-Quem é a nova?-perguntou outro jogador moreno e olhos castanhos.


 


-Melhor perguntar: quem você levará para a cama?-perguntou o jogador loiro.


 


-Até agora não tenho ninguém, mas daqui para noite eu posso arranjar alguém para esquentar meu colchão.


 


-É isso aí, Weasley-disse o jogador moreno.


 


-É bem melhor uma mulher que nós amamos na nossa cama do que várias...-disse Draco com um sorriso sarcástico.


 


-Claro! Você achou alguém que combina perfeitamente com você-disse Rony, irritado.


 


-Ótimo para mim do que para as pessoas que não confiam a quem diz que amam...


 


Os outros jogadores observavam as trocas de farpas entre Draco e Rony.


Rony estava vermelho de raiva.


 


-Você não sabe nada de mim, Malfoy!-disse Rony, irado.


 


-O que eu sei já basta. Você é um grande idiota!


 


Draco entrou para o chuveiro. Rony deu um murro na porta. Respirou fundo e pegou a mochila.


 


-Quem vai sair hoje?-perguntou Rony, tentando aparentar calma.


 


-Hoje não. Eu vou descansar. Quem sabe amanhã?-perguntou o moreno.


 


-Vocês são molengas-disse Rony dando um soquinho no ombro do outro jogador-Amanhã combinamos algo.


 


-Certo-respondeu o moreno.


 


-Vencemos!-gritou Rony.


 


-Vencemos!-gritaram os outros.


 


Rony saiu do vestiário. O perfume subiu. A corrente elétrica surgiu.


 


“Eu deveria estar onde eu combinei com o Draco”, pensou Hermione.


 


Hermione já estava de costas pronta para sair dali, mas suas pernas não se mexiam. Quando conseguiu dar um passo para sair daquele corredor, ela escutou uma voz que ela reconheceria a quilômetros de distância. A voz soara sarcástica.


 


-Quanto tempo!


 


Hermione instintivamente tirou os óculos escuros e se virou.


 


Mírame bien/ Me olhe bem

Que aún yo sigo aqui/ Que ainda sigo aqui

Muriendome...por encontrarte en mi/ Morrendo, por te encontrar em mim

Mírame bien/ Me olhe bem

Que aún yo sigo aqui/ Que ainda sigo aqui

Escúchame...no sé vivir sin ti/ Escute-me, não sei viver sem ter você

 


Os meigos olhos castanhos de Hermione mergulharam nos olhos azuis de Rony...


 


 


Música: Aún hay algo/RBD

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