Por Lupin



Por Lupin

Caminhava com passos decididos para um destino incerto. Não era incerto. Sabia muito bem para onde estava indo. As palavras de Harry ainda martelavam na sua cabeça...

Teria esse direito? Porque era tão difícil entender que podia ser feliz? Porque era difícil entender que Tonks poderia lhe fazer? Porque não aceitar essa oportunidade... Ser feliz!!!

“- Ela é uma menina Sirius”. Lembra de suas próprias palavras quando Sirius notou seu interesse por Tonks. Tentava se enganar.

“- Você sabe, eu nunca poderia fazer alguém feliz!” Sirius abriu a boca para argumentar ao contrário, mas se calou e lhe deu as costas. Estavam no Largo Grimmauld, a Ordem da Fênix estava novamente reunida.

Ela estava lá. Linda, maravilhosa com seus cabelos rosa chiclete.

Lembrou da menina, da mulher... Do gosto de sua boca, da maciez da sua pele, do seu cheiro, do tom da sua voz, da sua risada... Das lágrimas que escorriam do seu rosto quando lhe contou...

Sentou em um banco, em uma praça, perto do apartamento onde moravam. Já era tarde, ela devia estar preocupada. Ele sabia que devia voltar. Não podia deixá-la tensa, não agora... Era uma loucura, tudo foi uma loucura... Jamais devia ter cedido aos encantos de Ninfadora. O casamento foi um erro...

Será? A quem estava enganando, esses últimos meses haviam sido os mais felizes da sua vida... Desde aquela noite chuvosa que agindo por impulso adentrou no apartamento dela e se amaram na cozinha.

Fechou os olhos e a viu sorrindo feliz em seus braços...

“- Eu não devia estar aqui!” – Ele falou beijando o ombro desnudo de Tonks.” – Preciso falar com todos, saber como vamos tirar Harry da casa dos tios trouxas dele”.

“- É a nossa lua de mel”! – Ela falou manhosa, aninhando-se no peito dele e brincando com a aliança em seu dedo. “– Tenho certeza que todos entenderão a nossa ausência por dois dias...”

“- Dora... “– Seu sorriso cativante fez com que toda sua resistência fosse embora. “– Não é errado estarmos tão felizes enquanto tem uma guerra lá fora?”

“- Merecemos ser felizes... “– Ela deslizou as mãos sobre seu peito e procurou seus lábios para mais um beijo.

“- Dora... Precisamos sair daqui, temos uma reunião da Ordem” – Ela colocou o dedo em sua boca, em um gesto de silêncio.

“- Eles sobreviverão sem nós... “– Ver ela ali tão apaixonada, tão feliz era um bom argumento para esquecer o que estava acontecendo fora daquele apartamento

Lembrou do dia de seu casamento... Foi uma cerimônia simples, intima na casa dos pais dela. Somente os Weasley’s e Moody, estavam presentes além dos pais dela e do celebrante oficial do Ministério. Moody foi o seu padrinho, se Sirius estivesse ali seria ele, que sempre lhe deu força para embarcar nessa aventura. Gina foi a madrinha de Ninfadora, apesar de estar visivelmente triste por causa de Harry, mantinha um ar decidido e orgulhoso. Aquela menina era a mulher certa para estar ao lado de Harry; lembrava Lilian. Não era um bom conselheiro quando se tratava de amor e relacionamentos, mas teria uma conversa seria com Harry sobre ela.

Ninfadora estava linda em seu vestido perolado, com os cabelos castanhos (a seu pedido), pois gostava dela assim, sem nenhuma transformação. Estava tão feliz... Tão radiante... Também estava feliz, mas pensamentos nebulosos insistiam em pertubá-lo. Talvez não devesse ter se deixado levar por essa paixão, não deveriam ter casado, como seria quando chegasse a lua cheia? Mas era só encontrar os olhos dela que esses pensamentos evaporavam.

A noite tinha um vento gelado. Devia entrar. Caminhou até a porta do apartamento dela, agora seu também! Afinal, dividiam esse lugar há alguns meses. Tocou de leve a maçaneta. Ficou parado, estático... Não podia e não devia expô-la a sua maldição. Não agora... Devia protegê-la...

“- Sai daqui! Deixe-me sozinho!” Estava andando em círculos no quarto deles. Havia trancado a porta, mais sabia que nada o impediria de sair daquele quarto. Tinha medo por ela. “- Droga! Preciso conseguir novamente a maldita poção...”

“Remo...” A voz dela o acalmava. Sentia seu corpo se transformando. Agachou-se em um canto do quarto. Talvez se ficasse ali, quieto, o maior tempo possível, o caos não fosse tão grande... Mas não iria aguentar por muito tempo. A janela! Podia fugir para algum lugar onde não fosse um risco para ninguém, mas depois voltaria, e no mês seguinte faria o mesmo, e o mesmo... Para sempre! Isso não era vida! Mas era a única que tinha!

Decidido se levantou e foi em direção a janela. Já estava pronto para pular quando um estrondo abriu a porta...

“- Precisa de um feitiço mais forte para me impedir ficar longe de você... “– Ela falou divertida. Cordas invisíveis foram amarradas no seu corpo.

“- Levicorpus...” – Seu corpo flutuou até a cama. As cordas não impediam de se debater, de tentar de soltar. “- Eu estou aqui, e aqui eu vou ficar... Eu não tenho medo porque eu amo você... eu amo você...”

Como um mantra ela repetiu essas palavras a noite toda... Se era magia, truque, encantamento, não sabia. Mas sabia que dava certo, o efeito calmante era inquestionável... Parou de se debater, as dores que sentia era suportáveis, não tinha medo de atacá-la, seu corpo aos poucos foi se acalmando e quando deu por si já havia amanhecido.

Voltou a sentar no banco da praça. Essa cena voltou a se repetir outras vezes. Não sabia explicar, mas a voz dela fazia com que as noites de lua cheia fossem diferentes. Intimamente, ansiava por essas noites como nunca imaginou que faria. Gostava de ouvi-la dizendo que o amava. Voltou a usar a poção, mas sempre repetiam o ritual... Precisa dela ao seu lado para ter forças... Mas também tinha medo de algum dia perder o controle, machucá-la...

A noite estava cada vez mais gelada. Passou as mãos pelo cabelo. O gesto nervoso se repetiu novamente... Estava impaciente, caminhou de um lado ao outro na praça. Viu um casal trouxa namorando no portão. Sentiu inveja. Só queria uma vida tranquila como a do casal... No outro lado da praça, outro casal chegava em casa. Reparou que o homem saiu do carro e rapidamente deu a volta para abrir a porta para a mulher. Depois tirou do carro um bebê, bem agasalhado, o acomodou em seu colo, como se o protegesse, beijou a sua cabecinha, a mulher os esperava na porta, mesmo de longe podia ver que ela sorria, deve ter falado algumas palavras de carinho, pois em seguida o beijou no rosto... Eles entraram...

Eles eram felizes. Já tinha reparado nos vizinhos antes. Um dia os encontraram naquela mesma praça. O homem brincava no balanço com o menino e a mulher observava a cena encantada. Viu o brilho nos olhos de Ninfadora contemplando a cena e imaginou o que passava na cabeça dela.

“– Dora, nós não podemos!” Não era só o fato de ser um lobisomem. Estavam em uma guerra. Isso seria irresponsabilidade demais. Ela não falou nada. Não gostava quando ela não discutia, não tentava argumentar...

Ela não falou no assunto e ele achou que ela havia esquecido. Tinham outros problemas para pensar. Harry, Rony e Hermione haviam sumido logo após o ataque à Toca no casamento de Gui e Fleur. Sabia que eles tinham uma missão dada por Dumbledore, tinha uma vaga ideia do que podia ser...

O encontro mais cedo com os meninos, o fezele ter certeza do que Dumbledore pediu... Eles não iriam dizer, mas ele tinha certeza que era a história das horcruxes. Sabia pouco, mas o suficiente para ter certeza que era arriscado... Estavam vivendo uma época insegura.

De repente sentiu o gosto dos lábios dela. Olhou para todos os lados, espantado. Ela não estava ali, mas tinha sido tão real. Deslizou os dedos sob seus lábios, sentia o gosto dela...

“- Hum, você tá gelado!” – Ela sussurrou no seu ouvido. “Vem cá, quero te esquentar!”

“- Você disse que tinha algo importante para me falar!” – Não interrompeu o carinho, ao contrário puxou ela para mais perto dele, roçou a barba por fazer em sua pele delicada, foi abrindo devagar o zíper da jaqueta dela. Ela estava diferente, linda... Com os cabelos castanhos, como ele gostava...

“– Depois...” - Ela falou ofegante, já se encaminhando para a cama. Ele fez com que ela sentasse na cama e começou a tirar as botas que ela usava, depois ficou de joelho no chão, na beirada da cama. Ninfadora desabotoou calmamente a camisa que usava, ficando só com um sutiã de renda negra. Ele tirou a saia dela e ficou admirando. Estava somente de lingerie e meias, o corpo era perfeito; os seios, que não eram muito grandes, estavam aumentados; a coxas roliças, a barriga lisinha, a pele macia e cheirosa.

“– Eu acho que você tá muito vestido...” - Ela se levantou e começou a despi-lo vagarosamente, como se saboreasse cada parte do seu corpo. Depois ficou nas pontas do pé para beijar a testa, os olhos, o nariz, a bochecha e finalmente a boca. Remo a segurou pela cintura e aprofundou o beijo, ela enfiou os dedos pelos seus cabelos desalinhados. Desceu da boca para pescoço dela. Beijou-a de forma possessiva, violenta, abriu o sutiã e acariciou de forma agressiva os seios dela, deixando marcas vermelhas. Ninfadora gemeu alto ao sentir as mãos possessivas de Remo em seu corpo, sua barba por fazer roçando em sua pele...

“- Vem...” - Ela o puxou para a cama e ele capturou seus lábios para mais um beijo urgente, possessivo. Ela arranhava suas costas sem piedade, suas unhas deixavam marcas, não tão profundas como algumas cicatrizes que ele tinha...

Ela deitou-se e, antes de deitar ao lado dela, arrancou o que restava de sua roupa. Acomodou ao seu lado, beijando seu pescoço, descendo pelos ombros, seios, barriga... Ela se contorcia ao sentir os lábios úmidos dele sobre sua pele, ao sentir o roçar da barba... Até que ele alcançou a sua intimidade e a acariciou com paixão, tirando vagarosamente a minúscula calcinha de renda preta e as meias que ela ainda usava... Ela levantou os quadris, pronta para recebê-lo...

Ela estava pronta para ele, úmida, ofegante... Pronta para alcançar o auge do prazer. Ele se afastou e a contemplou por alguns segundos, ela tinha os olhos fechados, a boca entreaberta, a respiração errática... Então ele se acomodou sobre aquele corpo que era só seu e a abraçou com força... Então a possuiu com força e fazendo gemer e suspirar alto...

“- Eu quero você em mim!”

“– E eu quero estar em você...”

Começaram a mover-se lentamente... Mas depois foi aumentando o ritmo... Ela mordia os lábios e fechava fortemente os olhos enquanto ele intensificava as investidas sobre ela... Ele se ergueu em um impulso a trazendo junto e a apertando fortemente junto ao seu corpo e depois caíram novamente na cama, convulsionando de prazer... Ninfadora não demorou muito e perdeu a coordenação de seus movimentos e também alcançou um prazer longo e explosivo...

Ela tinha um sorriso tranquilizador nos lábios, ele rolou para o lado e ficaram frente a frente, se olhando, se contemplando...

“- Eu estou grávida!” - Ela falou depois de minutos de silêncio, ainda sorrindo e beijando levemente seus lábios.

Respirou fundo e olhou para a janela do apartamento deles, viu uma luz. Ela devia estar acordada, o esperando. Ele devia voltar. Lembrou das lágrimas dela quando ele disse que não seria bom ter o bebê, da discussão que veio depois, e dela dizendo que se ele quisesse podia ir embora, que ela cuidaria sozinha daquela criança.

- Merlin! O que foi que eu fiz! – Como pode dizer aquilo para ela, como pude renegar seu filho, um pedacinho seu.

Levantou-se e com passos decididos foi em direção apartamento. Queria aquela criança, queria estar do lado dela, queria abraçar com todas as forças aquela oportunidade que a vida estava lhe dando. E mesmo que ela dissesse que era melhor ele ir embora, ele não iria. Iria ser um bom pai e um bom marido... O melhor!

- Oi! – Abriu a porta e falou sem encará-la. - Você devia estar dormindo!

- Onde você estava? – Sentiu um certo rancor na voz dela, uma mistura de alivio e raiva. - Remo eu fiquei preocupada, fiquei imaginando um monte de bobagens... Quase sai atrás de você...

- Eu não queria que você se preocupasse... - Ele sentou de cabeça baixa ao lado dela no sofá, evitava olhá-la nos olhos. - Eu só fiquei assustado.

- Você acha que eu não fiquei? Droga! – Ele não deixou ela se levantar, segurou a sua mão e pela primeira vez naquela noite lhe olhou nos olhos.

- Eu te amo! - As palavras saíram sem planejar. - Eu te amo... Eu te amo... Foi por isso que voltei... Porque te amo e vou estar do seu lado!

- Eu te amo, você sabe... - Ele segurou o rosto dele. - Só não me deixa assim de novo? Você sabe que no meu estado atual não é muito bom ficar nervosa.

Ele riu e a puxou para um beijo doce e a inclinou delicadamente sob as almofadas do sofá. O beijo foi calmo, doce, saudoso, reconciliador... Mas logo ela se soltou e se aninhou no seu peito.

- Onde você estava? Tá com fome?

- Eu fui ver o Harry, Rony e Hermione... – Achou melhor não comentar a conversa que teve com eles. – Só precisava saber se estavam bem. Sinto-me responsável por eles... – Ela fez um gesto afirmativo. – Eles não precisam da minha ajuda no momento, ou não querem... Sabe, eles cresceram... Confio neles!

- Que bom! Eu também! – Ela falou depois um suspiro. – Mas se você não tá com fome, eu estou faminta... Será que já é por causa do bebê? – Passou a mão pelo ventre liso e ele imitou o gesto dela.

- Eu acho que sim... Mas, assim como você, não sei muito sobre isso! – Falou alisando delicadamente a barriga dela. – Dora... Eu estou feliz com o bebê, o que falei antes, foi impensado, foi... Não sei explicar, acho que fiquei com medo. – Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. – Sabe, Tiago me falou a respeito dos sentimentos confusos dele quando Lilian ficou grávida, acho que agora entendo melhor!

- Tá sendo confuso para mim também... Mas se você ficar comigo, eu acho que consigo passar por tudo isso sem problemas... – O sorriso dela foi sincero e tranquilizante para o coração de ambos. – Mas agora eu estou faminta mesmo...

Ele se levantou e junto dela foram para a cozinha...




N/A: Bom, pessoal quero agradecer a todos que estão lendo, que comentaram... Espero que estejam gostando... Aqui está o segundo capítulo para vocês, o próximo semana que vem... Um beijo especial para a Luúh V, Lila Black e Ana Paula, lêem e comentem sempre que possível!

Daiana

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