O Segredo de Malfoy



Ficaram em silencio uns quinze minutos. Até que Draco, não se contendo mais de curiosidade perguntou:

— Por que estava chorando hoje de manhã?

— Não é da sua conta.

— Que foi? Não confia em mim? – perguntou dando risada.

— Preciso responder?

— Sim.

— É claro que não. – respondeu áspera.

Draco levantou e tornou a sentar, dessa vez do lado de Gina.

— Qual é! Se me contar eu conto por estou aqui.

— Quem disse que eu estou interessada.

— Então eu vou contar por que vim pensar aqui, se achar que vale a pena depois você conta o seu, certo? – Não sabia porque estava fazendo isso, só sabia que precisava e queria conversar com ela. Era como se, no íntimo, soubesse que podia confiar nela e não se arrependeria depois.

— Fazer o quê. Fala logo.

— Vim pra cá, pois recebi uma carta do meu pai – começou – onde ele me manda fazer algo que eu discordo totalmente, apesar de não querer admitir isso a ele.

— O que ele quer que você faça? – perguntou Gina começando a ficar curiosa.

— Ele quer que eu me torne um comensal, é claro que você sabe que ele é um. E você pode não acreditar, mas eu não quero.

— Não? O que você quer então? De que lado você está?

— De nenhum. Esse é o problema, não quero lutar. Para mim essa guerra
não tem sentido, é só um capricho de um mestiço metido a poderoso.

— Nossa! Nunca imaginei você dizendo isso. É tão estranho. Tão diferente de você. – falou espantada.

— Parece mentira, mas é verdade. – disse triste. – Desde pequeno me pai me treina para isso, quer que eu seja o melhor. Sempre foi muito rigoroso com o treinamento, tenho cicatrizes no corpo por causa disso.

— Por que não diz isso a ele?

— Acho que você quer me ver morto, pois é isso que ele faria comigo se eu dissesse. Ele nunca foi um pai para mim, foi um tirano a quem eu sempre tive medo. Pode rir, mas é verdade. Eu sempre tive medo dele e ainda tenho, por isso não digo nada.

Mas ela não riu, ao contrario. Nunca pensou que a vida dele pudesse ser assim. E mais ainda nunca imaginou que ele não quisesse ser um comensal.

— E para piorar – continuou ele. – ele me escreveu dizendo que a minha iniciação será assim que o ano letivo terminar e eu estiver formado. É isso. – disse com ar de cansado. – Sua vez.

— Depois disso a minha história não é nada, nem vale a pena contar.

— Mas eu quero saber e não é justo você não dizer. Eu falei meu segredo.

— Tá bom! – disse conformada. – Harry e eu estávamos namorando, íamos nos encontrar hoje de manhã para passar o dia juntos. Mas quando eu o encontrei, ele estava beijando a vaca da Lilá Brown.

— Ele te traiu? O santinho do Potter? Não acredito!

— Mas é verdade. E ele tinha a coragem de dizer que me amava. – falou com raiva.

— E o que você fez? – perguntou curioso.

— Meti a mão na cara dele. E na dela também.

— Não! Você bateu no Potter. – falou espantado, depois não agüentou e começou a dar risada. Gina vendo ele rir começou a dar risada também.

Ficaram lá, os dois, dando risada sem parar e quando conseguiram não se lembravam como tinham começado, pois aquele simples momento fez com que, por um segundo, eles se esquecessem de seus problemas.

E assim começou uma amizade muito estranha entre um Malfoy e uma Weasley (por enquanto).

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