, the end is not near



Capítulo IX


 


The end is not near,


Is hear.


 


Ao som de: Brither than Sunshine/ Aqualung


Frase do capítulo: "Em seu coração, sabia que ela voltaria. Era mais que um cometa, pelo que trazia a ele, alegria e calor."


 


 


 




Quem pode imaginar que num piscar de olhos o que era azul se torna verde? Ou, o que era sábio se torna insano, ou ainda; quem sabia, não sabe mais.


Tudo,  tudo em nossa vida sempre será assim. Por que não é possível controlar, não se dá pra ter a certeza de como as coisas serão. De certa forma, nem se você for clarividente. Nem se possuir um dom mais profundo, não poderia saber o que estaria por vir, como Lílian não sabia. Como Tiago não sabia. Como Violet não sabia. Como Sirius não sabia. Como Nicole e nem Remus eram capazes de saber.


Por que, apesar de estar na mão de cada um deles,  existem palavras que magoam. Existem corações que se partem. E existem amores, que se vão para sempre.


Com um pouco de sorte, existem sempre pessoas por perto, para evitar tudo isso.


E foi sem saber que, acabaria se tornando uma dessas pessoas que, quando acordou ás cinco horas da manhã naquela véspera de natal com um milhão de pensamentos na cabeça, que o atrapalharam dormir, que Sirius Black contemplou os flocos de neve que caiam alegres e simples do outro lado da janela. Imaginando o que eles teriam feito em outra vida para serem abençoados com a sorte de serem flocos de neve.


Desde a última semana que Violet fizera um comunicado. Segundo ela, tinha planos para desempenhar uma viagem em busca de si mesma. Uma coisa que só ela poderia fazer. Não se importava se teria que perder um ano de escola, ou o que fosse.


A única coisa que de fato a seguraria ali seria o pai, do qual Poppy já estava cuidando.


De uma certa forma Sirius era capaz de entender, mas por outro... Quer dizer, não é como se fosse justificável não é mesmo? Desaparecer? Longe de todos os seus amigos? Que tipo de solução é essa? E aliás, solução para que?


Tantas coisas mudaram em tão pouco tempo. Seria possível mesmo que apenas um ano havia se passado? Mais uma vez Sirius se viu pensando na garota do vestido vermelho da festa de Hallowen. Será que aquela garota fizera tudo com intenção de prejudicar Violet? Será que era simplesmente uma garota comum? Será que um dia tornaria a vê-la? Será que seria capaz de reconhece-la?  E aquele perfume? Céus que perfume inebriante! Do perfume se lembrava bem. Ainda que imaginasse que a ruiva fora apenas um devaneio, era capaz de se lembrar ainda que, a mais suave variação daquele cheiro de carvalho com terra molhada, uma leve fragancia de laranja recém espremida. Sobretudo nunca poderia deixar de se perguntar se, se não a tivesse beijado, ainda que não tivesse sido pego; as coisas seriam diferentes?


Poderia estar namorando Violet?


Por que diabos ela tinha de viajar? Por que tinha que se afastar? Ir embora?


Ele a amava, e agora estava tão perto de viver sem ela. “Por que justo no dia de natal? Por que ela não poderia simplesmente fugir sem dizer nada a ninguém. Assim eu poderia mesmo odiá-la em paz. Mas na manhã de natal? No dia mais incrível e vermelho do ano? Com a neve caindo e a benção do sr. C.? (que é como eu chamo o papai noel, desde que tinha 10 anos. Senhor Claus) qual é o problema dessa garota?”


Devo dizer que, no dormitório feminino as coisas não estava muito melhores.


- Lílian eu não quero mais falar sobre isso ok? – disse pela terceira vez naquela manhã uma Violet nada contente – eu já expliquei a você que preciso fazer isso. Já expliquei a você por que preciso fazer isso. E já lhe expliquei por que preciso fazer hoje. Você sabe muito bem que se eu ficar aqui, ver o clima que esse castelo vai estar amanhã, esperar o ano novo... Não vou conseguir partir.


- Você não tem que ir entende?


Nicole, como sempre se mantinha imparcial. Sem contar que, ainda estava bem sonolenta.


- Por que você não pode ser como o Tiago ein? Sabia que ele foi o único que me apoiou quando eu anunciei essa viagem?


- Grande perfeito o Tiago! – bufou Lílian.


- Que seja o seu perfeito. É por isso que eu tenho que fazer isso. Não vou ficar suspirando “Grande perfeito Sirius” por aí, desperdiçando tempo que poderia estar passando com ele, ao invés de tomar uma decisão e realmente ficar com ele.


- E o que você vai fazer nessa viagem além de perder tempo que poderia passar com o Sirius? – alfinetou Lílian.


- Lílian, escute uma coisa. Pela última vez entenda. Eu amo  o Sirius. Amo mesmo. Mas, será que amor é suficiente? E quanto a tudo o que quero fazer? E a minha liberdade? Eu realmente poderia abrir mão disso. Mas a longo prazo, seria feliz? A verdadeira questão é; por que essas perguntas são realmente importantes se eu nem sei se ele gosta mesmo de mim? Cada um de nós aqui é muito preso. Muito acomodado, acostumamo-nos a ter uns aos outros. E enquanto isso, existe um mundo lá fora, pronto pra ser visto, explorado e descoberto. E enquanto isso estamos aqui, renunciando todas as coisas por amor. Amor que, nem mesmo sabemos se é real.


Lílian se calou. Não havia mais o que fazer. Numa visão mais ampla da situação, Violet estava inteiramente certa.


- Por que eu deveria me prender aqui ein? Por que eu deveria abrir mão da minha verdadeira paixão? Andar por ai, conhecer, me apaixonar por paisagens! As coisas mudam quando se tem algo em que se segurar. Mas apenas, e apenas se tivermos algo muito real, em que se segurar.


- Você vai me escrever três vezes por semana. – responde Lílian se rendendo.


Violet sorriu. Então era sobre isso. Uma questão de medo tão somente.


- Eu não vou me afastar de você Lílian. Você e a Nick sempre estarão no meu coração. De uma forma que, nenhuma fronteira poderia tirá-las.


Lílian sorriu e, pela primeira vez, confiou que daquela viagem poderia realmente sair algo bom.


 


 


                                                                              ~- ~


 


Á mesa do café da manhã, Dumbledore iniciou o discurso matutino, um pouco mais elaborado naquele dia, devido ao Natal.


 - Meus queridos alunos. Vocês bem perceberão que a nota dos exames finais de vocês esse ano, atrasaram mais de uma semana para serem comunicadas. No entanto é fato que hoje, muitos de vocês estarão embarcando tardiamente no Expresso Hogwarts, para passar a noite de natal com suas famílias. Sinto muito por tê-los atrasado, mas a nota de vocês chegará pelo correio junto com a coruja que enviará, aos alunos do 5° e 7° ano os NOM’s e os NIEM’s.


Para aqueles que não pretendem voltar ao nosso convívio, - e então ele se virou discretamente para Violet- lembrem-se que nas horas mais sombrias de nossas vidas, ainda é possível encontrar saída, se nos lembrarmos se acender a luz. A luz no entanto, - e então se voltou de volta para os outros – precisa se mostrar presente.


Tenham um bom dia de descanso, e boa viagem.


Ele sorriu e foi se sentar com os outros professores, bem quando as torradas apareceram sobre a mesa...


                                                                               ~- ~


O cenário foi a arquibancada. Já ás cinco da tarde, todos os alunos que deveriam voltar para a casa, para a ceia de natal já estavam, a muito tempo, muito bem embarcados no Expresso Hogwarts. Mas não Violet.


Sirius e Tiago resolveram ‘dar uma treinadinha’ antes de ‘ficarem mofando em casa’, Lílian e Violet foram ver o treinamento de quadribol dos dois, enquanto Nicole assistia “Bonequinha de luxo” com Remus, na sala precisa.


Na verdade, Lílian não podia suspeitar que Tiago havia planejado aquilo. Quando Violet recebesse o sinal do apanhador da grifinória, ela deveria pedir a ele, que lhe emprestasse a vassoura para que Sirius tivesse certeza que seria capaz de ganhar dela, enquanto isso, Tiago queria só passar um pouquinho de tempo “inocente e espontâneo” com Lílian.


Quando Tiago fez o sexto gol, com um berro, Violet se lembrou de que, o sinal era o quarto gol. Deveria pedira vassoura emprestada quando Tiago fizesse o quarto gol. Estava dois gols atrasada.


- Tiago!


O moreno voou até onde ela estava.


- O que é? – falou limpando os óculos cheios de neve.


- Me empreste a sua vassoura. Quero dar um banho no Sirius.


Lílian olhou para ela desconfiada. Mas Tiago já se prevenira para aquela situação.


- Está de brincadeira? Ele que vai dar um banho em você.


- Nada disso. Desça daí que eu vou ensinar a vocês como arremessar uma goles.


Sirius veio voando pro lugar aonde os outros estavam.


 - O que está acontecendo? Por que parou Pontas? Não aguenta meu desempenho excepcional?


- Você não vai acreditar nisso. Violet jura que é melhor artilheira que você.


Sirius jogou a cabeça pra trás e deu uma risada gostosa.


- Você só pode estar de brincadeira. -  ele olhou para ela – isso é sério Violet?


- Claro que é. Ande Tiago, me dê logo essa vassoura.


- Tudo bem. Essa eu quero ver.


Ele desmontou a Shoting Star e entregou a ela. Que montou com destreza e já saiu rindo na frente de Sirius.


Tiago conhecia Lílian o suficiente para deixa-la falar primeiro. Tiro e queda. Em menos de quatro minutos ela já puxava assunto com ele.


- Vi disse que você estava ao lado dela nessa história maluca de viagem. – Fumaça saiu da boca dela, por causa do frio, ela esfregou uma mão na outra e as colocou em frente ao foguinho azul que Violet conjurara.


Ele pegou uma garrafinha que estava ao redor e tomou um gole d’agua antes de responder. Se ele fizesse tudo como planejara, em algum momento teria que dar um beijo nela, e ela provavelmente ficaria muito nervosa com isso.


-  Sim.


- Por que? – ela perguntou se voltando para ele.


- Não estou de acordo com isso, e muito menos do lado dela. Não existem lados num romance. E, ao meu ver é sobre isso que toda essa loucura da Violet se trata. Um romance. Ela acha que é o melhor a se fazer para esquecer o Sirius. E pensa que, de uma forma ou de outra se isso não acontecer, pelo menos ela vai acabar se encontrando. Eu acho que, o Sirius é que vai encontra-la, se quer saber a minha opnião.  Mas se é o que a Violet tem que fazer, então eu irei apoiá-la. Seja qual for o motivo, ela vai precisar de coragem para levar isso adiante, e eu admito que isso, ela tem de sobra. Admiro isso nela. Se ela sente que isso é o melhor. Que siga em frente.


Ela não disse nada. Apenas esfregou novamente uma mão na outra e colocou-as de volta perto do fogo.


Ele se aproximou, colocou a franja dela atrás da orelha.


- O que você tem que fazer para se encontrar Lílian?


Ela tremeu, e ele teve certeza que não era frio. Apesar disso, sorriu.


 - O que você tem que fazer para se encontrar Tiago?


- Nada. Eu já sei quem sou. Já sei o que quero. Já decidi quem eu quero. – forte, determinado e imponente, como sempre. Com aquela resposta ela não esperava. – e sei o que eu preciso fazer para conseguir.


No mais íntimo de seu corpo, o coração deu um tropeço. O estomago se remexeu, mas ela não pode evitar sorrir.


- O que você tem que fazer?


- Tenho que convencer a garota dos meus sonhos, que ela verdadeiramente é a garota dos meus sonhos. Tenho que fazê-la entender que, não tenho olhos para outras garotas. De alguma forma, - ele sustentou o olhar que ela direcionou a ele, de maneira quase curiosa – tenho que mostrar a ela que não sou o cara que ela conheceu, provar que mudei, por ela.


O frio dificultava as coisas, mas não foi por isso que Tiago respirou tão pesado naquele momento.


- E por onde pretende começar?


- Vou chegar perto dela, tirar o cabelo do rosto dela. Dizer que a amo. Que preciso dela. Que ela vai ter que passar uma semana de férias na minha casa, por que eu não posso ficar tanto tempo sem vê-la. Vou mostrar a ela quão tolos nós dois fomos por não estarmos juntos até hoje. E que a vida costuma ser curta demais para se perder tanto tempo.


Logo ele já estava tão perto que ela sentiu o hálito de menta fresca.


- Então eu vou beijá-la, - no segundo seguinte ela já sabia o que ele faria. E ele realmente o fez. Foi um encontro de lábios simples rápido, mas suficiente para a conclusão que viria a seguir. – e perguntar se ela entendeu tudo o que eu disse. Você entendeu o que eu disse Lil?


Ela aquiesceu, e conseguiu balbuciar um fraco “sim”.


Ele se levantou e a tomou pelas mãos, enlaçou a pela cintura e finalmente, depois de tanto, tanto tempo. Pode finalmente aproveitar aquele momento, que se perdeu com o crepúsculo.  


Enquanto isso, Sirius e Violet riam no vestiário masculino.


- Você não pode estar falando sério, isso não foi ideia sua Sirius!


- Mas é claro que foi. Você acha que o palerma do Tiago pensaria em tudo isso sozinho? Eu sempre sou a mente brilhante por trás de tudo.


- Mas que grande convencimento.


- Não, - o olhar de galã que ele simplesmente não poderia abandonar – romântico apenas.


Ela não sorriu mais. Conseguiu recuperar sua tão fiel ironia.


- Anh, certo. Romântico.


- só preciso que você pague pra ver. – ele sorriu, daquele jeito quase misterioso, debochado, que ninguém no mundo poderia sorrir igual.


- não vamos começar de novo com tudo isso Sirius.


Em meio a vassouras, uniformes e armários ele se aproximou.


- Pensei que era isso que você estava procurando. Um recomeço.


- Bem, é mais... – perda do raciocínio logico, pensamentos sem nexo ou conecção.


- Mais? – respiração descompassada, peito arfando.


Antes que Violet pudesse controlar, os pensamentos começaram a pipocar sua cabeça de maneira desordenada. Não era possível ouvir a todos.


“Não hoje. Não hoje.”


“É amor! Vale a pena?”


“Por que? Por que não poderia ser tudo conforme o planejado?”


“Porque ele tinha que aparecer desse jeito?”


“A mente brilhante por trás de tudo.”


“Planejou isso pra mim, bem como planejou para Lílian”


“É amor?”


“Vale a pena?”


“Achei que você tivesse perdido o medo Violet.”


“Pare com isso consciência. Eu perdi.”


“Então. Qual é o problema? Porque é tão difícil?”


Dessa vez foi a voz grave e forte de Sirius que lhe atingiu os ouvidos, tão mais perigosa que seus conflitos interiores.


- Achei que você tivesse perdido o medo Violet.


-Preci- preciso. Eu preciso pensar.


Ela saiu correndo como uma covarde.


Como a medrosa que verdadeiramente era. Grande ilusão se encontrar! Entendeu o que Lílian viera tentando lhe dizer desde a primeira vez. Estava tentando fugir. Encontrar uma maneira mais fácil de lidar com tudo.


Seus pés a guiaram através da neve até chegar ao seu lugar mais secreto. Não pela primeira vez em desamparo, ela encontrou um banquinho tão acolhedor atrás da última estufa.


                                                                        ~- ~


- Repita! Repita isso! – disse Nicole, quase aos berros no dormitório, assim que Lílian saiu do banheiro.


- Não vou contar de novo. Não pela nona vez. Estou namorando, pronto.


- Por que a Violet tem que partir? Por que ela não pode simplesmente declarar o seu amor ao Sirius e sermos todos felizes para sempre cada uma com seu próprio fofucho?


- Eu não sei Nick. Eu sinceramente não sei. Mas sou bem capaz de apostar que essa viagem não vai dar em nada. Quero dizer. Ela nem devia mais estar aqui. A ceia de natal vai começar daqui uma hora e meia, e cade ela? Nem terminou de embalar as coisas, e ainda por cima, desapareceu.


- Pobre Sirius. O que vai ser dele quando ela não estiver mais aqui?


- Vai criar vergonha na cara, e aprender a se declara da próxima vez que se apaixonar por uma garota!


- É. Talvez essa viagem seja mesmo uma boa coisa.


                                                                       ~-~


Ele sabia que na noite da véspera de natal seria impossível encontrar Poppy na Ala Hospitalar.


Mas de uma forma que só quem já amou pode entender, ele correu para lá. Os corredores vazios facilitaram a sua chegada.  A menos de um metro para o ultimo corredor que deveria virar antes de chegar a ala hospitalar ele ouviu vozes e parou de correr.


Bem quando ia virando o corredor, duas meninas se materializaram na sua frente, no que ele derrubou a menorzinha no chão.


- Eu sinto muito eu... – Ele foi se ajeitando para ajuda-la a se levantar, mas ficou tonto por um momento, quando um cheiro forte de carvalho, acompanhado de uma leve fragancia de laranja lhe invadiu as narinas. Percorreu por todo o seu cérebro, preencheu cada uma das suas entranhas  e como numa pancada a imagem dele e uma ruiva se beijando lhe veio a mente.


Ele olhou para a que estava de pé.


- Você! Eu conheço você.


Era uma garota que devia ser do sexto ano. Um casaco com o brasão da Sonserina cobria toda a roupa.


- Sinto muito. Quem é você?


Ele levantou a garota que estava no chão.


- Meu nome é Sirius Black. “Ruiva, ela devia ser ruiva! Estou ficando louco?”


- Oi Sirius Black, - ela pegou na mão dele, e ele se perguntou se estaria forçando demais, ou se a voz também era parecida. – Eu sou Morgana Maddison.


Ele tinha duas opções. Poderia ficar ali conversando com aquela garota, que corria o risco de nunca mais ver, e descobrir se ela era a mesma garota da noite de Hallowen. Ou poderia ir atrás de Poppy, descobrir onde Violet estava, encontra-la  e dar o seu melhor para impedi-la de viajar.


Importava mesmo? De que adiantaria descobrir a identidade da ruiva misteriosa? Não mudaria nada. Ele ainda seria culpado. E ainda estaria sem Violet. Quais eram os verdadeiros valores em jogo naquela história? Mais um minuto se passou, e ele se perguntou se Violet já estaria longe.


Fosse quem fosse a ruiva misteriosa. Fosse quem fosse Morgana Maddison. Não fazia diferença. Seriam apenas lembranças vagas, solitárias na memoria daquele grifinório.


- Sinto muito moça, não queria ter lhe atingido. Eu estou com muita pressa. Adeus srtªMaddison.


Ele continuou correndo, e até sorriu. Descobriu que se livrara da culpa do beijo de Hallowen.


Chegou à enfermaria, e ninguém menos que Alvo Dumbledore o esperava lá.


- Papoula me pediu para ficar aqui, lhe aguardando para entregar-lhe este bilhete.


- Onde ela está? Preciso muito falar com ela. Muito mesmo professor.


- Sim eu sei. Eu também preciso falar com você. Papoula foi atrás de sua luz. Aparentemente tem que impedir um certo casamento...


- oh não.  – ele já foi se rendendo, suspirando, balançando a cabeça. – e agora?


- senhor Black, o senhor nunca me pareceu o tipo de homem que eu esperaria uma desistência.


Sirius nada disse.


- creio, - respondeu o velhinho de barbas brancas – que as respostas que o senhor veio buscar estão nesse bilhete.


O homem grande, sábio e barbudo oculozinhos de meia lua para Sirius, e entregou-lhe o bilhete.


- Pensei em muitas coisas para lhe dizer, mas Poppy o conhece bem mais que eu, baseou-se, suponho, nos relatos de Violet sobre a sua pessoa, e concluiu que você viria aqui hoje a noite, você sabe o que fazer.


Eram apenas quatro palavrinhas. Quatro palavras rabiscadas por alguém que saiu com pressa.


Logo ele também saiu com pressa. Mas pode ouvir um “Feliz Natal” que Alvo Dumbledore disse, da Ala Hospitalar.


“Atrás da última estufa”


Ele precisava dar uma gargalhada ensurdecedora. Mas não podia parar de correr.


Madame Pomfrey sabia que ele iria lá. Sabia que precisaria descobrir onde Violet estava. De certa forma, sabia que ele a decepcionaria, a ponto dela precisar ir se esconder.


Correu pelo castelo. Correu por si. Correu pela noite. Correi pelo gramado. Correu pela primeira estufa. Correu por Violet. Correu pela sexta estufa. Correu pelos dois.


Chegou na penúltima, e correu por amor.


Não importava. Nada mais importava quando ele chegou e a viu lá, sentada naquele banquinho.


Ela levantou a cabeça quando o viu ali parado arfando.


- Mas que belo condicionamento físico para um artilheiro invencível.


Ele estendeu uma mão pedindo tempo, enquanto a outra segurava o peito, para garantir que continuaria respirando.


Caminhou vagarosamente para perto dela.


- voc-você não está pensando mesmo... – uma respiração mais funda – você não está pensando mesmo em ir em algum lugar, não está noite. Está Violet?


-sim estou.


- não você não está. Uma parte de você sabe que quer. A outra não. Mas nós dois sabemos que se você tivesse de ter ido a algum lugar hoje, você já teria ido. Não estaria aqui, num lugar onde tão poucas pessoas no mundo poderiam te encontrar.


- você foi atrás dela. – Violet sorriu, então ele se importava, se importava de verdade.


- sim, eu fui.


Ainda lá, parado com o peito arfando, cada sentimento explodindo, ele ainda era a pessoa mais sexy do mundo. Ela se aproximou, com cuidado, mas se aproximou.


- eu tenho medo.


- eu sei.


Ele a abraçou, e ela se aconchegou naquele peito.


- eu sou medrosa.


Ele sorriu;


- eu sei.


- eu te amo.


- eu sei.


- vale a pena?


- É você quem deve responder.


- É que ás vezes, o que mais se quer nunca chega.


- Verdade. Mas as vezes o que nem se imagina, vem primeiro.


- eu tenho medo. – murmurou ela novamente.


- quando o que mais se teme acontece, você está livre para não temer mais nada.


- Vale a pena?


- É você quem deve responder. Mas eu te amo. Tão mais forte que um nascer do sol.


Foi um sentimento de conforto. De cumplicidade.


Foi um calor tão certo, que nem os flocos de neve poderiam esfriar.


Foi um beijo bom. Demorado, seguro.


Foi uma véspera de Natal mágica.


Um anúncio bem grande que gritava; “o resto de suas vidas”.


Para alguns esse foi o felizes para sempre. Mas para eles, era apenas o era uma vez.


 


                                                                    ~- ~


n/a: eu não acredito que acabou. O que quer dizer isso? Poxa! Eu quase chorei.


E nem foi por causa do capítulo em si, mas por que é o último capítulo. O último capítulo.


Essa foi a fic da minha história. O meu xodó chama-se sometimes. Eu amo essa fic com todo o meu coração.


As coisas não foram como eu planejei, essa fic ia ter, pelo menos mais 5 capítulos. Mas é que já fazem três anos que eu escrevo essa fic. E como dizia o poeta “Sempre é bom saber quando uma etapa chega ao final...” por uma razão ou por outra, eu precisei terminar essa história. Eu não gostei muito desse capítulo como Sometimes. Gostei como capítulo, mas achei que distoou muito do resto da fic. Até por isso eu quis acabar mais cedo.. Como faz muito tempo que eu comecei essa fic, acho que meu jeito de escrever mudou, e isso acaba afetando na fic. Quem sabe um dia eu terminou essa história como quis, e deixou esse como um final alternativo?


Obrigada a Fernanda, você sabe muito bem que foi a minha primeira beta, aquela que leu minha história e disse “não pare”, você que me aturou no msn por tanto tempo, e agora ainda se preocupa comigo, nas raras ocasiões que eu ainda dou as caras por lá, você que me cobrou cada capítulo, que me ouviu nas minhas horas, eu te amo muito blond, essa fic é quase mais sua do que minha.


Chel. O que eu falo de você? Beta linda!


Florzinha que iluminou minha vida. Muito obrigada por tudo.


Cada leitor, eu sei que não tenho muitos, mas agradeço a vocês.


Com um aperto no coração devo dizer que isso, é tudo pessoal.


 




 


 


 

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