Acertos finais



Escolhas – Capítulos 9
Acertos finais

Num primeiro momento, Hermione decidiu que iria para casa, mas sozinha, só iria pensar em coisas ruins, então achou melhor andar pela cidade. Então, foi até o Beco Diagonal, que ainda tinha algumas lojas abertas, estava tudo muito enfeitado, e algumas família tinha tido a mesma idéia que ela, e também passeavam pelo lugar.

Ver todas aquelas pessoas felizes era doloroso demais, como pode escolher algo diferente disso? Como pode achar que teria uma vida melhor longe de Ron?

Antes que as primeiras lágrimas se libertassem, decidiu ir embora daquele lugar. Alguns minutos depois, olhou de relance para um banco e achou que tinha visto alguém conhecido, quando se aproximou, pode ver que era aquela garotinha que tinha mudado toda a sua vida. Tentou se controlar, mas quando percebeu, já estava na frente dela.

- Por que você fez isso? – Hermione falou, tentando parecer calma.

A garotinha apenas sorria.

- Responde! – ela gritou. – E agora? Como vou sobreviver a essa vida? Você não pode brincar desse jeito com a vida das pessoas !

- Eu não sei o que você está falando...

- Como não sabe? – e segurou no ombros da menina, começando a balança-la. – Volte tudo como estava, ou pelo menos antes de eu saber como poderia ter sido.

- Moça, fica calma... – e olhava, um pouco confusa, para Hermione.

- Ficar calma? Como, se eu tenho que voltar para aquele maldito Flat? Para aquele maldito Ministério? E...

Antes de continuar, Hermione olhou para os lados e viu que todos em sua volta a observavam, e largou a garotinha. Segundo depois, um homem e uma mulher correram em direção a menina, enquanto olhavam Hermione um pouco assustados, que então, aparatou.

---

Seu escritório no Ministério estava exatamente do jeito que havia deixado antes de toda a confusão.

- “Pelo jeito, era mesmo só um sonho” – pensou, desanimada.

Se nada havia sido real, continuaria com as mesmas incertezas. Valria a pena lutar por Ron sem saber o que estava por vir? Tinha sido por isso que havia deixado, na primeira vez. E se nada daquele futuro se realizasse? Afinal, já tinha feito sua escolha, já estava sozinha, com o emprego que sempre detestou e ele nem morava mais naquele país.

Olhou tristemente a sua volta, e lamentou com a cabeça baixa sobre a mesa. Já tinha passado a vergonha de ir atrás de Ron e ficar sem saber o que fazer, ou dizer, mas também, o que poderia ser pior?

- Que vida maldita... – sussurrou, enquanto voltava a sua postura normal, aos poucos.
Quando terminou de se indireitar na cadeira e abriu os olhos, Ron estava a sua frente. Parecia surreal demais, para ela tomar um susto.

- Como você entrou aqui? – Hermione perguntou, meio sem pensar.

- Eu disse a segurança que conhecia você.

- Se todo mundo que disser que conhece alguém, entrar assim...

- Eu acho que deve ser um pouco mais fácil para jogadores famosos de quadribol – e foi se aproximando da amiga, que se encolhia, aos poucos.

- Mas mesmo...

- Hermione, - a interrompeu – não sei o porque do choque, mas acho que precisamos conversar.

- Choque? Eu? Além de que, tenho muito o que fazer – e mexeu em alguns papéis em sua mesa.

- É Natal, duvido que você tenha algo coisa urgente para entregar.

- Não vou entregar hoje, só estou atualizando algumas coisas atrasadas, adiantando outras...

- Você foi atrás de mim hoje, - disse enquanto segurava as mãos da amiga, para que ela parasse o que estava fazendo – precisamos conversar.

- Ron... Eu nem sei por que fui atrás de você.

- Eu também pensei em você nesses dias, talvez seja algum tipo de sinal. Entramos em sintonia, como nos velhos tempos – a encarou e foi se aproximando aos poucos

- Não, não – e virou o rosto, evitando o olhar nos olhos. – Você não pode mudar a sua vida por minha causa, não depois de tudo que eu fiz e te disse.

- Mudar minha vida? Eu não fiz nada.

- Fez uma viagem até aqui por nada.

- Somos bruxos, Hermione – disse, parecendo achar engraçado.

- E você deveria estar passando o Natal com seus familiares na Toca.

- Então, - pegou nas mãos dela, novamente, a fazendo levantar – venha comigo, vai ser divertido.

- Não, Ron, eu prefiro ficar sozinha.

- Por que?

- Porque... Porque é estranho, nós nos separamos à anos, não vejo ninguém da sua família a muito tempo, não posso simplesmente aparecer por lá.

- Não seja boba, nós sempre vamos recebe-la de braços aberto. Ninguém deixou de gostar de você por termos nos separados. Além de que, mamãe e Gina ainda insistem que a culpa foi minha – e revirou os olhos.

- Ron... Você não entende, me trás muitas lembranças...

- Não tente se isolar assim. Antes de tudo, lembre-se que somos amigos, bons amigos. Sempre passamos por tudo juntos.

Hermione voltou a se sentar e colocou as mãos no rosto. Ron pode perceber que ela estava chorando.

- Tudo bem, Hermione Se você está se sentindo mal com a minha insistência, eu vou embora.

- Não, Ron. Estou chorando por minha causa – e então se levantou e o abraçou. – Como eu queria poder voltar no tempo...

- Mione... – e a abraçou mais forte. – Me conte qual é o problema...

- O problema sou eu, eu e a minha burrice, eu e a minha vontade de controlar tudo e todos a vinha volta, eu, que nunca dei crédito as minhas emoções, meu cérebro sempre pareceu certo demais, para eu duvidar de algum julgamento que ele fizesse.

- É alguma coisa que aconteceu no Ministério?

- É sobre nós, Ron – e se afastou. - Eu nunca deveria ter recusado o seu convite para ir a Irlanda.

- Não se sinta culpada. Quem poderia saber o que ia acontecer? Talvez não tivesse dado certo e nem mais amigos nós fossemos.

- Você não sabe o quando daria certo...

- Então... – e a olhou nos olhos. – Por que não tentamos de novo?

- Ron...

- Eu ainda te amo, Hermione.

Ela o olhou um pouco surpresa.

- Por que essa cara? – ele sorriu. – Você achou que eu já tinha te esquecido?

- Como você pode não ter me esquecendo? Depois de tudo que eu fiz, de ter deixado todos para trás...

- Bem... Você sempre foi muito teimosa, talvez um pouco mais dessa vez, mas nada que eu não possa lidar.

Hermione o encarou por alguns minutos, parecendo tentar absorver todas as informações. Então, o abraçou mais uma vez.

- Eu te amo, Ron. Prometo que dessa vez...

- Não, - a interrompeu – não prometa nada. Se você me ama também, temos tudo para fazer dar certo.

Ambos sorriram e então se aproximaram para um longo beijo.

- Nossa, - Hermione começo – quem diria que aquele Ron tapado iria se tornar um perfeito cavalheiro.

- Ei!

E antes que ele pudesse argumentar, os dois aparataram para A Toca.

***

- Hermione, senta por favor! – Ron a chamava, enquanto ajeitava algumas coisas na toalha estendida no parque, próximo a casa deles. – Cuidado com o bebê!

- Mas a Liz está indo para longe – disse, olhando para a garota que corria sorridente atrás de um gato.

- Então deixa que eu vou atrás dela – e se levantou. – Continue arrumando a cesta do piquenique.

Ron foi até a menina, que estava a alguns metros deles. Quando se aproximou, a pegou no colo.

- O papai já não disse que não é para você se afastar da gente, bonitinha? – e sorriu.

- Mas o bichento estava indo para longe – respondeu, manhosa.

- Isso não é desculpa – e seguiu para onde a esposa estava. – Não seu por que a Hermione arrumou outro gato... – resmungou.

- O que, papai?

- Nada, nada...

- Vem Bichento! – a menina chamou o gato, que os seguiu.

Hermione estava sentada, encostada numa árvore, acariciando sua barriga de quase 8 meses e lendo alguns papéis. Quando Ron colocou Liz no chão, a menina correu em direção da mãe

- Quando é que a minha irmãzinha vai chegar, hein mamãe?

- Eu não ainda sei, mas não deve demorar muito, e pode ser um irmãozinho.

- E como ele vai?

- Se for menino, vai ser...

- Não tão rápido – Ron interrompeu. – Você já escolheu o nome da Liz, Amor, agora é a vez.

- Mas... – disse receosa por já ter um nome em mente.

- Mas nada, eu já prometi para a minha mãe que o meu filho teria o mesmo nome do que um tio que a ajudou bastante, então, se for menino, será Christopher.

Hermione sorriu, aliviada e parecendo muito satisfeita. Liz e Ron começaram a discutir alguns outros nomes e apelidos, de meninos e meninas, e a esposa do ruivo pegou alguns papéis na cesta de piquenique.

- O que é isso, Mi? – Ron perguntou olhando para os papéis, assim que percebeu.

- Alguns contratos para patrocínio do F.A.L.E. – respondeu naturalmente. – Olha Liz, - e colocou a mão na cesta – a mamãe trouxe vários livros para você, tem bastante figuras.

A menina os pegou animada.

- Nada disso – e tirou os papéis da mão de Hermione. – Sem fale por hoje.

- É F.A.L.E., papai – Liz corrigiu, Ron apenas sorriu.

- Você também, princesinha – e pegou os livros. – Ler, num parque, num dia tão bonito? Sem chance.

- Mas, Ron... – Hermione protestou, achando engraçado.

- Está cedo demais para fazer dela uma sabe-tudo – e fez algumas cócegas na menina, que riu bastante.


- Papai, você não falou que hoje eu ia voar na sua vassoura? O tio Harry também prometeu que ia me ensinar.

A esposa lançou o olhar de poucos amigos para Ron, que apenas engoliu seco.

- Você ainda está muito nova para voar, Liz – começou Hermione. – Vassouras podem ser perigosas.

- Mas não tem idade para você, - retrucou a menina, chateada - a senhora não voa.

- Eu sei, – e sorriu – mas é melhor ficarmos só nos livros mesmo.

- Ah Hermione – disse Ron se levantando e transfigurando uma vareta próxima, em uma pequena vassoura. – Deixa eu ensinar a Liz, só um pouquinho...

Ela decidiu desistir, e deu de ombro sorrindo. E voltou a sua leitura, enquanto acariciava sua barriga. Horas depois, Liz e Ron voltaram para comer e a menina dormiu no colo do pai logo depois.

- Que diria – disse Ron acariciando o cabelo de Liz e a olhando carinhosamente.

- O que? – perguntou Hermione, e sorriu com a cena.

- Que um dia eu seria pai.

- E um ótimo pai – e se aproximou dos dois.

Ambos sorriram um para o outro e voltaram a admirar Liz.

- Obrigado, Hermione – e a encarou.

- Obrigado por que? – perguntou, sem entender.

- Por que estar comigo nesse momento, pela Liz, pelo filho que vai chegar, e até por a sua doidera repentina em ressuscitar esse irritante fale...

- F.A.L.E., Ron – o interrompeu, achando graça

- É, eu sei – e também sorriu. – Até o que me irrita é perfeito em você. Duvido que seria feliz assim se estivesse com outra pessoa.

- Você não tem que agradecer, nós damos certo juntos – e apertou a mão dele e ambos sorriram mais um vez. – A gente se completa, e apesar de tudo que já passamos, sabemos que no fim sempre vai dar certo.

- Eu te amo, Hermione.

- Eu também te amo, Ron.

E se aproximaram para um beijo.


Fim!

Bom, esse é o último capítulo da fic. Não sei se ficou como vocês esperavam, mas torço para que tenha gostando. Talvez eu perceba que mais coisas deviam ser contadas e faça uma continuação, mas estou com planos para outro fics nos momento, então não devo pensar mais em “Escolhas” por um bom tempo.
Muitíssimo obrigado a todos que leram a fic e deixaram comentários, eram eles que me faziam continuar a fic e me deixavam também me sentindo um pouco culpada por não atualiza-la. Também tenho que me desculpar por todas as demoras nas atualizações, eu sei o quanto é ruim ter que esperar, mas eu realmente estou com muito pouco tempo.
Bom, não tenho palavra para agradecer a todos vocês que acompanharam “Escolhas”, é muito bom abrir a página da fic e ver que tantas pessoas lêem e gostam da fic. Muito obrigado, mais uma vez.

Bjs
Teka Weasley

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