Capitulo 2



Obs1:Capitulo dedicado a Fernanda Destro que está fazendo aniversário hoje!!!!PARABÉNS QUERIDA!!!!Tudo de bom pra ti!!!!Bjux!!!!Te adorooooo....



CAPÍTULO II

Hermione desejou ter a mesma confiança de Luna. Estava começando a se perguntar se havia al­go errado com ela. Não que fosse fútil, mas sabia que era bonita e nunca tivera problema em encontrar homens interessantes. Mas por algum motivo, nunca dera em nada. Ela sempre se apaixonava e se desinteressava num passe de mágica.
Talvez nunca encontrasse aquele homem especial, pensou, sombria, e talvez nem pudesse mais contar com Harry. Os dois haviam combinado que se chegassem aos quarenta anos soltei­ros, casariam um com o outro.
Hermione se lembrava de ter achado graça daquela promessa. A verdade era que nunca lhe ocorrera que Harry pudesse se casar. Ele era tão contido que era difícil imaginá-lo partilhando a vida com quem quer que fosse.
Hermione encontrou-o instintivamente. Ali estava ele, com Aisling pendurada em seu braço como de hábito.
Determinada, Hermione mudou de posição para olhá-lo melhor. Pronto. Agora podia ver Harry perfeitamente, enquanto ele con­versava com Rony. Harry usava um terno marrom e uma camisa bege, impecável, que fazia a pele bronzeada parecer ainda mais dourada que o habitual.
Ele ficava incrivelmente bem em roupas formais, pensou ela. Mesmo naquele momento, vestido de maneira parecida com a maioria dos homens no jardim, ele tinha o ar seguro e confiante de um homem que ficaria perfeitamente à vontade desbravando uma selva de roupa caqui ou bebericando champanhe em um jardim inglês.
Hermione examinou-o com cuidado. Harry não era bonito como Will, mas também não era de se jogar fora. Tinha belos olhos e linhas finas nas pálpebras causadas pela exposição continua­da ao sol.
À boca também era interessante, pensou Hermione, maliciosa. Não era o tipo de boca que se sobressaísse a princípio, Harry era quieto e tranqüilo demais para tal, mas certamente podia fazer uma mulher estremecer.
Naquele momento, Rony virou-se para conversar com outra pessoa e Hermione viu Harry estreitar Aisling nos braços e beijá-la intimamente. O beijo provocou em Hermione uma dor tão inespera­da, que obrigou-a a se curvar, quase derramando o champanhe.
Ela desviou o olhar de modo abrupto. Aquilo não estava cer­to. Ela costumava ser o centro das atenções e não alguém que ficava pelos cantos, sentindo-se excluída. Era hora de circular e de espalhar aquele charme pelo qual era tão famosa.
Foi tão bem-sucedida que no fim da festa um dos irmãos de Gina pediu-a em casamento. Hermione recusou a proposta delica­damente, mas não conseguiu evitar a satisfação interior. Podia estar com quase trinta e três anos e não ser a "rainha do camping" como Aisling, mas havia homens que a desejavam, mesmo que só tivessem vinte e um anos e que estivessem inebriados com o champanhe da festa.
De repente, ela deu-se conta de que devia exercer alguma atração sobre homens mais novos. Mais cedo, flagrara-se no centro de um grupo de rapazes. Evidente que a admiração deles a deixava envaidecida. Era bom se sentir desejada para variar, pensou, desviando os olhos para Harry e Aisling, que continua­vam abraçados no jardim.
Determinada a mostrar a Harry que estava se divertindo lou­camente, Hermione permitiu que cada um dos seus admiradores a conduzisse pela pista de dança sob os acordes dos ritmos esco­ceses e riu alto, jogou os cabelos para trás e disse a si mesma incontáveis vezes que estava se divertindo.
De onde estava, Harry a viu encantar o rapaz com quem dan­çava. Ele não devia ter mais de dezesseis anos e provavelmente mal acreditava na própria sorte. Harry já vira a facilidade com que Hermione encantava os homens. Nem mesmo o tio-avô de Gina, famoso por seu mau humor, ficara imune ao charme dela.
Era assim desde que a conhecera. Harry lembrou-se da primeira vez em que a vira. Ela havia entrado na sala de aula, morena, linda e glamourosa em meio a todas as outras estudantes e quando ela sorrira e se sentara ao seu lado, Harry arregalara os olhos como o rapaz com quem ela estava dançando naquele momento.
Mesmo naquela época, Hermione já era uma estrela. Harry nunca imaginara que poderiam ser amigos. No entanto, quando co­meçou a conhecê-la, Harry ficara impressionado ao descobrir co­mo ela era amistosa, natural e divertida. Hermione podia parecer uma princesa, mas tinha uma risada contagiante.
Apesar de tudo, Harry nunca tentara tirar vantagem da inti­midade que surgira entre eles. Seu papel era o de amigo, do único homem constante em todos os altos e baixos da vida ro­mântica dela.
E Harry nem se incomodava, ou dizia a si mesmo que não. Assim podia vê-la e ficar perto dela de um jeito que os homens que entravam e saíam da sua vida amorosa não podiam. Eles nunca duravam muito tempo. Hermione podia parecer sofisticada, mas por baixo daquele verniz batia um coração verdadeiramen­te romântico, determinado a não se conformar com alguém que fosse menos que perfeito.
Talvez essa pessoa fosse Will. Para Harry, ele não parecia perfeito, mas Harry nunca entendera o gosto de Hermione para ho­mens. Ele sorriu ao vê-la na pista de dança, se movendo gra­ciosamente e rindo como de hábito. Enquanto girava, os cabelos longos voavam em torno do rosto alegre e a saia parecia flutuar ao redor das pernas espetaculares.
— Harry! — chamou Aisling e ele se deu conta de que devia estar atento a ela e não preocupado com outra pessoa.
Não teria chance de dançar com Hermione até bem mais tarde naquele dia.
— Eu estou cansada — Hermione desculpou-se quando ele a con­vidou para dançar.
— Cansada? Você? Nunca!
— Eu estou — protestou ela. — Estou dançando a festa toda. - Determinada, Hermione abanou o rosto corado para não revelar sua relutância. — Convide Aisling.
— Ela está dançando com Rony.
— Eu estou exausta, Harry. Juro — insistiu ela. Mas Harry estava determinado.
— Isso não vai gastar sua energia — disse ele quando a banda começou a tocar os acordes lentos de uma música romântica. — Só precisamos ficar lá e balançar um pouco o corpo. Até porque, eu não saberia ir além disso. — Ele estendeu a mão novamente. — Vamos lá, Hermione, você agüenta. Sou apenas eu!
Era verdade. Era apenas Harry. Hermione tentou se concentrar naquilo enquanto aceitava a mão estendida e o seguia para a pista. Não tinha como recusá-lo, sob o risco de ele achar que havia algo errado. E não havia. Era apenas Harry.
Apenas os braços de Harry em torno dela. Apenas o seu peito musculoso tão provocantemente perto. Apenas o rosto repousan­do sobre seus cabelos castanhos. Já haviam dançado daquele jeito incontáveis vezes. Qual seria a diferença naquele momento?
— Lindo casamento — disse Hermione, engolindo em seco.
— E você parece estar se divertindo muito — disse ele, mais divertido que enciumado. — Que interesse é esse em rapazes tão novos, Hermione? Perdi a conta dos rapazes que você seduziu e abandonou nesta noite — prosseguiu ele, alegre. — Eles vão passar os próximos vinte anos sonhando encontrar uma mulher como você e a maioria vai acabar decepcionada.
— Você nunca se incomodou com isso — disse ela, mais agressiva do que tencionara. Harry afastou-a um pouco e olhou-a, confuso.
— Era diferente.
— Eu sei — disse ela.
Por quê? Por que ele nunca a desejara como os outros ho­mens? Por que nunca insinuara querer nada além de amizade? Porque ela teria ficado perplexa, lembrou Hermione, honestamente. De repente, estava sentindo muita vergonha de Harry. A medida que o silêncio foi se prolongando, ela sentiu-se tentada a per­guntar como ele estava indo no trabalho.
— Muito bem — disse Harry, quase aliviado por ela ter tomado a iniciativa de romper o silêncio. — As coisas decolaram desde que Aisling uniu-se a nós. O apoio dela na CBC, o nosso maior cliente, tem sido muito útil, já que ela sabe bem como as coisas funcionam.
— É mesmo? — disse Hermione, tentando fingir interesse.
— Temos a chance de conseguir um grande contrato. É uma chance que fará toda a diferença.
— Por que é tão importante?
— Porque significará uma expansão internacional. — Harry estava entusiasmado. — A CBC é baseada em Paris, mas eles têm subsidiárias no mundo todo. Recentemente, nós fizemos um trabalho para a matriz e agora eles querem que implante­mos o mesmo sistema de treinamento mundialmente.
— Que maravilha, Harry! — exclamou Hermione, impressionada.
— O problema é que todas as filiais são muito independentes e a maioria é resistente à idéia dos treinadores partirem da ma­triz. Em alguns países, é vital estabelecer um relacionamento pessoal com os principais executivos antes de começar a fazer negócios.
— Mas você não tem como sair pelo mundo, se apresentando a cada filial!
— É verdade — ele concordou, sério. — Mas uma vez por ano, a CBC convida seus principais executivos para uma sema­na com todas as despesas pagas. O objetivo é oferecer uma ocasião social para premiar os melhores desempenhos, mas o encontro também garante que todos fiquem alinhados sob a mesma filosofia.
— Eu adoraria partilhar a filosofia de uma empresa que me desse uma semana de férias com tudo pago — Hermione admitiu, feliz pela conversa estar conseguindo distrai-la da perturbação que a proximidade de Harry provocava.
— Esta é a minha Hermione!
— E onde vão ser essas férias? — perguntou ela depressa, desviando os olhos do pescoço dele.
— Nas Ilhas Seychelles. Eles reservaram um hotel em uma daquela ilhas e a CBC sugeriu que eu fosse junto. Eles acham que seria uma ótima oportunidade para eu conhecer várias pessoas.
Só Harry era capaz de soar tão profissional ao receber um convite de férias nas Ilhas Seychelles.
— E você vai?
— Esse tipo de programa não é exatamente o meu estilo — disse ele, dando de ombros. — Mas Aisling acha que eu devo ir.
Que surpresa, pensou Hermione, irônica.
— E ela também irá?
— Sim. — Se Harry percebeu o tom crítico na voz dela, não deu a entender. — É ela quem tem todos os contatos e disse que é importante eu conhecer as pessoas e falar sobre o que podemos fazer por eles.
— Aisling tem razão — concordou, fria. — Mas eu não sei se consigo imaginá-lo nessas férias na praia.
— Ah, não! — Harry estremeceu com a idéia. — Eu ficaria louco se tivesse que passar o dia todo estendido ao sol, mas Aisling disse que sempre há muitas atividades nesses eventos.
— Ah... — Hermione estava começando a ficar enjoada de ouvir o que Aisling havia dito.
— É parecido com os trabalhos que fazemos em expedições para motivar o trabalho em equipe e a confiança. Atividades como mergulho ou escalada são excelentes formas de as pessoas de diferentes escritórios se conhecerem e criarem elos mais pro­fundos. Quando as pessoas são desafiadas, elas tendem a me­lhorar sua habilidade de comunicação.
— É o que você sempre diz... — Hermione pensou que nunca tivera a menor dificuldade em se comunicar pelo telefone, sen­tada em um sofá.
Harry sorriu.
— Eu sei que a sua idéia de ar livre não vai além de uma varanda, mas as pessoas costumam render muito quando são chamadas a fazer coisas que nunca fizeram antes.
— Qual é o problema em ficar deitado sobre a areia branca? Você sabe que pode trabalhar com a mesma eficiência a partir do bar da praia.
— Nem todos têm a sua habilidade de relacionar-se tendo a sua frente uma pina colada.
— Isso é muito mais útil do que mergulhar. Como você pre­tende fazer negócios embaixo d'água? Você só vai poder gesti­cular e fazer bolhas de ar! Eu vi na televisão — desafiou Hermione, amuada.
Harry riu.
— Você detesta a idéia de molhar os cabelos. Felizmente, Aisling não é tão radical nessas questões.
É claro que não. Aisling usaria roupas práticas, prenderia os cabelos e deixaria os saltos altos para trás, pensou Hermione irritada. Se ela preferia passar uma semana debaixo d'água, com um tanque preso às costas em vez de em uma espreguiça­deira, em uma praia tropical, era problema dela!
— Por falar nisso, você teve chance de falar com Luna? — disse Harry, girando Hermione.
Ele a apertou um pouco para mantê-la equilibrada e aquilo foi suficiente para fazer o coração de Hermione disparar.
— Falar com Luna? — repetiu Hermione, lutando para con­trolar-se.
— Sobre a mudança de Aisling.
— Ah, sim. Eu falei. — Hermione respirou fundo, torcendo para que a música parasse e Harry se afastasse um pouco. Seria mais fácil concentrar-se.
— E o que ela disse?
Por um momento, ela desejou poder jogar a culpa em Luna, mas sabia que não seria justo.
— Ela deixou a decisão por minha conta e, para ser honesta, eu acho que gostaria de ficar sozinha na casa por algum tempo.
Pronto. Aquilo era bastante razoável e soava bem melhor do que dizer "eu preferiria morrer a ter que dividir uma casa com Aisling".
— Está bem — disse Harry. — Mas Aisling vai ficar desapon­tada. Ela gosta muito de você.
Hermione não acreditava naquilo. Aisling podia ser educada, mas seus olhos sempre haviam tido um ar frio, que era apenas um reflexo da forma como a própria Hermione se sentia.
Como Harry podia ser tão ingênuo? Ele devia estar enfeitiçado por Aisling se acreditava em cada palavra que ela dizia. Para alívio de Hermione, a música acabou e Harry deixou-a ir.
— Espero que ela encontre logo outro lugar — disse, forçan­do-se a ser agradável. — Até porque tenho certeza de que há lugares mais próximos para ela do que Tooting.
— Talvez — disse Harry, tranqüilo. — Bem, enquanto isso, ela pode morar comigo. Seria o máximo da conveniência.
— O quê? — perguntou Hermione, mortificada.
— Bem, ela tem de morar em algum lugar — racionalizou ele. — Ela precisa desocupar o apartamento até o fim da pró­xima semana e não tem outro lugar para ir.
— Mas você nunca quis ninguém morando com você antes!
Ele deu de ombros.
— Aisling é diferente. Ela é uma pessoa especial. Nós nos damos bem e temos muito em comum.
— Você não acha que vai ser um pouco demais? Morar e trabalhar junto?
— Não saberemos se não tentarmos, não é? Até agora, con­seguimos separar bem a parte profissional da pessoal. Acho que vai dar certo.
Pronto. Hermione mal podia acreditar em quão desastrosa aca­bara sendo a sua recusa. Ela nunca sonhara com a possibilidade de Harry convidar Aisling para morar com ele. Justo ele, que sempre prezara tanto a própria privacidade! As outras namo­radas nunca haviam passado mais do que um fim de semana e nem deixado mais do que uma escova de dentes.
Hermione não gostava daquilo. Antes, sempre soubera como en­contrar Harry sozinho, mas agora ele passava o tempo todo com Aisling. Conforme as semanas após o casamento de Gina foram passando, ela começou a vê-lo cada vez menos. E quando o via, buscava sinais de que ele estivesse se sentindo sufocado pela presença de Aisling, mas para seu desespero, os dois pareciam perfeitamente felizes.
E ela só podia culpar a si mesma. Ela os fizera morar juntos e agora teria que aceitar a situação. Mas não era obrigada a gostar. Sentia terrivelmente a falta de Harry e da sua amizade.
Por algum tempo, jogou suas expectativas em Will e conven­ceu-se de que tudo seria diferente quando ele voltasse de Hong Kong. Só que não foi. Hermione gostou de vê-lo novamente e os dois conversaram bastante, mas não era mais a mesma coisa.
— Eu sinto muito — disse ela, mortificada. — Não é você. Eu não sei o que há de errado comigo.
— Não se preocupe — disse Will, revelando-se um cavalheiro compreensivo. — Ainda podemos ser amigos.
De certa forma, Will assumiu o papel de Harry, apesar de não conhecê-la tão bem quanto o velho amigo. Hermione sabia que Will logo arrumaria outra namorada, mas enquanto isso não acon­tecia, eles pareciam estar se dando muito melhor no papel de bons amigos.
Um dia, quando foram ao teatro, deram de cara com Harry e Aisling no bar, pouco antes do começo da peça. Aflita, Hermione agarrara a manga de Will na tentativa de fugir. Harry, por outro lado, ficou muito feliz ao vê-la.
— Hermione, você andou se escondendo? — Era evidente que ele não estava com o coração disparado como o dela, a ponto de ter conseguido inclinar-se para beijá-la, sem soltar os copos. — Faz tempo que não a vejo! — disse. Então, seus olhos pousaram em Will e sua expressão endureceu. — Ah, você voltou.
— Voltei? — perguntou Will, aturdido.
— Segundo Hermione, você estava salvando sozinho a economia mundial em Hong Kong, enquanto o resto de nós, mortais, ía­mos ao casamento de Gina.
— Eu não iria tão longe — disse Will, modesto. — Mas fe­lizmente conseguimos contornar aquela crise.
— Quando você voltou? — perguntou Harry, seco.
— Faz algum tempo...
— Eu lamento não ter ligado para você — interrompeu Hermione, passando o braço pela cintura de Will e inclinando-se para ele —, mas você sabe como é quando um de nós se afasta — pros­seguiu, apertando Will de leve. — Nós não temos ligado para ninguém, não é, querido?
Meio confuso, Will passou o braço em torno dela e confirmou suas palavras.
— Fico satisfeito que esteja tudo bem entre vocês — disse Harry, mas seu tom e seu olhar diziam o contrário.
— Ah, está tudo perfeito, não é, Will?
— Perfeito — ecoou ele.
— Mas chega de falar em nós. Como vão vocês? — perguntou Hermione, alegremente.
Harry entregou um dos copos a Aisling para poder abraçá-la como Will e Hermione estavam.
— Estamos ótimos — disse.
Seria imaginação de Hermione, ou havia um tom defensivo na voz dele?
— Você não costuma vir ao teatro, Hermione — disse Aisling. — Harry estava justamente dizendo que você sempre foi estrela de­mais para querer dividir as atenções com outra pessoa no palco.
Hermione podia imaginar Harry dizendo aquilo, mas não da forma como Aisling fazia parecer.
— Bem, eu também estou surpresa em encontrar vocês dois — respondeu ela, docemente. — Eu pensei que preferissem ficar ao ar livre, competindo para ver quem fica com as botas mais enlameadas e a toalha mais suja.
— Nós somos ativos — disse Aisling, com um sorriso tão forçado quanto o de Hermione. — Mas também apreciamos cultura.
Harry não parecia estar se divertindo. Hermione ergueu as sobran­celhas, mas antes que pudesse responder, Will puxou-a.
— Se você quer uma bebida, Hermione, é melhor irmos logo.
— É claro — ela concordou com um sorriso. — Vejo-os depois!
— Cultura! — explodiu ela, no momento em que se afasta­ram. — É só um musical! E Harry vai odiar.
— Você vai me contar o que foi aquilo tudo? — perguntou Will, estendendo um refrigerante para Hermione.
— Eu não queria que Harry soubesse que terminamos — disse ela, sem tentar disfarçar.
— Isso, eu percebi.
— Obrigada por me ajudar.
Will olhou-a, curioso.
— Eu pensei que Harry fosse o seu melhor amigo. Achei que ele seria a primeira pessoa a saber.
— Normalmente, seria — admitiu Hermione. — Mas ele ficou tão aborrecido com a sua ausência no casamento de Gina que eu mudei de idéia. Além disso...
— Além disso, o quê? — perguntou Will, curioso.
— Nada. — Ela não saberia explicar por que lhe parecera uma boa idéia fingir para Harry que continuavam apaixonados.
Will ergueu as sobrancelhas.
— Deve fazer umas seis semanas que Gina se casou. Você está me dizendo que ele ainda não sabe?
— Eu não tive chance de contar a ele — Hermione explicou, na defensiva.
— Você fez mais que isso agora. Mentiu para que ele pen­sasse que continuávamos juntos.
— Eu sei — ela admitiu, cheia de culpa. — É que eu não suporto a idéia de Aisling sentir pena de mim. Você viu como ela é. Ela bancaria a simpática e a boazinha, só porque está toda feliz com Harry. — Ela disfarçou a pontada de dor com um gole de refrigerante. — Você sabe que eles estão morando juntos?
— Ah...
— O que isso quer dizer? — perguntou Hermione, baixando o copo.
— Isso explica por que você está tão aborrecida.
— Eu não estou aborrecida. É que não gosto de Aisling. Harry e eu nos dávamos muito bem até ela aparecer.
— Mas o problema não é Aisling. É você.
— Eu?
— Você está apaixonada por Harry.
Hermione abriu a boca para negar veementemente. Estava de­terminada a dizer a Will que ele era maluco e que Harry era apenas um bom amigo e nada mais. Mas, por algum motivo, as palavras não saíram. Insegura, ela baixou os olhos e engoliu em seco.
— Eu estou certo, não estou? — perguntou Will, ao mesmo tempo que tocava o sinal para indicar o início iminente da peça.
Sorridente, ele pegou o copo de Hermione e colocou-o sobre uma mesa próxima. Então, pegou-a pelo braço e conduziu-a pela escada.
— Pobre Hermione. Parece que você foi atropelada por um ca­minhão.
Era exatamente assim que Hermione se sentia. Atordoada, ela deixou Will guiá-la até a cadeira. Depois de resistir por tanto tempo, ficara horrorizada ao ser confrontada com a verdade.
Como aquilo podia ter acontecido? Ela nunca amara Harry, pelo menos, não daquela forma nova e assustadora e não havia motivo algum para começar a amá-lo.
Hermione não queria aquilo. Queria voltar para o que tinham antes, mas sabia que era impossível. Enquanto se recusara a aceitar, estivera tudo bem, mas agora que Will atirara a ver­dade no rosto dela, não havia como recuar.
A verdade era implacável e inegável: depois de todos aqueles anos, estava apaixonada por Harry.





Obs2:Oiiii pessoal!!!!Capitulo postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Na sexta dia 06/06, que é meu aniversário, vou postar mais um capitulo de cada fic para vocês!!!!Bjux!!!!Adoro vocês!!!!

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