A última detenção.



Chegaram ao campo de Quadribol, e uma neva muito espessa estava sobre ele, quase impossibilitando a visão do céu.
- Al, como você quer que a gente treine se não dá pra enxergar nada lá em cima?
Perguntou Rose, enquanto eles se reuniam ao restante da equipe.
- Cara, a tua prima ta certa. Eu não acho que de pra gente treinar com essa névoa.
Disse David, um dos artilheiros. O resto do time limitou-se a concordar com Rose e David, mas Alvo estava convencido de que eles iriam treinar naquele dia.
- Ora, peguem seus óculos de proteção e lancem feitiços para que a névoa não fique na vista de vocês. Não pode ser tão difícil não é mesmo?
Os outros pegaram os óculos e lançaram os feitiços muito mal-humorados. O bom-humor de Alvo só estava piorando a situação. Se ele estivesse um pouquinho menos alegre, pensou Rose, talvez o treino não tivesse sido tão ruim. Gabrielle, a outra artilheira, foi atingida por um balaço de Reinald, que a confundiu com uma das balizas. O nariz da menina sangrava, seu olho estava roxo, e ela não conseguia mexer o braço, pois havia caído da vassoura com o impacto. Foi necessário que duas pessoas a acompanhassem à enfermaria, mas nem assim Alvo cancelou o treino. Eles continuaram ‘jogando’, até uma hora depois, quando ele finalmente notou, que continuar ia ser uma insanidade, levando em consideração os olhares matadores que estava recebendo por parte dos outros jogadores que haviam restado. Os jogadores então rumaram ao vestiário, tremendo de frio, e depois foram tomar café. Quando Rose estava saindo do vestiário para ir ao salão principal, viu uma silhueta se aproximando em meio à névoa, a silhueta foi se aproximando, até se tornar a figura distinta da professora de Runas, a senhora Orson.
- Senhorita Weasley!
Chamou ela. Rose se aproximou da professora.
- A graças a Deus, eu procurei pela senhorita a um século! Bom, em fim, a diretora quer ver você na sala dela o quanto antes Weasley.
- Certo professora, obrigada.
- Por nada, tenha um bom dia.
E então ela se retirou, deixando Rose lá parada, ela ficou só imaginando o que a diretora poderia querer com ela, em pleno Sábado por volta das sete e meia da manhã. ‘Bom, eu só vou poder saber se for lá’ pensou ela, e rumou para a sala da diretora. Murmurou a senha para a gárgula, e quando chegou lá, se deparou com a diretora tendo uma conversa com Scorpius Malfoy, ela notou Rose, e convidou-a a entrar e se sentar. Rose o fez, e então ela logo começou a falar.
- Bom, ambos devem estar se perguntando por que eu os chamei em pleno sábado praticamente de madrugada.
Começou ela, Rose e Scorpius apenas concordaram com a cabeça.
- Então, creio que os chamei porque vou precisar de um favor de ambos. O senhor, senhor Malfoy, gostaria que escrevesse ao seu pai, para que viesse à escola amanhã. E a senhorita, senhorita Weasley, gostaria que mandasse uma carta à sua mãe, e ao seu tio Harry. Pedindo para que os dois compareçam amanhã na escola.
- Mas por que professora?
Perguntou Scorpius nervoso.
- A questão é a seguinte, creio que essas pessoas em especial possam me ajudar a tratar de alguns assuntos com os quais venho me preocupando muito ultimamente, e que vocês já devem saber quais são.
- Mas... Você vai contar que pegamos uma detenção?
Perguntou Rose arregalando os olhos.
- Não creio que será necessário senhorita Weasley. Agora, creio que já tenha tomado tempo demais de seu Sábado. Senhor Malfoy, será que o senhor poderia se retirar enquanto eu dou uma última palavra com a senhorita Weasley, sim?
- Claro, com licença diretora.
E então ele se retirou. Depois que a diretora escutou o barulho da gárgula girando, ela começou a falar.
- Senhorita Weasley, creio que saiba da existência do Mapa do Maroto, que o seu tio Harry possuí.
- Sei sim senhora.
- Então, eu gostaria que incluísse na carta que eu pedi para que ele trouxesse o mapa consigo, sim?
- Claro.
- Ótimo, muito obrigada. Mande lembranças ao seu pai.
- Vou mandar, com licença diretora.
- Claro, claro, tenha um bom dia.
E então Rose se retirou. Ela nem teve vontade de ir tomar café da manhã. Preferiu investir o tempo refletindo sobre o motivo de a diretora precisar da sua mãe, de seu tio e do pai do Malfoy. E para quê ela precisava do Mapa do Maroto? Isso estava muito estranho. Foi então para o lugar em que mais gostava de ir quando queria pensar: Os jardins. Enquanto ela procurava um bom lugar para se sentar, viu a árvore de relance. A árvore onde Scorpius escondera sua pulseira. Ela deu um meio sorriso, quando viu que ninguém mais, ninguém menos que o próprio Scorpius sentado debaixo da árvore. Não sabia o que a havia levado a fazer isso, mas ela se aproximou da árvore, onde Scorpius estava.
- Posso ficar aqui?
Perguntou ela. Ele confirmou com a cabeça e acrescentou.
- A escola não é minha, você fica onde quiser Weasley.
- Hum, certo. Então, pra quê acha que McGonagall precisa dos nossos pais?
- Bem que eu gostaria de saber Weasley.
- É... Sabe, eu estava me perguntando uma coisa: Que plantas eram aquelas que estavam na estufa que foi roubada?
- Eu andei me perguntando a mesma coisa. Deve ser algo realmente poderoso.
- Uhum, deve sim.
E então eles ficaram em silêncio por mais um tempo. O silêncio entre os dois era uma das coisas que fazia Rose querer ficar na companhia de Scorpius naquele momento. Porque, de certa forma, era como se eles estivessem um tentando ler os pensamentos do outro no silêncio, e às vezes, era o que conseguiam fazer. Era uma sensação agradável.
- Scorpius, por que, de todas as árvores de Hogwarts, você prefere essa em especial?
Perguntou Rose quebrando o silêncio. Era uma pergunta muito pessoal, ela sabia, mas mesmo assim, tinha que fazê-la. Ele pareceu refletir a resposta por um momento, quando respondeu:
- Eu acho que essa árvore simplesmente exala um brilho especial Weasley. Isso é meio gay, e essas coisas, mas é que se você reparar bem, você realmente vê um brilho saindo dela, e é o mesmo brilho que eu vejo quando olho para as pessoas que eu realmente gosto.
Ela escutou as palavras dele. ‘Realmente gosto’ pensou ela consigo mesma. ‘ Ele realmente tem certa dificuldade em falar que ama alguém’ concluiu.
- Ah... Sim. Acho que faz certo sentido.
- Não. Não faz nenhum sentido. Isso é o mais estranho. Não tem sentido, porque árvores não emitem um ‘brilho’, nem pessoas.
- Sabe, as pessoas podem sim emitir um brilho especial. Depende da sua forma de enxergá-las.
- Besteira Weasley.
- Não é não. Mas deixa pra lá.
Mas silêncio. O clima continuou naquele silêncio constante por um tempo, até que Scorpius se levantou.
- Vou tomar café.
Declarou o garoto, e rumou para o salão principal. Rose ficou vendo-o se afastar, e decidiu ir tomar café também. Chegando ao salão principal, se deparou com o irmão sentado com Lílian na mesa da Grifinória, eles pareciam ter uma conversa animada, Rose achou melhor não ir sentar perto deles, porque eles estavam muito bonitinhos assim, e ela ia quebrar totalmente o clima entre os dois. Então se sentou perto de suas outras colegas de dormitório, dando alguns olhares para o irmão e a prima, e de vez em quando para a mesa da Sonserina. Scorpius estava conversando animadamente com alguns amigos, e Rose não conseguiu conter um pequeno sorriso que passou por seu rosto, ela corou e voltou sua atenção para as amigas. Ela começou a se perguntar onde Alvo estria ‘Deve estar se agarrando com a namorada ou algo do gênero, em fim’. O resto do dia transcorreu agradavelmente. Apesar das preocupações com o que a diretora queria com seus pais, Rose conseguiu afastar um pouco a idéia de sua mente, e até mesmo conseguiu afastar Scorpius Malfoy de sua mente. Tudo estava bom demais. Até que de tarde, quando ela lia um livro na frente da lareira, Alvo apareceu com um sorriso de ponta a ponta no rosto. Ele veio caminhando em direção de Rose, e falou sem a menor cerimônia:
- Eu já sei o que você faz toda noite.
Rose congelou. Ele descobrira sobre a detenção?
- Ah é?
Disse com o máximo de descrença que conseguiu reunir.
- É. Mas não se preocupe, eu não vou contar a ninguém.
Rose sentiu um certo alivio, mas não totalmente. Como ele havia descoberto?
- Como você descobriu?
- Ah, boa pergunta minha cara prima, eu basicamente estava passando ontem pelos jardins à noite e vi você lá com um garoto. Não sei quem era, não consegui ver seu rosto, mas mesmo assim, deu para ver que era um garoto.
Rose se sentiu totalmente aliviada, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Era isso? Alvo pensava que ela estava com um namorado novo?
- Hum, certo... Mas, o que você estava fazendo pelos jardins tão tarde?
Perguntou com um sorriso maroto. O primo corou.
- N-n-ada.
- Hum, sei. Bom, você não conta isso para ninguém, e eu não conto o que você estava fazendo para ninguém. Feito?
- Feito.
E os dois sorriram. Era uma situação engraçada. Talvez.
- Mas, diz aí, por que você não apareceu hoje?
Perguntou Rose.
- Ah, eu tenho dever de casa de uma semana inteira para botar em dia. Passei o dia estudando.
- Quer ajuda?
- Claro.
E Rose começou a ajudar Alvo com o dever de casa, já estava quase esquecendo que tinha que mandar uma carta à sua mãe e seu tio. Então, ela escreveu a carta e correu ao corujal para enviá-la, mas então se lembrou que Anib estava fora entregando uma carta à James. Ela precisou pegar uma das corujas da escola, e quando estava saindo do corujal, deu de cara com Scorpius, que subia apressado.
- Weasley.
Disse ele, talvez fosse um cumprimento. Pensou Rose.
- Hum, oi.
Respondeu ela.
- Já reparou que os nossos horários de enviar cartas sempre coincidem? Que coisa mais assustadora.
-Pode apostar.
Respondeu Rose. Eles ficaram simplesmente se encarando, por um tempo, até que Rose falou:
- Então... Eu acho que vou indo, tenho que ajudar Alvo com os deveres de casa atrasados e tudo mais... Tchau.
- Tchau Weasley.
E ela desceu as escadas, enquanto ele subia. Ela sentiu seu coração dando alguns pulos. Não, não podia, não podia estar apaixonada por Scorpius Malfoy. Só cogitar essa idéia era um tremendo absurdo. Ela se lembrou das palavras do professor Longbottom ao dar a detenção aos dois: ‘ Sendo assim, eu acredito em vocês, mas simplesmente porque vocês são vocês’. Está vendo? Até os professores sabiam que os dois se odiavam. Era assim que tinha que ser.
Quando ela chegou ao salão comunal, não encontrou Alvo em lugar nenhum. ‘Deve ter cansado de me esperar e foi para a biblioteca estudar sozinho’ pensou Rose, e achou melhor não ir atrás do primo. Voltou a conversar com as amigas, Joannah, e Gabriela, sobre qualquer assunto.
A noite chegou. Aquele seria o último dia de detenções de Scorpius e Rose. E por mais estranho que pareça, ela não estava sentindo a felicidade que queria sentir por isso. Ela estava até começando a, bom, gostar, da companhia de Scorpius.
Scorpius terminava de se arrumar para descer aos jardins. Era meio estranho não estar completamente feliz pelo fato de não precisar mais passar uma noite inteira com Rose. Ele terminou de se arrumar, e desceu aos jardins, meia hora adiantado.
Rose pulou o jantar, e foi direto aos jardins. Scorpius ainda não estava lá quando ela chegou ‘Também, com mais de meia hora de adiantamento... ’ Qual não foi a sua surpresa, se não, Scorpius Malfoy vindo ao seu encontro. Também com meia hora de adiantamento.
- Oi.
Cumprimentou ela quando ele já estava mais próximo. Por Merlin! Ele estava mais bonito naquela noite do que normalmente. Rose corou com os próprios pensamentos e abaixou a cabeça.
- Ah, oi Weasley. Chegou à muito tempo?
- Nesse instante. Acho que ambos estamos adiantados.
- É, acho que sim.
Ele se sentou ao lado dela na grama. Eles ficaram simplesmente se encarando, em silêncio. O jogo de encarada já estava começando a constranger os dois, então Rose disse:
- Vai ver o próximo jogo de Quadribol?
- Acho que vou sim, Weasley.
- Ah... Legal.
- É. Vai viajar nesse natal?
- Aham! Mal posso esperar. Os natais n’A Toca são simplesmente fantásticos!
Comentou ela com os olhos brilhando. Scorpius deu um sorrisinho, iria para casa no natal, mas os natais em casa não eram lá tão fantásticos. Seus pais sempre davam uma suntuosa festa para muitos amigos do casal, por isso, deixava de ser uma comemoração tão legal, levando em consideração que o pai passava a noite conversando com os amigos do trabalho, e a mãe conversando com as esposas deles. Ele estava realmente cogitando a idéia de ficar em Hogwarts, mas ia acabar ficando sozinho, e isso não teria a menor graça.
- Legal.
Ele respondeu por fim.
- Pode apostar! Mas e você, vai viajar ou ficar por aqui mesmo?
- Vou passar o natal com os meus pais.
Disse pouco animado. O tempo foi passando, e eles continuaram conversando, foi muito... bom, agradável. Chegada à meia noite, eles acharam que já estava na hora de voltar. Ambos se levantaram.
- Acho que acabou então.
Disse Rose, como se tivessem terminado algum projeto, ou algo do tipo.
- É, acho que sim Weasley.
- Hum... Posso perguntar uma cois...
Mas ela não conseguiu terminar a frase. Começou do nada a ver tudo triplicado. E depois, apenas a escuridão.
- ROSE! ACORDA!
Gritava Scorpius para a menina. Ela estava desmaiada nos seus braços, ele a segurara antes que ela batesse no chão. Ele estava desesperado. Carregou Rose nos braços até a enfermaria da escola, nem se quer pensando na idéia de usar um feitiço de levitação, que seria mais adequado já que suas mãos tremiam muito, e ele podia deixar a menina cair. Madame Pomfrey, estava dormindo. Scorpius depositou Rose em uma das camas da ala hospitalar, e correu para acordar a enfermeira, um pouco receoso de deixar Rose sozinha ali.
Rose abriu os olhos com esforço. O que havia acontecido? Por que estava na... Área hospitalar?! Ela tentou se levantar da cama, mas sentiu uma horrível dor de cabeça. Foi então que se olhar percorreu todo o ambiente. Alvo estava sentado em um dos sofás ao lado de sua cama. Ele parecia dormir, mas quando escutou o barulho que veio da cama da menina quando ela tentou se levantar acordou de súbito.
- AH, GRAÇAS A DEUS!
Gritou ele, parecia que acordara de um pesadelo.
- A-al? O que está acontecendo? Por que eu estou aqui? O que você está fazendo aqui?
Perguntou ela totalmente atordoada.
- Ei, calma aí Rosie. Você está aqui desde Sábado à noite.
- Como assim? Mas o que aconteceu?
- Bom, parece que o que eu venho dizendo desde o começo aconteceu. Você não come absolutamente nada. E por isso, acabou desmaiando bem na frente do Malfoy. Ele trouxe você aqui na mesma hora, e passou a noite aqui, para ver se você acordava. Rose, você poderia ter morrido sabe?
- Eu...Eu...
Então era isso? Scorpius a havia trazido até ali? Ele havia passado a noite ali? Um sorriso não pode deixar de se formar em seus lábios.
- Não faça muito esforço. Eu, Hugo e Lily estamos nos revezando para ficar aqui com você. Scorpius também passa por aqui constantemente para saber como você está. Acho que ele só não se mudou para cá até agora porque não pode, já que não é seu parente, e não pode perder as aulas.
Rose se sentiu envergonhada ao extremo. Alvo já a havia avisado. Scorpius já a havia avisado. Ela devia ter escutado os dois... ‘Por Merlin! Como eu pude ser tão burra?’
- Me... Me desculpa Al.
Alvo sentiu um pouco de pena da prima. Mas não queria demonstrar isso. Ela havia feito aquilo consigo mesma. Foi realmente uma burrice o que ela fez.
- Você não precisa me pedir desculpas. Apesar de que o que você fez foi uma burrice tremenda. Olha Rose, eu preciso ir agora, porque já faltei as duas primeiras aulas da manhã. Até depois.
E se retirou. Segundos depois, Madame Pomfrey entrou na enfermaria. Rose precisou agüentar um enorme sermão por parte dela sobre como ela havia sido irresponsável, etc. etc. etc. Ela sabia que a enfermeira estava certa, só que ela só estava fazendo ela se sentir pior. Depois, a enfermeira trouxe um generoso café da manhã, porém, com comidas muito leves ‘O seu estômago precisa se acostumar aos poucos’ disse ela. Rose comeu todo o café da manhã, e depois de tomar umas três poções diferentes, Madame Pomfrey se retirou, deixando-a sozinha para descansar. Cerca de uma hora depois, ela voltou, e os procedimentos se repetiram.
Rose já estava quase se acostumando, quando a pessoa que ela realmente não queria ver naquele momento entrou na enfermaria. Scorpius Malfoy estava parado na porta, e ao ver que ela estava acordada, seu rosto foi tomado de uma expressão indecifrável. Ele se aproximou da cama dela, e antes que ela pudesse dizer alguma coisa, ele falou:
- Eu sempre soube que você era completamente pirada. Mas nunca esperaria isso de você.
Sua voz parecia conter tanto desapontamento que Rose teve vontade de chorar. Mas ela respondeu:
- Nem eu.
Ela não pode deixar de conter um sorriso irônico.
- Você podia ter morrido.
- Eu sei.
- E fica ai toda calma?
- Você está completamente calmo. Eu deveria me exaltar?
- Creio que sim. Não sei o que as pessoas costumam fazer quando quase morrem de fome.
- Acho que elas simplesmente acham engraçado o fato de não terem morrido de vez.
- Você me assusta Weasley.
E ela deu uma risada. Estava muito mais leve, e não era porque havia passado quase 24hs sem comer nada.
- Agora... Você pode perguntar?
Disse Scorpius. Rose se surpreendeu.
- Perguntar o que?
- Ontém, você ia me perguntar uma coisa Weasley, mas não conseguiu terminar.
- Deixa pra lá. Não era nada importante.
A verdade era que ela nem se lembrava o que ia perguntar. Ela não se lembrava de muita coisa, só de ver tudo triplicado, e depois de não ver mais nada.
- Certo então. Eu já vou indo Weasley.
- Hum, certo. Obrigada por... Bem, por tudo.
- De nada, só vê se consegue não morrer daqui para amanhã Weasley.
Ele sorriu, e ela também. Ele ia saindo da enfermaria, quando ela o chamou:
- EI, MALFOY!
- Diga Weasley.
- Por que você repete meu sobrenome a cada final de frase?
Perguntou ela com um sorriso. Ele corou.
- De todas as perguntas do mundo. Você sempre faz as mais inconvenientes Weasley.
E ambos riram.
- Diz, diz.
- Eu não sei, acho que simplesmente se tornou um mal hábito que adquiri. Agora eu vou indo.
Ela pareceu meio desapontada com a resposta, mas não deixou isso transparecer muito. E ele saiu. A verdade, era que ele repetia o sobrenome dela o tempo todo para garantir que ela continuava ali, para ter certeza que ela continuaria ali.


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