Medidas desesperadas



Junho chegou a Hogwarts trazendo dias de céu azul e temperaturas agradáveis. No entanto, para os quintanistas e setimanistas, o início do mês não representava apenas a chegada de dias mais agradáveis; os N.O.M.'s e N.I.E.M.'s se aproximavam, trazendo nervosismo e ansiedade. Os dias e horários dos testes foram passados aos alunos logo no primeiro dia do mês, e agora as aulas eram inteiramente dedicadas à revisão dos tópicos que acreditavam que seriam cobrados nos exames.
Os testes seriam, extraordinariamente, realizados na segunda semana do mês, de forma que Remo não seria prejudicado por causa dos dias que teria que passar na Casa dos Gritos.
Se antes já vinham estudando de forma exagerada, agora Lilian e Isabelle dormiam e acordavam com um livro nas mãos. Literalmente. Tiago chegou a encontrar as duas, ferradas no sono, em uma das mesas de estudos do salão comunal, em um dos dias da semana anterior aos testes. Em outro dia, precisou tomar medidas drásticas para tirá-las da biblioteca.
- Tiago Potter, me põe no chão imediatamente! – gritou a ruiva, ao ser pega como se fosse um saco de batatas, o rosto vermelho por estar de cabeça para baixo.
- Nem pensar. – respondeu o garoto – Só ponho você no chão quando chegarmos ao Grande Salão.
- Ainda bem que o Remo tá na Casa dos Gritos... – comentou Isabelle, meio rindo.
Agora que Lupin estava na Casa dos Gritos, a morena estava livre da vigilância que não a deixava exagerar nos estudos, e chegava a estudar mais de dez horas por dia. Lilian não tinha tanta sorte; a não ser que ficasse estudando no dormitório, tinha Tiago no seu pé, impedindo-a de imitar a amiga.
- Ah, é, Srta. Charmant? – perguntou Tiago – Pois bem, já que o seu namorado está impossibilitado de tomar conta de você, eu, como amigo dele, me sinto no dever de fazer isso por ele.
- E vai fazer o quê? – perguntou Isabelle, meio debochada.
- Isso. – respondeu Tiago, sacando a varinha – Accio! – a varinha de Isabelle foi parar nas mãos dele – Wingardium leviosa!
- Aaaaii!! – gritou a morena, quando começou a flutuar para longe da cadeira – Me põe no chão!
- Acho que não. – respondeu o Maroto, com um sorriso, começando a caminhar rumo à saída, com Lilian ainda sobre o ombro, e Isabelle, emburrada, flutuando à sua frente.
Na sexta-feira, pela manhã, Isabelle foi até a Casa dos Gritos para ver Remo. Agora que estava tomando a poção Mata-Cão, o Maroto se sentia bem melhor nas manhãs pós-lua cheia, mas Isabelle ainda o forçava a ficar descansando parte da tarde, antes de voltar para o castelo.
Isabelle entrou no quarto de Remo, mas ele não estava em nenhum lugar à vista. Foi até a porta do pequeno banheiro contíguo ao quarto, para ver se ele estava ali, mas logo o ouviu chamando seu nome no corredor.
- Isa?!
Ela saiu do banheiro, encontrando o Maroto recostado no batente da porta do quarto. Lupin abriu um largo sorriso ao vê-la.
- Como sabia que era eu? – perguntou ela, intrigada.
- Os Marotos não têm passos tão leves. – respondeu ele – Além disso, tem o seu perfume. Ninguém mais tem esse perfume de jasmim.
Isabelle baixou o olhar. Uma lembrança indesejada lhe veio à mente com o comentário de Remo. Ela já ouvira alguém dizer aquilo antes.
“- Bell. – disse Sirius, simplesmente.
Ela descobriu os olhos dele, e deu a volta na poltrona, emburrada, sentando-se em um dos sofás.
- Como sabia que era eu?
- Três razões simples. – respondeu Sirius – Um: seu perfume é único, ninguém mais tem esse perfume. Dois: você usa ele nos pulsos, e três: eu sou um cachorro, – disse ele, e Isabelle riu – e você sabe que cães tem um olfato apurado.
- Touché! – disse ela, brincalhona – Você venceu!”

A garota foi trazida de volta à realidade pela voz de Remo, que a chamava, preocupado.
- Isa? Tudo bem?
- Hã? – Isabelle piscou, confusa – Ah, tá, tudo bem. Bom, vamos? – convidou ela – Ainda tenho que revisar umas anotações de DCAT.
- Vamos sim. – concordou Lupin – Mas as anotações vão ficar pra amanhã, – disse ele – hoje você vai ficar um pouco comigo, e bem longe dos livros.
- Mas... – ela tentou protestar, mas foi logo interrompida.
- Nem mas, nem meio mas. – disse Remo – Tenho certeza que você aproveitou que eu estava aqui pra estudar feito uma doida, – continuou ele – mas agora eu vou ficar de olho em você, mocinha.
Nunca um fim de semana passou tão rápido quanto aquele que antecedeu o início da semana de exames. Aqueles dois dias eram a última chance de revisar os tópicos antes das provas, e quintanistas e setimanistas aproveitaram cada segundo deles para estudar mais um pouco.
As semanas de exames foram bastante exaustivas, e não foram poucos os alunos que, ao final de um dia de testes, precisaram ser levados à Ala Hospitalar, com tremedeiras e crises de choro ou riso histérico. Pela manhã eram realizados os exames teóricos, o Grande Salão perdia as enormes mesas das casas, e ganhava inúmeras classes individuais para a realização das provas. À hora do almoço, as mesas das casas retornavam ao Salão, para depois desaparecerem novamente, liberando o espaço para a realização dos exames práticos.
Do grupo de amigos, Sirius, Tiago e Remo eram os mais tranqüilos, enquanto Pedro e as meninas estavam extremamente nervosos. Antes de cada exame, Pedro ficava murmurando partes da matéria para si mesmo, Lilian, andando de um lado para o outro, torcendo as mãos, e Isabelle muda, a um canto, de olhos fechados.
Um a um, os exames foram sendo realizados, Poções, DCAT, Transfiguração... Os Marotos fizeram todos os seus testes na primeira semana, à exceção de Remo, que junto com Lilian e Isabelle, ainda teve alguns dias a mais de exames, pois os três cursavam algumas disciplinas a mais do que os outros. Por fim, na quarta-feira da segunda semana de provas, Lilian realizou o último de seus exames, História da Magia.
- Ai, nem acredito que acabou! – exclamou a ruiva, jogando-se no sofá.
- Ainda não sei por que você fez História da Magia. – disse Isabelle – Matéria mais sem fundamento...
- Quando é que saem os resultados, mesmo? – perguntou Sirius.
- Minerva disse que em algum momento em julho. – Remo respondeu.
- Ai, essa espera é que mata. – reclamou Isabelle.
- Com certeza. – concordou Lilian.
- Vi a Bárbara hoje mais cedo... – comentou Isabelle.
- Viu? – perguntou Remo, e a morena assentiu – E como ela está?
- Bem, eu acho. – disse Isabelle – Não nos falamos, só a vi de longe.
- Ah... – fez Lupin, parecendo meio desapontado.
- O que você tá comendo aí? – perguntou Tiago, aproximando-se da namorada.
- Bombom de cereja, que o meu namorado fofo me deu. – respondeu a ruiva.
- Ah, é? Deixa eu provar? – perguntou o Maroto, beijando-a nos lábios logo em seguida – Hmm... gostoso... mas não deu pra sentir bem o gosto. Posso tentar de novo?
Lilian sorriu e concordou. Os demais, se entreolharam, rindo e revirando os olhos. Tiago se inclinou novamente para beijar a ruiva mais uma vez.
- Agora sim... muito bom! – disse ele, brincalhão.
- Bobo!
Com o fim dos exames, a única preocupação dos setimanistas agora era com a formatura. Esse era o principal assunto nas rodinhas de conversa pelo castelo todo, sobretudo as das meninas, que discutiam modelos de vestidos, penteados e maquiagem para a festa. Para Isabelle, porém, o fim dos exames trouxe de volta à mente um assunto que precisava ser resolvido, e que ela vinha adiando há algum tempo. Ela não tivera coragem de falar com Remo a respeito, temendo prejudicá-lo nos N.I.E.M.'s, e também, ocupada em estudar para os próprios testes, acabara deixando, mais uma vez, o assunto para depois. Mas agora, sem a desculpa dos exames, sabia que não podia mais continuar com aquilo. Só não sabia como contar a Remo sobre sua decisão.
- Isa, o que você tá fazendo? – perguntou Lilian, ao chegar ao dormitório e encontrar Isabelle andando de um lado para o outro pelo cômodo.
- Não posso continuar com isso. – disse a morena, sem parar de andar. A ruiva olhou pela janela do quarto, para onde Isabelle estava olhando quando dissera aquilo; Remo estava sentado à beira do lago, lendo um livro grosso.
- É sobre o Remo? – perguntou ela – Sobre o namoro de vocês?
- Eu me sinto péssima a cada vez que ele diz “eu te amo”, porque eu não posso dizer o mesmo pra ele. – disse Isabelle, visivelmente angustiada – Ele não me cobra nada, mas sei que o estou magoando. Ele merece um amor de verdade, Lil, – continuou ela – e eu não posso dar isso pra ele!
- Isa... – disse Lilian, penalizada.
- Não dá mais. – disse Isabelle, encarando a amiga.
- Quando vai falar com ele? – perguntou a ruiva.
- Assim que eu criar coragem.
Os dias que sucederam os N.I.E.M.'s foram extremamente animados, e para os monitores do último ano, estressantes também. Eles estavam completamente envolvidos na organização da festa de formatura, e raramente eram vistos parados em algum lugar por muito tempo, sempre atarefados para deixar tudo pronto para o dia da festa. Milhares de boatos e fofocas a respeito da festa circulavam por todo o castelo, os alunos mais novos lamentavam não poder ir também à comemoração, e os organizadores estavam à beira de enlouquecer com as perguntas absurdas que lhes eram feitas pelos corredores, sobre a quantidade e a variedade de comida e bebida, quem poderia e quem não poderia ir e sobre o entretenimento da festa. Uma coisa, no entanto, havia sido confirmada: a banda Black Orchid, absoluto sucesso na RRB, havia sido contratada para tocar na festa, o que deixou os jovens ainda mais alvoroçados.
Lilian, Isabelle e Remo caminhavam pelos corredores, falando exatamente sobre esse assunto. Os dois monitores estavam indo para o salão dos monitores, para mais uma reunião sobre a formatura, e a morena os estava acompanhando até lá.
- Você precisava ver, Isa, a garota quase desmaiou quando a Minerva contou que a banda tinha sido contratada. – contou Lilian.
- Eu imagino. – disse Isabelle – Pelo que eu soube, ela é super fã deles.
- Chegamos. – anunciou Remo, quando eles chegaram à porta do salão.
- É. eu vejo vocês mais tarde. – disse Isabelle, dando um beijo no Maroto.
- Tá, até mais. – despediu-se Lilian, e ela e Lupin entraram no salão.
Isabelle virou-se para seguir em direção à biblioteca; deu de cara com Sirius, fitando-a com ar de desaprovação, recostado na parede do corredor, um pouco mais à frente. Ela começou a caminhar, tentando não olhar para ele, mas ficou difícil evitar o olhar do garoto, que a ela sentia estar o tempo todo em cima dela. Então, quando finalmente chegou à frente do Maroto, parou diante dele, encarando-o.
- Dá pra parar de me olhar desse jeito? – perguntou ela.
- Desse jeito, como? – inquiriu Sirius, fingindo-se de desentendido.
- Como se eu estivesse fazendo algo errado. – disse a morena.
- E não está? – perguntou o garoto – Iludindo alguém que ama você de verdade? Isso não é errado, Isabelle? – Isabelle estreitou os olhos ao ouvi-lo chamá-la pelo nome.
- Eu não estou iludindo o Remo. – respondeu ela.
- Não? – perguntou Sirius – Dando falsas esperanças pra ele?
- Não são falsas esperanças! – rebateu Isabelle, nervosa – Eu coloquei as minhas esperanças nisso! Eu queria realmente que desse certo!
- Queria? – ecoou Sirius.
- Ele sabia desde o início... – disse Isabelle, os olhos enchendo de lágrimas – eu nunca menti...
- Ele ama você! – disse Sirius, elevando o tom de voz – Aceitaria qualquer coisa pra ficar com você! Mesmo que o magoe! Mesmo que o machuque!
- Pára! – pediu a garota, cobrindo as orelhas com as mãos.
- Ainda acha que não é errado? – perguntou Sirius, mesmo sabendo que a estava machucando.
- Não é problema seu! – gritou Isabelle – É a minha vida! E a dele!
- As vidas de duas pessoas que eu amo! – gritou ele de volta.
- Mas o que está acontecendo aqui? – a professora Minerva, que vinha para a reunião dos monitores, entrara no corredor e encontrara os dois discutindo aos gritos, Isabelle, chorando – Suas vozes podem ser ouvidas de longe!
- Desculpe, professora. – pediu Isabelle, escondendo o rosto e enxugando as lágrimas – Foi só um desentendimento, nós nos exaltamos um pouco.
- É, mas já está tudo certo agora. – disse Sirius.
- Acho bom que realmente esteja. – disse McGonagall, severa – Vocês estão se formando, devem dar o exemplo!
- Sim, senhora. – responderam os dois.
- Eu não quero saber de outra cena como esta pelos corredores, fui clara? – perguntou a bruxa.
- Sim, senhora. – disseram os grifinórios novamente.
- Muito bem, agora vão, antes que eu me arrependa e ponha os dois em detenção. – disse McGonagall.
Isabelle não esperou para ouvir mais nada. Assim que a professora deu as costas aos dois, ela também saiu andando rápido, sem dar chance para Sirius continuar a discussão. Assim que dobrou o corredor, saindo do campo de visão da professora Minerva, começou a correr desabalada de volta para a torre da Grifinória. Foi direto até o dormitório, sem parar para falar com ninguém no salão comunal. Fechou a porta, sentando-se no chão, com as costas recostadas na porta, as lágrimas escorrendo pelo rosto, as mãos correndo nervosamente pelos cabelos. Olhou para a rosa branca sobre o criado-mudo, e, em um momento de descontrole, levantou-se, apanhou a caixa e atirou-a contra a parede, onde ela se partiu em milhares de pedaços. Em contato com o ar, e fora do efeito do feitiço lançado na caixa, a rosa murchou em meio aos cacos de vidro. Olhando para a rosa, seca, e a caixa estilhaçada no chão, Isabelle chorou mais ainda. Sirius estava certo, era errado. E tinha que acabar. Ela foi até o banheiro, onde lavou o rosto, tirando as marcas das lágrimas, e deixou o dormitório e a torre, voltando ao salão dos monitores. Ficou andando de um lado para o outro diante da porta, esperando que, por milagre, Remo aparecesse, o que de fato aconteceu, pois o Maroto saiu da sala, surpreendendo-se ao vê-la ali.
- Isa? O que você tá fazendo aí? – perguntou ele, adiantando-se para beijar Isabelle. No entanto a garota se retraiu, e virou o rosto – O que foi?
- Eu... preciso falar com você... – disse a morena, hesitante, e sem olhar para ele.
- O que houve? – perguntou Lupin, ficando nervoso – Você tá com uma cara...
- Você já tá livre? – perguntou Isabelle – Não quero conversar aqui.
Remo concordou com a cabeça, nervoso, e a conduziu até outra sala, no mesmo corredor, que estava vazia, fechando a porta às suas costas.
- E então? O que foi que houve? – perguntou ele, depois que os dois se acomodaram em umas das classes bem da frente.
- Remo, eu... nós não podemos mais ficar juntos. – disse a morena, em voz baixa.
- O quê? – perguntou o Maroto, surpreso – Mas por quê? O que foi que houve, Isa?
- Eu... eu pensei que com o tempo... meus sentimentos pelo Sirius, e por você, fossem mudar... – disse ela, em tom magoado – Mas eles não mudaram.
- Isa... – começou Lupin.
- Eu tô machucando você, Remo, – interrompeu Isabelle – eu sei que tô. – disse ela, ao ver que ele ia tentar argumentar – E... eu tô me machucando também. Não dá pra continuar assim.
A garota baixou a cabeça; lágrimas escorreram pelo rosto dela, indo cair em seu colo. Remo também olhava para baixo, os olhos cheios d'água.
- Você... – começou Remo, mas foi novamente interrompido.
- Por favor, Remo... – pediu a garota – não.
Lupin não disse mais nada, apenas abraçou-a, e Isabelle abraçou-o de volta como se abraçasse sua tábua de salvação.
- Me desculpa... – pediu ela, chorando.
- Ei, você não tem por que se desculpar. – disse Remo, tentando acalmá-la.
- Eu queria tanto amar você, Remo... tanto... – murmurava a garota.
- Shhh... – Lupin a acalentava como a uma criança.
- Juro que eu queria... – continuou Isabelle – eu tentei, mas... – ela não conseguiu terminar a frase.
- Shhh... tudo bem... tá tudo bem... – disse Remo, abraçando-a com força. Aos poucos, a garota foi se acalmando, e Lupin a soltou.
- Desculpa. – disse ela, novamente, enquanto ele enxugava as lágrimas de seu rosto.
- Tudo bem. – disse Remo, tentando se manter firme – Eu... tenho que voltar pra reunião. – lembrou ele – Vem comigo até o salão?
- Aham.
Ele secou uma lágrima que escapou dos olhos da morena, e os dois deixaram, de mãos dadas, a sala, rumo ao salão dos monitores. Pararam diante da porta, e Remo então ficou de frente para Isabelle.
- Pela última vez? – perguntou ele.
A garota assentiu, e ele beijou-a longa e profundamente, ficando alguns instantes com a testa encostada à dela, os dois de olhos fechados.
- Vejo você no jantar. – disse Remo. Isabelle assentiu novamente, e ele entrou no salão dos monitores, enquanto a garota saía correndo, mais uma vez, em direção à torre da Grifinória. Ela foi até o dormitório, apanhou um pedaço de pergaminho do meio de seu diário e trancou-se no banheiro, imperturbando a porta antes de sentar no chão e começar a ler as anotações. Depois, largou o pergaminho no chão ao seu lado, e sacou a varinha, apontando-a para o próprio peito, exatamente na altura do coração.
- Mutus amor.
Um raio de luz rosada partiu da varinha em direção ao peito da garota, que fez uma careta de dor, e quando a luz desapareceu, caiu desacordada no chão.
Remo voltou ao salão dos monitores quando a reunião já estava sendo dada por encerrada. Lilian percebeu que havia algo errado com o Maroto no momento em que ele colocou os pés no salão, mas precisou esperar alguns minutos, até que a professora McGonagall deixasse a sala para se aproximar dele, e saber o que havia acontecido.
- Remo, aconteceu alguma coisa? – perguntou a ruiva, chegando até onde o Maroto estava.
- A Isa. – respondeu Lupin – Ela... terminou comigo.
- Ah, Remo... – disse a ruiva, penalizada – Como você tá?
- Mal, claro. – respondeu Remo – Mas... não era pra ser. – disse ele, resignado – Ela gosta dele, o que se vai fazer?
- É... – concordou Lilian, distraída – Ah, Merlin! – exclamou a ruiva – Eu vou até lá falar com ela. Ela deve estar péssima!
- É, vai lá, sim. – disse Remo – Ela ficou mesmo mal com tudo isso.
A ruiva deixou o salão dos monitores andando muito rápido rumo à torre da Grifinória. Ela nem parou para falar com Tiago no salão comunal, subiu direto para o dormitório, mas Isabelle não estava lá. Foi até o banheiro, mas a porta estava trancada por dentro. Bateu diversas vezes, mas não obteve resposta. Foi então que viu a caixinha de Isabelle, quebrada, e a rosa murcha no chão; nervosa, voltou a bater na porta, mas ninguém respondeu.
- Alorromora! – disse ela, apontando a varinha para a fechadura. Houve um “clique” e a porta se moveu. Lilian empurrou a porta, e encontrou Isabelle no chão do banheiro, desmaiada.
- Isa? – chamou ela, dando tapinhas no rosto da amiga – Isa, fala comigo!
A morena não reagiu. Lilian desceu correndo as escadas até o salão comunal e chamou Tiago para ajudá-la.
- Amor, eu preciso da sua ajuda! – disse a ruiva, chegando até onde o namorado estava.
- O que houve, Lily? – perguntou Tiago, confuso.
- A Isa! – respondeu Lilian, nervosa – Vem comigo!
Ela puxou o namorado pela mão até o pé da escada do dormitório feminino.
- Eu, Lilian Evans, autorizo Tiago Potter a entrar no dormitório feminino. – disse ela, e os dois subiram até o dormitório. Tiago pegou Isabelle no colo, e saiu com ela, com Lilian em seu encalço, rumo à Ala Hospitalar. Encontraram com Sirius no meio do caminho, e o moreno ficou muito nervoso ao ver Isabelle desacordada.
- O que aconteceu? – perguntou ele, quando os amigos o alcançaram.
- Eu não sei! – respondeu Lilian, aflita – Ela tava caída no banheiro, desmaiada! Remo disse que eles terminaram, e que ela não tava legal, – contou ela. Sirius sentiu seu coração falhar uma batida – aí eu fui até a torre, e ela tava lá, no chão!
- Me dá ela aqui, Pontas. Eu levo ela. – disse Sirius, pegando Isabelle dos braços de Tiago – Bell! Bell, acorda!
Eles seguiram, praticamente correndo, até a Ala Hospitalar. Lá chegando, Sirius colocou delicadamente a garota em uma das camas, enquanto Tiago ia até a salinha de Madame Pomfrey, buscar a enfermeira. Madame Pomfrey veio rapidamente, junto com Tiago, trazendo um frasquinho que destampou e colocou perto do nariz de Isabelle, que acordou, tossindo um pouco devido ao cheiro forte do conteúdo do frasco.
- Ai! – exclamou a morena, levando a mão ao peito – Aaai!
- O que foi? – perguntou Madame Pomfrey – O que está sentindo?
- Tá doendo! – disse Isabelle, chorosa – Tá doendo muito! Por favor, faz parar! – pediu ela.
- Todos vocês se afastem! – mandou Madame Pomfrey, e então fechou o cortinado ao redor da cama.
Por alguns aflitivos minutos, tudo o que os três puderam ouvir foram os gemidos de Isabelle, enquanto Madame Pomfrey a examinava. A enfermeira então abriu uma fresta na cortina, e falou com Lilian.
- Por favor, Srta. Evans, vá até a minha sala, – pediu ela – e apanhe o frasco com a poção azul-clara, na primeira prateleira do armário ao lado da porta.
Lilian foi correndo até a salinha, retornado instantes depois, com o que lhe fora pedido pela bruxa, que pegou o frasco das mãos da ruiva com urgência, e voltou a fechar a cortina. Após alguns segundos, Isabelle parou de resmungar, e Madame Pomfrey então abriu o cortinado. A garota estava dormindo.
- Tive que dar a ela a poção do Sono Rápido. – disse a enfermeira – Ela não pára de sentir dor, mas não há nada de errado com ela.
- Mas como... – começou Lilian, mas foi interrompida por uma voz de menina, vinda da entrada da enfermaria.
- Lily!
Todos olharam para a porta da enfermaria; Emmeline e Alice vinham entrando, junto com Remo, e Emmeline tinha um pedaço de pergaminho na mão. Sirius voltou a concentrar sua atenção em Isabelle, adormecida.
- Oi, meninas. – disse a ruiva.
- O que houve com a Isa? – perguntou Remo, preocupado – No salão comunal disseram que o Tiago saiu carregando ela.
Enquanto os garotos explicavam a Remo o que sabiam sobre o que havia acontecido, Emmeline chamou Lilian a um canto.
- Eu achei isso no chão do banheiro. – disse a garota, entregando o pedaço de pergaminho à ruiva – É a letra da Isa.
Discretamente, Lilian abriu o pergaminho, e leu o que estava escrito.
- Ah, droga, Isa! – resmungou ela, sem se conter.
- O que foi, amor? – perguntou Tiago, e os três Marotos fitaram a ruiva.
- Ahn... nada. – mentiu ela, guardando rapidamente o pergaminho no bolso.
- Bem, é melhor vocês irem agora. – disse Madame Pomfrey, depois de cobrir Isabelle – Ela irá dormir por um bom tempo.
- Eu posso ficar com ela? – perguntaram Remo, Sirius e Lilian, ao mesmo tempo.
- Acredito que seja melhor que os três vão para o salão comunal de sua casa. – respondeu a enfermeira – Ela deverá passar a noite aqui, e será melhor que não veja ninguém até que eu saiba o que há de errado com ela.
De má vontade, os três concordaram, mas demoraram o máximo possível para deixar a enfermaria. No entanto, após algum tempo, Madame Pomfrey acabou expulsando a todos dali. O grupo de amigos deixou a Ala Hospitalar, separando-se logo que passaram pela porta. Emmeline, Alice e Tiago foram para o Grande Salão; Remo para a torre; Lilian atrás de algum professor, e Sirius saiu sem dizer aonde ia.
Lilian encontrou com o professor Slughorn assim que dobrou no primeiro corredor, o que foi um grande golpe de sorte. Com certeza, Slughorn não se negaria a atender a um pedido de sua aluna favorita.
- Ah, Professor, que bom encontrá-lo! – disse a ruiva, parando.
- Olá, Srta. Evans. – disse Slughorn, sorridente – Em que posso ajudá-la?
- Eu... preciso de uma autorização para retirar um livro da seção reservada na biblioteca. – respondeu Lilian – É muito importante!
- Ora, mas é claro, minha cara! – disse o professor. Ele conjurou um pedaço de pergaminho e uma pena, e escreveu rapidamente a autorização.
- Muito obrigada, Professor! – agradeceu a ruiva, já começando a andar – Obrigada mesmo!
- Ora, de nada! – respondeu Slughorn, mas Lilian já lhe dava as costas, seguindo rumo à biblioteca – Mas que pressa!
Assim que deixou o campo de visão do professor, Lilian correu até a biblioteca, e depois de entregar a autorização a Madame Pince, entrou na seção reservada, sem nem dar atenção aos comentários da bibliotecária. Foi diretamente até a seção de livros de Feitiços, e logo encontrou o que procurava.
- Magias da Alma e do Coração. – disse ela, para si mesma – Achei.
Começou a folhear o livro, até encontrar a página que queria. Ela leu a descrição do feitiço novamente, e então, mais ao fim da página, encontrou uma observação feita pela autora do livro.

“Magias do coração nem sempre funcionam como deveriam ou como gostaríamos que funcionassem. Os sentimentos são imprevisíveis, e apesar de nos pertencerem, nem sempre se permitem controlar ou dominar. Se os tentamos calar, irão gritar ainda mais alto, tentando voltar a serem ouvidos. Se os tentamos aprisionar, irão lutar para libertar-se.”

Bastante perturbada com o que acabara de ler, Lilian fez um feitiço de cópia, do livro para o verso do pergaminho de Isabelle, recolocou o livro na estante e deixou a biblioteca. Ela não contou a ninguém o que havia descoberto, e fez com que Emmeline e Alice jurassem que também não o fariam. No entanto, Tiago percebeu que havia algo errado com a ruiva, enquanto os dois ficavam um pouco no salão comunal, depois do jantar, e tentou descobrir qual era o problema.
- O que você tem, Lírio? – perguntou ele – Tá tão quietinha...
- Não é nada, Tiago. – mentiu a ruiva.
- Lily...
- Tá bom! – rendeu-se ela – Eu só... tô preocupada com a Isa.
- É, eu imaginei. – disse Tiago.
- Acho que ela fez uma grande besteira. – disse Lilian, meio sem querer.
- Eu sei que nem adianta eu perguntar o que foi. – disse o Maroto – Tem alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar? – perguntou ele.
- Você é muito fofo, sabia? – perguntou a ruiva, olhando para ele com um sorriso – Mas, não, não tem nada que você possa fazer.



N/A: oi gente!!! Tô meio correndo, então, não vou me estender muito. Obrigada a todos que estão lendo, e Andy, que bom te ver por aqui!!! Amo-te! Beijos a todos!!!

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