Sexto Capítulo

Gina estava olhando as fotos que tinha tirado da peça de Harry. Draco se juntou a ela e tirou algumas fotos da sua mão.

- Devolve-me, Draco! – ela esticou a mão para alcançar as fotos, mas ele se esquivou.

- Hermione Granger! – ele pegou uma foto da garota e ficou olhando – Ela estava bonita na peça!

Gina bufou do lado dele, olhando a foto também.

- Ela tava sexy na peça! – continuou ele.

- Espere, eu tive uma idéia – Gina arrancou a foto da mão dele e o puxou para o laboratório de informática.


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Gina estava andando de um lado para o outro no corredor. Lá fora na entrada, Luna estava distribuindo uns panfletos a pedido dela. A amiga relutou muito em fazer esse favor e ela, mas Gina conseguiu convence-la.

Percebeu que Hermione tinha acabado de entrar no corredor e seu plano tinha que entrar em ação naquele momento.

- Hermione? – ela chamou a menina. Hermione parou de andar e encarou a garota – Olá!

- Oi – Hermione estranho a atitude d garota, afinal Gina nunca tinha falado com ela antes.

- Eu queria que você soubesse que eu não tenho ressentimentos – Hermione não estava entendendo onde Gina queria chegar - Nós terminamos!

- Eu não sei do que você esta falando!

Elas ficaram um momento em silêncio. Gina sabia que se quisesse seguir com o seu plano, tinha que ocupar Hermione e leva-la até o refeitório, mas ela parecia relutar.

- Hermione? – ela chamou - Você ficaria tão linda se soubesse se maquiar... – ela tocou em seu cabelo, olhando-a de cima a baixo - Venha almoçar comigo! – ela puxou a garota pelo braço e entrou no refeitório. Hermione parecia estar achando aquilo divertido, pois Gina nunca tinha falado com ela antes.

Elas caminharam juntas até a mesa que Gina sentava com seus amigos. Hermione deu uma olhada ao redor. Todos os alunos pareciam muito entretidos em suas conversas.

Gina pegou um panfleto em cima da mesa e se virou, usando a sua melhor cara de surpresa. Hermione não entendeu o porque da reação dela, até Gina estender o papel para ela.

- É você? – perguntou Gina - Belo corpo! – completou sarcástica.

Hermione olhou a foto novamente. Era o rosto dela, mas o resto do seu corpo era uma montagem, com uma mulher vestindo um biquíni minúsculo. Levantou os olhos e percebeu que todos que estavam no dormitório, a encarava. Alguns apontavam para ela e riam entre si.

Os olhos de Hermione começaram a encher de lágrimas. Ela precisava sair dali. Olhou para Gina que sorriu para ela e se virou bruscamente para a porta, mas bateu em alguém.

Hermione teria caído no chão se Harry não a tivesse pegado a tempo. Ele abraçou a garota enquanto ela se escondia nos braços dele. Harry olhou para Draco e Gina e riam daquela cena.

Quando entrou no colégio a alguns minutos, sabia que tinha algo de errado acontecendo, até escutar alguns alunos falando sobre Hermione e os panfletos. Saiu andando pelos corredores a procura da garota. Queria evitar que ela percebesse o que estava acontecendo, mas tinha chegado tarde demais.

- Olha... – ele afastou Hermione e a olhou nos olhos - Isso é para mim! Não é com você – algumas lagrimas escorriam pela face de Hermione, fazendo a raiva que Harry estava sentindo por aquelas pessoas que tinham feito isso a ela aumentar - Fique aqui! – Hermione concordou com a cabeça e ficou encolhida num canto da parede, quanto Harry saiu de perto.

- Cara, por isso você a esconde! – comentou Draco rindo, vendo que o amigo se aproximava - Eu não sabia que ela era tudo isso! – ele apontou para o panfleto que segurava.

A paciência de Harry já tinha se esgotado. Quando escutou o que Draco disse, não conseguiu evitar e o empurrou com força, fazendo o garoto bater numa das mesas.

Todos os alunos presentes ficaram quietos prestando atenção em cada movimento dos dois. Draco se levantou surpreso pela reação de Harry e foi andando em direção a ele para revidar o empurrão, mas Luna se meteu entre os dois.

- Draco pare! – pediu a garota tentando segura-lo.

- Você fica fora disso! – ele agarrou os braços dela com força e a jogou em cima de outras pessoas. Harry ficou olhando aquilo e não se conteve. Quando Draco se virou novamente, Harry acertou com um soco no seu rosto.

Draco foi amparado por uma mesa, pois senão teria caído com chão, tamanha foi a força que Harry depositou no soco. Seu lábio inferior tinha aberto e um fio de sangue escorria pela sua boca. Harry começou a se afastar, indo em direção a Hermione. Ele passou por Gina que abaixou a cabeça envergonhada. Harry sabia que toda aquela historia tinha um dedo dela.

- Acabou! – gritou Draco, enquanto Harry dava as costas para ele - Acabou para sempre!

Harry ignorou o que Draco dizia e foi até Hermione que o admirava, apesar de várias lágrimas ainda escorrerem por seu rosto.

- Tudo bem? – perguntou quando chegou na frente dela. Hermione disse que sim e eles foram caminhando para a porta - Vamos sair daqui!



Harry foi até o estacionamento com Hermione para leva-a até em casa. Sentia-se revoltado pelo que o tinham feito com Hermione e arrependido, pois sabia que aquilo tudo tinha acontecido por causa do ciúme doentio de Gina.

- Hermione, eu sinto muito – falou sincero - Eles são uns animais! – Hermione chorava silenciosamente ao seu lado. Harry abriu a porta do carro para ela entrar – Vou te levar para casa!

Eles não conversaram durante o trajeto até a casa de Hermione. Harry queria tentar anima-la, por isso botou na estação de rádio que ela sempre escutava. Hermione deu um sorriso tímido, mas foi o suficiente para ele.

Ele parou com o carro em frente a casa dela. Hermione não chorava, mas seus olhos ainda estavam vermelhos. Ela tirou o cinto e se virou para ficar de frente para ele.

- Esta tudo bem mesmo? – perguntou ele pela terceira vez. Hermione sorriu mais abertamente.

- Está – respondeu calmamente - Obrigada por tudo!

- Não foi nada – disse humildemente. Hermione já estava com a mão na porta para sair, quando Harry finalmente tomou coragem e perguntou o que o estava consumindo a uma semana - Quero te perguntar uma coisa... Quer sair comigo sábado à noite?

Hermione tirou a mão da porta e abaixou os olhos.

- Desculpe, eu não posso – respondeu ela envergonhada.

- Você tem outra pessoa? – perguntou receoso.

Hermione teria até rido com aquela pergunta senão estivesse tão sem graça. Olhou para ele novamente e deu um sorriso tímido.

- Não, não é isso!

- O que é? – perguntou ansioso.

- Eu não tenho permissão para namorar! – respondeu de uma vez. Harry ficou olhando para ela surpreso. Ia disser alguma coisa, mas Hermione abriu a porta rapidamente e saiu do carro correndo.

Aquilo tinha pegado Harry totalmente desprevenido. Tinha relutado em fazer esse convite a Hermione, porque não sabia que ela ia aceitar. Achava que ela ia disser não, mas em todas suas indagações, nenhuma delas tinha sido porque ela não tinha permissão para namorar.

Harry sabia que se quisesse sair com Hermione, teria que tomar uma atitude mais drástica e sinceramente ele preferia não faze-lo.


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Harry tinha acabado de estacionar o carro no estacionamento da igreja. Por ser sábado de tarde, ninguém estava por ali, exceto a única pessoa que ele procurava.

Foi até a porta da igreja e entrou. O pai de Hermione estava no altar, treinando o sermão do dia seguinte. Ele não tinha notado a presença de Harry até aquele momento. Ele parou de ler e desceu do altar.

- Posso ajuda-lo? – perguntou o pastor se aproximando.

- Sim, senhor – Harry estava nervoso. Sabia que o pastor não gostava dele por causa de suas atitudes e principalmente pelo acidente de Neville - Eu gostaria de levar sua filha para jantar sábado a noite!

O homem não pensou duas vezes e respondeu quase que automaticamente.

- Impossível! – ele caminhou de volta ao altar, para continuar sua leitura. Ao notar que Harry não tinha saído do lugar ele tirou os óculos e ficou olhando o garoto impaciente.

- Com todo o respeito senhor, eu peço que reconsidere – pediu calmamente.

- Com todo o respeito senhor Potter, já tomei minha decisão! – ele endireitou os óculos novamente nos olhos - Você pode... Sair por onde entrou! – completou olhando para o papel em sua frente.

- Desculpe por não ter tratado a Hermione direito, ela não merecia – disse Harry se aproximando dele - Só estou pedindo o que o senhor nos ensina todos os dias na igreja! – o pastor levantou os olhos lentamente esperando uma resposta de Harry.

- E o que seria que eu ensino, que você aprendeu, senhor Potter?

- A fé!


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Harry tinha acabado de chegar com Hermione num restaurante que sua mãe tinha indicado. Tinha convencido o pai de Hermione e só por isso que eles estavam ali juntos.

- Não acredito que você pediu permissão ao meu pai! – exclamou Hermione depois de ouvir o relato de Harry.

- Não foi nada – disse pegando a cadeira para ela se sentar. Hermione agradeceu a gentileza dele. Harry estava se sentando, quando o garçom chegou.

- Querem pedir algo para beber? – perguntou o homem automaticamente com um bloco de folhas e uma caneta na mão.

- Chá, por favor – pediu Hermione. Harry ficou olhando para ela e sorriu.

- Para mim também – o garçom se afastou deles. Hermione se inclinou sobre a mesa e falou baixo.

- Esse restaurante é chique! – comentou dando uma olhada no lugar ao redor Não é caro?

- Não se preocupe, escolha o que quiser! – disse sorrindo para ela.

Eles pediram a comida e pouco tempo depois já estavam comendo. Tiveram uma noite muito agradável. Harry deixou Hermione falar grande parte do tempo, pois queria conhecer a vida dela. Uma música começou a tocar de fundo e Hermione sorriu reconhecendo-a.

- Você quer dançar? – chamou ela, olhando os casais que iam para a pista de dança.

- Desculpe, eu não danço – ele pegou o copo de suco que bebia e deu um gole.

- Nem eu – continuou ela olhando os casais - Quero dizer, não na frente das pessoas! – comentou divertida.

- Bem não – Harry percebeu que ela não tinha entendido o que ele queria dizer - Eu jamais danço. Eu não sei! – Hermione sorriu para ele.

- Todos sabem dançar! – Harry se afundou na cadeira, estava prevendo onde aquela conversa ia acabar - Você não pode ser tão ruim! – ele revirou os olhos enquanto ela tentava persuadi-lo - Por favor, por mim! – pediu fazendo beicinho. Harry não pode negar aquele rosto e nem se ligou que estava sendo carregado por ela para a pista de dança.

Estava tocando uma musica lenta, então Harry agarrou uma mão dela e a outra repousou em sua cintura. Deu alguns passos com Hermione e até achou que tinha melhorado no quesito dança, até pisar em seus próprios pés.

- Desculpe-me – disse sem graça - Eu te disse que eu era ruim!

- Mas você me avisou, certo? – lembrou Hermione sempre sorrindo para ele.

- Certo – ele sorriu para ela e continuaram a dançar juntos - Então, qual é o numero um da sua lista? – Hermione sorriu para ele - Está bem! – disse por vencido, sabendo que ela não ia falar nada.

- O numero um da minha lista é sair de Beaufort! – comentou pensativo.

- Não acho que sair será um problema – começou Hermione. Harry se afastou um pouco para olha-la nos olhos - O problema é decidir o que você vai fazer fora daqui!

- Como assim? - perguntou confuso.

- Você pode fazer qualquer coisa! – respondeu sincera. Hermione aconchegou a cabeça nos ombros dele, deixando Harry pensativo.

Depois do jantar, eles saíram juntos no carro de Harry. Hermione estava curiosa para saber onde ele a levava, mas Harry permanecia impassível e não contava nada.

Hermione desistiu de tentar persuadir ele e ficou olhando a paisagem pela janela. Eles tinham saído do centro da cidade, pois a única coisa que Hermione via era mato por todos os lados.

Harry parou o carro de repente, fazendo Hermione se virar. Ele sorriu para ela e saiu do carro. Foi até a porta dela e pediu que saísse também.

- Aonde vamos? – perguntou curiosa, correndo com Harry.

- Espere, você vai ver! – ele continuou correndo - Vem, vem! – Harry parou e colocou Hermione na sua frente.

- Fique aqui – disse animado - Um pé ali e o outro aqui – ele indicou os lugares e Hermione seguiu o que ele dizia. Olhou para ele confusa, mas se divertindo assim mesmo.

- Você esta agindo como louco! – disse fazendo Harry rir - O que esta havendo?

- Neste momento você esta na divisa do estado! – ele apontou para uma placa atrás dele que se lia Vem Vindo a Virginia. Hermione continuou olhando para ele procurando algum outro motivo para estar no meio da estrada àquela hora -
Você esta em dois lugares ao mesmo tempo! – respondeu ele sorrindo.

Hermione olhou novamente para a placa e para o chão que estava pisando. Começou a rir e pulou nos braços de Harry ao perceber que ele tinha feito com que um dos seus desejos se cumprisse.

- Espere – disse ele se afastando dela – Ainda tem mais! – ele estendeu a mão para ela e voltaram para o carro.

Harry voltou a dirigir e contou seus planos a Hermione. Ela não pode deixar de se sentir emocionada com os gestos de Harry. Primeiro ele tinha batido em Draco por sua causa, depois foi pedir permissão ao seu pai para que pudessem sair juntos e agora, realizava um dos seus desejos.

Harry voltou com o carro para a cidade. Ele dirigiu até um lago, onde ele parou novamente com o carro.

- Borboleta, botão de rosa ou estrela? – perguntou segurando as tatuagens.

- Você escolhe! – respondeu Hermione sorrindo.

Harry olhou para as três cartelas que tinha nas mãos.

- Borboleta – ele guardou as outras cartelas e se virou para Hermione - Então... Onde você quer?

Hermione se virou e começou a procurar um lugar no corpo onde gostaria de por a tatuagem. Pensou por alguns instantes até escolher o ombro esquerdo.

- Aqui – ela indicou o ombro e tirou a manga do vestido para Harry colocar a tatuagem. Ele não pode deixar de se sentir apreensivo. Colocou calmamente a borboleta e a pressionou com um pano molhado. Depois de alguns instantes, tirou o papel, revelando a borboleta que estava no ombro de Hermione.

Ela ficou olhando sorrindo para sua tatuagem. Harry ficou a observando. Eles saíram do carro para dar um passeio pelo lago, onde Harry contou a ela sobre sua historia com seu pai.

Um vento forte passou entre eles e Hermione fechou mais o suéter novo que Harry tinha lhe dado. Ficou observando o mar e as estrelas no céu.

- Como você pode ter lugares assim, momentos assim e não acreditar? – perguntou se referindo a Deus, se encostando a uma grade de madeira. Harry se aproximou e ficou ao lado dela.

- Você tem sorte de não ter dúvidas! – respondeu Harry.

- É como o vento – explicou se virando para ele - Você não o vê, mas o sente! – disse sorrindo, fechando os olhos.

- O que você sente? – perguntou Harry.

Hermione abriu os olhos e se virou para olhar o mar novamente.

- Eu sinto o espanto, a beleza, a alegria, o amor...

Harry fitou o contorno de seu rosto. Hermione era mais encantadora do que imaginava. Ela conseguia produzir nele, reações que ele nunca pensou que existiam.

- Eu posso te beijar! – não era intenção de Harry disser aquilo, mas se sentiu melhor em falar o que estava segurando a tanto tempo.

Hermione se virou para ele assustada. Não esperava aquilo e não se sentia preparada também.

- Eu posso ser ruim nisso! – disse sinceramente.

Harry se aproximou dela calmamente e tocou em seu rosto.

- Impossível! – ele se aproximou dela, dando inicio ao um beijo calmo e apaixonado. Sentiu os lábios quentes de Harry contra os seus e pela primeira vez teve a sensação de estar flutuando. Seu corpo reagiu de uma maneira inesperada com aquele beijo, como se precisasse de mais para acreditar no que estava acontecendo.

Ele se afastou de Hermione que permaneceu com os olhos fechados.

- Hermione, eu te amo! – ele esperou uma resposta de Hermione, mas ela apenas abriu os olhos e o encarava - Agora é a hora de você dizer alguma coisa – respondeu tentando brincar com ela.

- Eu te disse para não se apaixonar por mim! – respondeu num sussurro. Harry se aproximou dela e a beijou novamente.

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