Seguindo caminhos



Ron não tinha absoluta noção de que horas eram, mais supunha que era por volta do almoço. Harry e Neville estavam num sono ferrado. Passou por eles rápido, na ponta dos pés. Se dirigiu ao dormitório feminino. Abriu a porta lentamente...

- Psssst! Hermione! – sussurrou Ron da porta. Hermione apenas soltou um grunhido sonolento.

- PSSSST! Hermione! – repetiu um pouco mais alto. Hermione abriu os olhos devagar e olhou para os lados assustada.

- Aqui! – sussurra Ron. Hermione olha para ele com uma cara confusa, levantando devagar.

- Rápido! – repete ele impaciente.
- Ah, não me apresse, ok ? – sussurra uma Hermione sonolenta – Que foi ? Aconteceu alguma coisa ?
- Hum. Eu precisava falar com você – explicou ele meio sem jeito, abaixando a cabeça e passando a mão pelo cabelo, ao perceber que não tinha idéia do que estava fazendo.
- Bom, agora que você já me acordou, não se incomode de falar. – disse Hermione distraída, ajeitando o robe.
- Ah, certo. Bom, eu queria saber se... – sua voz quebrou. Ele não sabia o que dizer. Na verdade, ele sabia, só não sabia como... Ele desejou ter tomado uma dose de Whisky de Fogo para lhe dar a coragem necessária. E então ele levantou os olhos, e seu olhar encontrou o de Hermione, e seus pensamentos foram longe, viajaram naqueles olhos, naquele olhar bondoso e gentil com o qual se acostumara... Então baixou os olhos e eles caíram sobre sua boca. Ficou fitando-a por alguns longos segundos, aqueles lábios de anjo. Como alguém no mundo resistiria a eles... – Queria saber se o beijo na Sala Precisa foi por impulso, se você se tomou pelo momento. – Ele parou. Não acreditava nas palavras que saíam da sua boca. Abaixou a cabeça, as orelhas ficando vermelhas.
- Ah... – Hermione entendeu o assunto e começou a ficar ruborizada – Não Ron, não foi por impulso – disse a garota, abrindo um timido sorriso para ele. Ron levantou a cabeça.
- Então...então quer dizer que você quis, você realmente quis...me beijar?

- Não Ron, eu falo isso apenas porque adoro ficar envergonhada – disse Hermione impaciente, ficando cada vez mais vermelha. Ron, porém, abriu um sorriso e puxou Hermione num abraço e a ergueu. Hermone soltou um gritinho com o susto, mais passou os braços em torno do pescoço de Ron, e fechou os olhos abrindo um sorriso. Conseguia sentir o seu cheiro, era realmente maravilhoso, a acalmava, a fazia ter vontade de largar tudo por aquele cheiro, por ele...

- Alô, vocês podiam pelo menos se agarrar em silêncio – falou uma Ginny risonha da porta do dormitório. Os dois ficaram muito vermelhos, então Ron soltou Hermione e passou o braço em volta de sua cintura.
- Será que você dava pra dar licença um segundo, oh amada irmã ? – disse Ron, os olhos fuzilando cada centímetro de Ginny.
- Mas é claro, querido irmão – disse Ginny debochando da raiva de Ron Ao fechar a porta do dormitório, Ron puxou Hermione pela mão e se sentou no sofá.
- Mione... O que vamos fazer agora que a Guerra acabou ? – perguntou Ron, inseguro se queria ou não ouvir a resposta.
- Bom... Não sei ao certo Ron. Mais acho que não vou terminar os estudos... Estou querendo viajar, Kingsley me chamou para decifrar umas runas na Bulgária, e se eu aceitar, partiremos em 2 semanas. – respondeu Hermione, um pouco sem graça.
- 2 SEMANAS ? Mas porque agora, porque tão cedo... Não precisa, você pode ficar aqui, com a Ginny, com os Weasley, com o Harry, conosco... – "E comigo" falou ele para si mesmo.
- Não é tão simples Ron, achei que você não entenderia – disse Hermione, com certo pesar em suas palavras – Isso é uma oportunidade única entende, quantas bruxas de 17 anos tem a chance de trabalhar com outros bruxos extraordinários, de decifrar runas pela Europa, procurar poções e feitiços desconhecidos até então...
- Eu entendo sim Mione, juro que sim – disse Ron. ele sabia que Hermione era uma bruxa extraordinária e que não demorariam os convites de trabalho a ela. – Só acho... Acho que é cedo. Só isso. E... – ele se segurou. Ele sempre discutia com ela sobre tudo, e queria fazê-la ficar, mas ele não podia ser tão egoísta em deixá-la presa sabendo que podia fazer coisas maravilhosas pelo mundo. A amava, e conseguia enxergar isso claramente agora, por isso disse, mais sem muita vontade – E acho que você deve ir, se é o que você quer.
Hermione olhou com uma cara beirando a desconfiança e a surpresa. Então ela disse lentamente:
- Então... Você acha que eu... Devo ir ? – disse ela olhando para ele.
- Acho. – ele respondeu sem hesitar. Uma sensação de que ele desconhecia tomava conta dentro dele; podia sentir seus olhos queimando e seu coração apertando, como seu um punho tivesse se fexado sobre ele. Levantou-se. – Vou falar com mamãe. Tenho que voltar À Toca.
- Ahn ? Por quê ? – Hermione se levantara junto, surpresa.
- Tenho muitas coisas pra fazer e não tenho tempo. – ele deu às costas a ela e começou a andar. – Mais tarde acorde Harry e diga que ele pode ir pra lá também, quero dizer você e ele.
- Ron, você tá bem ? – perguntara à ele preocupada.
- To legal, vou comer alguma coisa, depois eu volto, falou. – Ele andou depressa até a porta, e bateu ao sair. Ele respirava pesado, se sentia mal, estava zonzo, se encostou-se à parede e deu um soco com força, o medo se apoderando dele. "É isso aí Ron Weasley", pensou ele com a cabeça encostada na parede, "você é um azarado. Um babaca azarado." Então ele levantou a cabeça, segurou as lágrimas que faziam força para sair de seus olhos. "Você não vai atrapalhar o caminho dela, ela não merece ser atrapalhada. Agora você seja um homem e trilhe o seu." E então ele pega suas coisas, segue para Hogsmeade, e aparata n’ A Toca.

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