Capítulo VII



No dia vinte e três de dezembro, como acontecia em todos os anos, os empregadosda Fazenda Rocky Ridge promoviam um grande almoço. Cada um colaborava com um prato, ou bebida. Na sala de estar da casa principal da fazenda, onde Harry morava, Maggie preparava a mesa, com o auxilio de outras mulheres.

Ao meio-dia em ponto, os trabalhados na fazenda eram encerrados. Nos dias seguintes, apenas as tarefas básicas, tais com alimentar os animais, seriam cumpridas. No mais, todos entravam em férias coletivas, até dois de janeiro. Esse o costume, implantado por James Potter e seguido por Harry.

O clima, durante o almoço era festivo. As pessoas trocavam presentes e votos de felicidade.

Harry mantinha-se alheio à alegria que reinava no ambiente. Mas ninguém se dava conta disso. Tal como ocorria, todos o anos, ele presenteava cada empregado da propriedade. E fazia um breve discurso de boas-festas, durante a refeição.

Apesar de tudo isso, porém, Harry continuava com o coração sombrio... Como também acontecia em todos os Natais, nos últimos cinco anos.

Mas esse era um segredo seu, compartilhado apenas por Lílian e Maggie.

O almoço durou até três horas da tarde. Depois, houve a troca de presentes, abraços e muitos brindes. Alguns empregados, inclusive Robert, haviam abusado do bom vinho oferecido por Harry. Cheios de entusiasmo, faziam longos discursos,em tons exageradamente dramáticos.

Por volta de quatro e meia, todos começavam a se retirar.

Harry despedira-se de cada um. Por fim quando a última pessoa saiu, ele sentou-se numa cadeira, junto à janela da sala, e ali ficou, pensativo.

Maggie, que havia dispensado a ajuda de outras mulheres para retirar a mesa, aproximou-se de Harry com uma bandeja e duas xícaras de café.

- Acabei de coar- anunciou,oferecendo-lhe uma xícara.

- Obrigado, Maggie - Harry agradeceu. Sorveu um gole e comentou:- Está ótimo.

- Aliás, tudo estava ótimo. O almoço foi um sucesso.

- Como sempre - disse Maggie.- Voce é um bom homem, Harry. Sabe valorizar as pessoas que trabalham com você em sua propriedade. E isso é uma grande qualidade.

- Ora... Aquela gente me ajuda muito.

- Eu sei. Mas nem todos os fazendeiros pensam assim. Você é especial.

- Ora, pare de me adular, Maggie.- Harry forçou um sorriso.

- Só estou falando a verdade. Todas as pessoas que participaram do almoço ficaram felizes. Todas... menos você.

Harry suspirou, antes de sorver mais um gole de café. Por fim, disse:

- Você sabe que o Natal nào me traz boas recordações.

- Sim... Mas não acha que já é tempo de deixar essas tristes lembranças de lado e olhar para a frente, Harry?

- Eu bem que faria isso, se pudesse. Mas o trauma que sofri foi forte demais.creio que jamais conseguirei superá-la.

- Isso depende de você querer.

- Ou de poder, Maggie.

- Querer é poder, Harry.

- Nem tanto, minha cara... Nem tanto.- Harry terminou de tomar o café.- Agora, se não se importa, gostaria de encerrar o assunto.

- Você sempre foge dele... Acha que isso ajuda a evitar o sofrimento?

Harry contraiu o rosto, numa expressão de desgosto. E levou um longo momento para dizer:

- Nada do que eu faça pode sufocar a dor que trago aqui dentro.- Ele tocou o peito, na altura do coração.

- Talvez você não queira sufocá-la, Harry - Maggie sentenciou.

Ele fitou-a, chocado. E Maggie, prosseguiu.

- Desculpe se minhas palavras parecem excessivamente cruéis. Mas talvez você devesse pensa niso, Harry. Muito tempo se passou, desde aquela noite trágica. Só que você não quer entender isso. Prefere arrastar essa dor, pelo resto da vida, em vez de abrir novamente seu coração para a alegria, para as coisas novas, para as boas surpresas do destino.

- Maggie!- ele a repreendeu,ofendido.- Será que você não percebe o quanto está me magoando, com esse discurso absurdo?

- E será que você não percebe o quanto vem magoando a mim e a sua mãe, desde que resolveu se fechar para o mundo? Você tem apenas trinta e dois anos, Harry. Deveria viver intensamente essa idade, em vez de se comportar com um velho derrotado, que já desistiu de tudo. Aliás, existem muitas pessoas com o dobro de sua idade, ou até mais, que são verdadeiros exemplos de alegria e entusiasmo.

- Já chega - Harry levantou-se, com uma expressão de revota.- Estou farto dessa conversa idiota.

- Isso, reaja assim mesmo, Harry Potter... grite bem alto para não ouvir a verdade.

- Quando não é mamãe, é você - ele desabafou.- Droga, por que não me deixam em paz?

- Porque amamos você, seu cabeça-dura!- Maggie exclamou, fitando-o dentro dos olhos.- Será que ainda não entendeu essa verdade tão simples?

As palavras pronunciadas com rispidez, traduziam um profundo sentimento. E Harry não podia ignorá-lo.

- Maggie...- ele disse, num tom mais ameno.- Por que não dixa que eu cuide de minha própria vida?

- Não há nada que eu deseje mais do que isso, meu caro. Vá cuidar de sua vida e não de sua amargura. E, para começar, que tal visitar seus hóspedes, lá na cabana? Ventou muito, durante a noite passada. Eles podem estar precisando de alguma coisa, não acha? Ou apenas de um pouco de calor humano.

Harry franziu o cenho, enquanto, retrucava:

- Deixe-me escalrecer um ponto importante: Hermione Granger e seu sobrinho, Jamie não são meus hóspedes e sim de mamãe.

- Oh, eu sei. Aliás, ela telefonou hoje cedo, mas você não estava. Estava anciosa para saber noticias dos hóspedes. E pediu que eu lhe desse um recado...

- Ah, eu sabia - Harry a interrompeu.- Bem que senti um cheiro de conspiração, no ar... Já sei o que acontece: mamãe lhe pediu para me convencer a ir até a cabana, visitar Hermione e Jamie. Certo?

- Certísssimo.- Maggie sorriu. Pegando a xícara de café das mãos de Harry, agradeceu:- Obrigada. Sua mãe ficou de ligar agora à tarde. E eu me sentirei muito feliz ao dizer a ela que você cumpriu seu desejo.

- Espere um momento - Harry protestou.- Eu ainda não concordei em...

Mas era tarde. Antes que ele completasse a frase, Maggie deixou a sala, a passos largos.

Irritado, Harry retirou-se para a sua suíte. Andando de um lado a outro, sentia-se como uma fera acuada. Na verdade, estava dividido: por um lado, preocupava-se com o bem-estar de Hermione e o pequeno Jamie. Por outro, porém, sabia que ambos significavam problemas... problemas que ele precisava evitar, a todo custo.

A incoência de Jamie, a insistência incansável por um pouco de atenção e carinho... Eram no mínimo comoventes. Quanto a Hermione... Bem, o problema parecia ainda maior. Aquela mulher tinha algo que ele uma vez adivinhara, em Cho Chang: uma pureza mesclada a um encanto irresistível, capaz de derreter o coração de uma estátua de gelo... Entretanto, Harry já provara dessa amarga lição: aquela pureza era fictícia. E o encanto se desvanecia, ao primeiro sinal de dificuldade.

Mulheres como Cho Chang e Hermione Granger podiam causar a ruína de um homem. O pior dos inimigos não, seria, nunca, tão perigoso quanto elas. Pois um inimigo era fácil identificar. Mas quando esse inimigo se travestia de beleza, ternura e sensualidade... Bem,não havia como se defender.

Com um brusco meneio de cabeça, Harry tentou afastar esse pensamento incômodo. Não tinha motivos para tecer cogitações ou paralelos entre Cho, seu primeiro amor, e Hermione... De quem ele nem pretendia se aproximar.

Num impulso, Harry foi até a janela e abriu-a de par em par. O vento continuava soprando, inclemente, vindo do norte. Mas Harry pouco se importava com isso. Aspirando o ar com força, procurava um pouco de paz e alivio para a amargura que trazia no peito.

De súbito, sentiu que seu quarto era muito pequeno, demasiado limitado para tanta inquietação. Pegando o chapéu, decidiu dar uma volta. Uma boa caminhada o ajudaria a se acalmar.

Maggie estava na sala, arrumando as cadeiras ao redor da grande mesa. Ao vê-lo, perguntou:

- Você vai até lá?

- Não estou com disposição para conversar - ele declarou, num tom que não admitia réplicas

Mas a velha e bondosa Maggie não se deixava intimidar:

- Ora, não me venha com essa. Não o chamei para bater um papo. Apenas fiz uma pergunta... Por que não responde?

- Porque eu não saberia o que dizer - Harry afirmou, com gravidade.- entendeu, agora?

- Sim... Você ainda não se decidiu.

- Exato.- e Harry deixou a casa, antes que Maggie lhe fizesse novas perguntas.

Bastaram dez minutos de caminhada, em meio à ventania implacável, para que Harry compreendesse que não onseguiria ir muito longe, a pé.

Voltando sobre os próprio passos, foi até em casa para pegar as chaves do caminhão, que ficavam num pequeno gancho, junto ao batente na porta da cozinha.

Ao vê-lo, Maggie indagou:

- Já decidiu?

- Minha nossa!- Harry exclamou, exasperado.- Você não cansa nunca de insistir?

Inabalável, a governanta retrucou:

- Creio que minha capacidade de insistência só perde para a sua teimosia, Harry .

- Ora, deixe-me em paz - ele ordenou, pegando as chaves e se afastando rapidaemtne.

Naquele momento, ainda não tinha idéia do que ia fazer. Talvez desse apenas um passeio pela fazenda, ou fosse até o Mercado Stanley, para comprar uma garrafa de vinho. Um copo de vinho quente, naquele frio terrível, seria uma ótima alternativa para a noite. Decidindo-se, Harry , deixou a Rocky Ridge para trás.

Cerca de dez minutos depois, entrava na estreita estrada que levava ao Mercado Stanley. Ao chegar, encontrou vários conhecidos e até alguns trabalhadores da fazenda que tinham ido lá para fazer as últimas compras para o Natal.

Conversou por alguns minutos e depois escolheu duas garrafas de vinho tinto. Pagou-a, despediu-se de todos e voltou ao caminhãoo.

Para onde iria, agora Harry se perguntou.

Para casa?

Mas não se sentia com a menor disposição para ouvir os conselhos de Maggie, embora soubesse que eles tinham certo fundamento. Tampouco estava com vontade de ficar sozinho. Talvez devesse ter se demorado mais, no Mercado Stanley... Mas o fato era que tampouco estava disposto a passar o tempo conversando sobre trivialidades.

- Maggie tem razão- ele admitiu, em voz alta, enquanto acionava o motor.- Estou parecendo um velho rabugento, que desistiu de tudo.

Sem pensar, Harry tomou a estrada que conduzia ao alto da montanha. Ao passar pela entrada que levava à Fazenda Rocky Ridge, continuou em frente. A temperatura caía, à medida que ele avançava, contornando a encosta. O céu tornava-se cinza-chumbo, quase negro. Nuvens pesadas se acumulavam, ao norte.

Harry concluiu que o clima lá fora era bem semelhante a seu estado de espírito: sombrio, triste, sem sequer um raio de sol ou de alegria...


Na cabana, Hermione começava a ficar nervosa. E tudo por causa de uma situação aparentemente sem importância. Naquela tarde, ela dera o retoque final na decoração da árvore, mesclando cordões de papel laminado verde com cordões de pipoca que havia preparado, no fogão à lenha.

Depois, com a ajuda de Jamie, recolhera as caixas de bolas e enfeites. O próprio Jamie tinha descoberto, numa caixa quase vazia, a estrela-guia que deveria ficar no alto da árvore.

-Nós esquecemos do principal, titia- o menino havia dito, com pesar.

-Tem razão, querido.mas a árvore está tão bonita, que a estrela-guia nem fará falta...

- Mas é a estrela que vai guiar Papai Noel, para que possa encontrar o caminho até aqui- Jamie tinha argumentado.

-Ora, não se preocupe com isso. Papai Noel nos achará, tenho certeza.

Talvez qualquer outra criança houvesse ficado satisfeita com aquele argumento. Mas Jamie era diferente.

Agora, já fazia quase uma hora que ele vinha insistindo na necessidade de colocar a estela no alto da árvore. Hermione, que quase nunca se impacientava com o menino, começava a perder o controle.

- Querido, pare com essa teimosia e tente raciocinar, sim?- Puxando o sobrinho pela mão, afastou-se com ele até um canto da sala, a cerca de três metros de distância da árvore.- Veja bem, Jamie... A árvore é bem alta. Se tentarmos pendurar a estrela, agora, acabariamos soltando o cordões de pipoca, ou faremos com que a árvore tombe. Todo esse equilibrio é muito frágil e...

- Mas nós temos que colocar a estrela-guia lá no alto- o menino insistiu, irredutível.- Senão, Papai Noel se perderá.

- Jamie, eu já lhe expliquei mil vezes que...

- É ele!- o garotinho a interrompeu, enquanto um sorriso estampava-se em sua face corada.

- Como?- Hermione indagou, confusa.

Levando o dedo indicador aos lábios, Jamie pediu silêncio, enquanto murmurava:

- Escute, titia...

- Escutar o quê?- Hermione perguntou, impaciente.

- É o caminhão do Sr. Potter.

Hermione passou a mão pelos cabelos cor de mel, num gesto de exasperação.

- Querido, você está passando da conta. Eu já lhe disse para...- Hermione interrompeu-se. Pois também acabava de ouvir o som de um motor se aproximando.- Bem, de fato há um veículo vindo pela estrada - ela admitiu.- Mas isso não significa que... Jamie! Volte aqui!

O garotinho já não a ouvia. Correndo em disparada, saiu para a varanda e, e lá, dirigiu-se à estrada.

- Jamie!- Hermione chamou-o novamente.- Pode não ser o Sr. Potter , querido!

O menino sequer se voltou. Hermione alcançou-o segurrou-o pela mão. Momentos depois, o caminhão de Harry despontou, por trás de uma curva.

- Eu falei que ele ia voltar- Jamie afirmou, ofegante, com um largo sorriso.

Hermione não sabia o que dizer, ou pensar. Estava tão surpresa quanto inquieta com a perspectativa de rever Harry Potter... Por dois motivos: primeiro era Jamie, que parecia simplesmente obstinado com a idéia de Harry tornar-se seu pai. Isso era no mínimo absurdo. E quando o garotinho se desse conta dessa impossibilidade, acabaria sofrendo muito. O segundo motivo, que fazia o coração de Hermione pulsar descompassado, enquenato o sangue fluia mais rápido em suas veias... Bem, esse Hermione não ousava confessar sequer a sí mesma.

Por algum motivo inexplicável, Harry provocava-lhe sensações estranhas e contraditórias... Um misto de excitação, por exemplo. Ou uma mescla de alegria e desconfiança.

De qualquer forma, Hermione estava decidida a não deixar que Harry Potter se aproximasse demais. Sentia uma forte necessidade de se proteger contra aqueles olhos verdes, que mais pareciam dois poços misteriosos, onde ela podia se perder... Numa viagem sem volta. Tentando não demostrar seus profundos receios, Hermione sorriu polidamente para Harry , ao vê-lo descer do caminhão.

Ele esta muito atraente, usando jeans, camisa vermelha xadrez, típica dos cowboys, e um pesado suéter delã, de cor gelo e gola em “V”, por cima. O chapéu ocultava-lhe os cabelos escuros.

- Sr. Potter!- Jamie exclamou, correndo em sua direção - Nós estavamos com saudade...

Harry fitou-o com severidade. De súbito sorriu e estendeu a mão ao garotinho, enquanto dizia:

-Como vai, cowboy?

- Não sou cowboy - Jamie afirmou, lisonjeado.

-Agora é - Harry tirou o chapéu e colocaou-o sobre a cabeça de Jamie, que riu, deliciado - Puxa, parece que esse chapéu é grande demais para você, rapaz.

- Não faz mal.- Deixando-o pendurado pela barbela, Jamie o jogou para trás.- Posso usar assim.

- É verdade.- Harry voltou-se para Hermione e, num tom sério, perguntou:- Como estão as coisas por aqui?

- Tudo em paz - ela respondeu, no tom mais natural que conseguiu.

- A cabana quase pegou fogo - disse Jamie.

- Como é?- Harry indagou, com espanto.

- Querido, não exagere- Hermione o advertiu, embaraçada.

-Ficou cheia de fumaça - Jamie insistiu.- Titia falou que a gente podia ter morrido.

- Como foi isso?- Harry perguntou, preocupado.

- Na primeira noite, esqueci de verificar se a portinhola de ventilação do aquecedor estava aberta. Fui dormir e, quando acordei, pela manhà, a fumaça tomava conta de tudo.

Harry franziu o cenho.

- Não se lembra de eu ter lhe recomendado...

- Sim, você me falou sobre isso- Hermione o interrompeu.- Mas me esqueci, ora. Enfim, este foi o nosso único problema...- Voltando-se para Jamie, pediu sua aquiescência:- Não é mesmo, querido?

O garotinho meneou a cabeça, com uma expressão de gravidade. Olhando para Harry , anunciou.

- Temos outro problema, Sr. Potter.

- Qual?- Harry e Hermione perguntaram, quase ao mesmo tempo.

Ainda fitando Harry , Jamie explicou:

- Hoje nós armamos a árvore de Natal, sabe? Mas esquecemos do enfeite principal... O senhor ajuda a colocar?

- Claro, campeão... Vá pegar o enfeite, enquanto converso um pouco com sua tia.

- Certo, Sr. Potter- Jamie assentiu correndo de volta para a cabana.

A sós com Hermione, Harry perguntou:

-Por que está me olhando asim?

- Quer uma resposta franca?- ela retrucou.

- Eu sempre quero.

- Bem, estou gratamente surpresa pela maneira amável com que você tratou Jamie. A que se deve esta súbita mudança?

- Não me pergunte...- disse Harry , com um suspiro.- Pois creio que nem eu mesmo saberia responder. Quando decidi vir até aqui, continuava firmemente disposto a manter, com Jamie, o mesmo tratametno distante do primeiro dia. Mas quando o vi, correndo e sorrindo para mim, tão inocente e indefeso... Não suportei. E, assim, acabei abrindo o meu coração. Acho que foi isso.

- Bem, só posso agradece-lo e parabenizá-lo por sua mudança de atitude. Eu já estava ficando intrigada com você, Harry Potter, devido à indiferença e frieza que dispensou a meu sobrinho, quando nos trouxe até aqui.

- Sr. Potter!- Jamie chamou, da varanda, segurando nas mãos a estrela-guia.- Já peguei o enfeite.

- Está bem... Vamos tratar de colocá-lo em seu devido lugar- murmurando um pedido de licença, Harry apressou o passo e juntou-se a Jamie.

Quando Hermione entrou na sala da cabana, deparou com uma cena totalmente doméstica, singela e... comovente.

Harry havia colocado Jamie sobre seus ombros. E agora o orientava sobre a melhor maneira de colocar a estrela-guia no topo da árvore de Natal, sem estragar a decoração.

- Vá com cuidado, campeão... E não se apóie em nenhum dos galhos da árvore, para não derubar as fitas de pipoca, certo?

- Pode ficar tranquilo, Sr. Potter- dizia Jamie, com ar compenetrado.- Não vou estragar o trabalho da tia Mione.

- Eu sei que não...

Hermione sentiu os olhos marejados. Aquele era o tipo de diálogo bem comum de acontecer entre pais e filhos...

De súbito, ela se deu conta de uma verdade absoluta e um tanto cruel: por mais que se desdobrasse, por mais que se dedicasse a Jamie, nunca seria capaz de preencher a lacuna que falava na vida dele... Esta só poderia ser ocupada por um homem. E esse homem, ao mesmo naquele momento, se chamava Harry Potter.
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