Chegada à Hogwarts.
Cirian tinha acordado animado naquela manhã. Finalmente iria para Hogwarts. Após se aprontar, desceu para o café da manhã com seu avô, Caius Willian Mclaster III, o ancião Mclaster.
Cirian era um jovem belo, seus cabelos eram longos e castanhos, ligeiramente avermelhados nas pontas, seus olhos eram verdes e irradiavam uma grande força. Seu avô não aprovava os cabelos longos, mas para ele só restava se conformar, esse era o jeito da nova geração. Depois do café, o garoto decidiu ir à gruta, que ficava embaixo do antigo castelo escocês onde morava. Essa gruta era ligada ao castelo por um corredor escovado na rocha. Lá, era onde Silvérius ficava. Silvérius era um velho rabo-córneo que estava na família a gerações. Ele era uma espécie de guarda, era na sua gruta que se guardavam as peças mais valiosas da família Mclaster.
A gruta tinha um formato circular, havia várias pilhas de ouro, peças de prata, jóias e armaduras espalhadas por ali. Bem no centro da caverna estava o dragão de escamas negras e na extremidade oposta ao corredor, uma fenda que dava para o mar, era por ali que Silvérius saia para esticar as asas. Por sua localização, era impossível chegar à gruta pela abertura do mar, a não ser voando.
A chegada do garoto despertou o dragão, que até então ressonava tranqüilo, Cirian atravessou a caverna e ficou perto da abertura olhando para o mar. Isso era o que o garoto sempre fazia quando queria pensar em algo importante.
- Cirian! - a voz potente de seu avô ecoou pela caverna, fazendo Silvérius se inquietar e expelir fagulhas e fumaça pelas narinas.
Cirian deu uma ultima olhada para o belo dragão de escamas lustrosas e então retornou ao castelo. Seu avô o esperava no saguão de entrada, já estava com o malão de matérias de Hogwarts.
- Vamos Cirian, não quero que se atrase.
Caius era um homem velho, mas seu porte inspirava temor e respeito entre os bruxos da comunidade britânica.
- Espere vovô, vou buscar a Neferu.
O garoto subiu a escadaria de mármore e foi até seu quarto, onde pegou um cesto esférico, que estava em cima da cama, e o prendeu na cintura.
- Vamos logo, Cirian! - seu avô o apressava.
Cirian retornou ao saguão, seu avô o lhe estendeu um braço e com o outro segurou o malão, girou sobre os calcanhares e desapareceram no ar com um estalo. Tornaram a aparecer em uma plataforma de embarque, em Londres, onde uma velha maria-fumaça apitava para a partida. Cirian despediu-se do avô e, pegando o malão, embarcou...
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-O que eu posso dizer sobre mim.
Cirian passava a mão pelos cabelos enquanto pensava no que ia dizer a Hermione.
-Hum..., sou da família Mclaster, como já sabem, moro com meu avô num castelo na Escócia, gosto de quadribol, não tenho namorada nem e-mail... Ah! Também tenho um dragão que vive debaixo do castelo. Não tem muito que contar, minha vida era monótona.
Hermione sorriu a menção de e-mail, coisa que Gina e Hanna não entenderam, Tomi se afastou mais um passo de Cirian, com medo que de dentro da capa pudesse sair um dragão.
- E você?- perguntou Hermione olhando para Tomi.
O garoto olhou-a, começando a achar sua curiosidade além dos limites, mas pensou melhor e achou que seria bom falar alguma coisa.
- Não sei bem o que dizer... Nunca tive uma família, minha mãe morreu quando eu era muito pequeno e, desde que me lembro, eu vivo num orfanato.
As palavras de Tomi foram um choque para Hermione, que agora se sentia mal por ter feito aquela pergunta. A conversa havia morrido ali; um silêncio opressor tomou a cabine e nenhum assunto surgiu para quebrar a tensão. Apesar do ocorrido Tomi nutria certa simpatia por todos naquela cabine, era a primeira vez que não era tratado como um estranho, mas como igual.
Ele tinha a aparência de quem viveu durante anos numa masmorra sem ver o sol, tinha a palidez de um doente, também era baixo e parecia que ia se partir ao meio na primeira ventania, além disso, para piorar sua impopularidade, Tomi era paranóico, sempre desconfiado das pessoas ao seu redor. Isso fez dele uma pessoa muito solitária, tinha tantos amigos quanto uma pedra.
-Acho que vamos dar uma volta pelo trem. - Cirian puxava Tomi para fora da cabine. - Nos vemos mais tarde.
Os dois garotos saíram, deixando Hermione, Gina e Hanna sozinhas na cabine, Hermione ainda sentindo-se mal pela impertinência.
- Tenho que me trocar. - Hanna se levantou do seu lugar. - Nos vemos depois.
Gina olhou de forma estranha para a porta depois que Hanna saiu, Hermione respirou fundo e soltou um suspiro.
- Acho que pisei na bola, não foi, Gina?
A garota olhou para Hermione confusa, não havia entendido a expressão usada pela amiga.
- Se você está falando da pergunta que fez ao Tomi, sim, você “pisou na bola”.
Era engraçado ver Gina usando uma expressão trouxa e Hermione riu.
- O que achou deles, Gina?
A garota ruiva pensou alguns instantes antes de falar:
- Aquele branquelo, o Tomi, é meio esquisito e a outra, a Hanna Triice - Gina a imitou andando da poltrona até a porta - é muito esnobe.
Hermione riu da cara feia que a amiga fez ao lembrar-se de Hanna, sabia que a menina tinha feito Gina se sentir inferior, mesmo que sem querer.
- E do Cirian, o que me diz?
-Cirian... - a garota corava - achei-o muito legal e também... o achei bonito. Nunca pensei que os boatos sobre os Mclaster criarem dragões fossem verdade. A propósito, Hermione, o que ele quis dizer com “não tenho imêiu”?
-Liga não, Gina, é coisa de trouxa. Eles não têm magia, por isso desenvolveram a tecnologia, e o e-mail é uma forma de comunicação.
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- Por que você me puxou para fora da cabine? - reclamava Tomi atrás de Cirian - E essa cobra... Ela podia ter me mordido, sabia!?
Cirian parou e se virou para Tomi.
- Será que você não sabe ficar quieto?- alteou a voz, mas sem tom de ameaça - Veio reclamando de lá até aqui!
O garoto se calou, lançando a Cirian um olhar furioso, os dois então continuaram a andar pelo trem. Cirian, como não conhecia ninguém, tolerava a presença de Tomi; o outro tolerava Cirian porque estava cansado de ficar sozinho. Andaram até a metade do trem sem se falarem, Cirian na frente e Tomi dois passos atrás.
- Veja quem vem lá, Tomi.
Cirian parou e se agachou como que para amarrar os cadarços do sapato. Tomi parou e viu vindo em direção contrária os dois ogros, como os rotularia mais tarde, que acompanhavam o Malfoy no início da viagem. O garoto de aparência frágil diante daqueles brutamontes abriu passagem, no entanto, Cirian continuou agachado no meio do caminho e quando os dois iam passando, levantou-se esbarrando neles. Os dois olharam feio para Cirian, mas continuaram seu caminho. Este sorria e, tirando a mão que estava escondida nas costas, exibiu para Tomi o seu troféu: a varinha de um deles que ele tinha afanado no encontrão.
- Além das serpentes e dragões ainda és um punguista! Jamais quero ser teu inimigo, Cirian Mclaster!
Até que a tentativa de piado do garoto não havia sido ruim, e os dois caíram na gargalhada. Continuaram a andar pelo trem, mais animados, a tensão de antes já havia passado. No caminho de volta notaram uma estranha movimentação em todo o trem. Curiosos, foram até a janela mais próxima e mais uma vez Tomi soltou uma exclamação de assombro ao ver um carro a alguns metros de distância. Uma das portas estava aberta e nela um garoto pendurado gritava e se debatia. Aos poucos carro voador foi ficando para trás, até desaparecer de vista, no entanto o alvoroço continuava. A noite ia chegando, faltava pouco para chegarem a Hogwarts. Tomi, nesse fim de viagem, havia ficado com o nariz enfiado nos livros de segunda mão que recebera, tentando entender alguma coisa no mundo bruxo. Ele leu o de Poções, o de Transfiguração e o de História da Magia, mas o que mais lhe interessou foi o de Feitiços, apesar de não ter entendido nada.
- O que faz lendo todos esses livros? Não me diga que já está estudando!
A garota loira, Hanna, voltara a entrar na cabine. Tomi olhou para ela embasbacado e se irritou com isso. Como podia se sentir encantado com ela, que se parecia tanto com aqueles que o maltratavam no orfanato? Modos meigos e sorriso aberto o tempo todo, isso para Tomi era mau sinal, sempre achou que pessoas que riem demais ou se acham superiores ou estão rindo dele.
- Estou tentando entender um pouco sobre o que os bruxos são. - respondeu Tomi, sem conseguir expor a sua raiva.
- Acho que isso só vai te confundir mais.
Hanna sentou-se próxima à janela, em frente ao garoto, e ficou a observar a escuridão da noite. Tomi a observava por cima dos livros e isso o fez se irritar consigo mesmo. “O que ela faz que me impede de desviar o olhar?”, se perguntava ele em sua frustração. O trem começava a perder velocidade, estavam finalmente chegando.
- Hanna - disse Tomi - Estava tão aéreo na estação que me esqueci de perguntar o nome do seu pai.
A garota olhou para ele e respondeu em sua fala suave.
- O nome de papai é Cácius Triice, ele trabalha no ministério.
O trem parara, Tomi levantou-se e ia pegar seu malão quando uma voz ecoou pelos vagões: “Alunos do primeiro ano deixem seus malões no trem, eles serão transportados para o castelo em seguida.” O garoto deu de ombros e ia saindo da cabine em companhia de Hanna, Cirian vinha chegando ainda com a varinha dos ogros na mão.
- O que eu faço com isso?
- Sei lá, enfia numa dessas almofadas aí.
Cirian sorriu e, fazendo um pequeno corte na almofada, escondeu a varinha dentro dela. Eles desembarcaram do trem e se viraram em meio a uma multidão de alunos. Distinguiram na escuridão um vulto enorme e, quando se aproximou mais, viram um rosto de feições duras, barbas e cabelos emaranhados, mas de olhar bondoso.
- Alunos do primeiro ano, aqui comigo!
Logo se formou ao redor do gigantesco homem uma pequena multidão de garotos e garotas e, entre eles, um garoto com quase o dobro da altura dos outros alunos.
- Dividam-se em grupos de quatro e entrem nos botes à beira do lago.
Após alguns minutos de confusão finalmente a pequena frota de barquinhos partiu para atravessar o lago, Tomi havia formado grupo com Cirian, Hanna e com a garota Weasley. Após a travessia encontraram-se em uma escadaria de pedra, com o gigante sempre à frente, guiando os calouros. Os quatro, Cirian, Tomi, Hanna e Gina, mantiveram-se juntos e, andando próximo deles, estava o garoto de quase dois metros de altura. Enquanto subiam, Tomi foi tomado por uma tontura, sua visão turvou-se e uma grande sensação de perigo tomou-lhe, segundos depois caía para trás, desacordado.
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Free Talk: Essa é a reedição do 2° cap. Acho que so consertei uns errinhos bobos, eu perdi os textos originais, então to refazendo tudo atráves do que ja estava por aqui. Bem, além disso, o jogo ja parou tem algum tempo... Nem me lembro bem, mas eu quero terminar essa parte e ja tenho muitas ideias, que espero em breve vocês lerem. ありがとうございます! (Arigatou gozaimasu)
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