A bordo do Expresso de Hogwart
Naquela manhã Tomi havia pulado da cama, tinha uma grande curiosidade em descobrir o novo mundo que surgia em sua vida amarga. Foi para Londres o mais depressa que pode, chegando à estação com vinte minutos de antecedência. Ficou procurando com os olhos a plataforma nove e meio, no meio da multidão que ia e vinha de todas as partes. Em vão. Estava começando a ficar preocupado, o tempo passava e ele não achava a plataforma, começava a achar que aquilo tudo não passava de um trote que estavam lhe pregando. Mas sua esperança voltou quando avistou um casal e uma garota. Os três vestiam-se de um jeito esquisito, o que não ofuscava a beleza da mulher e da garota, que também levava um malão parecido com o seu. Tomi se aproximou do homem, que ia a frente dos três, levando o malão da filha.
- Bom dia senhor. Eu gostaria de saber se vão embarcar na plataforma nove e meio. É que eu não sei onde fica já me informei, mas...
O homem sorriu e o interrompeu.
- Bom dia. Qual é o seu nome garoto?
- Tomi Allams, senhor.
- Hum... Não conheço nenhum Allams - pensou alto o homem. - Bem, Tomi, você também vai para Hogwarts, não vai? Pode deixar que nós te mostramos onde fica a plataforma.
O homem pegou o carrinho com o malão de Tomi e entregou-o a bela mulher que, por muito pouco não explodiu de ira ali na estação, ela lançou a Tomi um olhar ameaçador, mas o garoto estava tentando puxar conversa com a garota.
- Oi. Tudo bem? - a beleza da garota o desconcertava - Como devo chamar-lhe senhorita?
Ela olhou-o timidamente e apenas respondeu; “Oi”. A atenção voltou-se novamente para o pai da garota, que lhe dava instruções e apontava na direção da parede de concreto entre as placas das plataformas nove e dez.
- Olhe. Corra direto para a parede, não pare. Logo você estará na plataforma nove e meio. Ele indicou a mulher para que fosse à frente, com o malão de Tomi, seguida pela filha, com seu próprio malão. Tomi levou um susto ao ver as duas serem engolidas pela parede.
- Vá - disse-lhe o homem - Agora é a sua vez.
Tomi olhou-o preocupado, mas encheu-se de coragem, tomou distância e correu para a parede, mas, antes de chegar, parou. O homem vendo que Tomi não iria conseguir puxou-o para um canto afastado da multidão.
- Irei te levar por aparatação, está bem? Segure-se firme.
Ele estendeu o braço para Tomi que, sem entender o que iria acontecer, segurou-o firme. O homem começou a rodopiar e Tomi foi tomado por uma sensação esquisita, fechou os olhos instintivamente e, quando a sensação passou, tornou a abri-los. Assustou-se ao notar que não estava mais no saguão da estação, e sim numa plataforma de embarque, apinhada de garotas e garotos da mesma idade ou mais velhos. Pessoas de vestes longas e esquisitas andavam de lá pra cá, despedindo-se de seus familiares, num lugar próximo a onde estava, surgiu do nada um senhor e um garoto de longos cabelos castanhos.
- Vamos, elas estão ali - o homem o despertava do transe. Eles caminharam até a mulher e a garota, Tomi pegou novamente o seu malão.
- Bem, já está na hora de partirem, é bom vocês embarcarem logo.
A garota abraçou a mãe, que se afastou logo depois, e abraçou o pai antes de embarcar. Tomi agradeceu ao homem, se despediu e também embarcou. Ele caminhou pelos corredores dos vagões, procurando por uma cabine que estivesse menos cheia, e só a encontrou no último vagão do trem, onde estava aquele garoto que havia surgido do nada, lá na plataforma.
- Olá - cumprimentou Tomi, à porta da cabine - Posso?
O garoto o olhou e deu de ombros.
- Claro.
Tomi entrou na cabine e sentou-se calado, junto à janela. O garoto, que estava entretido em mexer em algo oculto pela capa, tentou puxar conversa.
- Sou Cirian Mclaster. Esse é o meu primeiro ano em Hogwarts, e você?
Tomi olhou-o, curioso com o volume debaixo da capa do garoto, respondeu por fim.
- Sou Tomi Allams, também é o meu primeiro ano.
O silêncio perdurou por alguns instantes, e Tomi teve a ligeira impressão de ver Cirian falar coisas sem sentido para o volume. O trem já estava se movendo, uma voz no corredor anunciava a venda de guloseimas, Tomi praguejou baixinho por não ter dinheiro, Cirian, no entanto levantou-se e pegou algumas moedas de prata do bolso e as deu para a mulher do carrinho de doces, quando ela chegou à cabine deles. Sentou-se novamente, com alguns pacotes no colo e estendeu para Tomi um desses pacotes.
- Quer um?
Tomi pensou em aceitar, e já ia estendendo a mão, quando o chocolate em forma de sapo começou a se debater e coaxar. Tomi soltou uma exclamação de susto e se espremeu contra a janela.
- Essa..., isso..., essa coisa... Tá viva?!
Cirian riu de Tomi, fazendo-o sentir-se um idiota com toda aquela situação, ele se lembrou então do uniforme e usou-o como pretexto para encerrar o assunto. Novamente o silêncio retornava a cabine dos dois, Tomi notou Cirian abrir a capa e mostrar um pequeno cesto esférico na cintura, do qual saiu uma serpente naja de cor escura. A serpente deslizou pelo corpo do garoto e se alojou nos ombros dele debaixo do cabelo. Tomi estava apavorado com aquilo e se espremeu ainda mais contra o vidro da janela, Cirian pegou um sapo de chocolate e o deu para a cobra, que brincou antes de devorá-lo. Ele conversava com a serpente, disfarçadamente, ignorando o medo do colega de cabine que achava ser um tapado. Uma confusão de vozes exaltadas chamou a atenção dos dois, Cirian colocou a serpente no chão, após sussurrar palavras esquisitas. Ela deslizou até a porta e voltou, ele pegou-a e colocou-a no pescoço, pronto para escutar o relato dela. Tomi começou a achar aquela situação a mais louca de sua vida, Cirian levantou-se e saiu, Tomi foi atrás, mas manteve certa distância de Cirian. Em frente à cabine vizinha, dois garotos grandes e mal encarados ladeavam um garoto loiro. Eles implicavam com três garotas daquela cabine, uma delas Tomi reconhecia como a garota da estação.
- O que foi sangue-ruim? - rugiu o loirinho para Ciriam - Algum problema?
Ciriam mostrou-se frio e não se sentiu insultado, mas a cabeleira em volta do pescoço começou a se remexer e a serpente esticou-se para frente, mostrando as presas perigosamente venenosas e silvando furiosamente. Os três encrenqueiros pularam para trás, assustados, e se afastaram aos tropeços. As três garotas pareceram não terem notado a serpente, que se escondia novamente embaixo da cabeleira de Ciriam.
- Obrigada. - agradeceu a garota que parecia ser a mais velha - Sou Hermione Granger, do segundo ano, e vocês?
- Eu sou Cirian Mclaster...
A garota ruiva arregalou os olhos.
- Mclaster. A famosa família de bruxos escoceses.
Cirian sorriu com a observação da garota.
- E você - disse Ciriam - presumo eu que seja uma Weasley, os traços não escondem.
Gina Weasley ficou rubra.
- É... Gina Weasley.
- Sou Tomi Allams - apresentou-se o garoto de aparência doente ao lado de Cirian.
Gina parecia tentar recordar o nome do garoto, mas foi Hermione quem falou:
- Você deve ser nascido trouxa, como eu.
Tomi pensou por uns instantes no termo que a garota havia usado.
- É, acho que é isso sim.
- E você? - Cirian falou com a garota loira, que só ouvia a conversa.
- Sou Hanna. Hanna Triice.
A voz dela era suava, Cirian e Tomi sentiram-se leves, como que levitando, olhavam-na fascinados com sua beleza.
- O que foi? - perguntou Gina, já sabendo o que era - Parecem dois dementes.
As palavras da garota os trouxeram de volta à realidade e, eles notaram como estavam ridículos com os olhos arregalados e bocas abertas, quase a babar, recompram-se. Gina olhou para Hanna, com um pouco de inveja e sentindo-se feia. Quem quebrou a tensão do momento foi Hermione.
- Em que casa acham que vão ficar?
Tomi olhou-a sem entender a pergunta.
- Sonserina - respondeu Cirian, com certo brilho no olhar - Sabe tradição de família.
Gina soltou um gemido, Hanna olhou curiosa, Hermione franziu o cenho e disse:
- Então é melhor se preparar, você acabou de se chocar com Malfoy, e ele é da Sonserina, segundo ano.
Mas o garoto apenas sorriu, tinha certeza que Malfoy não tentaria nada contra ele.
- Mas, me falem sobre vocês.
Hermione estava curiosa sobre eles, olhou então para Hanna, Cirian e Tomi. Cirian mostrou novamente os belos dentes, num sorriso amistoso.
- O que eu posso dizer sobre mim?
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Free Talk: Foi reeditado o capitulo, irei a partir de hoje a aparecer mais por aqui e tentar continuar esse velho projeto, o capitulo 5 esta quase finalizado e em breve sera postado... Talvez ainda hoje, dia 27/10/2010. Grato pela atenção!
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