Os dezessete anos



Teddy mal conseguira dormir aquela noite, sua ansiedade era monstruosa, não via a hora de todos acordarem para lhe desejarem os parabéns. Teddy já iria completar dezessete anos. Teddy, como eu já disse milhões de vezes, era a cara de Lupin. Sua feições de garotinhos já estavam se transformando na de um homem. Teddy era um tanto alto, magro, olhos castanhos que brilhavam como os olhos do pai, mas tinha o cabelo da mãe, ele herdou o dom de Tonks e isso o fazia sentir muito orgulho.
Ele tinha a imagem dos pais como de heróis, sabia que os dois tinham se amado muito e que morreram na batalha de Hogwarts. Algumas pessoas jogavam na cara de Teddy que ele tinha um pai que era um lobisomem, mas ele nunca ligou, pois sabia que seu pai tinha sido um grande homem. Mas naquele dia tudo mudaria.
- Feliz aniversário!- disse Andrômeda acordando o neto, acontece que ele não tinha dormido, e dando um daqueles abraços de avó que dói até as costelas.- Estou tão orgulhosa de você.- e deu um beijo na testa de Teddy. Ela entregou o presente para Teddy.
- Muito obrigado.- disse Teddy dando um largo sorriso. Ele abriu e viu que dentro havia um relógio e uma capa.
- O relógio foi do seu pai e a capa da sua mãe.- disse Andrômeda com lágrimas nos olhos, se lembrando da filha. Andrômeda nunca se recuperou da perda de Tonk e de Ted. Ela tinha uma ferida aberta muito grande e que por mais que Teddy tentasse nunca conseguiria curar. A família dela se resumia somente a Teddy e talvez por isso ele se sentisse na obrigação de ser o melhor neto que podia ser.
Ele abraçou a avó e enxugou as lágrimas dela.
- Mas hoje é um dia de alegria.- disse ela dando tapinhas nas costas de Teddy.- Vamos, desça, tem gente te esperando.
Andrômeda abriu a porta do quarto de Teddy e Vic saiu correndo dando um abraço em Teddy, quase que ele caiu junto com ela.
- Parabéns Teddy!- disse ela e finalmente tinha largado ele.- Me desculpe Sra. Tonks, mas não agüentei esperar lá embaixo.
Teddy ainda estava com sua roupa de dormir e o cabelo bagunçado, com os olhos inchados por não ter dormido.
- Vamos Vic, vamos deixar Teddy se arrumar.- disse Andrômeda levando Vic até a porta.
Teddy se arrumou, mas antes que pudesse descer ele quis visitar o antigo quarto da mãe. O quarto nunca foi ocupado depois da morte de Tonks. Teddy adorava ficar ali, aquele lugar e a Casa dos Gritos para ele eram sagrados. Ele entrou no quarto abriu a janela e um vento forte passou na janela, derrubando vários papéis da escrivaninha. Ele pegou os papéis e as colocou de volta nos seus lugares, mas viu que esqueceu de guardar um papel. Ele pegou e viu que era uma carta, uma carta de seu pai para sua mãe. Ele abriu a carta e começou a ler. Na carta estava escrito:
Tonks,
Me perdoe por tudo que eu fiz, nunca quis te deixar, principalmente agora que você está esperando um filho meu. Fui um completo idiota em achar que estragaria a vida de vocês dois, não pensei nas conseqüências. Pensei bem e vi que o meu amor por vocês é maior do que qualquer discriminação besta.
Saiba que eu sempre te amarei e que agora vi que estar longe de você dói muito.
Com amor,
Lupin.

Teddy leu e releu a carta não acreditando no que tinha acabado de ler. Ninguém nunca tinha lhe contado que o seu pai o tinha rejeitado uma vez. Foi assustador ler aquilo. Ele guardou a carta no seu quarto e desceu tentando disfarçar ao máximo a tristeza que tinha tomado conta dele.
Ele foi para a cozinha e viu que Harry, Gina, Tiago e Vic estavam sentados em uma mesa. Ele recebeu os presentes e abriu sem muito entusiasmo. Logo depois Andrômeda chegou com um bolo e todos começaram cantar. Nessas horas Teddy sempre ficava vermelho, mas desta vez ele não ficou. Sua tristeza era tão grande que não tinha espaço para ficar tímido.
Depois de todos comerem o bolo Harry, Gina e Tiago tiveram que ir embora, pois tinham outro compromisso.
Vic achou que Teddy estava muito estranho, eles foram até o jardim e começaram a conversar.
- Me diz Teddy, o que aconteceu, você está muito estranho.- insistia Vic para Teddy.
- Eu já disse que não foi nada, só estou com um pouco de sono, não consegui dormir a noite inteira.- disse ele tentando disfarçar a tristeza que ele sentia.
Teddy sempre teve a imagem do pai como a de um herói, que enfrentou várias barreiras sem enfraquecer um dia sequer. Mas agora ele percebeu que seu pai era humano e que tinha defeitos e uma de suas fraquezas era o medo que ele sentia de ser rejeitado.
- Teddy, eu te conheço, sei que você não está nada bem. Por favor me conte quem sabe eu não posso te ajudar.- disse Vic, ainda insistindo.
Quando ela disse Teddy não agüentou e algumas lágrimas rolaram de seu rosto. Vic o abraçou e o colocou no seu ombro.
- Teddy, eu estou começando a ficar preocupada com você. Pelo amor de Deus, me conte.- disse Vic desesperada.
Teddy não conseguiu contar e a levou para seu quarto, onde ele mostrou a carta de seu pai. Vic leu atentamente cada palavra.
Teddy desabou na cama como se tivesse se livrado de um peso enorme. Eles ficaram em silêncio por um breve momento.
- Teddy, essa carta faz muito tempo que foi escrita, você não vai ligar para isso. Não acabe com a imagem de seu pai dessa forma.- disse Vic que estava de joelhos na frente dele.
- Será que você não entende? Meu não me quis, ele largou a minha mãe. Ele não a amava como tudo mundo sempre disse pra mim.
- Teddy ele voltou, não voltou? Ele voltou para a sua mãe e para você porque amava vocês dois. Ele tinha a opção de não voltar, mas ele voltou.
- Ele voltou porque não queria ter um peso na sua consciência. Se ele realmente tivesse amado minha mãe, ele nunca teria sequer pensado em deixa-la em plena época de guerra.- disse ele quase desabando em lágrimas.
- Teddy Remo Lupin, me escute. Eu não deixarei que você pense essas coisa horríveis. Você é melhor do que isso, eu sei.- disse Vic, como se estivesse dando uma bronca nele.
- Vic, será que você é tão...tão...- começou Teddy a falar, mas desisitiu.
- Tão o quê? Idiota? É acho que sou mesmo, fico tentando te consolar quando eu poderia estar em casa.- disse Vic dando um olhar mortal a Teddy.Logo em seguida ela foi embora, deixando Teddy sozinho no quarto. Teddy ficou ali o dia inteiro. Aquele com certeza estava sendo o pior aniversário da vida dele. Ele se sentiu culpado de ter tratado Vic do jeito que ele tratou. Foi até a lareira e pela rede de Flu até a Casa das Conchas.
- Ela já voltou para a escola Teddy. Eu não sei o que aconteceu, mas ela ficou muito triste depois que recebeu uma carta.- explicou Fleur assim que Teddy tinha chegado na casa.
- Ah, obrigado. Eu voltarei para a minha casa.- disse Teddy de cabeça baixa.
Ele havia dormido na sua casa como sua avó havia lhe pedido. Mas no outro dia bem cedinho ele voltou para a escola. Assim que Teddy começou a andar pela escola percebeu que havia algo de muito errado. Ele entrou na sala comunal e viu vários alunos na sala com a cabeça baixa, mas não conseguiu encontrar Vic.
- O que aconteceu?- perguntou Teddy a Gwydre e percebeu que o amigo havia chorado.
- Você não soube? A...Seren... aconteceu um acidente e ela...- falou Gwydre no meio de soluços, mas após o último soluço ele não conseguiu terminar e nem precisava Teddy já havia entendido.
- Não.- disse Teddy bem baixinho. Ele olhou ao redor e viu Dian com um gato no colo que certamente era de Seren.
Teddy não agüentou ficar naquela sala, parecia que iria sufocar. Sabia que não haveria aula, já que a escola estava de luto.
O dia demorou a passar e finalmente já estava escurecendo. Os monitores já estavam chamando os alunos para entrar na sala comunal. Teddy esperou um pouco para ver se encontrava Victoire e nada dela aparecer. Ele entrou na sala na esperança de encontrar a amiga e nada também. Ele olhou pela janela e viu um vulto no jardim. Era Vic que estava jogando uma goles contra uma parede, mas com tanta fúria que parecia que ela iria fazer um buraco na parede.Ele desceu e foi em direção de Vic no jardim.
- Vic...Nós precisamos entrar.- disse Teddy olhando para o céu e percebendo que iria chover.Mas Vic o ignorou.
- Vic ...Por favor, vai chover daqui a pouco....Olha, leu sinto muito.
Vic de repente agarrou a goles e parou. Ela sentou no chão como se estivesse desabando, ficou quieta olhando para o nada por alguns instantes e começou a chorar feito uma criança. Teddy olhou para aquela cena sem saber o que fazer, ficou quieto por alguns minutos, mas não agüentou e se sentou ao lado dela, colocando a cabeça de Vic delicadamente contra seu peito. E foi aí que a chuva começou, molhando os dois dos pés a cabeça.
- Ela era minha melhor amiga, quase uma irmã...E agora saber que ela se foi.- disse Vic soluçando.
- Eu sei.- disse Teddy no ouvido de Vic e a abraçando mais forte ainda.
Depois de um tempo debaixo da chuva Teddy percebeu que a chuva já estava indo embora e a lua brilhava intensamente. Ele levantou Vic e a levou até a sala comunal.
Vic foi para o dormitório e trocou de roupa, se sentou ao lado de Teddy que já estava com roupas secas. Seu cabelo estava ensopado e o ar triste que havia em seu rosto a fazia ficar mais bonita. De repente ela pegou na mão de Teddy que estava em cima do sofá.
- Promete que você nunca vai me abandonar.- disse Vic bem baixinho. Apesar de os dois estarem sozinhos, parecia que ela não queria que mais ninguém ouvisse.
- Eu prometo.- respondeu ele no mesmo tom de voz do dela. Ela se jogou nos braços de Teddy, colocando sua cabeça no ombro dele.
- Sabe Vic... Aquilo que ia dizer a você no meu quarto ontem...- Teddy começou a falar, mas percebeu que Vic havia adormecido. – Boa noite, Vic. Eu te amo.- disse ele no ouvido dela e tocou os seus lábios nos lábios dela. Não chegou a ser realmente um beijo, foi mais uma demonstração de carinho.
Depois de algum tempo Teddy também havia adormecido. E lá ficaram os dois abraçados e dormindo.

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Cap de dicado a Mari e a Duda
Vlw por td gennte
E vale a pena repeti
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