Capítulo 1



Sentado à sua escrivaninha, o homem de cabelos grisalhos tinha uma expressão decidida nos olhos azuis.
Ainda assim, Harry continuava disposto a discutir o assunto. Essa não era a primeira vez em que ele se negava a realizar um serviço, e Eugene Ritter sempre acabara por concordar. Mas não desta vez; era possível perceber que o velho estava determinado a não ceder.
Porém, Harry Potter não se daria por vencido tão cedo, sendo um homem acostumado a enfrentar oposição. Tendo passado os últimos dez anos como o chefe de segurança interna da Companhia de Petróleo Ritter, ele se habituara a encarar toda a sorte de oponentes, desde ladrões em potencial a agentes inimigos, que por várias vezes haviam tentado se apoderar das descobertas de metais estratégicos obtidas pela Companhia Ritter.
— O deserto não é lugar para uma mulher. — Harry insistia.
Sentado confortavelmente defronte ao dono dá empresa, ele era uma figura imponente, digna de seus ancestrais, os índios apaches. Deles havia herdado o tom moreno da pele, o rosto liso, os lábios finos, os olhos inexplicavelmente verdes, os cabelos de um preto azulado, cortados muito curtos e muito desalinhados. Era bastante alto e o terno de caimento impecável não conseguia esconder a perfeição dos seus músculos. Harry era um homem especial: havia sido Boina-Verde, mercenário e agente da CIA. Faixa-preta em caratê, também era especialista em armamentos leves. Aos trinta e sete anos, nunca havia se casado e pretendia continuar assim, pois considerava-se de natureza solitária. Portanto, não tinha qualquer intenção de acompanhar uma geóloga sexy ao Arizona. Hermione Granger era uma das que lhe causava problemas e parecia estar sempre metida em apuros.
A última exploração que ela havia chefiado acabara por colocá-la sob a mira de agentes inimigos, e fora necessário mantê-la, e ao seu apartamento, sob vigilância. Dos três homens que a seguiam, dois haviam sido presos, mas o terceiro continuava à solta. E tudo isso ocorrera apenas havia dois meses!
Harry e Hermione tinham sido lançados em missões conjuntas com mais freqüência do que ele gostaria. Como duas pedras que se chocam, costumava sair faíscas entre ambos, e isso podia ser perigoso. Ele não gostava daquela mulher, e Hermione era um tipo muito especial. Dona de uma beleza suave, aliada a uma inteligência superior, ela lhe causava uma forte impressão. Era a única mulher capaz de afetá-lo profundamente, e ele não gostava disso em absoluto. A idéia dos dois passarem uma semana no deserto, e a sós, o enfurecia.
— Hermione não é apenas uma mulher, mas uma geóloga das mais competentes. — Eugene observou. — Esse filão é potencialmente rico e preciso do novo capital que ele será capaz de gerar. Hermione não pode ir sozinha.
— Posso mandar um dos meus homens acompanhá-la.
— Não é o suficiente. Ela já esteve em perigo antes, devido a esse mesmo trabalho. Quero o melhor, e o melhor é você.
— Nós não nos damos bem, você ainda não percebeu? — Harry falou entre dentes.
— Você não precisa simpatizar com ela. Tudo o que tem a fazer é evitar que terceiros coloquem as mãos nos mapas ou nos resultados da inspeção. Além do mais, a área do Arizona onde a pesquisa será feita fica próxima à reserva apache. Você pode aproveitar a oportunidade para visitar o seu avô.
— Posso fazer isso sem ter que estar acompanhando a sua jovenzinha indefesa.
— Hermione é uma geóloga e sua aparência não tem nada a ver com a sua profissão. Pelo amor de Deus, você se dá bem com todas as outras funcionárias, e por que ela seria diferente?
Essa era uma pergunta que Harry não gostaria de responder. Não poderia dizer a Eugene que aquela mulher afetava os seus sentidos com tamanha intensidade que ele tinha dificuldades até para pensar quando estava ao seu lado. Não que estivesse a procura de um caso, porém a queria com uma paixão ardente. Sempre se julgara capaz de disfarçar tanto desejo, mas ultimamente vinha se tornando cada vez mais difícil reprimir a atração. A tentação de tê-la ao seu lado por alguns dias no deserto era grande.
Entretanto, alguma coisa poderia acontecer... e depois, então? Harry tinha bons motivos para não gostar daquela mulher, e também não estava com vontade alguma de gerar uma criança que viria a ter dificuldades para se adaptar ao mundo, assim como ele.
— Você pode ameaçar pedir demissão. — Eugene falou com um meio sorriso.
— E adiantaria?
O velho apenas balançou a cabeça em negativa.
— Neste caso, não me darei ao trabalho de tentar. — declarou Harry. — Quando devemos partir?
— Amanhã de manhã. Você pode pegar as passagens e o endereço do hotel com a minha secretária. Como será preciso providenciar algum equipamento para acampar, o melhor é que durmam a primeira noite no hotel. Você e Hermione deverão passar por marido e mulher ao voarem de Phoenix para Tucson. Creio que esse arranjo servirá para despistar quem os estiver se¬guindo. Talvez o melhor seria entrar em contato com o nosso pessoal no Arizona e colocá-los a par do plano.
— Farei isso agora.
— Tente não parecer tão abatido. É desmoralizante!
— Então, pare de me escalar para trabalhar ao lado de Hermione Granger!
— Você é o único homem da minha empresa capaz de reclamar de uma oportunidade destas.
— Sou apache e ela é branca. — Harry falou com orgulho. Eugene havia sido casado duas vezes e, não sendo estúpido, podia ler nas entrelinhas muito bem.
— Entendo. Mas se trata de trabalho. Você terá de contornar a situação.
— Não é o que eu sempre faço? Você contará a ela ou quer que eu o faça?
— Deixe comigo. — Eugene sorriu antes de continuar: — Hermione vai subir pelas paredes! Talvez você se sinta chocado ao saber que ela o considera desagradável e que tentará, com todas as forças, cair fora desse trabalho.
O fato não surpreendia a Harry. A intuição lhe dizia que Hermione sentia-se atraída por ele e que lutava contra o sentimento, já que, desde o primeiro dia, o relacionamento entre ambos havia sido inquietante e antagônico.
Harry se levantou e saiu da sala, com uma expressão dura no rosto. Embora tivesse um bom entrosamento com a grande maioria dos funcionários da companhia, ele era tido, por muitos, como o frio Sr. Potter. Sendo o único dos solteiros a não tentar qualquer intimidade com as funcionárias da empresa, seria difícil não chamar atenção. Também todas as mulheres pareciam intimidadas pela sua personalidade marcante. Todas, exceto uma. Hermione não temia enfrentá-lo.
E agora uma semana no deserto ao lado dela!
Harry acendeu um cigarro. Havia parado de fumar a semana passada e lá estava ele outra vez, voltando ao velho vício. Tudo culpa de Eugene. Talvez o melhor fosse largar o trabalho e ir criar cavalos na reserva. Mas isso o deixaria completamente entediado...
Não. O que precisava fazer agora era encontrar uma maneira de sobreviver àqueles dias com Hermione.


Oie! E vocês não estavam à espera de ver o Harry que nem um índio, não? Vestido com aquelas roupas... Ná! Ele tem ascendentes... Essas coisas e essas complicações de indio... rsrsrsrs Poxa... Boina-Verde(nem sabia o que era isto!!!! rsrsrsrsrsrsrs)... Mercenário... agente da CIA... Faixa-preta em caratê... e especialista em armamentos leves... Deus do Céu... este homem é um perigo! Mais parece um racista com a Mione só porque ela não é da laia dele... E vice-versa...
Então, esperando por comentários novos e espero que gostem... bjao

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