Meu amor se foi



Sempre achei que suas promessas fossem eternas;
Eu não imaginaria que eu ouviria você dizer adeus;
E eu sempre ouvi que você viveria outra vida,
E eu duvidei todas as vezes.


Gina estava sentada na pequena mesa em seu quarto pensando e escrevendo em um pequeno caderno. Faziam 4 meses que ela estava ali naquele hospital, ajudando pessoas feridas da guerra. A principio sentira-se muito triste por estar longe daqueles que ela amava, mas depois que se envolveu com o seu trabalho sentiu-se muito bem, ajudar era maravilhoso. Aprendera muita coisa ali, Snape era muito exigente, mas sempre a ajudara, ela notara que ele estava sempre com a Sra. Malfoy e havia se tornado ate mais sociável agora. Ela não conteve um risinho, podia ver o amor nos olhos deles. Lembrou-se de Harry, como estaria seu amor? Há tempos sentia um aperto no coração ao pensar nele, mas nada de ruim teria acontecido ou ela saberia, as noticias se espalham rápido. Procurou afastar os pensamentos tristes. Ela não podia ficar triste e nem se sentir mais tão só, afinal ali haviam pessoas que haviam perdido toda a família, esses sim estavam sozinhos. Pensou em sua família, como estariam todos? Novamente a melancolia a invadia. Foi arrancada de seus pensamentos vendo a porta abrir-se. Gina assustou-se. Era Snape.

 Vamos weasley, uma emergência, alguns membros da ordem estão chegando feridos, receberemos mais ajuda de outros núcleos de cura, arrume-se e suba urgentemente.

Dizendo isso Snape saiu. Gina ficou nervosa, guardou o caderno na mala e saiu atrás de Snape. Chegando a recepção pode ver varias macas sendo trazidas e reconheceu Malfoy em uma delas, ele parecia muito ferido. Olhou-o com pena.

 Gina! – ela olhou para a voz que a chamava e reconheceu Luna Lovegood, sua amiga desde o 4° ano.
 Luna, o que faz aqui? – Gina estava surpresa e feliz, enfim encontrava alguém que ela conhecia, uma amiga!
 Sou uma espécie de enfermeira, pelo visto você também, vim pra reforçar o atendimento, soube que vários membros da ordem estão vindo pra cá muito feridos.
 Sim é verdade, Snape me chamou apressado. Estou feliz por você estar aqui! – Gina abraçou a amiga!
 Eu também Gina, como você esta? Espero que não esteja mais sofrendo! Afinal faz algum tempo e ele não merece!
 Sofrendo? – Gina olhou-a confusa.
 Não precisa ser forte comigo, posso compreender, sei como e gostar de alguém e não ser correspondido. – Luna baixou os olhos.
 Não estou entendendo Luna. – Gina achava que a amiga estava tendo um daqueles momentos em que ficava aluada.
 Mas... - De repente Luna olhou-a com receio.
 Esqueça então, vamos atender os feridos! – Luna foi caminhando, mas Gina segurou-a.
 Nada disso, conte-me porque eu deveria estar sofrendo. Aconteceu alguma que eu não saiba? – Gina viu a amiga abrir a boca e fecha-la novamente.
 Diga Luna! Estou assustada.
 Aqui não é o melhor local, nem a hora, vamos socorrer as pessoas, depois conversamos.
 Não Luna. Fale!

Luna segurou Gina pelo braço e levou-a ate um canto onde havia pouca gente para que pudesse falar com mais descrição.

 Você tem recebido noticias de Harry?
 Não Luna, desde que saímos da ordem, a uns 4 meses que não falo com ele, você sabe, não podemos.
 Você ainda gosta de Harry? – Luna perguntou apreensiva.
 Sim – Gina sentiu um aperto no coração. – eu o amo. O que houve?
 O que tenho pra falar não e fácil. Saiba que sou sua amiga, conte comigo sempre.
 Ta luna, disso eu sei. Agora fale, estou com medo do que irei ouvir, você esta me assustando. – Gina tentava manter a calma.
 Pensei que já soubesse que – ela exitava - ele esta com a Cho.

Gina empalideceu, o sangue sumiu-lhe do corpo, não conseguiu respirar.

 Gina acalme-se. Por Merlim, você não deve ficar assim. – Luna estava preocupada.

Gina estava alheia. Só pensava em Harry, em como foram felizes juntos, em como tudo estava entre eles, tudo que não havia mais. O desespero tomava conta dela. A custo continha as lagrimas que queriam cair. Não podia chorar. Tentou acalmar-se, precisava saber de tudo. Respirou fundo e virou-se para Luna.

 O que? Como? – Gina estava com o olhar perdido.
 Eu estava no mesmo centro de atendimento que ela, no Japão. Há um mês e meio ele apareceu lá um pouco ferido, você sabe, Voldemort procurava algo que poderia ajudá-lo na milenar sabedoria oriental, por isso eles batalharam e Harry saiu um pouco ferido. Cho cuidou dele, ele não me deixava se aproximar. desde então tem ido visitá-la sempre.
 Não...acredito – Gina amuou-se, não estava acreditando.
 Pensei que você soubesse, todos já sabem, ate no profeta diário comentaram.
 Não sabia, não sabia Luna, aqui não recebemos o profeta, não sei nem onde estamos, mas Harry ele... – Gina estava magoada, Harry havia voltado pra Cho, depois de tudo o que haviam vivido juntos, ele dissera-lhe que a amava, que queria casassem, não poderia ter sido só uma ilusão.
 Gina amiga, não fique assim, vai encontrar seu amor verdadeiro, Harry não merece! – Luna tentou abraça-la.
 Preciso ir respirar um pouco.

Gina saiu quase que correndo. Queria fugir, se esconder, chorar a dor que sentia pela sua desilusão.

 Weasley! - Sentiu que alguém a segurava, era Snape – venha comigo!

Ele pareceu não ver as lágrimas em seus olhos e saiu arrastando-a pelos corredores, levou-a para a ala de acidentes graves, entrou em um dos quartos. Viu Malfoy deitado na cama, parecia morto.

 Quero que cuide de Draco, Cissy não está em condições, esta emocionada demais, eu preciso manter tudo sob controle, dedique-se exclusivamente a ele.

Snape saiu sem deixar Gina protestar. Ela olhou para Draco, não gostava dele em hogwarts, sempre implicava com ela, sua família, Mione, Harry. Ao lembrar dele sua vista embaçou, mais lagrimas teimavam em molhar sua face. Enxugou-as e tentou conter-se. Tremula ela pegou a ficha que o medi-bruxo havia feito rapidamente. Olhou para Malfoy e viu como ele era pálido. Tocou seu pescoço para sentir o pulso, estremeceu e retirou a mão, como ele estava gelado! Novamente pensou que ele estava morto. Via as anotações do medico sobre seu estado e se empenhou incessantemente o resto do dia em cuidados com ele, precisava fazê-lo, Snape praticamente ordenara! Assim ela ocupou a mente e esqueceu de Harry e sua decepção.

Estava novamente no quarto do Malfoy. Fazia duas semanas que ele estava lá e ainda não havia acordado, seu corpo já estava bom, mas ele ainda estava inconsciente. Gina aproximou-se dele para sentir seu pulso no pescoço. Uma mão segurara-lhe e ela soltou um gritinho de susto. Olhou e viu que Draco a segurava. Ela estava surpresa, ele havia acordado, precisava chamar o medico.

 O que você pensa que esta fazendo pobretona? Como ousa tocar em mim?

Gina estava estática. Como ele podia falar com ela daquele jeito. Ela passou dias cuidando dele e quando ele acordou foi para tratá-la com grosserias. Lembrou-se das ironias dele em Hogwarts. Sentiu raiva e a face esquentar.

 O gato comeu sua língua Weasley fêmea? Ou não consegue falar desde que o cicatriz te abandonou? – ele sorria com sarcasmo.

Gina não respondeu. Nessa hora Narcisa entrou no quarto e ao ver que o filho estava desperto ele correu até ele abraçando-o e enchendo de beijos. Gina aproveitou para sair dali, não iria agüentar o Malfoy com sua idiotice, detestava-o. Já havia feito a sua parte cuidando dele. Saiu em direção a seu quarto.

Estava em seu quarto quando aporta se abriu e Narcisa entrou seria. Vendo-a Gina ficou desconfortável, provavelmente ela vinha falar do Malfoy.

 Virginia! Vim pedir desculpas pelo que Draco fez. Eu sei que ele tem muitos defeitos que adquiriu com a educação que o Lucius deu a ele, sobre sangue e dinheiro, mas ele esta melhorando e muitos desses conceitos meu marido pos na cabeça dele estão se dissipando, por isso peço que o compreenda e o desculpe. Logo ele percebera o que é realmente importante nesta vida e vai deixar de ser esse garoto mimado que ele se transformou.
 Dona Narcisa, não precisa pedir desculpa, não foi nada. – Gina disse enternecida. Narcisa era uma mulher muito doce e carinhosa.
 Obrigada Virginia, e se não for pedir muito, gostaria que você continuasse a cuidar do meu filho.
 Esta bem, mas espero que o Malfoy não seja tão grosseiro da próxima vez. – gina disse, não tinha como não aceitar, faria aquilo por Narcisa.

Passaram-se mais duas semanas e Gina ainda cuidava de Draco. Ele insultara-a algumas vezes, mas depois foi parando. Narcisa ia visitá-lo as vezes e Gina acabou conhecendo-a mais, era uma mulher incrível, muito boa, não tinha nada de Malfoy. Gina não entendia como ela pode casar com o Lucius Malfoy. Nessas visitas, Narcisa iniciava conversas onde Gina e Draco acabavam por se falarem também, Gina achou bom, era até possível ter uma conversa civilizada com ele de vez em quando. Não trocavam mais farpas e assim era melhor.

Apesar de tudo, Gina ainda chorava toda noite por Harry e as vezes tinha sonhos com ele desprezando-a para ficar com Cho. Nesta manha ela acordara mal, tinha sonhado com Voldemort, ele dizia que estava vindo buscá-la. Sentiu um calafrio e uma sensação ruim a acompanhou desde que acordara. Olhou no calendário, 11 de agosto, dia de seu aniversario. Suspirou infeliz, estava longe das pessoas que amava. Levantou-se e tomou um bom banho. Sentiu-se melhor. Caminhou ate o pequeno refeitório do local onde estava, serviu-se de algumas frutas e sentou-se em uma mesa reservada, nem sequer olhou para os lados, estava pensando em sua vida ate ali, estava completando 16 anos.

 Parabéns Gina!!! – Luna havia sentado ao seu lado e pondo um pequeno embrulho na mesa disse-lhe quase em um sussurro.
 Obrigada Luna - Gina emocionou-se, alguém lembrou.
 Não fique triste, onde quer que eles estejam estão pensando em você.
 Eu sei, estou bem, não se preocupe.
 Você parece preocupada.
 Impressão sua.
 Esta bem. – Luna calou-se observando a amiga. Viu que Gina estava aérea.
 Não fique me olhando Luna, já disse que estou bem – Gina fez uma careta pra amiga e esta riu.
 Só você pra me fazer rir depois do que aconteceu. – Luna disse com um ar pesaroso.
 E o que aconteceu?
 Malfoy, vai ficar aqui conosco, e o pior, supervisionando todo os Centro de atendimento – Luna disse fazendo cara de lamento ao que Gina riu.
 Não faça drama, também não gosto do Malfoy, ele e profundamente esnobe, irritante, orgulhoso...
 Não sabia que seu assunto favorito logo pela manha era eu Weasley, eu sei que sou maravilhoso, mas fique sabendo que sou alguém inalcançável pra você.
 Aff Malfoy, poupe-me dos seus comentários idiotas logo cedo. – disse Luna.
 Deixe-nos em paz Malfoy. – disse Gina.

Malfoy simplesmente olhou-as nos olhos e sentou-se na mesa em que elas estavam, o que surpreendeu bastante Luna. Gina olhou para ele encarando-o e não pode deixar de notar que ele tinhas belos olhos azuis acinzentados, encantadores, e os cabelos extremamente loiros e lisos que lhe caiam sobre os olhos e ele teimava em retirar, a pele alva, os lábios médios, bem desenhados e rosados, admirou-se. Malfoy era lindo.

 Sentarei aqui mesmo se não se importam e eu sei que não se importam. Sou o novo supervisor de vocês e dos demais auxiliares. Como sabem, sou ótimo em poções, possuo todo conhecimento para melhor atender aos pacientes.
 Imagino que você saiba mesmo Malfoy, não só as melhores poções, como os melhores feitiços.
 Não sabia que você me admirava tanto assim Lovegood.
 Não é admiração, é desprezo. Desprezo você e seu sangue sujo de comensal da morte.

Gina engasgou com o suco que tomava. A discussão entre Luna e Malfoy estava ficando quente, mas ela não queria conflitos. Pro seu desespero ela não conseguiu mais respirar direito. Olhou para eles assustada e viu que eles também estavam. Foi ai que sua visão escureceu e ela desmaiou.

Gina acordou ouvindo vozes distantes e sentindo um peso sobre ela. Conforme foi retomando a consciência viu que estava no seu quarto. Luna e Malfoy olhavam pra ela com curiosidade, Malfoy perto demais para o seu gosto. Tentou levantar-se e foi ai que tomou consciência de que o peso sobre ela era do maldito Malfoy.

 Saia de cima de mim Malfoy – Gina disse enérgica.
 Obrigada é um termo que se usa em agradecimento a alguém que salvou sua vida Weasley, mas eu devo compreender que você não teve educação com tantos filhos que seus pais ou seriam coelhos tinham pra se preocupar. – ele dizia enquanto ia levantando-se e ficando de pé ao lado da cama de Gina.
 Não me venha falar em educação Malfoy, quando você acordou nesse lugar você não foi educado comigo, ou será que você não recebeu educação apesar de toda a riqueza que você possui, ah talvez seus pais estivessem tão ocupados com o Lorde das Trevas que não tiveram tempo para educá-lo – Ela disse alfinetando-o.
 Não fale assim comigo Weasley, você não sabe do que ta falando. – ele disse pausadamente de forma ameaçadora.
 Não tenho medo de filhotes de comensal da morte – Gina estava com raiva de Malfoy, não conseguia controlar.
 Não vou discutir com você, não vale a pena perder tempo, da próxima vez deixarei você morrer e farei um bem pra humanidade bruxa. – ele virou caminhando em direção a porta.
 Peraí – Gina disse pensativa – como foi que você salvou a minha vida?
 Pergunte a sua amiga Dilua, ela viu como foi, mas não queira fingir engasgos pra que eu encoste em você de novo Weasley, foi só dessa vez, nunca mais tocarei em você.
 Como se eu quisesse. – Gina disse bufando e revirando os olhos. Draco saiu e ela olhou para Luna.
 O que esse idiota fez?
 Salvou sua vida.
 Como? Eu só desmaiei, não me diga que me carregar ate aqui foi salvar minha vida. – Gina falava irônica.
 Não Gina, você engasgou com o suco, sufocou e por isso desmaiou. O Malfoy fez respiração boca-boca em você.
 O que? - Gina gritou num misto de surpresa e susto – não acredito, eca! – ela disse limpando a boca.
 Foi isso mesmo.
 Ai Luna, como você deixou? Aquele idiota encostou em mim, pior, na minha boca, ele praticamente me beijou e você não fez nada pra impedir, bela amiga você é. – Gina estava emburrada e ainda esfregava os lábios.
 Ele salvou sua vida, eu não impediria ele de fazer isso.
 Isso e nojento!
 Não, isso é estranho! O Malfoy que eu conheço não faria isso, ainda mais em você. Será que ele realmente é diferente agora?
 Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe, vou tomar banho e lavar bem minha boca, depois eu te encontro lá em cima.
 Como ele te tratava quando você cuidava dele?
 Como deveria ser Luna, como se eu fosse uma empregada. Só não me insultava mais porque Narcisa estava sempre lá.
 Hum, pensei que ela não tivesse cuidado dele porque não ficaria aqui .
 E não fica, mas vem visitá-lo sempre, geralmente na hora que estou lá, que é quando ele esta acordado.
 Hum, mesmo assim, onde será que ela trabalha?
 Não seja fofoqueira Luna, ela não fica aqui, mas deve ser um lugar próximo, ou ela não ficaria indo e vindo o tempo todo, é perigoso. Uma vez eu ouvi ela falando sobre orfanato, acho que ele deve trabalhar em um.
 Claro, as crianças quando ficam boas vão pra esse orfanato então. Bem que eu a vejo na ala infantil quando ela vem visitar o filho.
 E, deve ser, bonito trabalho o dela. Agora vá, vou tomar banho e depois encontro você lá em cima.

Luna saiu e Gina foi para o banheiro, quando voltou, viu que tinham duas cartas em sua cama. Olhou-as, uma era de seus pais e a outra de Harry. Abriu primeiro a de seus pais.

“Querida princesa,

Vimos lhe desejar um feliz aniversario e desejar que você seja muito feliz em todos os anos que virão!
Você é uma filha maravilhosa e uma grande mulher. É admirável, honesta, justa, corajosa, amorosa, amiga, solidária, inteligente e uma bruxa poderosa, somos muito orgulhosos por termos uma filha como você.
Embora não possamos estar ao seu lado agora, sinta-se abraçada por nós e seus irmãos, saiba que te queremos muito bem.
Esperamos, sinceramente, que não esteja chateada por não termos nos despedido pessoalmente e por não termos feito mais contato. Fomos informados por fonte segura que a ordem seria invadida e por isso precisamos sair às pressas, não sem antes tomar as diretrizes cabíveis, por isso não houve muito tempo e sabíamos que você iria querer lutar diretamente, preferimos deixar você junto das outras jovens bruxas, em centros de atendimento secretos para as vitimas da guerra.
Em breve estaremos todos juntos, e seremos felizes novamente porque nenhum mal mais existirá. Tenha confiança e fé que tudo vai se ajeitar.
Pedimos desculpas por qualquer coisa que tenhamos feito e que possa tê-la magoado, mas acredite, foi para seu bem. Amamos-te. Parabéns!

Arthur e Molly”


Gina tinha lágrimas nos olhos ao terminar de ler. A emoção foi grande. Faziam meses que ela não tinha noticias dos pais e nem dos irmãos, estava muito triste, sentia-se só e esquecida. Estava mais feliz, lembraram dela e explicaram coisas que antes ela não havia entendido. Agora sabia porque havia saído tão rápido da ordem, sem despedidas, sem noticias. Chorou mais uns instantes abraçada á carta ate acalmar-se.

Quando por fim sentiu-se mais tranqüila viu a outra carta, a de Harry. pensou se poderia ler, mas não tinha certeza se gostaria do que leria. Preferiu encarar tudo de um vez. Deixou de lado a carta dos pais e pegou a de Harry. Abriu-a com avidez e pôs-se a ler, seu corpo tremia.

“Gin,

Feliz aniversário!
Desejo que neste dia tão especial você esteja muito feliz e essa felicidade se prolongue para sempre em sua vida. Você é uma garota incrível e merece tudo de bom.
Acredite quando eu digo que te amo, amo mesmo, de verdade, mas só agora eu descobri que é um amor de irmão, como se você fosse minha irmã mais nova, assim como Rony e Mione são irmãos pra mim, você faz parte de minha família.
Espero que compreenda o que estou sentindo e meu relacionamento com a Cho. Eu descobri que gosto dela de verdade, que não é como no colégio, percebi que nosso amor é forte e verdadeiro, que ela é uma mulher incrível e eu a admiro muito. Estou feliz e apaixonado, espero que compreenda e não guarde mágoas de mim. Sei que você irá encontrar um rapaz que a ame e faça feliz como me sinto agora.
Guarde nossas boas lembranças em seu coração e não se esqueça que continuo sendo seu amigo.

Meus parabéns e toda a felicidade pra você minha irmã.

Harry”

Quando Gina terminou de ler a carta estava arrasada. Tremia dos pés a cabeça. Sentia seu ar faltar, a cabeça doer, não enxergava com os olhos embaçados. A dor era grande, nunca pensara que Harry pudesse agir assim com ela, sempre pensou que ele tivesse bons princípios e jamais fosse agir como um canalha. Sentia raiva dele. Como ela fora tola, boba, acreditou que ele realmente a amasse, mas no fundo ela sabia que ele gostava da Cho, sempre gostou, sempre foi assim. Porque ela se enganou, porque ela se iludiu tanto com ele. Nunca havia sido assim com nenhum outro namorado. Idiota! Harry apenas passou um tempo com ela, tentou esquecer a Cho porque ela gostava do falecido Cedrico. Usou-a, foi o que ele fez. A tristeza era imensa, dói-lhe na alma. Ela sentia vontade de sumir dali, desaparecer, ir embora pra sempre, quem sabe pro mundo trouxa. Começaria outra vida, uma nova vida, onde seria feliz. Mas não tinha como, ela sabia que não havia como fugir, não com a guerra, nunca saíra do Centro de atendimento antes, não sabia nem onde estava, não tinha como escapar, teria de agüentar calada sua dor. Deitou-se na cama e chorou, chorou ate sentir que não haviam mais lagrimas.



Dobrou as cartas e jogou-as na gaveta de sua mesa. Arrumou-se e saiu.

Quando chegou na lanchonete viu que Luna conversava com Malfoy. Gina pensou que as lagrimas ainda estivessem impedindo-a de enxergar direito. Aproximou-se da amiga. Viu que era realmente o Malfoy e achou que a amiga estava doida. Parou ao lado deles na mesa.

 Gina! Sente-se, Malfoy estava me contando algumas coisas engraçadas sobre os sonserinos em Hogwarts.
 Você esta bem Luna? Conversando com o Malfoy? vocês sempre estavam se ofendendo de graça.
 Passado Weasley, passado, desde que eu salvei sua vida que a opinião da Lovegood mudou. Sente-se!
 Senta Gina, Malfoy não e como pensávamos, ele é legal, não só porque salvou a sua vida, você precisa conversar com ele pra ver.

Gina sentou-se a contragosto. Luna devia estar realmente louca achando o Malfoy legal. Ta certo que ela conversou algumas coisas com ele, mas era por causa da mãe de Draco. Observou a conversa deles, ele estava falando algumas besteiras sobre a sonserina e foi então que Gina se perdeu olhando o rosto do Malfoy outra vez. A pele bem limpa, o cabelo bem cuidado, os olhos de azul acinzentado, o nariz afilado, o perfume agradável que ele exalava, o sorriso de canto que ele dava quando sorria. Sentiu-se atraída por ele. Luna tirou-a de seus devaneios.

 Gina, preciso ir. vou ficar de plantão hoje à noite. Você tem sorte de ser seu aniversario. Vai poder descansar. Vemos-nos amanha. Tchau malfoy.
 Não me chame de Malfoy Luna, é Draco para os amigos. Tchau Luna.
 Tchau então Draco. Não briguem crianças.

Luna se foi e Gina ficou parada sem dizer nada. Olhava todos ao redor, menos o Malfoy. Não queria encará-lo, a pouco quase não tirou os olhos dele e chegou a achá-lo bonito. Estava louca feito Luna, aquele lugar estava acabando com ela. Decidiu levantar-se, mas o Malfoy puxou conversa.

 Quantos anos você faz hoje Virginia?
 16 Malfoy.
 Ora Virginia, somos amigos agora, não me chame de Malfoy, chame Draco.
 Ok Draco – ela disse dando ênfase no nome dele.
 Muito bem, estamos progredindo.

O silêncio que se instalou tornou-se insuportável. Gina pensou em levantar e ir embora. Mas draco retomou a conversa.

 Você ainda está sofrendo pelo cicatriz?
 O quê? – ela perguntou de um salto.
 Sofrendo porque o Potter perfeito te trocou pela Chang. Ora Weasley, não pensei que você fosse tão idiota. Desde o 1° ano que Hogwarts sabe que você gosta do Potter, mas ele nunca deu bola pra você. No 4° ano todos souberam que ele tava interessado na Chang, na verdade, desde o terceiro ano que os comentários rolavam pela escola, e você continuou a gostar dele. Ano passado, ele cansou de esperar que a chang esquecesse o Diggory, por isso te deu uma chance, mas era questão de tempo ate essa sua ilusão acabar.

Gina enrubesceu de raiva. Ele falou do Harry, como poderia! Falava como se isso fosse a coisa mais natural do mundo e ele estivesse se divertindo com isso.

 Eu não estou sofrendo coisa nenhuma Malfoy! - ela disse defensiva
 Como não? Da pra ver nos seus olhos avermelhados.
 Você esta ficando louco! – gina revirou os olhos
 Porque você não admite? – disse ele encarando-a
 Porque você se interessa? Quer que eu confirme pra ficar zombando de mim?
 Não weasley, quero que você admita pra si mesma e então perceba que esta perdendo tempo e resolva acabar com isso.
 Eu e Harry não estamos juntos, gostei dele, muito, mas acabou, ele esta com a Cho agora. – disse Gina encarando as mãos cruzadas em cima da mesa.
 E você sente que esta pronta que esquecer ele de vez e seguir adiante?
 Estou – ela disse com firmeza.
 Então, janta comigo esta noite – ele pousou uma mão sobre as mãos cruzadas de Gina em cima da mesa, ela olhou-o e ela a encarava, seu olhar era penetrante.
 Jantar? Ficou louco? – ela perguntou assustada.
 Não Virginia, estou bem obrigada, hoje é seu aniversário, deixe-me tornar essa data um pouco mais feliz.
Gina ficou pensativa. Enquanto encarava os olhos do Malfoy, pensava no que ele queria com aquilo. Não tinha medo dele, ele não poderia fazer nada contra ela, ela sabia se defender. Mas não entendia o comportamento dele, sempre a tratava com insultos e desprezo e agora lhe fazia esse convite e lhe falava tantas coisas. Era muito estranho. Mas ela não tinha nada a perder, e a curiosidade ate lhe desviava os pensamentos de Harry. Seria bom sair com Malfoy, só a emoção que sentiria, mesmo que fosse pra brigar com ele, já valia a pena.

 Esta bem Malfoy. – ela disse por fim.
 Ótimo Virginia, te encontro as 8:00 horas no corredor do seu quarto, e me chame de Draco sim?
 Tudo bem, Draco – ela disse dando ênfase no nome dele.
 Ate mais.

Ele despediu-se e levantou da mesa. Gina ficou observando-o sair da lanchonete. Tudo aquilo era estranho para ela. Jantar com ele, essa ela queria ver. Levantou e caminhou ate seu quarto. Abriu as malas e pensou em alguma roupa que pudesse usar, foi então que pensou em onde iria jantar com ele. Deveria ser na lanchonete claro, não precisava ir arrumada. E se não fosse na lanchonete? Não, tinha que ser lá, não poderiam sair dali. Mas o Malfoy era muito elegante, com certeza iria bem arrumado, decidiu ir com um vestido azul claro que muito combinava com seus olhos e com a pele clara que ela possuía. Arrumou-se e olhou-se no espelho do banheiro. Estava linda com o vestido azul de alçinhas e ate os joelhos, a pouca maquiagem ajudava a realçar o rosto bonito que ela tinha. Passou um pouco de perfume e sentou-se na cama esperando o relógio marcar 8:00 horas.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.