Build God, then we'll talk (pa



It's these substandard motels
(São esses móteis suburbanos)
On the on the corner of 4th and Freemont Street
(Na esquina da Rua Freemont com a Número 4)
Appealing, only because they are just that un-appealing
(Apelando, só por que não são apeladores)
Any practiced catholic would cross themselves upon entering
(Qualquer prática católica cruzaria eles mesmos antes de entrar)
The rooms have a hint of asbestos
(O quarto tem uma sugestão de asbestos)
And maybe a just dash of formaldehyde
(E talvez um traço justo de formalidade)
And the habit of decomposing right before your very eyes
(E o hábito de decompor bem diante dos nossos olhos)
Along with the people inside
(Através das pessoas de dentro)

Mais uma noite fria chegava, trazendo consigo o vento frio que insistia em soprar em todas as noites daquela semana. Pela janela ele podia ver o céu extremamente cinza sem lua e sem estrelas, as luzes da cidade eram a única coisa que iluminava aquela noite, podia ouvir o barulho do vento ao bater nas copas das arvores da praça perto de casa, sentia o cheiro de sopa vindo da casa da vizinha e todos os outros componentes daquela enorme dança que não o deixava dormir.
Aquela noite poderia ser mais uma dentre todas as outras que já havia vivido, tudo parecia estar igual a noite passada e nada lhe fazia parar de pensar em quão idiota havia sido em deixar que sua juventude escorresse pelos dedos. Céus! Foi tão burro ao pensar que em primeiro lugar vinha o trabalho e logo depois a família, viver sozinho é a pior coisa que poderia acontecer com qualquer um e acontecia com ele.
Precisava mudar, mais onde estava a bendita coragem quando mais precisava dela? Suspirou. Nunca havia temido nada em seus tempos de colégio, por que agora sentia tanto medo? Sabia que era errado se esconder, que era errado ver uma coisa errada e não tentar mudar, mais tinha medo, medo de um futuro incerto, se perguntava pra que mudar algo que estava “bom”, ele tinha construído uma carreira, tinha conseguido dinheiro e tinha mudado sua aparência, para que algo melhor do que se livrar daquele nariz? Ou melhor do que cortar o cabelo, tirando todo aquele óleo? Pos as mãos no cabelo, enquanto apoiava os cotovelos sobre os joelhos. Todas aquelas noites sozinho, todo aquele tempo separado apenas para o trabalho estavam lhe deixando maluco, precisava mudar e precisava de um tempo para si.
Esticou o braço até pegar o celular, discou para o numero que havia ligado na noite anterior. O telefone tocou cerca de três vezes antes de ser atendido por uma voz feminina e irritante.
- Alô? – Perguntou a voz do outro lado da linha.
- Bella, sou eu Severo.
Ouviu uma guinchada do outro lado da linha, o que lhe pareceu ser uma risada, e antes que pudesse retomar a palavra a mulher o fez.
- Severo, pensei que não tinha ficado satisfeito com o serviço da Lee.
- Isso não vem ao caso Bella. – suspirou – Eu preciso de outra.
A mulher pareceu ter ouvido o que queria já que no instante seguinte sua voz estava mais irritante, numa completa tentativa inútil de forçar uma voz doce.
- Claro Severo, deixe me ver o que tenho essa noite. – ele ouviu barulho de saltos batendo no assoalho do piso no outro lado da linha, depois um bando de risadas escandalosas e mais alguns risinhos abafados – Bem, hoje eu tenho uma ruiva, uma morena e uma loira, escolha.
Ele revirou os olhos do outro lado da linha: ruiva, morena ou loira? Isso era tão fútil!
- Espere um pouco Severo, acho que tem algo que vai lhe interessar mais do que as outras.
- O que é Bella? – se existia uma mulher capaz de lhe deixar completamente irritado, essa com certeza era Bellatrix Lestrage, nunca foi com a cara dela, só a procurava para saber de suas garotas e mesmo assim ficava tremendamente irritado.
- Ela é nova aqui, digamos que você seria o primeiro cliente da garota. Mais há um pequeno problema... O preço dela é um pouco inacessível.
- Como se dinheiro fosse algum tipo de problema. – resmungou – Mande-a para mim, não me importa o preço.
Ela deu outra guinchada antes de voltar a falar.
- Como quiser Severo, mandarei que vá até aí o mais rápido possível. – ela esperou que ele falasse alguma coisa, mais ele nada disse – Aproveite a noite, Severo.
- Passar bem Bella.
Dizendo isso ele desligou o telefone e se deitou em sua cama, mais cedo ou mais tarde a garota iria bater em sua porta e ele poderia esquecer toda aquela bobagem de precisar mudar.

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Ela estava sentada em seu novo quarto, seria a primeira noite de muitas que ainda haveria de trabalhar para Bellatrix Lestrage e, digamos que, ela não estava muito feliz com tal perspectiva.
Jogou a cabeça no travesseiro e deixou-se perder em pensamentos como a muito não fazia, precisava dar um jeito de sair das garras de Bella, talvez se encontrasse um cliente disposto a bancá-la... sorriu satisfeita consigo mesma, um cliente para bancá-la isso não era má idéia, só em pensar que teria que dormir com as pessoas que costumavam freqüentar a casa noturna já tinha náuseas.
O barulho de um salto no assoalho tirou-lhe de seus devaneios, sua porta foi aberta e a imagem do outro lado em nada lhe agradou. Uma mulher de cabelos negros até os ombros, olhos também negros, com imensas unhas pintadas num vermelho sangue já desbotado, usava um vestido também vermelho que se moldava perfeitamente bem ao seu corpo roliço.
- Salmon, cliente para você. – com certeza Suzannah iria revirar os olhos se os olhos negros da mulher não estivessem fixos em si. – Por sorte, alguém que eu quero muito agradar ligou-me essa noite e você foi a escolhida para passar a noite com ele. Apronte-se que em instantes um carro virá buscá-la para levar-lhe a casa de seu cliente.
Dizendo isso saiu do quarto a largos passos, deixando uma garota completamente perplexa em seu quarto. Era tudo o que precisava, um cliente que não precisa ir a casa noturna pois tem “direito” de ser atendido em sua casa.
Levantou-se num pulo, abriu o armário apinhado de roupas e procurou algo que pudesse usar, por fim achou uma caixa preta e assim que a abriu viu o que tinha comprado dias antes e jamais havia usado. Era vermelha e moldava-se perfeitamente em seu corpo, tinha como acessório um rosário pregado na parte de dentro. Despiu-se lentamente, teria que tomar um banho antes de qualquer coisa e foi isso que fez, ficou em baixo do chuveiro deixando a água molhar-lhe por tempo indeterminado, só saiu quando achou que já estava de bom tamanho, enrolou-se num roupão banco e saiu para seu quarto onde achou a lingerie estendida em cima da cama, fitou-a por um instante antes de vesti-la, parou e fitou-se no imenso espelho, estava realmente bonita, parecia realmente bonita, bem mais bonita do que realmente era, se apressou a colocar um vestido por cima da lingerie, calçou suas sandálias com salto agulha e ficou sentada na cama, esperando que Bella batesse na porta para falar que já havia chegado a hora, o que não tardou a acontecer.
Desceu as escadas com ar imponente e percebeu que todos os homens no local pararam o que faziam para olhá-la, na verdade estavam a comendo com os olhos e aquilo a fez se sentir deseja, por um minuto, até antes de perceber que aquela não era o tipo de clientela que queria ter.
Saiu da casa noturna e encontrou um carro preto esperando-a, abriu a porta traseira e se sentou, como já era de se esperar Bella estava no banco do carona e conversava sobre o endereço com o motorista e sem nenhum aviso daqueles “Segure-se” ou “Aperte seu cinto” eles partiram de carro.

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