Esquecer o passado



Suspirou jogando os papeis sobre a mesa. Do que adiantara ler aquilo tudo se não conseguia se concentrar? Passou a mão entre os cabelos, bagunçando-os mais ainda. Lentamente soltou o ar de seus pulmões e fechou os olhos. Mais uma vez aquela cena veio em sua mente. Ainda buscava uma resposta para aquilo ter acontecido.

“Por Merlin! Era a sua melhor amiga Potter. Hermione Granger!”. Disse á si próprio mentalmente, tentando tirar aquele beijo de sua memória. Como pode chamá-la de Gina após tê-la beijado? Afinal, o que o levara a beijá-la? Foi então que começou a lembra-se de tudo claramente. A conversa que tiveram, as lágrimas percorrendo a face dela, o choro e a...

Balançou a cabeça negativamente enquanto se levantava e caminhava até a janela. Não poderia ter sido atração. Gina ainda permanecia em suas lembranças, em seus sonhos. Hermione fora a primeira mulher que tocara desde quando perdeu a esposa. Talvez nunca mais ela o perdoasse. Talvez ela o odiasse agora. Levantou-se e caminhou até a janela. Como ia olhá-la novamente depois disso? Foi então que se lembrou que o casamento de Rony seria no dia seguinte. Ele e Hermione tinham sido convidados para serem os padrinhos. A batida na porta o fizera acordar de seus pensamentos. Autorizou a entrada da pessoa.

Hermione entrou lentamente, apenas encarando o pergaminho em sua mão. Seu coração disparou quando seus olhares se encontraram e a vontade de sair correndo naquele instante invadiu sua mente. Mas não podia, estava ali apenas a trabalho. Passara o tempo todo o evitando desde aquele dia. Mas sabia que chegaria o dia em que teriam que conversar e ela teria que lhe dizer a verdade.

Harry tentava dizer alguma coisa, mas as palavras não saiam.

—O ministro pediu que eu lhe entregasse esse relatório da ultima missão.-Disse Hermione quebrando aquele silencio insuportável.-Ele disse que espera a sua resposta.

Virou-se para sair. Não estava suportando mais ficar naquele lugar. Harry sabia que tinha que fazer alguma coisa. Não podia deixar que as coisas continuassem dessa forma. Foi até ela, segurando-a no braço e fazendo com que ela o olhasse.

—Precisamos conversar!

—Harry me solta.-Hermione fechou os olhos respirando fundo.-Não temos nada pra conversar. Deixa-me ir!

—Não vai poder fugir de mim a vida toda.-Murmurou no ouvido dela fazendo-a estremecer. Harry fechou os olhos. “O que ta acontecendo comigo?”.

—Não piora a situação, por favor!-Disse virando-se para olhá-lo. Sentia a respiração dele em seu rosto. Estavam próximos demais e aquela aproximação já estava tirando sua sanidade.-Deixe-me ir.

—Não faz isso comigo.-Murmurou segurando-lhe uma mão e a outra colocando-a na porta, sobre o ombro dela. Hermione suspirou, fechando os olhos.-Não podemos deixar as coisas assim.

—E agir como Harry? Passando por cima do que aconteceu?-Perguntou abrindo os olhos e encarando o olhar fixo dele.-Eu acho melhor esquecermos isso.

Abriu a porta e saiu, sem dar tempo de ele lhe dizer alguma coisa. Respirou fundo encostando-se á porta. Estava fazendo o certo. Levou a ponta dos dedos aos lábios, fechando os olhos e deixando que a lembrança do beijo dele preenchesse sua mente. Esquecer o que acontecera seria melhor para ela. E para ele melhor ainda.

Abriu os olhos e voltou á sua sanidade. Tinha uma conversa pendente com o ministro.

********

Hermione olhava seu reflexo no espelho. Usava um vestido cor vermelho sangue, que enlaçava em seu pescoço e deixava um belo decote á frente e nas costas tiras brilhantes que se entrelaçavam. Mirou-se mais uma vez, fazendo um sorriso surgir em seus lábios. Era o seu ultimo dia ali, naquela cidade. Deixaria para trás todas as lembranças, o passado que ainda a atormentava.

Recebera um convite do centro de pesquisas das artes das trevas na Austrália. Não podia recusar tal oportunidade. Era sua chance de mudar de vida e esquecer tudo. Esquecer dele. E aquele beijo que acontecera no dia anterior foi um dos motivos que a fez pensar bem no caso. Ilusão imaginar que algum dia ele corresponderia a esse amor. A lembrança da ex-esposa sempre estaria presente nele.

Tomou uma decisão. Partiria sem se despedir. Não queria que as pessoas lhe perguntassem por que faria isso. Estava certa da decisão e nada a faria voltar atrás. Olhou no relógio pela ultima vez. Estava na hora de ir. Como ia suportar passar o casamento todo ao lado dele depois do que aconteceu? Respirou fundo, tentando se acalmar. “Pode ser a ultima vez que você vai vê-lo Hermione. Se controle!”. Disse á si mesma mentalmente.

Pegou sua varinha e desaparatou, reaparecendo em frente à Toca. As pessoas passavam conversando animadamente ao seu lado. Sorriu ao ver o ruivo andando de um lado para o outro diante ao altar. O jardim da casa estava enfeitado para o casamento. Aproximou-se dele, que suspirou aliviado ao vê-la:

—Pensei que não viria.-Disse abraçando-a.

—E porque eu não viria Rony?-Hermione o olhou confusa.

—Sei lá! Harry disse que talvez você não pudesse vir.-Hermione desviou seu olhar do amigo.-Eu insisti em saber o porque, mas ele não quis me dizer.

—Eu jamais te deixaria na mão Rony.

—Mas você me deixou uma vez.-Rony a beijou na mão, fazendo Hermione se assustar.-Poderia ser o nosso casamento hoje.

—Er...-Hermione tirou sua mão rapidamente.-Vou procurar o Harry.

Na verdade o que menos queria naquele momento era vê-lo. Mas a atitude de Rony a deixou realmente assustada. Apoiou-se na porta de entrada da casa, recuperando o fôlego que havia perdido ao andar rapidamente.

—Pensei que não viesse!-Disse uma voz familiar atrás de si.

Hermione fechou os olhos, sentindo seu coração bater mais rápido e um tremor percorrer seu corpo. O mais certo a se fazer, e mais sensato também, era sair o mais rápido possível dali. E era isso que estava disposta a fazer:

—E porque eu não viria? Sou a madrinha não sou?-Questionou friamente, voltando para o jardim.

—Hermione.-Harry a segurou no braço.-Até quando vai me evitar?

—Até eu tiver certeza de que eu não vou me machucar com tudo isso.-Disse olhando-o nos olhos.

—O que você quis dizer com isso?-Perguntou confuso. Hermione riu ironicamente.

—Esquece Harry.-Soltou-se das mãos dele.-Você jamais entenderia mesmo.

Ele abriu a boca para defender-se, mas a Sra.Weasley começara a chamar todos para o altar e Hermione se afastou rapidamente. Tinha que conversar com ela de qualquer forma. E faria isso na primeira oportunidade. Nem que tivesse que usar sua força para tal feito.

********

Após a cerimônia e os cumprimentos aos noivos, todos os convidados conversavam alegremente durante a festa. Hermione conversava em uma mesa com o Sr. e a Sra. Weasley. Não muito longe dali Harry a observava. Estava sentado em uma outra mesa, onde Rony, Fred e Jorge. Não escutava nada do que eles conversavam. Apenas a observava.

Um sorriso surgiu em seus lábios. Teve que admitir que ela estava linda. Isso fez com que a lembrança do beijo viesse novamente em sua mente. Balançou a cabeça negativamente. Ela era sua melhor amiga. Não podia ter esses tipos de pensamento. E sua esposa morrera há um ano. Olhou para sua mão esquerda. A aliança dourada não estava lá, mas o seu dedo anular ainda estava marcado pela aliança.

Hermione tinha razão. Precisava esquecer o passado e viver sua vida. Gina não morrera por ele pra que deixasse sua vida se destruir assim. E porque não recomeçar ao lado da pessoa que sempre esteve ao seu lado? Seria inútil continuar negando á si mesmo o que estava começando á sentir por Hermione. Precisava tentar, ou então seria tarde demais:

—Harry!-Rony o chamou pela terceira vez. Harry olhou para o amigo.-Você prestou atenção no que eu disse.

—Não!-Respondeu levantando-se assim que viu Hermione se levantar e entrar na Toca.-Desculpe, Rony!

—E você acha que ele sabe que a Mione vai embora amanhã?-Perguntou Fred ao irmão.

—Com certeza a Mione contou pra ele!-Comentou Rony.-Afinal, eles são amigos.

Harry subiu as escadas silenciosamente enquanto a seguia. Assim que ela entrou em um quarto vazio entrou em seguida. Hermione virou-se assustada assim que o viu. Ele então percebeu as lágrimas na face dela:

—O que você quer Harry?-Perguntou após um longo suspiro.

—O que foi?-Harry se aproximou, mas Hermione se afastou.-Mione o que aconteceu?

—Não chega perto, por favor!-Pediu entre um choro desesperado.-SAI DAQUI!

—Eu não vou te deixar sozinha!-Disse se aproximando, mesmo sem entender o porque que ela estava chorando e gritando com ele daquela forma.

Hermione tentou se afastar, mas seu corpo não a obedecia e quando deu por si já chorava nos braços dele. Respirou fundo enquanto as mãos dele acariciavam suas costas e afagavam seus cabelos. Como sentira saudades daquele abraço que sempre a protegeu. Sentia-se tranqüila e segura ao lado dele. Foi acalmando-se aos poucos e afastando-se para olhá-lo.

Harry esboçou um fraco sorriso, olhando-a nos olhos. Passou o polegar sobre o rosto dela, enxugando as lágrimas. Hermione fechou os olhos, sentindo seu corpo se arrepiar com a proximidade em que estavam. Sabia muito bem no que rendera essa aproximação da ultima vez. Mas suspirou aliviada quando sentiu os lábios dele tocarem sua testa:

—Não quer me contar o que houve?-Perguntou Harry com a voz calma. Sua mão acariciava suavemente a face dela.

—Eu não quero te incomodar com os meus problemas. Você já tem muito com o que se preocupar e...-Harry colocou seu dedo indicador sobre os lábios dela.

—Se não me contar o que aconteceu vou ficar preocupado. Me diz, por favor!

—Voldemort atacou um bairro trouxa ontem.-Hermione abaixou o olhar. Harry sentiu seu sangue começar a ferver.-É o bairro onde meus pais moram Harry.

—Maldição!-Murmurou Harry abraçando-a novamente. Até quando aquele inferno ia continuar? E porque Hermione tinha que pagar por isso? Já não bastava tudo o que Voldemort fizera á ele?-E seus pais...-Não conseguiu completar a pergunta.

—Não!-Harry suspirou aliviado. Hermione se sentou na cama.-Mas eles não foram encontrados.

—Mione eu sinto muito.-Disse passando sua mão esquerda sobre a mão dela. Hermione então notou algo.

—Não está usando a aliança.-Harry sorriu, olhando-a nos olhos.-É a primeira vez que você está sem ela. Por quê?

—Porque eu quero recomeçar á viver Mione.-Disse aproximando seu rosto ao dela lentamente, mas Hermione se afastou. Caminhou até a janela. Harry se aproximou lentamente.

—Eu acho ótimo que você queira recomeçar sua vida Harry.-Hermione se virou para olhá-lo.-Mas não misture seus sentimentos. Não misture o que aconteceu naquele dia com o que pode acontecer no futuro.

—Hermione eu sei que me precipitei.-Hermione fechou os olhos. Mais lágrimas rolaram.-Mas quando a gente tava se beijando, pensei que finalmente alguma coisa boa acontecera na minha vida desde que a perdi. Eu sei que foi tudo rápido, mas você tem que entender. Eu precisava fazer aquilo.

—Não entende Harry?-Hermione enxugou seu rosto.-Não entende que a lembrança dela sempre vai te perseguir se você não deixá-la ir?

—Como você disse uma vez, Gina está morta. E nada do que eu faça a trará de volta. Mas eu estou aqui Hermione.

—Não Harry!-Balançou a cabeça negativamente.-O seu corpo está aqui, mas o seu coração e sua alma sempre vão estar com ela.

Harry abriu a boca para se defender, mas novamente Hermione aparatou. Passou a mão entre os cabelos, impaciente. Porque ela sempre tinha que fugir? Não podia ficar ali parado. Pegou sua varinha e aparatou, reaparecendo diante o apartamento dela.

Assim que ouviu as batidas na porta o coração de Hermione gelou. Não podia ser ele que estivesse ali. Caminhou até a porta, mas quando ouviu a voz dele gritando seu nome, encostou-se na porta:

—Por Merlin, Harry! Me deixa!

—Não faz isso, por favor! Precisamos conversar.-Harry encostou suas costas á porta também.

—Vamos esquecer o que aconteceu. Vai ser melhor pra nós dois.

—Eu não vou esquecer Hermione.-Respirou fundo.-Até quando vamos negar um pro outro o que sentimos?

Houve então alguns segundos de silêncio. Harry então ficou de frente para a porta, perguntando-se se ela ainda estaria ali. Ela não havia respondido o que ele dissera. Assim que ouviu a porta sendo aberta sorriu. Hermione se afastou da porta, parando no centro da sala e cruzando os braços. Harry se aproximou dela após fechar a porta:

—Você não tem idéia do que eu sinto pra poder me julgar Harry!

—Mas eu sei o que eu sinto...

—Não sabe!-Disse Hermione entre dentes.-Você está com pena de mim. Está tentando se justificar pelo que aconteceu.

—Isso não é verdade!-Murmurou Harry.

—Quer saber Harry? Eu cansei de mentiras. Cansei de me esconder nessa mascara. Cansei de sofrer sozinha. Se você acha que sente alguma coisa por mim, vou te mostrar o quanto está enganado.

Harry a olhou confuso. Uma expressão de ira e nervosismo tomava conta de Hermione. Incapaz de se mover, viu-a caminhar até um armário que havia ali na sala e pegar um pequeno baú. Entregou-o á Harry:

—Abra!

Sentou-se na poltrona atrás de si e o abriu. Era difícil de acreditar no que via. Mas tudo o que dera para Hermione durante todos esses anos estava ali. E havia alguns pergaminhos no qual estava escrito poemas, letras de música. E em todos o seu nome estava no final dele. Levantou seu olhar para ela, como se ele perguntasse o que significava tudo aquilo:

—Eu não podia dizer á ninguém o que eu sempre senti. Então eu escrevia para desabafar. Quem sabe pra aliviar um pouco o que eu sentia.

—Então é isso? Você é apaixonada por mim?-Questionou se levantando.

—Não Harry!-Balançou a cabeça negativamente. Harry sentiu uma tristeza ao ouvi-la negar.-Eu não sou apaixonada por você. Eu te amo. E você não imagina o quanto é horrível amar alguém e ver esse alguém sendo feliz ao lado de outra pessoa. Mas eu não posso negar que sofri e muito com a morte da Gina.

—Porque não me disse antes?-Uma lágrima percorreu sua face, ao mesmo tempo em que ela chorava.

—Por Merlin, Harry! Você era maluco pela Gina. Completamente apaixonado por ela. E ela também te amava. Eu não tinha esse direito de me interferir na vida de vocês.

—Você sabe que eu nunca quis te magoar.

—Eu sei Harry! Mas não era você que me magoava. Era eu mesma.-Hermione caminhou até a janela, contemplando a lua cheia no céu.-No começo eu tinha esperanças, mas no dia em que você me disse que pediria Gina em casamento meus sonhos acabaram.

Harry fechou os olhos, deixando as lágrimas rolarem. Era difícil de acreditar que ele fora o motivo de sofrimento de Hermione durante todos esses anos. Era por causa dele que ela não tinha seguido em frente com sua vida.

—E foi por minha causa que você terminou com o Rony?-Perguntou á poucos centímetros dela.

—Foi!-Hermione sorriu.-Eu não o amava. Não tinha o direito de estragar a vida dele. É isso que eu quero que entenda Harry. É terrível ficar com alguém que a gente não ama.

—Mas eu te amo Hermione.

—Não da forma que eu quero ser amada Harry!-Hermione respirou fundo.-Você me ama como amiga. Não me ama como mulher.

—E o que eu devo fazer?

—Me esquecer. Esquecer o que aconteceu. Vai ser melhor...

—Eu não posso.-Harry a abraçou por trás, sentindo o corpo dela tremer em seus braços. Começou a distribuir beijos pelo ombro dela, subindo para o pescoço.-Eu não consigo.

—Não faz isso comigo, por favor!-Hermione fechou os olhos, sentindo as caricias dele em sua pele. Implorava mentalmente para que ele não parasse.

—Eu preciso de você Hermione.-Murmurou mordiscando a orelha dela enquanto descia a alça de seu vestido.-Agora mais do que nunca.

—Não faça algo na qual pode se arrepender depois!-Sussurrou ofegante sentindo ele descer a outra alça de seu vestido.

—Eu não me arrependo do que eu quero.-Suas mãos desciam lentamente o vestido dela.-E nesse momento eu quero você.

Assim que seu vestido caiu no chão, Hermione virou-se de frente para ele. Harry a olhou admirado por alguns segundos. Ela era incrivelmente linda. Sentiu agora mais forte do que nunca o desejo de tê-la. Puxou-a pela cintura, fazendo seus corpos se colarem. Pressionou seus lábios sobre os dela e a beijou. Hermione dessa vez não demorou muito tempo para corresponder o beijo com a mesma intensidade. O beijo que começara cheio de desejo foi tornando-se aos poucos calmo e carinhoso. Sem perceber ela começou a subir a perna até o quadril dele. Ele gemeu em sua boca enquanto uma mão chegava por trás do joelho dela, a puxando mais para perto. Levantou-a do chão para que seus rostos ficassem na mesma altura, e ela enlaçou suas pernas na cintura dele.

Caminharam até a cama, ainda se beijando. Harry sentou-se, deixando que ela permanecesse sobre si. Hermione o olhou nos olhos com um sorriso malicioso, como se pedisse permissão para fazer algo. Ele apenas sorriu, sentindo as mãos dela deslizarem por seu peitoral e começar a desabotoar sua camisa. Começou á beijá-lo, arranhando as costas dele e deixando-o fora de si. . Ela começou á beijar e morder de leve o lóbulo da orelha dele, e a respiração ofegante de Hermione fazia com que ele somente aumentasse o ritmo dos beijos que ele depositava no pescoço dela.

Trocou de posição com ela, deitando-a na cama e beijando-lhe o pescoço. O beijo percorreu uma trilha até sua barriga. Parou o que fazia e a encarou, notando o nervosismo no rosto dela:

—Você é perfeita!-Murmurou acariciando-lhe a face.

—Você é tão meigo.-Disse emocionada, mas ainda assim nervosa.-Eu amo você Harry!

—Eu também Mione!

Harry beijou-lhe os lábios com intensidade. Hermione estava perdida no beijo, que não percebeu quando Harry a penetrou. E a cada movimento que faziam juntos um enorme prazer percorria todo seu corpo. Os murmúrios de Hermione se transformaram em gemidos, que significavam satisfação. Harry estava amando-a de uma forma que nunca tinha sentido antes.

Hermione não conseguia mais falar, entorpecida, provando do próprio veneno enquanto Harry corria a mão pelo seu corpo. Era como seu o toque queimasse sua pele, despertasse seus sentidos e a tivesse por objetivo fazê-la perder o pouco controle que ainda possuía.

Harry agora beijava seu pescoço delicadamente, fazendo com que ela se contorcesse na cama e apertasse com força a colcha nas mãos. Ao terminarem, com a respiração completamente descompassada, olharam-se nos olhos por alguns instantes. Harry á beijou levemente e fitou os olhos castanhos dela:

—Como se sente?-Perguntou acariciando a face dela.

—Amada!-Hermione sorriu, fechando os olhos lentamente.

—Já ta com sono?-Murmurou mordendo a orelha dela levemente. Hermione esboçou um sorriso antes de beijá-lo.

*******

Suspirou enquanto mexia um pouco o rosto. Ainda de olhos fechados, percebeu que sua cabeça não parecia estar no travesseiro. Abriu os olhos lentamente, sorrindo. Harry ainda dormia. Agora poderia raciocinar direito, já que na noite anterior não demonstrou nenhuma racionalidade. Lembrou-se então da conversa que tiveram e lentamente foi lembrando-se do que acontecera depois. E aconteceu de uma maneira tão maravilhosa que Hermione repetiria a dose sem pensar duas vezes. Fazer amor com Harry era... Indescritível! Sorriu mais uma vez. Tocou o rosto dele, passando os dedos de leve. Pôde ver um sorriso esboçando-se na face dele.

Deu um longo bocejo. A vontade de voltar a deitar ao lado dele era imensa, ainda estava cansada. Mas tinha que procurar seus pais ainda. E ainda tinha que ir para a Austrália. Tinha que dar a noticia á ele. Respirou fundo; “É como eu sonhei durante todos esses anos!”. Disse mentalmente enquanto se levantava com o lençol enrolado em seu corpo.

Observou as roupas espalhadas pelo chão e uma coisa lhe chamou a atenção. Havia um pedaço de papel saindo do bolso do palito dele. Inclinou-se e o pegou. Seus joelhos tremeram e se a cama não estivesse atrás de si teria caído no chão. Era uma foto de Gina no dia do casamento.

Uma lágrima percorreu sua face. Olhou para ele, que ainda dormia tranquilamente. Porque ainda se iludia? Ele jamais a esqueceria. Aquela noite para ele significou nada. Afinal, desde que a esposa morrera, ele não tocara em uma mulher. E porque não a ingênua da sua melhor amiga que já era apaixonada por ele?

Seu olhar então caiu sobre as passagens de avião que estavam sobre o criado mudo ao lado da cama. O melhor seria deixar o passado para trás. Diferente dele, que ainda viveria do passado. Talvez deixá-lo para trás seria a melhor opção.

********

Era nove da manhã. Harry acordou com a luz do sol batendo em seu rosto. Sorriu ao lembrar-se do que acontecera na noite anterior. Estava começando a nutrir um sentimento por Hermione muito maior que amizade. E se fosse para recomeçar sua vida, ela era a mulher certa.

Virou-se para o outro lado da cama, esperando encontrá-la ali. Mas para a sua surpresa o lugar estava vazio. Aonde ela poderia estar? Levantou-se e se vestiu. Procurou-a em todos os cômodos da casa, mas nenhum sinal dela. Já estava começando á ficar preocupado. Algo poderia ter acontecido com Hermione enquanto dormia. Talvez ela estivesse em perigo.

Aquela idéia fez o pânico invadir seu corpo. Caminhou até o criado mudo para usar o telefone. Foi então que viu um pedaço de pergaminho sobre ele. Assim que o abriu reconheceu a caligrafia dela.

Harry

Se estiver lendo esse pergaminho certamente não estarei ao seu lado. Lamento ter ido sem me despedir. Mas uma despedida seria pior para nós dois. Tive que ir embora e viver a minha vida. Não suportaria ficar ao seu lado sabendo que a lembrança dela jamais o deixaria.
Eu te amo Harry. E essa noite em que passamos juntos será inesquecível para mim. Contudo, não suportaria a idéia de dividi-lo com uma lembrança. Espero que não se arrependa do que fizemos. E espero mais ainda que não me odeie por ter lhe deixado. Não lhe direi onde estou, afinal, quero viver a minha vida e você tem que viver a sua. Peço que não me procure, pois não suportaria vê-lo novamente.

Um abraço

Hermione


Enxugou uma lágrima de sua face, suspirando. Porque ela não entendera que Gina agora fazia parte do seu passado? Porque ela não entendera que era ao lado dela que ele queria estar? Foi então que viu uma foto sobre a cama. Seu sangue gelou. Não sabia que aquela foto ainda estava no seu palito. E Hermione tinha visto a foto, por isso fora embora.

Não tinha noção de onde poderia encontrá-la. Mas sabia que um dia, mais cedo ou mais tarde voltariam a se ver. E quando isso acontecesse não a deixaria ir embora jamais. Caminhou até a sala e pegou o pequeno baú que ela havia lhe mostrado na noite anterior. Saiu então do apartamento e aparatou.

********

Dois meses depois.

Andava de um lado para o outro. Suas mãos suavam frio e seu coração batia rapidamente. Fazia dois meses que estava em Sidney. Tinha deixado o passado para trás, mas não as lembranças. Havia encontrado seus pais com vida e os levara para viverem ao seu lado, em segurança.

Olhou em sua volta. Hospital nunca lhe agradara. Era neles que passara a maior parte de sua vida devido à guerra. E aquela ansiedade já estava sufocando-a. Sentiu uma mão envolver seu ombro. Ao virar-se encontrou uma morena de olhos verdes, sorrindo ternamente para ela:

—Hermione fique calma! Esse nervosismo não vai lhe ajudar em nada.-Disse a mulher serena.

—Eu não estou gostando nada disso Tiffany.-Hermione se sentou em uma cadeira que havia ali.-E se eu estiver doente?

—Não seja boba!-Tiffany sentou-se ao seu lado. Tinham ficado amigas por trabalharem juntas no ministério da Austrália.-Vai ver é uma coisa de nada.

—Claro! Uma coisa de nada explica os desmaios, tonteiras, enjôos que eu estou tento durante esse mês!-Retrucou com sarcasmo.

—Já pensou na minha hipótese?

—Não!-Hermione se levantou rapidamente, assustada.-Isso não pode ser.

—Hermione é a única coisa que explica tudo isso que você está sentindo.

—E então?-Perguntou Hermione assim que avistou a medibruxa, sem se importar com o comentário da amiga.

—Acabei de verificar seus exames.-Começou a mulher séria, mas logo depois um sorriso surgiu em seus lábios.-Deu positivo. Meus parabéns srta. Granger.

A medibruxa entregou os papeis para Hermione, que sentiu seus joelhos tremerem. Sentou-se rapidamente na cadeira. Seus olhos lacrimejaram. Aquilo não podia estar acontecendo. “Porque agora? Porque justo comigo?”. Perguntou-se mentalmente levando uma mão em seu ventre.

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N/A: Desculpem a demora do post! Eu tava sem criatividade. E mesmo assim saiu essa porcaria aqui. Não gostei desse capítulo. Deixou muito á desejar. Mas em fim, foi o que deu pra escrever.
Espero que tenham gostado!
Agora é só comentarem o.k?!
Beijos
*BYE*


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