De volta ao Jogo



#Cap 10: De volta ao Jogo#


Um mês depois, Pansy e Harry ainda estavam na mais profunda depressão-pós-fim-de-namoro. Os amigos tentavam sem sucesso animá-los, mas os dois pareciam não querer sair daquele fundo de poço.
Draco e Blaise, mais uma vez tentavam “amigavelmente” tirar Harry daquele estado deprimente:
-Cara – disse Blaise – SAI DESSA FOSSA!!
-Não precisa gritar. Estou mal, não estou surdo!
-Se você reconhece isso, faz alguma coisa. Só não fica aí parado, com essa cara de zumbi!
-Draco, o que eu posso fazer? Ela acabou comigo! Se eu fosse uma pessoa normal, não ia querer vê-la nunca mais, mas a verdade é que eu sinto falta dela.
-Então vai falar com ela! – disse Blaise.
-A Pansy sequer me olha na cara. Eu acho que... ah, não sei, vou partir pra outra.
-Você desistir da Pansy? Tá bom. – ironizou Draco – E eu me chamo Peter Jackson e há uns poucos anos, ganhei um total de 17 Oscars com a adaptação para os cinemas dos três livros “O Senhor dos Anéis”.
-Sei não, com essa cabeça loira, tá mais pr’aquele elfo branquelo. – brincou Blaise, ao que Harry riu – Atenção, suspendam os medi-bruxos, Harry deu sinal de vida!
-Não, só darei sinal de vida quando a Pansy voltar pra mim.
-Estaca zero... – comentou Draco – Harry, falando sério, você não pode continuar assim, cara. Se você gosta dela, não fica aí marcando toco. Corre atrás!
-‘Marcando toco’?! De onde você tirou isso, criatura? – perguntou Harry.
-Devo ter ouvido alguém falar, mas isso não vem ao caso. O que importa é que se você não ficar com a Pansy, alguém vai ficar...
-Como assim? Tá sabendo de alguma coisa, alguém tá dando em cima dela? Quem é?
-Ninguém. Ainda. Mas os caras não devem deixá-la em paz por muito tempo. – respondeu Blaise, atiçando o ciúme de Harry.
-Ela não vai querer sair com outro cara.
-Não tenha tanta certeza, Harry. Tudo bem que ela também está triste, mas ela não vai curtir fossa por muito tempo.
-Como você pode saber, Blaise?
-Ela é sonserina, oras.
-E vai dizer que sonserinos não sofrem?
-Sofrer, sim. – respondeu Draco – Mas definhar, nunca! Já, já ela volta “ao normal”. E vai te deixar pra trás.
Harry não respondeu. Não queria acreditar que Pansy podia realmente esquecê-lo. Depois de todo o mês miserável que passara sofrendo pelo fim do namoro, merecia mais do que vê-la com outro. Merecia ficar com ela. Sabia que Pansy não o esquecera, algumas vezes surpreendeu a moça olhando pra ele em alguma aula ou durante as refeições. Não suportaria vê-la com outro. Tomou uma decisão: já era hora de deixar a moleza de lado e voltar à ativa. Afinal já conquistara Pansy uma vez, podia fazer de novo. Só que dessa vez, faria tudo certo, sem mentiras ou farsas.
-Querem saber? Já tá na hora de mostrar porque sou grifinório.
-Porque vermelho e dourado são as suas cores, fofa? – brincou Blaise, fazendo trejeitos de gay.
-Nem respondo. – disse Harry, indiferente – Eu sou corajoso! Vou chegar na Pansy e ela vai voltar pra mim!
-Ou você volta pra ela, depende do ponto de vista.
-Não importa. Percebi que se existe um cara que nasceu pra ficar com ela, esse cara sou eu! – finalizou Harry, com absoluta confiança.

#Dormitório feminino da Sonserina#

-E aí, amiga? Você não vai reagir?
-Ai Luna, eu só quero ficar aqui até morrer...
-Pela sua cara, parece que você já morreu. – provocou Gina – Caramba, ficar assim não vai resolver as coisas, Pansy!
-Parece minha mãe falando...
-E ela tá certa! – disse Luna – Ver você assim nos deixa nervosas. Tenho vontade de te sacudir pra ver se você reage!
Pansy meramente suspirou, para exasperação das amigas. Gina levantou da cama, impaciente. O estado da morena era lamentável, ela passava todo o tempo livre que tinha,no quarto, deitada no escuro, ouvindo músicas tristes. De fato, o CD que ouvia (cheio de músicas chorosas) já estava sendo repetido pela quinta vez.
-Pansy, onde você arrumou esse CD? Eu nunca ouvi tanta música de fossa junta.
-Eu gravei. No dia que terminei com o Harry... – seus olhos se encheram de lágrimas e a voz se tornou embargada, mas ainda assim ela acompanhou a canção que estava tocando no momento:

Spending my time/ watching the day go bye
Perdendo meu tempo/ Vendo os dias passarem
Feeling so small/I stare at the wall
Me sentindo tão pequena/ Olho para a parede
Hoping that you/ are missing me too
Esperando que você esteja sentindo minha falta também
I’m spending my time/ watching the sun goes down
Perdendo meu tempo/ Vendo o pôr-do-sol
I fall sleep to the sound/ ‘Tears of a Clown’
Eu caio no sono/ Ao som de "Lágrimas de um Palhaço"
A prayer gone blind/ I’m spending my time.
Um desejo me cegou/ Estou perdendo meu tempo


Luna pressionou bruscamente o botão para passar à musica seguinte. Para sua insatisfação (e de Gina), a música seguinte era ainda mais triste:

Como poder recuperar tu amor/ como sacar la tristeza de mi corazón
Mi mundo solo gira por ti/ como sanar este profundo dolor
Siento correr por mis venas tu respiración/ estoy tan conectada a ti
Que hasta en mis sueños te veo/ sin ti yo me muero…


-Ai meu Deus! – disse Gina, mudando novamente de música. Por azar, a faixa seguinte era a música era a que Pansy e Harry ouviram quando ficaram pela primeira vez, o que fez a morena chorar ainda mais enquanto cantava.

I thought/ you’d be out of my mind
Eu pensei que você estaria fora da minha mente
And I finally found a way to/ learn to live without you
E que eu finalmente havia achado um jeito de/ Aprender a viver sem você
I thought/ it was a matter of time
Eu pensei que seria apenas uma questão de tempo
‘Til I have a hundred reasons/ not to think about you…
Até que eu tivesse milhares de razões/ Pra não pensar em você


A música foi bruscamente interrompida quando Gina desligou o aparelho de som, o que causou protestos:
-Ei, me deixa ouvir a música. É a nossa música!
-Amiga, você tem que ouvir alguma coisa que te anime! Tá na hora de parar de curtir fossa! – disse a ruiva, pegando a caixa do CD e lendo o título das faixas.
-Só tem música triste aí. – informou Pansy.
-Tô vendo. Chega desse CD, chega de tristeza, chega de fossa! Levanta dessa cama já!
-Não! – respondeu a morena, como uma criança emburrada – Já disse, quero ficar aqui pra sempre. Não quero sair, pois vou ver o Harry e saber que o perdi!
-Se continuar aí, vai perdê-lo com certeza. – disse Luna – Pansy, a festa de formatura é mês que vem, as garotas vão cair matando em cima dele. Você tem que defender o que é seu!
-Meu?! De onde você tirou isso, Luna? Harry não é meu...
-Mas já foi! – disse Gina – E pode voltar a ser. Só depende de você.
-Acham mesmo? – perguntou a morena, tentando ignorar aquela pontinha de esperança.
-Achamos! – responderam Gina e Luna, em uníssono. A loura ainda acrescentou:
-Você já o conquistou uma vez. O que te impede de fazer de novo?
-Não sei, meninas... Acho que ele não gosta mais de mim. – Pansy começou a ‘rezar’ a mesma ladainha de sempre: ele não gostava dela, já a tinha esquecido, provavelmente estava com outra, blá, blá, blá... Passou a mão no rosto e arregalou os olhos ao tocar o queixo. Havia uma coisinha ali que raramente aparecia, pois ela era cuidadosa demais. – O que é isso, aqui? – perguntou, apontando para o queixo.
-O que? A espinha?
-ESPINHA?! – a garota pulou da cama e correu pra frente do grande espelho do quarto – Minha nossa. Parece um chifre de unicórnio que cresceu no lugar errado! Vou marcar uma limpeza de pele pra ontem. E vou aproveitar pra fazer uma hidratação, meu cabelo tá precisando de atenção...
-Parece que ela voltou ao normal. – cochichou Luna para Gina.
-É, mas só pra garantir, vamos contar aquela história sobre a Chang, que a Lilá anda espalhando por aí.
-Boa idéia. Se isso não tirá-la dessa tristeza, nada tira.
-Pansy, você soube da última? – perguntou Gina, como quem não quer nada.
-Não. Estou totalmente por fora do que acontece nesse Castelo. Aliás, vocês podiam me atualizar, né?
-Então senta, porque você vai cair quando ouvir essa.
-É tão boa assim a fofoca? – Pansy sentou na cama ao lado das amigas, animada – Contem-me tudo, não me escondam nada!
-Lilá e Parvati contaram pro castelo inteiro que Cho Chang virá à formatura.
A expressão da morena mudou de curiosidade para pura raiva ao ouvir isso:
-Pra que essa garota vai vir? Ela não tem nada o que fazer em Hogwarts, já se formou.
-Vai ver que ela vem aproveitar bem uma festa de formatura, já que, a dela você fez o favor de estragar.
-Luna, eu tive razões pra fazer aquilo. Nenhum tribunal me condenaria.
Luna se referira à festa de formatura do ano anterior, onde Pansy e Cho tiveram um estranhamento. A culpa fora de Chang, pois ela paquerava descaradamente o namorado de Pansy, na ocasião, Bob Garret. E de tanto ela insistir, o garoto cedeu. Pansy flagrou os dois juntos, no meio de um beijo, e ficou com tanta raiva que despejou, não um copo, mas uma bandeja inteira de drinques em cima da chinesa. A garota ficou furiosa, mas conseguiu secar-se a tempo de ocupar seu lugar no tablado que fora montado no Salão. Pansy não gostara nem um pouco de vê-la linda e presunçosa recebendo o diploma das mãos de Dumbledore, e por isso, com a varinha de um colega (pois não levara a sua à festa), fez a chinesa tropeçar. Ela caiu do tablado em cima do baterista d’As Esquisitonas. Isso causou um efeito dominó: a bateria caiu, a haste dos pratos bateu no guitarrista, que tentou se segurar no vocalista, que acabou levando o baixista pro chão também. Resultado final: uma chinesa histérica, vários instrumentos e uma banda de rock, todos caídos no chão, enquanto o Salão inteiro explodia em risadas. A intenção de Pansy fora só fazê-la cair no tablado, mas do jeito que acontecera fora muito mais engraçado.
-Mas será que é só pra isso que ela vem? Eu duvido. – disse Gina.
-Porque? O que mais ela viria fazer aqui?
-Talvez dar em cima do namorado de alguém... – disse Luna, deixando no ar a dúvida.
-Ah, por favor – começou Pansy – Nem aquela cachorra de olhos puxados seria tão baixa assim.
-Sei lá, amiga. Quem me disse foi a Parvati, a Cho vem à Hogwarts pra ficar com o Harry.
Se Pansy não estivesse sentada, com certeza cairia. Então aquela safada do Oriente queria voltar com Harry? Os dois já tinham ficado juntos por um tempo, mas Harry a dispensara, como fizera com todas as outras. “Exceto comigo.”, pensou a morena. “Eu fui a única que o Harry não dispensou. Por Merlin, isso, definitivamente, quer dizer alguma coisa!!”
Pansy sentiu uma grande alegria crescendo dentro de si, juntamente com uma dose tremenda de determinação.
-Ela deve saber que eu namorei o Harry, e aposto que vem só pra me provocar! Ela já roubou um namorado meu, e quer fazer de novo. Mas eu não vou perder o Harry pr’aquela Cavaleira do Apocalipse! Ela que se atreva a chegar perto dele.
-É isso aí, amiga! – disse Gina.
-Finalmente temos Pansy Parkinson de volta! – comemorou Luna.
-Como sempre digo, eu corro atrás dos meus objetivos e se Cho Chang estiver no meu caminho, eu passo por cima! Várias vezes. E com um trator. – acrescentou a morena, fazendo as amigas rirem – Porque se existe uma garota que nasceu pra ficar com o Harry, sou eu. – finalizou a garota com um brilho de aço no olhar.

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N/a: Capítulo novo postado para os meus leitores fantasmas. Aproveitem.

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