Feliz Natal
Capítulo sete
Feliz Natal!
Mexeu-se inquieto na cama. Estava sentindo frio. Não, era falta, percebeu com um sorriso meio débil no rosto antes de abrir os olhos. Se fosse em outra situação, os teria fechado rapidamente, perturbado pela claridade.
Mas não quando uma garota de cabelos intensamente vermelhos se encontrava naquela cama, deitada de bruços e embolada nas cobertas, concentrada nos botões da camisa que Draco usara no dia anterior.
Ela estava um pouco afastada de si, e isso o deixava louco!
Gina ainda não havia percebido a presença consciente dele ali e por isso continuou seu trabalho de abotoar e desabotoar cada botão da camisa verde. O cheiro dele se impregnara graciosamente ali, e Gina parecia encontrar a maciez de sua pele tocando o tecido fino.
Antes que Draco pudesse se mover para chamar atenção dela, Gina foi mais rápida e deixou parte da sua coxa descoberta pelos lençóis que antes a cobria até os pés.
Pensando bem, seria melhor deixá-la continuar o que estava fazendo, afinal, era muito bonito de ser visto. Foi o último pensamento de Draco antes das milhares de vontades que o arrebataram na hora.
Ele passou a mãos nos cabelos platinados e soltou um longo suspiro sem deixar Gina perceber que estava acordado. Esta, como se pressentisse, virou-se pra ele, mas os reflexos de Draco eram bem rápidos, já que tivera que aprender a lidar como apanhador da Sonserina, e fechou os olhos fingindo estar dormindo.
Gina sorriu ingenuamente diante da aparência angelical que os cabelos e a pele branca dava a Draco.
Emocionada com o tamanho de carinho que ele lhe tratara a noite, Gina largou a camisa e se aproximou.
Tirou alguns fios de cabelos loiros que caíam sobre o rosto dele e beijou com carinho a testa branca. Sentiu a pele dele um pouco quente, o que a fez escorregar a ponta de seu nariz sobre o dele numa carícia que congelou Draco.
Sentindo o beijo estalado e quente que ela dera sobre seus lábios, Draco reagiu e puxou sua nuca com uma mão e o ombro com o outro, colocando seus lábios novamente sobre os dela num beijo mais ardente.
O coração de Gina disparou. Draco a puxara com tamanha força que não imaginara ser possível numa pessoa que estava dormindo há segundos atrás. Mas a sensação do beijo era um pedido irrecusável de desculpas por isso.
Eles sentiam tudo se esvair com aquele toque que vinha junto a sensações estranhas e gostosas de mais. Necessitáveis, eles poderiam dizer.
Mesmo não querendo, Gina teve que parar depois de um bom tempo para poder respirar e se recompor.
- Bom dia... – foram as primeiras palavras de Draco antes de tentar voltar ao beijo, segurando com firmeza os quadris de Gina.
- Bom dia. – ela respondeu se desvencilhando num gesto rápido, e saiu da cama, deixando a mostra seu corpo por inteiro. Ao ver o olhar faminto de Draco em si, agarrou a camisa dele e a vestiu, de costas para ele.
- Ei, Gina, o que houve? – Draco perguntou revoltado. A camisa ficara enorme nela, cobrindo até o meio das coxas. Enquanto abotoava a camisa com um pouco de dificuldade, Gina virou o rosto pra ele. Estava rubro. – Gina, eu já te vi sem blusa muitas vezes essa noite! Na verdade...Vi muito mais. – acrescentou malicioso.
Gina virou o rosto novamente para a parede, sorrindo feliz ao lembrar do que ele realmente vira a mais.
Tentou segurar o riso, mordendo os lábios, mas sua vontade era muito maior. Riu alto e graciosamente e inundou os ouvidos de Draco com aquela melodia estonteante.
Quando ela parou e continuou a abotoar os últimos botões, Draco pediu, sentando-se na cama com as pernas para baixo:
- Não vai continuar? – vendo que Gina ficara intacta, continuou – A rir, quero dizer.
Fingindo-se emburrada com o comentário um pouco irônico, Gina mostrou a língua para ele e voltou sua atenção para a camisa.
Draco não deixou de notar o quanto Gina ficara linda com sua camisa, que escorria por seus ombros de tão grande.
Antes que Gina pudesse respirar novamente, Draco se levantou de encontro a ela e a segurou, passando as mãos quentes por debaixo da camisa, a levantando o suficiente para alcançar a barriga da garota:
- Sabe o que dá vontade de fazer com essa língua aí? – ele perguntou rapidamente, vendo a reação de Gina, de se agarrar a ele, ansiando por suas carícias.
- Hum? – murmurou, sem força para falar.
- O mesmo que eu fiz há algumas horinhas... – ele respondeu, livrando uma de suas mãos debaixo da camisa e tirando o cabelo dela de um lado do pescoço, o mordendo de leve, para dar mais valor ao que ia fazer depois.
- Você não sabe falar, Draco... – Gina disse, impaciente, se virando para ele, e agarrando seu pescoço a espera do beijo. Enquanto ele não vinha, olhou surpresa para o abdômen nu do namorado, reparando em como era como ela imaginara. – É melhor agindo...
- Ah é? – dizendo isso, Draco começou a dar leves beijos nela, sem deixar nem que ela correspondesse com a rapidez que retirava seus lábios do alcance dela. – O...que é...que você...quer?
- Isso! – Gina disse, antes de pular em cima dele, o surpreendendo, e beijá-lo avidamente.
Os dois quase caíram, mas Draco não hesitou em responder ao beijo e desajeitadamente tentar tirar a camisa dela.
Apesar de querer novamente tanto quanto ele, para provocá-lo, abaixou a camisa novamente sem permitir que ele tentasse novamente.
Draco parou de beijá-la e procurou os olhos castanhos, que brilhavam tão vivos quanto na noite passada. Sem dizer nada, olhou indagador procurando uma resposta para aquela barreira imposta.
Gina sorriu e disse entre os dentes:
- Você não vai conseguir...
- Você que pensa... – Draco disse a imitando no modo de falar – Gininha.
Mais rápido que ela, Draco a pegou no colo sensualmente e a colocou na cama, mantendo-se em cima dela, provocador.
- O que você pensa que vai fazer, Draco? – Gina perguntou, ao ver sua excitação, mas percebeu que tinha um ara diferente. Uma r que conhecia bem. – Não, Draco, nem pense!
Tarde demais. As mãos dele já percorriam todo o corpo de Gina com as malvadas cócegas que ela tanto odiava. Sem ter como se como se proteger delas, Gina tentou retrucar, fazendo nele também. Não adiantou nada.
Depois de um bom tempo naquele briga, quando Gina não fazia nada mais do que rir e já tinha a blusa totalmente aberta, Draco parou.
Gina continuou envolta aos risos, mas mais suaves, ou meigo, como diria Draco. Este ainda estava em cima dela, e encostou testa na testa, sentindo a velocidade das respirações.
- Sabia que você é muito bonitinha? – Draco disse, perto de seu ouvido, o que casou a Gina outro arrepio.
- Bonitinha? – ela fez um muxoxo, enquanto passava seus braços em volta do pescoço dele.
- A mais bonitinha de todas as bonitinhas! – Draco respondeu, um pouco mais alto. – A mais lindinha de todas as lindinhas!
- Ah, agora ta melhorando... – Gina comentou, enquanto acompanhava os gestos exagerados que Draco fazia com os braços.
- A que eu mais amo de todas as...
- Todas?
- A única que eu amo em todo o mundo... – Draco disse por fim, encostando seu nariz no dela de modo carinhoso.
Ouvindo isso, Gina sentiu as lágrimas esquentarem seu rosto e, tentando amenizar, sorriu:
- Posso me sentir lisonjeada?
Draco sorriu também com sinceridade, mostrando os olhos azuis brilhantes que tinha. Enxugando as lágrimas dela com o polegar e observando o jeito que ela o apertara pelo pescoço, acariciando sua nuca, perguntou:
- Posso te mostrar de novo o quanto te amo?
- O que disse? – Gina perguntou, já que prestava muita atenção nos olhos dele para entender qualquer coisa.
- Vou levar isso como um sim. – Draco respondeu, antes de erguê-la no colo e carregá-la até o banheiro.
Mal girou a torneira e ligou a água da banheira e colocou Gina lá dentro. Mantendo-se do lado de fora, Draco pegou a esponja e começou a passar nas costa de Gina, até a limpara por inteiro, conhecendo cada cantinho ainda desconhecido e apreciando cada dobrinha já muito apreciada.
Só entrou quando Gina começou a jogar água nele e o puxou para dentro, molhando boa parte do banheiro.
E assim se entregaram novamente como se fosse a primeira vez, apesar da segurança, da confiança e da esperança a mais de que tudo daria certo. E ficaram ali, envolvidos um no outro até que Gina o obrigasse a desligar a água para não morrerem afogados.
- Olha o que você fez com a minha camisa! – Draco reclamou, retirando-a encharcada da banheira.
- Foi você que me colocou aí dentro, esqueceu? – Gina retrucou enquanto pegava uma toalha debaixo da pia para se secar.
- Ah, mas a culpa é da ruivinha que não quis que eu tirasse antes! – ele disse por fim.
Gina, sem resposta e com um sorriso tímido, se enrolou na toalha e passou os braços pelo pescoço dele.
- Ruivinha, é?
Draco, rindo com a insinuação de Gina, tentou livrá-la da toalha, mas ela foi mais ágil, passando-a por cima da cabeça de Draco e saindo correndo porta a fora para procurar no closet algo para vestir.
Não sabia como, mas novas roupas haviam aparecido ali. Pegou um shorte xadrez branco e preto de Draco e uma das camisas dele, preta, pois estava um pouco frio.
Mexeu nos cabelos molhados e saiu a procura de sua varinha, que diga-se de passagem, sumira:
- Draco, você viu minha varinha?
- Tenho uma muito melhor, você quer? – ele perguntou do banheiro malicioso.
- Deixa de ser pervertido, Draco! – Gina reclamou, olhando debaixo dos travesseiros.
- Não vi não. – ele respondeu mais sério, enquanto se secava e vestia aquela mesma calça de se amarrar na cintura.
Gina procurou um pouco mais, e se dando por vencida, perguntou pela dele.
Draco saiu do banheiro, apesar de seco com os cabelos pingando e batendo na metade do pescoço. Um cheiro exótico se instalou no ambiente.
“Mais um dos perfumes de Draco...Que me enlouquecem...”, Gina pensou.
Draco achou-a linda naquelas roupas, um pouco grandes. A pele branca contrastava bem com o preto da camisa, que lhe escorregava por um dos ombros.
- O que foi? – Gina perguntou, sentindo-se ficar vermelha ao notar a admiração que Draco demonstrava por si. Sorriu, triunfante.
- Você...está bonita... – ele comentou, tentando disfarçar, mas sem muito sucesso.
Para esconder o rubor, Gina olhou para baixo e se deparou com algo perfeito para usar no cabelo.
- Acho que isso vai servir! – disse, ao puxar com força o cordão desamarrado da calça de Draco.
- Ei, isso é meu! – ele reclamou, impressionado com a rapidez que Gina fizera aquilo.
- Você nem usa! – Gina retrucou. – Essa calça está perfeita em você.
E sorriu satisfeita, frente ao espelho, ao prender os cabelos lisos num rabo de cavalo improvisado.
Draco se aproximou por trás, e fez com que ele também se refletisse no espelho.
Olhando-se juntos ali, souberam que viveriam o resto de suas vidas assim. Passariam por tudo que precisasse só para se verem assim, frente a frente com o espelho novamente, qual podia pará-los de refleti-los quando se afastassem, qual podia se quebrar em pedacinhos algum dia, mas que seria guardado na memória como lembrança do momento que determinou que ficariam juntos.
- Feliz Natal, Gina. – Draco disse, beijando-lhe o rosto carinhosamente.
Ela não respondeu, mas sorriu encantada, sem parar de olhar suas imagens no espelho.
Uma imagem só.
Alguns anos depois...
- Você está linda. – um Draco de trinta e cinco anos elogiou a esposa que terminava de passar o batom em frente ao espelho. Com os cabelos platinados na altura do maxilar, vestido com um blazer escuro por cima da roupa num tom mais claro, ele estava altura.
- Obrigada. – uma Gina um ano mais nova que o marido agradeceu. Vestia uma blusa branca colada ao corpo que combinava com a saia comprida vermelha com um laço branco na lateral. Os cabelos ruivos estavam soltos e menores, porém mais cacheados.
Sorriram um para o outro pelo reflexo do espelho antes de ouvirem o choro muito conhecido de uma criança:
- Mãe! – um menino de quase cinco anos entrou porta adentro choramingando. – Ela me bateu!
- Elisabeth Weasley Malfoy! – Gina chamou, nervosa, pela filha dois anos mais velha que o menino.
Elisabeth apareceu na porta de braços cruzados e nariz para o alto. Era uma cópia de Draco, dos cabelos, a pele até a própria personalidade.
- Eu não fiz nada com o Peter! Ele que é um chorão!
Gina olhou para Draco, pedindo ajuda.
- O que foi que você fez, Lisa? – ele perguntou carinhosamente, apesar da firmeza. Tinha uma certa predileção pela filha que tanto o lembrava de si mesmo.
- Eu não fiz nada, papai! – a menina respondeu manhosa se agarrando a Draco. – A mamãe que não quer acreditar em mim! Mas você acredita, num acredita?
Draco procurou Gina com o olhar e ela também o encarava, esperando pela resposta ansiosa. Ele voltou-se para a filha:
- Está dizendo mesmo a verdade?
- Claro que sim, papai! – ela respondeu com o mesmo sorriso cínico que Draco costumava lançara todos quando era menor.
- Então pode ir, mas pare de implicar com seu irmão. – ele disse dando uma leve palmada na filha.
- Você não aprende, não é? – Gina reclamou assim que viu Draco livre dos braços de Elisabeth. – Vai ficar protegendo sua filha até quando?
- Ah, já vai começar? – Draco perguntou, aparentando imaturidade e impaciência.
- Vou. – Gina respondeu no mesmo tom. – A Lisa fica cada dia mais mimada e você continua com isso?
- Ela é uma criança, Gina!
- Uma criança que poderá ter problemas sérios quando ficar maior! – Gina retrucou.
- E você, que só sabe defender o “ruivinho querido da mamãe”? – perguntou enciumado, se referindo a Peter.
- Ele é nosso filho! – Gina disse com o dedo na cara de Draco. – Seu também.
- Mas é você que tem mania de dizer “sua filha” quando fala da Lisa e “meu filho” quando se refere ao Peter! – ele apontou também para ela.
- Você não cresce! – Gina reclamou, um pouco histérica.
- Ah...disse a Senhorita Adulta! – Draco debochou.
- Vocês não param! – Isabel, a filha mais velha do casal, de treze anos, apareceu na porta e se fez presente.
Era uma mistura perfeita dos dois. Os cabelos eram lisinhos e ruivos, apesar das mechas loiras que de vez em quando achava. Os olhos eram azuis, um azul profundo um pouco mais escuro que os de Draco. A pele era branca como a neve e o rosto era bastante rosado.
Isabel se aproximou, ao ver que os pais pararam intactos, esperando por sua reação:
- Vocês reclamam um do outro como se quisessem ser perfeitos! Por que não aceitam suas diferenças de uma vez? Pelo menos assim acho que não precisarei de um aparelho para surdez...
Vendo que os deixara surpresos, beijou a mãe e abraçou o pai com carinho, deixando uma frase no ar:
- Vejo vocês lá em baixo. Estou ansiosa para saber o que compraram pra mim de Natal!
Draco e Gina se olharam espantados. Isabel sempre conseguia deixá-los assim. Ela era a amostra perfeita de que uma Weasley conseguiria se dar bem com um Malfoy.
- Vou descer. – foi Draco quem quebrou o silêncio. – Não demore.
Gina não disse nada, nem se deu ao trabalho de responder, já que Draco já havia batido a porta atrás de si. Sentou-se na cama, pensativa, e decidiu por fim descer, fingindo que nada acontecera. Sabia que seria sempre assim, mas o que sentia por Draco sempre acabava por resolver as coisas.
Ao descer as escadas da casa muito bem decorada, Gina se deparou com uma das cenas mais bonitas que já presenciara.
Draco, sentado no tapete, com Elisabeth no colo e Isabel pendurada em seu ombro enquanto observavam Peter brincar com a mais nova miniatura de vassoura, qual ganhara do pai no dia anterior, seu aniversário.
Como se pressentisse a presença de Gina, virou-se para as escadas, a achando mais linda do que nunca. Lançando um sorriso ao marido, Gina desceu as escadas.
Draco colocou Elisabeth no chão, que correu para brincar com o irmão, e foi até Gina, segurando suas mãos delicadamente, e levando uma delas aos lábios.
- Desculpas. – ele murmurou após o beijo.
- Eu que tenho que pedir desculpa. – Gina respondeu, um pouco manhosa.
- Eu não devia ter deixado a Lisa sair livre daquela história... – Draco disse, um pouco pensativo.
- Ah...e eu não devia ter gritado. – ela respondeu, lembrando da histeria.
- Mas isso faz parte do seu charme... – Draco contrapôs, aproximando os rostos.
Ao ver o sorriso da mãe, Isabel riu harmonicamente e saiu dali em direção a cozinha.
- Ela ri exatamente como você. – Draco comentou olhando para a filha e se voltando para a esposa. – Vocês são lindas.
Vendo que Draco tinha intenções de beijá-la disse baixinho:
- Draco...As crianças...
- O que tem? – ele perguntou, olhando-as brincarem afastadas.
- Você sabe que a Lisa morre de ciúmes de nos ver... – Gina começou, ficando um pouco vermelha.
- Nos ver o quê, vermelhinha? – Draco perguntou, querendo que ela respondesse, mesmo já sabendo a resposta.
- Juntos. – Gina respondeu, sem olhá-lo.
- Mas já estamos juntos há muito tempo!
- Você me entendeu muito bem, sonso! – Gina disse com as mãos na cintura, a visão do paraíso para Draco vê-la sorrir novamente.
- Sonso, é? – ele perguntou com intenções de fazer cócegas em Gina, mas esta olhou significativamente para os filhos que agora tinham sua atenção para os embrulhos coloridos em baixo da grande árvore de Natal.
- Te pego depois, ruiva. – ele disse perto do ouvido de Gina, o que lhe causou um arrepio. Dando uma piscadela, o que Gina, apesar de já estar acostumada, achou extremamente sensual, Draco saiu em direção a cozinha.
Gina suspirou longamente sem saber se estava aliviada por conseguir se livrar da tentação ou chateado pela falta de Draco. Sentia até frio. Balançando a cabeça, e com isso fazendo a cascata vermelha escorrer pelos ombros, Gina foi até os dois filhos sentando-se com eles para brincar.
A noite passou agradável. Sentaram-se todos a grande mesa que Draco dera a Gina de presente. Ela sempre gostara de mesas grandes para uma família também grande.
Acabou não gostando muito dela, já que Draco fazia questão de se sentar do outro lado, bem afastado de si. Por isso, há algum tempo, começara a “seguir as regras” sem reclamar se mostrando muito afastada. Isso até que Draco uma noite saíra de lá e sentara-se ao seu lado, com um sorriso carinhoso nos lábios que logo se transformou no causador de longas sensações incríveis nos de Gina. Lembrava-se muito bem de ter dado comida na boca do marido durante um bom tempo até saciar a fome dele...daquilo.
Gina sorriu graciosamente chamando atenção dos filhos, quais comiam famintos e apressados para abrir os presentes, e de Draco. Vendo o olhar curioso e admirador deste, riu alto como uma criança o que fez o loiro sair do transe para entrar em outro.
Vê-lo olhá-la daquele jeito lhe dava uma imensa vontade de se agarrar ao pescoço dele e beijá-lo até sentir suas bocas dormentes.
Bateu fortemente na mão que ele tentou, por um momento, passar por debaixo da mesa e tocar eu sua coxa. Ele retirou, esfregando o local dolorido, fazendo um muxoxo.
- Você fica ridículo com essa cara de cachorro abandonado. – disse, propositalmente alto, para que as crianças ouvissem. E conseguiu, já que risadas encheram a mesa.
- Há, há, há... – Draco riu debochado – Muito engraçado... – olhou de esguelha para Gina como dizendo “você vai ver”, que ria timidamente de cabeça baixa.
Depois do jantar, as crianças começaram a mostrar impaciência, perguntando de cinco em cinco minutos que horas eram, a espera da meia-noite.
Quando Gina anunciou finalmente que chegara a hora, Draco foi o único que reclamou, já que estava muito bem com sua Gina encostada em seu ombro no sofá e acariciando sua mão com a dela, que era tão menor, mas quente.
Volta e meia ele lhe beijava os cabelos, fingindo se demorar no carinho para sentir durante mais tempo o cheiro gostoso do cabelo dela.
E agora seria obrigado a largar daquele momento para abrir presentes! Coisas chatas que nunca fizeram a felicidade de Draco.
Manteu-se sentado no sofá, enquanto seus olhos viajavam pelos filhos, ansiosos pelo presente. Gina entregou um embrulho a cada um, que pulara felizes ao verem o que era.
Vendo que Draco não se levantava, chamou sua atenção, ainda agachada no chão, perto da árvore:
- Não vai querer?
Dando um longo suspiro de impaciência, Draco se levantou para receber o seu, quando foi cercado pelas duas crianças menores:
- Olha, papai! Eu ganhei aquela boneca que você tinha me prometido, lembra? – Elisabeth gritou, colocando a boneca em frente aos olhos de Draco e pulando para que ele a visse.
Draco sorriu. Nunca negava qualquer tipo de carinho aos filhos, apesar de certos momentos que se mostrava impaciente, como aquele. Mesmo assim, Draco olhou a boneca atentamente, achando sua filha muito mais bonita que ela.
- Quer saber de uma coisa? – sussurrou em seu ouvido em tom brincalhão.
- O quê? – ela lhe perguntou, animada.
- Você é muito mais bonita que ela. – ele disse, ainda baixinho, enchendo a filha de cócegas e a sala de risadas alegres.
- Viu, mamãe! – a menina chamou por Gina quando parou de rir. – O papai disse que eu sou mais bonita que a boneca!
Gina sorriu encantadoramente para Draco, que também a olhava, esperando exatamente pelo sorriso que ela lhe mandara. Piscou um olho e antes que pudesse ir até a esposa novamente, foi interceptado por Peter:
- Pai, eu num consigo abrir, me ajuda! – o garoto ruivo mostrou um brinquedo gigante embrulhado em um papel transparente que ajudava a proteger o brinquedo além do papel do presente.
Draco ajudou o filho tirar o papel e foi agradecido com um abraço nervoso do filho, que correu para brincar com o novo brinquedo.
Vendo que Isabel estava quieta num canto, admirando o que ganhara, e Draco sabia o que era, já que ele mesmo escolhera, foi até ela se agachando e ficando da altura dela, que estava sentada numa cadeira.
- Gostou? – ele lhe perguntou, encarando aqueles olhos que pareciam tanto com os de Gina.
- Adorei, pai! – ele lhe respondeu o abraçando com força, enquanto Draco observava que ela lhe chamava de um jeito carinhoso que quase lhe espantava.
Não estava acostumado a ser tratado bem por outras pessoas além de Gina e dos filhos, mas estes ainda eram menores. Agora, com Isabel, pode perceber que montara uma imagem de pai para si que ele nunca pensara que poderia. Fizera sua filha conhecer o novo Draco, não aquele de antigamente que adorava fazer maldades com todo mundo, até com Gina. Com sua Gina.
Olhou para a esposa, que observava aos dois também e endireitou as costas. Dando um leve beijo na filha, que sorria encantadora, com o vestido de festa azul nos braços, andou com passos largos até Gina.
- Onde está o meu presente, mamãe? – ele perguntou, imitando os filhos com uma voz que saiu mimada de mais.
Gina o observou, as mãos enfiadas nos bolsos da calça azul marinho e um olhar curioso que a fez se arrepiar. Se abaixou e pegou um pacote azul, no qual estava escrito o nome dele com a letra caprichosa de Gina.
- Tenho certeza que vai gostar... – ela disse lhe entregando o pacote, com um sorriso levado no rosto.
Draco notou e tomou mais cuidado ao abrir o pacote. Vai que os irmãos de Gina a tinham enfeitiçado para que ela pudesse dar algo maléfico a ele...
“Nunca pensei que pudesse convencer a minha ruivinha a passar o Natal longe daqueles ruivos idiotas...”, pensou, enquanto abria o presente devagar, ocupado demais em observar os cabelos de Gina, que eram muito mais bonitos que os dos Weasley.
Uma camisa social branca, a cor que ele mais odiava na face da terra. Depois de rosa, é claro.
O único rosa que gostava eram os das bochechas de Gina, para qual ele abria uma exceção. Era simplesmente encantador o rubor que o rosto dela tomava quando ficava envergonhada.
Olhando novamente para sua esposa, Draco observou que também abria uma exceção pela blusa que ela usava, qual era branca. Caíra perfeitamente no corpo dela e marcava todas as curvas que ela tinha graciosamente, lhe dando vontade de retirá-la para rever aquele corpo que tanto amava.
“Ah, eu te amo tanto, minha linda...”, Draco pensou e não ouviu o que Gina disse antes de se virar para pegar outro embrulho e a puxou de volta, enlaçando sua cintura e a beijando ardentemente.
Por sorte, todas as crianças já tinham saído dali e voltado lá para cima para terminarem de curtir seus presentes. E como já tinha percebido isso, Gina deixou-se levar pelo beijo que tanto amava.
- Posso saber que ataque foi esse? – Gina perguntou, logo que Draco separou seus lábios dos dela, mas a manteve perto o suficiente para sentir o coração dela bater em seu peito.
- Obrigado, Gin... – Draco disse num sussurro.
- Ah...De nada! – Gina respondeu, animada, pegando a blusa que dera a Draco. – Achei que você não fosse gostar já que é branca...Mas você não tem nenhuma! E você fica tão bem de branco, meu amor...
Draco parecia nem ouvir o que ela dizia, enfeitiçado com o jeito que ela falava de modo que sua voz melodiasse o ambiente fresco.
Ela também tinha a mania de jogar os cabelos para trás a cada vez que Draco a mantinha perto de si segurando firmemente sua cintura e colando os corpos.
- Obrigado, minha linda... – Draco voltou a dizer, a abraçando forte e afagando os cabelos vermelhos dela, deixando Gina confusa.
- Mas Draco... – ela começava a se emocionar com a tamanha gratidão que ele lhe demonstrava. Só não entendia que fosse tudo isso só por uma blusa.
- Obrigado por ser essa pessoa tão maravilhosa que você é, Gin... Draco continuou, se afastando e segurando-a pelos ombros de modo que pudesse olhar em seus olhos. – Obrigado por me dar essa chance, obrigada por me deixar amar você...Obrigada por me amar.
Gina não agüentou mais e começou a soluçar e a chorara compulsivamente. Jogou-se nos braços de Draco, que a aconchegou em seu peito tentando acalmá-la.
Vendo que seria mais difícil do que pensava, já que também sentia as lágrimas inundarem seus olhos com força, pedindo pra se libertarem, Draco sentou-se no sofá, a puxando junto consigo e a colocando no colo, como a uma criança.
- Shh... – disse para aquietá-la, esquentando seus braços frios com suas mãos grandes. As lágrimas também já corriam livremente por seu rosto pálido, mas ele não deixava sinais delas a Gina.
Quando conseguiu conter os soluços, Draco a abraçou com carinho, esperando que as lágrimas dela parassem de cair. Levantou seu rosto segurando o queixo pequeno com o polegar e o indicador e secou as marcas deixadas pelas lágrimas calmamente.
- Vem cá. – ele disse, a levantando com cuidado e a puxando até o grande jardim que cercava a casa.
Dando a volta na casa, Draco finalmente achou o que procurava. Retirando algo do canteiro vazio, escondeu o que fosse atrás de si e se virou para Gina, com um sorriso surpreendente.
- O que você está escondendo aí? – Gina perguntou, sem poder conter a curiosidade.
- Fecha os olhos. – ele pediu e esperou que ela o fizesse. Depois de constatar se ela estava vendo ou não, passou por trás e segurou seu quadril com uma de suas mãos, enquanto com a outra colocava o “objeto” em frente aos olhos de Gina. Por fim, apoiou seu queixo no ombro dela e disse perto ao seu ouvido. – Pode abrir.
Gina abriu. E ao ver o que estava a sua frente, sentiu sua boca abrir-se também.
- A...A flor azul! – e virando-se para Draco, que sorria feliz por ela ter gostado, perguntou. – Como você conseguiu?
- Eu comprei. – ele disse, entregando a flor a Gina. – Comprei de um vendedor que as cultivava no sul da Austrália.
- Ai, é linda demais! – Gina disse, sorrindo encantadoramente, passando suas mãos pelas pétalas brilhantes. – Mas é estranho um vendedor australiano por aqui vendendo flores, não? Nunca ouvi falar...
Gina cultivava todos os tipos em seu jardim, mágicos e não-mágicos, quais também adorava. Tinha uma predileção por flores entres outras plantas que chegava a assustar, principalmente a Draco, que não entendia tamanha dedicação e paciência que ela tinha de passar o dia cuidando daquelas coisinhas cheirosas.
“Talvez tenha a ver com a minha vontade de sentir o cheiro dos cabelos de Gina a toda hora”, pensou, enquanto a abraçava pela cintura, como ainda costumava, e adorava, fazer.
- Mas quem disse que eu as comprei aqui? – Draco perguntou, voltando sua atenção para o que Gina dissera.
- Como assim? – Gina virou seu rosto para ele. – Não vai me dizer que...
- Eu fui até a Austrália quando soube que era o único país que cultivava essas flores sim. – ele a interrompeu firme e, ao ver o olhar de admiração e surpresa que ela lhe lançou, finalizou – Afinal, é o primeiro Natal que a minha ruivinha concordou em passar longe da “tropa de cabeças vermelhas” para passar comigo...
- Tropa de cabeças vermelhas uma ova! – Gina reclamou e tentou bater em Draco, mas este segurou sua mão antes que ela se esborrachasse na bochecha dele.
- Sabia que você tem uma certa atração muito grande por tapas... – ele comentou, balançando a mão dela de modo implicante.
- E beijos... – Gina comentou, ao sentir o hálito quente de Draco.
E não precisou dizer mais nada para ter sua boca colada na dele num beijo bastante sensual. Sentiam-se dois adolescentes nesses momentos mais quentes, quando podiam relaxar e usufruir das sensações que um corpo causava no outro.
A última coisa que Draco fez completamente lúcido foi pegar Gina no colo e levá-la até a rede pendurada na varanda. Depois disso, só a Gina mesmo para contar o que aconteceu...
Fim
N/A: Eu REALMENTE me superei! 13 páginas no Word!! Foi o maior capítulo!! E a fic toda então... 55 páginas! Mas eu escrevi tanto que parece ter sido mais...
Eu fiz de tudo pra postar isso aqui hoje, já que hoje mesmo eu vou viajar e só vou voltar semana que vem!!! Seria muita espera até para mim!
Antes de agradecer, queria colocar uns pontinhos aqui:
Aquela “atração muito grande por tapas” eu tirei da série Everwood da Warner, que eu adoro muito! E para quem não tiver entendido, é por que a Amy tem manias de bater no Ephram a cada coisa que ele diz e ele sempre segura a mão dela antes.
Ah, e também, para quem não notou...Aquela flor azul é a mesma que apareceu em Hogwarts no primeiro capítulo da fic, quando os dois brigam e ele coloca a flor na frente da Gina da mesma forma que fez agora...
Agora, vamos aos agradecimentos:
Primeiro para a Luiza, que ficou acordada comigo até as quatro da manhã no telefone em “véspera” de viagem pra Lambari, para me ouvir ler tudo pra ela e depois de tudo me dizer que ficou “massa”, como ela diz...
Ju: Que você é uma manteiga derretida eu pude perceber!! Só de ter dito “Ooiii Kel,essa fic é linda!” eu pude notar! Eu costumo comentar assim também!! Ah, e eu nunca vou esquecer do “você tem talento para escrever fics assim...”! Amei mesmo! Beijinhos e obrigada!
Mimi Granger: Nossa...Estou com meu pés doendo até agora pelos saltitos de alegria que dei quando recebi sua review! E num acreditei que você a leu inteira no mesmo dia!! Devia ta mesmo muito boa...rsss...você não sabe o quanto seus elogios...como “uma das melhores entre um monte de fics que eu li”! Obrigada mesmo!
M@ki: Que bom que você gostou!! E aí está o final...Espero que goste também!! Estou tão nervosa para saber a opinião de vocês!! Beijos e até outra fic!!! Já está vindo uma outra minha por aí...
Sakura Scatena: DESCULPA a demora!! É que eu queria que ficasse perfeito...E passei um bom tempo sem inspiração...e viajando também!! Aliás, só estou postando hoje porque vou ter que viajar de novo e vou demorar muuuuito!! Adorei o “moh guti”! Que bom que você gostou!!! Tchausinho!!
Tatah: Ai, que saudades de você, sua sumida!! Só por que eu fiquei esse tempo todo sem postar você não podia ter me abandonado, menina! Mas você sabe o quanto eu te agradeço por toda ajuda ao longo da fic...Ah, e pela “capa” que vc num quis me mostrar, mas me ajudou muito na hora de escolher as fotos!! Beijinhos com saudades!!
Miaka: Você e os seus capítulos: Super fofo!!! Não sabe como eu adoro ler isso!! Obrigada pela força mesmo!! Vou morrer de saudades enquanto estiver de “férias” nas fics...Mas por pouco tempo, hein? Espero que continuemos nos comunicando...Mesmo que num seja sobre D/G!! Beijinhos!!
Yne Chan: Oi! Só você mesmo para me cobrar que eu não postei o capítulo no dia marcado!! Mesmo estando com muito sono, né? Mas se não fosse por você eu num estaria aqui, as 4 da manhã postando isso, sendo que vou sair amanhã cedinho pra viajar!! Bjaum!!
Mione G. Potter RJ: Ei, eu num quero te matar, não!! Muito menos as minhas leitoras! Quem então vai ler minhas fics? Eu, hein? Mas eu não demorei para postar o capítulo seis...apesar do trecho superfofo que eu deixei...rsss...Bjos!!
Carol Malfoy Potter: Oi, Carol! Mas é claro que eles vão continuar juntos! Seria muita maldade separá-los, né? Numa fic chamada: Na Língua do Coração Natal é Amor? Sem essa!! Ah, e os milhares de “amei”! Adorei!! E o “quero mais!”...Obrigada, viu?
Ufa, espero num ter esquecido de ninguém!!!
Ah, só pra anunciar que em breve estarei com outra fan fic D/G (de novo) aqui no ff.net!! Só que essa é diferente de todas as outras....
Beijinhos finais e fui!
Kel Minylops
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