Once in Hell



Autora: Sabrina Potter (Drica)

Contato: drica underline radcliffe arroba yahoo ponto com ponto br

Nota da Autora bem grande, mas vocês precisam ler:

Bem, quem leu o que tem na sinopse da fic e na capa, já entendeu mais ou menos, onde tudo vai levar.

A fic ainda é a mesma, vai seguir a mesma trajetória que eu tinha planejado –não que vocês saibam qual seja -, a única mudança foi o nome pra quem acompanhou desde que eu postei no que foi de "Unidos para matar" para "Resgate para a vida".

O primeiro, entregava tudo, e também bloqueava os romances que há dentro da fic...ninguém vive só de matar...lembra do Bin Laden...hmm...nem quase todo mundo vive só de matar.

Não se preocupe. Eles continuam juntos pra isso,só estava mesmo "encucada" com o antigo nome da fic, achei muito clichê – não que o novo não seja, mas ainda me parece melhor.

Um aviso que devo deixar: Tem romances entre os três deles – e se eu desbloquear, com direito a NC17-, mas é bem diferente do que a maioria das fics que vocês vão encontrar. Haverão muitas cenas violentas abafa uma risadinha muito violentas. Pelo menos, esses 4 primeiros capítulos... Depois vai ficar mais leve, e eu vou sempre avisar, por que bem, há pessoas que não gostam, mas é bem pro tipo não de serial killer – mesmo que a descrição muito violenta aparente isso -, mas um pouco, policial, investigativo... olha pros lados, procurando apoio É, realmente difícil de explicar, já que eu só li um livro investigativo e com certeza, não tinha metade das cenas que tem aqui...é, será que está em tempo de mudar e colocar "parecido cm livros de serial killers"? 8-)

Não estou colocando uma idade apropriada – quer dizer, se você tiver 10 anos e pensar em fazer isso com um dos seus irmãos, não leia MESMO -, mas se você não vê problema com esse tipo de fic mais sombria ufa, encontrei a palavra e realmente, nada mais te assuste na vida, já que há coisas bem reais aqui, não gosto de viver e fazer com que os meus...opss...da J.K vivam sempre entre fadas e um mundo cor de rosa, bom proveito.

Eu espero que vocês gostem desse capítulo que demorou meeeeses, já que eu fiz exatamente – pára pra ver sua pastinha... – cinco versões diferentes dele que serão encaixadas mais a frente.

Capítulo III – Todos tem sua vez no Inferno



Noite do dia 16 de Agosto de 2004

Pegou sua chave em cima da mesa de marfim, soltando um bocejo cansado. Riu para si mesma.

Graças a Deus que ninguém estava presente, ou melhor, Graças a Deus que sua mãe não estava presente. Provavelmente falaria sobre como é mal educado não tampar com a mão enquanto solta um bocejo. Um discurso que, em sua opinião, duraria muito mais do que meros dois minutos. Ainda assim, seu cansaço não lhe permitia a pensar em nada além de um bom banho quente e sua cama fofinha que a esperavam assim que chegasse em casa. Até a fome já fora esquecida.

Em mais um movimento cansado, se espreguiçou com seus olhos passeando rapidamente por seu escritório, procurando algum objeto esquecido.

Mais um bocejo.

Seria aquele o dia dos bocejos? Perguntou-se, dessa vez, abafando-o com a mão.

Fechou os olhos, impedindo as lágrimas que se formavam nestes de cair por causa do último protesto de seu próprio corpo para que ela dormisse, e tentando ao mesmo tempo tirar a idéia maluca de dormir ali mesmo de sua cabeça.

"Casa", murmurou. Pegando o casaco branco e colocando, em seguida, puxando o cabelo vermelho preso debaixo deste, levando consigo em sua outra mão, a bolsa e as chaves de casa e do consultório.

Sua pressa, no entanto, deixou com que a varinha de pouco mais de 20 centímetros jazesse esquecida sobre o sofá.

O escuro tomando total conta do lugar onde estivera assim que foi desligando as luzes e fechara a porta automaticamente trancando-a.

Ginny Weasley não era exatamente o tipo de pessoa que esquecia coisas, não importasse o que fosse. A não ser, quando estava sob pressão ou com muito sono, coisa que não conseguia evitar nem mesmo sobre o efeito de mil e uma poções. E ela certamente tentara.

Há pouco mais de um mês, vinha trabalhando junto do Ministério da Magia, mais precisamente, o Quartel dos Aurores.

Sempre fora conhecida por seu forte desejo de ajudar e compreender os outros. Um "mau" que herdara da mãe, Molly Weasley, como dissera seu irmão um ano mais velho que ela, Ronald Weasley. Ela não era considerada, nem de longe, uma profissional quando se tratava de sentimentos e emoções. De qualquer forma, fora este desejo que a levara a sua profissão.

Poções tinha sido sua primeira escolha por volta dos 15 anos, no entanto, o professor que tivera não ajudou nem um pouco, e então, no final de seu quinto ano, quando o 'amor' se tornara em puro ódio, se viu atraída por algo que era praticamente natural: Psicologia e Psiquiatria. Falando aos pais que "nem ao menos sabia cozinhar, quanto mais, misturar uma poção". Por sorte, eles nunca chegaram a se intrometer neste assunto. Estava então, oficialmente, tomada sua decisão.

Procurou se aprofundar nos assuntos quanto mais podia, tanto no mundo bruxo – havia uma seção especial para tal entre os Aurores – quanto no mundo trouxa, porém, o consultório que havia construído no Beco Diagonal, rapidamente passou a ser monótono demais. As pessoas continuavam com problemas, é claro, nem mesmo eles, bruxos, tinham como fugir destes, mas com a nova corrida atrás de Comensais e Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, o movimento tinha caído em todos os lugares, principalmente, no centro comercial do Beco.

Que venham os trouxas então.

Com 19 anos, começou a trabalhar em seu próprio consultório, no centro de Londres, com direito a tudo, incluindo secretária e apartamento perto dali, já que Fred e George, junto dos outros irmãos, faziam tudo pra ver a caçula feliz.

Amava seu trabalho mais do que poderia por em palavras. Em alguns momentos, era incrivelmente parecida com Hermione Granger, uma amiga de escola. Mas somente agora, chegando perto dos 22, entendia o que a amiga queria dizer com toda a sua dedicação até ao mais banal dos trabalhos. Quando se gosta de uma coisa, não importa como vá parecer aos olhos dos outros, ou como terá que se importar, o importante e fundamental é fazer e dedicar-se. No final, não há nada melhor do que ver o resultado. E o seu já estava começando a aparecer.

Tirando a ajuda que podia dar a sua família e ainda se manter, tinha sido reconhecida pelo o Ministério no momento em que a chamaram para trabalhar junto deles. Todos tinham ficado orgulhosos e mesmo depois do cansaço, não conseguia apagar o sorriso que brotava em seu rosto cada vez que pensava em tal.

Seu trabalho não era dos mais simples, nem dos mais difíceis. É, talvez, um pouco mais difícil do que estava acostumada, mas com certeza não era impossível.

Agia junto de outros especialistas tanto em Psicologia quanto em Direito, trabalhando em cima de perfis de Comensais da Morte, ouvindo os que eram apreendidos, entre outros trabalhos pelo qual também era encarregada.

Nunca, em toda a sua vida acreditara que havia pessoas totalmente más, cruéis, que podiam ficar felizes pela desgraça e sofrimento alheio. Mas depois de ouvir o testemunho daqueles ex-servidores de Voldemort, finalmente, sua ficha caiu.

Engraçado como uma mulher, mesmo ainda jovem, poderia acreditar na inocência, na Paz e na bondade das pessoas.

Talvez, ela sempre soubesse disso, do momento em que fora levada para a Câmara Secreta com apenas 11 anos, mas somente não se permitia ver, acreditar. Era quase como desistir de uma parte, senão toda, de sua inocência para o mundo. E inocência era uma parte que prezava mais do que tudo nos seres e em si mesma. Não era idiota, é claro, mas gostava de acreditar, ter esperanças. Era o tipo de coisa que o tempo não tinha levado dela por todo esses anos. De qualquer forma, a vida se encarregaria disso, mais cedo ou mais tarde, isso nunca fora segredo para ninguém, muito menos para ela.

É assustador como às vezes temos que fechar nossos olhos para a verdade, para o mundo, para não nos decepcionarmos, para não dizer adeus às esperanças, para não dizer adeus a uma parte esquecida entre nossa infância e adolescência.

Ginny sorriu tristemente com esse pensamento. O elevador parando na portaria.

Ela fez um quase imperceptível gesto com sua cabeça para o porteiro, voltando-se em seguida para a rua iluminada.

Puxou o casaco um pouco mais para perto do corpo, amaldiçoando-se por ter escolhido um lugar tão... tipicamente, monotonamente trouxa para trabalhar. Agora que estava ali, teria que sair mesmo que embaixo da chuva. Subir e dormir no escritório ainda era uma boa idéia. Uma boa idéia para quase todos – incluso o cabelo nesta conta -, a não ser para seu pescoço e coluna que reclamariam assim que abrisse os olhos no dia seguinte.

Procurou a chave do carro entre o molho em sua mão, já deixando na posição certa para não ter problemas e ficar nem um minuto sequer debaixo de chuva. Respirou fundo, seu corpo tremendo involuntariamente só com o pensamento da água fria batendo nele.

"Grande grifinória", pensou. Fechando os olhos e correndo.

ARGH!

Gritou debaixo de chuva, antes de pegar a direita e sair em direção ao estacionamento andando o mais depressa que seus saltos permitiam, xingando tudo e todos que lhe viam na cabeça a cada gota de chuva que colidia com seu ser.

Assim que viu a grande placa indicando o estacionamento onde seu carro se encontrava, respirou aliviada, quase contente. Sua mão em sua testa, tentando impedir a água de bater em seus olhos e fazer sua visão ficar turva.

O frio fazia com que seu corpo tremesse. Sentia como se estivesse nua, embaixo de chuva, pois suas roupas não faziam nada além de pesar e deixar seus movimentos mais lentos e imprecisos do que o normal.

"Grande Jornal do Tempo," murmurou, lembrando-se do que o jornalista falara no segunda edição do Jornal. Pequenas rachadas de chuva. Rá! Uma boa piada. Certamente ele não estaria agora embaixo de chuva, com seus lábios quase congelando, como todo o resto de seu corpo. Duvidava que houvesse um milímetro sequer de seu corpo que não estivesse molhado e congelando.

PLAFT

Perdida entre seus pensamentos ora confusos, ora raivosos, não viu a pequena figura que saia de um beco escuro por onde passava.

- Desculpe, senhora.- Disse o que parecia, para ela, já ser um homem idoso.

Ginny o segurou pelo o braço assim que viu que a pequena figura poderia perder o equilíbrio a qualquer momento tal a sua tremedeira.

- O senhor está bem? – Perguntou para ele embaixo de chuva, sua preocupação, no entanto, superando até isso.

- Sim, sim. Não precisa se preocupar. Sou um velho andarilho... nada me derruba fácil. – Disse sorrindo, a capa ainda cobria parte de seu rosto, mas Ginny conseguiu ver o sorriso contagiante do senhor.

Ela sorriu, seguindo o gesto.

Ele com certeza não teria uma casa e passaria a noite embaixo da chuva, procurando um lugar para se abrigar e, ali estava ela, reclamando da vida e de todos por causa de uma simples chuvinha que não fora anunciada corretamente pelo o jornal.

- Ok. O senhor precisa de alguma coisa? – Perguntou mais uma vez, sentindo-se culpada.

O homem negou com a cabeça, assegurando-a de que nada estava errado e desencostando da parede a qual tinha feito de apoio.

- Certo. – Falou pausadamente, sua mão escorregando devagar do braço até a mão dele, com medo que ele voltasse a cair.

Seus olhos por um momento desviaram do rosto enrugado e sujo para a mão.

Ginny a soltou rapidamente. Suas mãos tampando sua boca para evitar um grito enquanto pulava para longe do homem.

Jurara que vira ali, por uma mera fração de segundos, o que seria uma cobra enrolada na mão dele.

- O que assusta a senhora na mão de um velho mendigo? – Perguntou.

Os olhos de Ginny recaíram mais uma vez nas mãos do homem que estava parado a sua frente, aparentemente incapaz de fazer algum mal a ela e que, mesmo depois de seu pequeno susto, se pusera a perguntar o que a assustara.

Não havia nada ali. Alguns panos sujos enrolados a mão igualmente suja, e com alguns machucados no dedo.

Ginny sentiu suas bochechas ficarem vermelhas, envergonhada.

- Nada, senhor. Só é isso o que acontece com mulheres cansadas depois de um dia de trabalho. –Falou, procurando encará-lo pela primeira vez depois de seu susto. Um sorriso amarelo aparecendo em seu rosto pálido e semi-congelado.

Fez um gesto rápido com a cabeça, puxou sua bolsa e casaco para junto dela novamente e começou a andar, definitivamente mais rápido do que da última vez. Não sabia exatamente por que, mas queria mais do que tudo voltar pra casa.

Não virou nem um momento para trás, o que não há deixou ver o sorriso confuso e inocente do mendigo que continuou sua procura, na direção oposta a dela. Seu rosto sendo completamente escondido por sua capa enquanto entonava uma musica velha.

Ginny respirou aliviada. A música e passos longe dela.

Quando fora que pegara pânico das pessoas? Perguntou-se. Seria que se aproximava a hora dela procurar um amigo de trabalho e se tratar? Ela riu, se aproximando da janela. Esperou alguns meros segundos, para ver se alguém lá dentro a notaria.

Nada.

"Não é meu dia." Concluiu.

Bateu com força no vidro da janela da cabine onde um dos responsáveis se encontrava, tentando chamar sua atenção.

Não demorou muito, e o rapaz foi até onde ela estava, abrindo a janela. O som do filme ou programa que passava chegando aos ouvidos de Ginny.

- Sim, boneca? – Perguntou sem se dar ao trabalho de fechar sua boca enquanto mastigava um pedaço de seu sanduíche.

Ginny se arrepiou ao ouvir aquele homem mais ou menos de sua faixa etária, falar com ela de tal maneira, mas preferindo não comentar, soltou uma respiração forte, de alguém que definitivamente não estava feliz e então, voltando-se para ele.

- Vim pagar o estacionamento e pegar meu carro. – Disse pausadamente para que talvez, ele a entendesse e isso lhe custasse menos tempo.

O que mais ela estaria fazendo ali, pensou com raiva. Com aquelas roupas sujas e aqueles modos, ele realmente não esperava que ela estivesse ali para vê-lo, certo?

- Não precisa se irritar... boneca. – Voltou a repetir o "elogio", vendo que a reação dela. – Pode entrar. – Disse abrindo passagem, a cancela começou a se levantar lentamente.

Ginny deixou as 30 libras em cima do balcão e correu ao encontro de seu carro.

Estava praticamente, um passo de casa.

Sem mais atrasos, abriu a porta do carro jogando sua bolsa no banco do lado e se jogando dentro dele para, logo então, fechar a porta com força, sentindo-se mais feliz e segura dentro de seu "forte ambulante".

Respirou fundo. Ligando a luz e o motor. Já podia sentir o que era o inicio de um resfriado vindo em seu caminho. Abraçou-se, tentando se aquecer. É, não havia outra solução. Olhou pela janela de sua BMW quase nova, passando a mão no vidro para que pudesse ver o que acontecia lá fora.

O homem voltara a sua rotina, virara de costas para a janela e via, distraído o programa de auditório, sem tirar os olhos da tv, uma hora ou outra, pegava a lata de cerveja ou então, o saco de biscoitos que, como Ginny tinha notado, estavam propositalmente próximos dele.

Voltou a atenção para sua bolsa ao seu lado. Não faria mal a ninguém, pensou enquanto puxava-a para perto e começava a vasculhá-la procurando sua varinha.

Merda. Como pudera esquecer sua própria varinha em seu consultório? Quantas pessoas cometiam esse tipo de erro em tempos como aquele, onde Comensais ainda eram livres. Ou pior, quando eles estavam atrás de pessoas como ela, que tinha declarado, anos atrás, ser a favor do velho Dumbledore e a Ordem da Fênix?

- Você pode buscá-la amanhã quando a chuva estiver terminado - tentou se dizer.

Mas como faria isso se quando chegava em casa tudo o que fazia era com o auxílio de sua varinha?

Fechou os olhos, tentando impedir as lágrimas de cair. Alguém lá em cima realmente a odiava.

Colocou as duas mãos no volante, um rosnado escapando de seus lábios, enquanto lentamente batia sua própria cabeça contra o volante.

- Burra! Burra! Burra! – Disse, finalmente parando e procurando se acalmar. – Burra. – Deixou mais um xingamento escapar.

"Bem melhor agora." Pensou. Prendendo o cabelo em um coque de última hora, dando partida.

Ligou o som, seu astral melhorando com a música que tocava no radio, sua cabeça balançando de acordo com a música e seus lábios, se mexendo, dublando a cantora enquanto fazia seu caminho de volta ao consultório.

>.<

Manhã de 17 de Agosto de 2004

Um caso digno dos Longbottom

Em todos os meus anos de jornalismo, não me lembro ter havido nenhum caso que fosse igual ou pior ao que aconteceu aos Longbottom mais de 15 anos atrás. Como todos devem se lembrar, o casal de conceituados Aurores foram deixados vivos, mas em circunstâncias lastimáveis.

E hoje, com toda a minha tristeza, estou aqui para exercer minha função de membro desta sociedade e também como encarregada, confiada por vocês, a trazer informações sobre o que acontece aqui e no mundo. Dói, no entanto, ser eu a anunciar a grande probabilidade do Mal que parece estar, novamente, se proliferando entre nós.

Ontem a noite foi encontrada uma trabalhadora do Ministério da Magia, Ginevra Weasley, conhecida por familiares e amigos como Ginny.

Ginny Weasley (foto), 22 anos, está a pouco mais de um mês trabalhando junto ao Ministério da Magia e alguns Aurores. Detalhes sobre o que ela exatamente faz, nos foram negado, a única coisa que nos disseram foi que ela estaria traçando o perfil dos possíveis novos Comensais da Morte. Não precisa ser um expert para ver que há algo mais.

Ainda assim, não podemos afirmar ao certo, por que haveria tanto interesse na única filha – e caçula - da família Weasley.

Seria esta somente uma forma de mostrar a nós que eles não se esqueceram daqueles que declararam, anos atrás, guerra a todos que pertenciam ao lado das Trevas ou seria uma nova maneira de atacar Harry Potter, já que o mesmo esteve em sua adolescência envolvido com a moça?

As perguntas dessa e de muitos outros jornalistas desse jornal são muitas assim como de todos vocês. Resta-nos somente dar apóio a uma das famílias mais antigas de nossa sociedade que agora sofre com esse atentado a um de seus membros e dar toda a nossa solidariedade.

Ginny Weasley está internada no St. Mungus em estado de choque. A qualquer alteração em seu estado, voltaremos com mais informações.

O Profeta Diário, usa agora este triste evento para se pôr a disposição dos Weasley para qualquer coisa.

Veja nas páginas 2 e 3 para mais detalhes sobre o que os Aurores pretendem fazer e a cena do crime, incluso também, entrevista com o medi-bruxo Henri Bulstrone, responsável pela Ala onde Ginevra Weasley se encontra.

Harry colocou o jornal sobre a mesa, o copo de suco ainda seguro em sua mão trêmula. Sem pensar duas vezes, o recolocou na mesa e se levantou, tirando a toalha branca que estava em cima de seu ombro direito e passando-a em sua testa molhada de suor por causa da corrida que havia feito mais cedo aquela manhã. Feito isso, a atirou longe, sob o sofá. Sua mão indo em direção a sua varinha e a capa preta. Harry a colocou sobre os ombros, correu até a lareira mais próxima, enchendo uma mão com um pó no caminho, sua varinha presa na outra.

- St. Mungus. – gritou em alto e bom som, sendo varrido segundos depois pelas chamas verdes e azuis da lareira.

>>> Um pouco mais distante dali <<<

- Hey, Mione! – Chamou Júlia, trazendo o jornal debaixo do braço e nas mãos uma bandeja.

- Pra mim? – Perguntou, olhando o lanche completo.

Ninguém havia comentado nada mais depois da noite 12 de Junho, até por que já tinham se passado boas 10 semanas. Ainda sim, Julia fazia algumas gentilezas a Hermione, como se ela fosse quebrar-se a qualquer momento, como uma boneca de porcelana.

- Sonha. – Murmurou se sentando no sofá ao lado de Hermione e colocando a bandeja sobre o colo.

- De novo grávida? – Hermione brincou sem poder deixar de reparar a quantidade de comida que amiga tinha trago consigo.

Júlia soltou um muxoxo, mas Hermione nunca chegou a saber ao certo o que era.

- Pare de reclamar e faça o seu. – Falou, atirando uma maçã na direção do rosto de Hermione.

- Muito obrigada. Agradeceria mais se não tivesse sido uma tentativa de homicídio. – Disse limpando a fruta em sua própria roupa (- Sabe, eu lavo as frutas antes, não precisa se preocupar – resmungou Julia) e depois, mordendo-a. – Seja rápida com o jornal. – Pediu ignorando o comentário da amiga e indo pra varanda do apartamento.

- Se não tiver algo bom, eu tiro a parte de Quadribol e te passo.

Hermione riu, encolhendo-se dentro de seu roupão quando abriu a porta da varanda, indo se sentar em uma das cadeiras, ora observando o movimento da rua, ora simplesmente olhando o céu entre uma de suas mordidas.

O dia continuava nublado, mas muito melhor se comparado a noite anterior quando houve uma tempestade de granizos. Felizmente, já estava trancada em seu quarto, acompanhada de um copo de chocolate quente enquanto revia alguns pedaços de jornal passado e ouvindo o Jornal da noite.

Ficou uns bons minutos ali, os braços em forma de cruz sobre o peito,vendo as grandes nuvens cinza se movimentarem, tomando conta de Londres até que a voz de Júlia voltou a preencher o lugar e assustá-la.

- Hmm... Mione?

- Sim?

- Você conhece uma Ginny Weasley, não conhece?

Hermione fez que sim com a cabeça, virando-se para a amiga assim que houve a menção de um nome tão conhecido por ela.

- Eu acho melhor você ler isso. – Disse entregando o jornal e voltando para a sala. Fechou a porta de vidro da varanda e então, puxou a cortina, para que Hermione entrasse em foco.

A expressão de Hermione mudou drasticamente assim que seus olhos pousaram no título da notícia. Seu rosto perdeu um pouco da cor natural, sua sobrancelha erguida e os olhos ferozes corriam várias vezes do início da página até o final, procurando um erro, algo que lhe provasse que era o contrário. Depois de uns minutos, virou a página, lendo-a com incrível rapidez. Ela então, voltou a inicial.

Se estivesse um pouco mais perto, Julia teria visto a expressão de pura tristeza que tomou conta do rosto de Hermione assim que ela abaixou o rosto, a mão sobre a boca e o jornal em seu colo. Os olhos presos a mulher de pouco mais de 20 anos que acenava para a foto sorridente na frente de um quadro na portaria de um prédio, apontando para onde seu nome estava. Sala 27 – Ginny Weasley – Psicóloga e Psiquiatra.

"O que eles fizeram com você, Ginny?"

>.< Ginny parou o carro bem em frente a portaria, tirou seu casaco e pegou a chave na bolsa.

Olhou a rua pelo o retrovisor. Abaixou-se um pouco para ver o outro pedaço a sua frente. Deserto.

Abriu a porta, a chave em sua boca. Colocou as pernas para fora e então preparou o casaco antes de sair, finalmente, de seu carro. Bateu a porta e saiu correndo de volta ao prédio, o casaco branco sobre sua cabeça impedindo a chuva de alcançar seus olhos e atrapalhar sua visão.

- De volta, doutora? – Perguntou o porteiro, assustado, com cara de culpado já que fora quase pego no meio de um cochilo.

Ginny deu um pulo quase que imperceptível, cuspindo sua própria chave em sua mão.

- Sim, esqueci algumas coisas. Já estarei de volta. – Avisou parando em frente ao elevador, balançado-se em uma tentativa de tirar um pouco da água.

- Não aconselharia ir por aí. Está tendo queda de luz a cada cinco em cinco minutos.

- Ugh. Obrigada. – Falou, começando a subir as escadas até o terceiro andar. O salto alto em contato com os degraus fazendo um estardalhaço.

Se fossem outros anos – e de preferência, não estivesse usando aquele sapato de salto e bico fino – tinha certeza que teria chegado ao terceiro andar mais rápido do agora. Tivera 19 anos para treinar na casa de seus pais e ela, que fora uma adolescente muito difícil de parar em um lugar só, tinha ganhado muita experiência subindo e descendo escada em um pequeno espaço de tempo.

Ainda assim, tentou manter um ritmo rápido enquanto subia as escadas, o olho em cada degrau, tomando cuidado. Com aqueles saltos, perder o equilíbrio era uma das coisas mais fáceis de acontecer.

Como de costume, notou ao ver as luzes dos outros andares desligadas, era mais uma vez umas das últimas a sair dali. Quem costumava a ficar até as 9 horas eram as empregadas e alguns médicos do andar logo acima do dela.

Cada andar tinha aproximadamente 9 consultórios. Todos bem espaçosos, com direito a uma recepção para os clientes, dois banheiros, uma sala grande e outras duas médias.

Ginny parou na porta de seu consultório, as mãos no joelho e a cabeça baixa, buscando o ar.

É, estava na hora de parar de fazer aquele tipo de coisa.

Sentiu seus pêlos da nuca e dos braços se arrepiarem assim que abriu a porta e ar quente entrou em choque com seu corpo gelado. Antes não tivesse saído nem um momento dali e poderia estar em seu sétimo sonho.

Tateou a parede, procurando o interruptor. Felizmente, já estava tão acostumada a situações como essa que sua procura não se estendeu muito e logo, tudo estava devidamente iluminado.

Esperava que sua busca a varinha fosse tão rápida como aquela.

O que não daria agora para estar debaixo de cobertores quentinhos, bebendo chocolate quente com um pedaço de bolo que sua mãe a mandara mais cedo e assistindo um jogo na tv ou até vendo um filme romântico apropriado para aqueles dias chuvosos e por que não dizer, para jovens solteiras?

Ginny riu. Algumas vezes, parecia Bridget Jones.

Jogou o casaco no chão e correu para a sua sala, não estava ali para ficar pensando nesse tipo de coisa, pelo menos, não agora.

Um som.

A energia indo embora.

As luzes do prédio sendo apagadas de uma só vez.

"Merda". Pensou.

Ginny esticou seus braços para frente, as mãos se mexendo no escuro, tomando cuidado com o que poderia encontrar.

Estava segura. Concluiu. Andou mais uns passos a frente somente para então, um gemido de dor escapar devido a batida na altura de sua canela. Tinha encontrado o sofá.

Encurvou-se um pouco, suas mãos finalmente encontrando o sofá de couro, as almofadas fofinhas... tinha certeza que estava ali.

Um click foi ouvido de longe.

As luzes ligando, cada uma seguida de um click, aos poucos o som chegando perto dela. Consultório por consultório recebendo luz.

O seu seria o próximo, pensou, voltando a pequena sala-recepção onde a luz estaria acesa e facilitaria as coisas para ela e não bateria nas coisas como já havia conseguido em pouco tempo.

Parou, entre as duas salas, expectante.

Nada.

- Certamente não é o meu dia. – Falou raivosa, batendo os pés no chão e indo até a porta com menos problemas do que no outro quarto.

Podia ver a luz invadindo o cômodo, passando sorrateiramente pelas brechas da porta. Por que a sua sala não tinha luz?

Abriu a porta com força. Só pra dar de cara com o mesmo corredor vazio de minutos atrás. A luz piscando, anunciando uma outra possível queda.

Pedro, o porteiro, com certeza não exagerara quando falou que havia falta de luz a cada cinco e cinco minutos, constatou.

Fechou com brutalidade a porta.

A luz acendeu.

Um sorriso bobo abriu em seu rosto.

Ginny estava pronta para se virar e voltar a sua busca senão fosse por...

- Alguém com medo de escuro? – Ouviu uma voz grossa e rouca falar atrás dela, seu sorriso desaparecendo, virando-se para ver quem estava ali.

No momento em que se virou, não pode ver a cara da pessoa, pois com a mesma facilidade que a luz voltara da primeira vez, ela desapareceu.

Escuro.

- Você sabe, é bem incomum mulheres tão novas como você ficarem andando sozinhas. – Falou causalmente dando um passo na direção dela.

Ginny se virou novamente, sua mão indo diretamente para a maçaneta da porta, tentando abri-la.

- Tsc tsc tsc... Pensou realmente que eu seria tão descuidado?

Nenhuma resposta.

- Vejo que a educação dos Weasleys já não é a mesma. Não te ensinaram a responder as pessoas quando é feita uma pergunta?

Silêncio.

- Talvez, isso te dê mais alguns momentos de vida. – Disse.

Ginny não podia ver quem falava com ela, mas ao ouvir aquela frase, tinha certeza que um sorriso malicioso estava presente.

- Vamos então, senhorita Ginevra Weasley, falar de algo que você possa saber. – Um passo a frente. – Que perfil montaria para mim? Eu não irei me ofender. – Acrescentou assim que não obteve uma resposta imediata.

- Não sei. Típico psicopata. – Falou, sua voz quase desaparecendo no ar.

- Ugh. Típico? – um passo a frente.

Ginny fechou os olhos. Respirando fundo. Sabia que ia morrer. Reabriu os olhos. O castanho claro dos mesmos agora semelhante a chamas ardentes.

- Eu diria, psicopata tipo V. Não é exatamente por um tipo de trauma de infância ou adolescência, mas sim, puro prazer e os 'valores' passados por família onde está descrito que tipo de pessoas e quais pessoas são melhores. Adicionado a sua necessidade de ser manipulado. Acredita que os fins justificam os meios. Em seu caso, livrar-se de todos e qualquer um que não seja capaz de apoiá-lo ou digno do que carrega é mais do que um simples objetivo, quase seu estilo de vida. Diferentes de outros tipos, onde o psicopata cria suas próprias regras e planos e, então, os comanda, por conta própria, você precisa ser comandado por alguém, que alguém lhe diga exatamente como deve ser feito, então, colocar em prática.

-Manipulado?

- Em outras palavras, covarde. – Falou. – Alguns usam da possessão uma desculpa para fazer o que suas mentes pedem, você... você precisa se esconder de alguém maior e visivelmente mais esperto.

Três passos a frente.

- Eu não estou sozinho aqui hoje, doutora? – Falou, cuspindo as palavras com raiva.

- Está. – Falou Ginny, se arrepiando, querendo dar alguns passos para trás, a respiração quente dele já batendo em seu rosto gelado e pálido. Ouviu o que seria uma risada fria abafada por ele. Sua coragem mais uma vez a surpreendeu.- Está por que não tinha como fugir ou pagaria. Está aqui, por que alguém o mandou.

- Você não tem medo de morrer? - Ele perguntou controlando o ódio em sua voz.

- Não.

- Do que você tem medo?

Ginny parou por um momento. Em outro caso, junto de um amigo, diria que de diferentes coisas, uma delas, de como iria morrer, mas sabia que ali e agora, não tinha escolha, não tinha saída. Ainda assim, mostrar seu próprio medo, lhe parecia inaceitável.

Conhecera várias pessoas que tinham morrido em batalha com Voldemort e Comensais, todas sempre lembradas por sua coragem e ousadia e ela as admirara, mesmo depois da morte.

Teriam elas sentindo tanto medo como ela? Pensado em desistir e se entregar? Ou teriam simplesmente estado em uma situação como a dela, parados em frente a um dos representantes da Morte, sem saída, sem volta e ainda sim, os encarando, mesmo que fosse a última coisa que fizessem?

Soltou mais uma respiração. Aquela que lhe parecia ser a última. Despedindo-se mentalmente de seus pais e irmãos.

- De nada. – Respondeu. Abrindo um dos famosos sorrisos Weasleys.


Nota da Beta: Me fizeram ficar até às 3 horas da manhã revisando essa fic... Empregada sofre viu... Ainda fiquei pensando tanto na história, q sonhei com ela... ¬¬

Só pq eu gostei da fic, as pessoas abusam do poder da amizade... É uma coisa...

Deu trabalho (e olha a demora q foi pra ela escrever esse capítulo), portanto aproveitem... Vai saber quando ela vai atualizar de novo... huahuahuahua...

Estou brincando... A fic está muito boa... E a continuação vai ser melhor ainda... (Claro, com uma beta como eu dando idéias)...

Só isso q queria dizer mesmo... huahuahua... Bjssss

Nota da Autora: estupefata

Aff...você dá o capítulo, depois de horas de muito cuidado, pra alguém revisar e ainda vem com direito a nota da beta? . Pior, ainda fala mal de mim, uma menina tão pura e inocente, incapaz de levantar a mão para uma barata quanto mais, explorar amigos...Tsc tsc tsc...assustada

Fazer o que, né?

Bem, vamos ao agradecimentos:

Mari (A Beta que me caluniou aí em cima), Granger ,J, Lola, Lizzi MCGuire, MiaGranger28, Yue Alexia ("choro tipo Yoh de Shaman King" ? Não entendi...8-) ), Alícia Spinet, Ângela, Marcx, Juh, Pati, Vânia e Jay Potter Lee.

MUITO obrigada por sua paciência! E continuem comentando, please!


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