Capítulo três



Capítulo três


-Ton Ton...? Você está bem?

-Não é o momento certo para brincadeiras Richard – reclamou enquanto ainda tentava desesperadamente tirar a aliança do anular, sem sucesso. – Ai Merlim! Ai meu Merlim!

Richard deixou a xícara de café que tinha em mãos de lado enquanto se aproximava cuidadosamente da amiga. – O que foi, Tonks? – ele indagou preocupado.

-É essa maldita aliança! – ela gritou completamente fora de si. – Ela não quer sair!

-Se acalme...

Ela lhe lançou um olhar fulminante, enquanto ainda tentava puxar a aliança do dedo. - Isso é praga, meu Deus! Só pode ser...

-Tonks que aliança é essa? Você está noiva?

-É uma longa história – resmungou. - Apenas saiba: essa aliança NÃO é minha! E por isso, eu preciso TIRÁ-LA! – disse ainda tentando puxar a aliança. - Eu já tentei até sabão... E não deu certo!

-Por que não tenta magia?

Tonks bufou. - Você sabe algum feitiço que não destrua a aliança, não quebre ou faça sumir meus ossos?! – indagou impaciente oferecendo a mão para ele.

-Tenho de pensar.

-O que menos se tem por aqui é tempo, Richard!

-Será que dá para você parar de gritar? – indagou amuado. - Daqui a pouco esta sala estará amarrotada de fofoqueiros.

-Ah! Pouco me importa! Vê se me ajuda aqui?!

-O que quer que eu faça?

-Puxe a aliança.

-Você pode se machucar!

-Se preciso for: arranque meu dedo – ela retrucou secamente.

-Tudo bem... É melhor você se sentar.

Tonks olhou a volta por um instante.
Aquela sala não era muito grande, nem havia mesas ou cadeiras. Apenas uma pequena janela gradeada, um balcão com alguns utensílios – aquela sala era a ‘área 51’ daquele andar, onde os aurores poderiam preparar um lanche rápido. - uma pia e uma espécie de chapa.
Ela pulou para cima do balcão, sentando-se ali e segurou firmemente com a mão livre a grade da janela do lugar.

O primeiro puxão foi ineficaz, Richard estava com medo de feri-la. Depois de uma bronca de Tonks ele tentou outra vez. E nada aconteceu. Na terceira vez, entretanto, houve uma sucessão de fatos:
1 – O cabelo de Tonks entrou em seus olhos, irritando-os;
2 – Enquanto Richard puxava a aliança com toda a força, Tonks retirava a mão da grade para coçar os olhos...
3 – Richard caiu de costas no chão...
4 –...Tonks por cima dele;
5 – Alguém entrou na saleta;
6 - Ricard e Tonks sorriem descontroladamente, vitoriosos ao perceber que a aliança saíra da mão da mulher.
7 - ‘Alguém’ está olhando atônito e aturdido a cena;
8 - Ricard e Tonks finalmente se dão conta da presença de ‘alguém’.
Conclusão - um momento constrangedor.

-Eu não queria--

-Tudo bem – Tonks o interrompe. Ela se afasta de Richard, oferecendo-lhe a mão. O homem ainda está tentando se recompor, rindo-se.

-Por Merlim, Ton Ton! Olha ao que nos prestamos! – ele riu ainda mais quando a mulher o encarou amuada. – Não me olhe assim, você sabe que a culpa foi toda sua.

-Oh. Eu admito – ela deu uma risada. - Muito obrigada.

-Eu sinto muitíssimo...

-Tudo bem, homem – Richard contrapôs. – Você não atrapalhou nada. Não precisa se preocupar.

- Eu deveria ter batido na porta... Eu--

-Lupin, é sério. Está tudo bem – Tonks disse sem acreditar na sua má sorte.

-Ah, vocês se conhecem?

-Sim. Remo e eu já trabalhamos juntos – ela disse. – E agora ele trabalha conosco. O mais novo membro do Q.G; deixe-me apresentá-los. Richard, este é Remo Lupin. Lupin este é Richard Bliddy.

-Prazer em conhecê-lo – Richard falou estendendo-lhe a mão.

-É todo meu.

-Bom, eu tenho que ir. Só vim aqui mesmo tomar uma xícara de café... A gente se vê, Lupin – Richard se voltou para a amiga. – Até logo, Nimpha. Não esqueça, na minha casa às oito.

-Às oito – ela assentiu.

-Acho que isso te pertence, mocinha – murmurou entregando-lhe discretamente o anel.

Tonks sorriu. – Obrigada mais uma vez.

-Não há de quê, benzinho – e saiu da sala, fechando-a atrás de si.

-Eu sinto muito, Tonks.

-Pare de pedir desculpas, Lupin. Eu já disse que está tudo bem.

-É que não imaginei que pudesse encontrar algo assim no ministério.

A mulher o encarou de sobrancelha erguida. O sarcasmo dele não passando despercebido – O que quer dizer com “algo assim”? - o homem a fitou, continuando em silêncio. – O que está querendo dizer, Lupin?

-Que sinto muito lhes ter atrapalhado.

A mulher virou os olhos. – Você não nos atrapalhou.

Ele a fitou fingindo divertir-se. – Claro!

-Não estávamos fazendo nada.

-Não precisa me dar satisfações Tonks. Ainda que eu ache desaconselhável o local que escolheram.

-É claro que é desaconselhável! É o meu local de trabalho. Pelo amor de Merlim, Remo! Dezenas de pessoas entram nesta sala ao dia! Você acha mesmo que eu... ‘ficaria’ com alguém aqui?! Logo aqui?

-Eu não sei – ele retrucou dando de ombros e continuou duro: – Você parecia muito à vontade.

-Está me ofendendo.

-Não fui eu quem estava no chão por cima de um colega de trabalho – retrucou áspero.

-Nós não estávamos fazendo nada demais! – Remo a encarou descrente, Tonks cerrou os pulsos. - Realmente não tenho que discutir isso com você – ela disse ríspida. – Como fez o favor de me lembrar, não devo satisfações a você – ela suspirou, dando-lhe as costas.

-Ele é o seu noivo? Pelo ‘modo’ como estavam era sim, não é?

Tonks corou furiosamente e o olhou por cima do ombro. - Isso não é da sua conta.

Remo não se abalou e comentou ironicamente. - Bom vê-la assim, tão dona de si.

-Não posso dizer o mesmo de você. Nunca pensei que pudesse ser tão malicioso – contrapôs secamente antes de se retirar.
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(continua)
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