Uma Maré de Água Oxigenada



Capítulo 3 - Uma maré de água oxigenada




- Eu disse que isso não ia prestar!

- Não ficou tão feio assim Gina.

Levantei-me da cadeira bufando e fui em direção à penteadeira, dando graças a Merlin por ser dia de visita a Hogsmeade e todos as pessoas normais e com algo aproveitável no cérebro terem ido para o povoado. Mas não, a minha brilhante amiga Lizzie tinha que me persuadir a ficar aqui no dormitório em pleno domingo ensolarado. E adivinha só pra fazer o quê? Esculturas na cabeça, na MINHA cabeça.

Eu já falei o quanto a Lizzie é concludente? Acabei não resistindo quando ela falou com a voz mais melosa do mundo que meu cabelo era brilhante e sedoso, como pétalas de rosas ao seu primeiro florescer da primavera, e que a tinta iria pegar com mais facilidade nele.

Manipuladora e vigarista. É isso o que a minha suposta melhor amiga é.

Ah, e vingativa também. Pois mesmo que negue até a morte, eu sei que ela ainda guarda ressentimentos do dia em que eu a deixei com o cabelo igual ao de Hagrid, na aula de transfiguração.

E agora aqui estou eu, pagando pelos meus pecados. Com um cabelo tão loiro que chega a me cegar, e um corte channel tão ou mais engomado do que o da garota que eu quase assassinei ontem. Pra completar, essa maldita franja, que me deixa com a desagradável sensação de ser uma boneca de porcelana.

- Lizzie Pristtena, eu quero meu cabelo ruivo e desgrenhadamente charmoso novamente. E eu quero AGORA! - protestei ainda em frente à penteadeira, olhando desgostosa meu reflexo no espelho. Eu não poderia ser vista assim de jeito algum, o primeiro nascido trouxa iria dar uma de engraçadinho: "Rosemary, onde está o seu bebê?"

- Gina, você fica linda de qualquer maneira.

- Você é tão sonsa - respondi, equivocada.

- Bem, seu cabelo vai acabar caindo pelo excesso de tinta que já usei hoje. Sinto muito, mas agora só daqui a uma semana. Se quiser posso mudar o tipo de corte, mas achei tão bonito dessa forma...

Maravilha. Agora vou ser conhecida como A garota ruiva que virou Barbie ou A irmã gêmea de Draco Malfoy, ou até mesmo Depósito de Âmbar Weas... Espera aí um pouquinho. A irmã gêmea de Draco Malfoy???

Berrei.

- PRISTTENA, SE NÃO QUISER QUE TUFOES DO SEU CABELO SAIAM FLUTUANDO NO DORMITÓRIO, É MELHOR ME DEIXAR RUIVA NOVAMENTE. - parei ofegante, e me virei para fitar o semblante da Lizzie. Semblante este que deveria estar assustado, no mínimo afoito. Mas a única coisa que vejo é um sorriso divertido. Caçoando-me.

- Você vermelha desse jeito, e com o cabelo mais branco que os dentes do Harry, me fez ter a tenebrosa visão do que seria uma junção Weasley/Malfoy.

A olhei por uns dez segundos, processando aquela frase emitida em tom desdenhoso. Dez segundos estes, em que a infeliz da Lizzie saiu correndo escada a baixo, enquanto eu recitava atrás dela todo o capítulo três do livro “Maldições avançadas, o poder está em suas mãos” .

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É manhã de segunda-feira, salão principal. Com todos os alunos presentes. De todas as casas. Inclusive os professores, diretor, zelador, corujas, sapos, gatos e ratos.

Entrei com a cabeça baixa, apesar de estar consciente de que o capuz do sobretudo já cobria minha cabeça por completo, e todo o restante. Não era o bastante. Ninguém poderia ver o meu rosto, principalmente o Rony-escandaloso ou o Malfoy-desdenhoso.

Atravessei o salão até a mesa da Grifinória, passando a metros de distância da mesa da Sonserina, o tempo todo atrás da Lizzie e procurando ao máximo não fazer gestos muito alarmantes.

- Gina, essa situação está ficando ridícula. Dumbledore já te olhou com um sorriso divertido no rosto umas duas vezes.

- Pouco me importo, contanto que ninguém mais note minha presença. Aliás, depois de tudo que você já me causou, deveria estar me apoiando agora. Ajudando-me de todas as formas. Dando cada gota da sua medíocre razão de exis...

- Ginevra, - contorci o rosto em uma careta por baixo do capuz, lá vem ela me lembrando do meu nome de tempero tropical - seu drama patético já está me tirando o apetite. No começo foi até engraçado, mas agora eu quero comer.

- Drama patético?! - me virei pra ela tão rápido que senti meu pescoço estalar. Exatamente três segundos depois, notei que algo estava faltando em minha cabeça. Algo que deveria estar lá.

- Gina de madre mio! Que cabelo lindo! - ouço a voz histérica de Collin se destacar sobre todas as outras do salão.

Imediatamente eu pulei do banco, agora mais vermelha que meu cabelo. O antigo. Lancei um olhar fulminante para Lizzie e xinguei todas as gerações gays do mundo bruxo. Minutos depois, voltei a me concentrar na parte lógica do meu cérebro e recoloquei o capuz na cabeça.

- Agora nem adianta mais, a Parvati e a Lilá estão vindo em sua direção.

Que vontade de tirar esse maldito sorriso divertido da cara dessa garota que um dia eu já denominei como minha amiga. Amigas não riem de você quando é o centro das atenções de toda a mesa da Grifinória. E aos poucos, da Sonserina também. Morgana tenha piedade.

- Oh, minha nossa Gina! - ouço a voz histérica da Parvati ao pé do meu ouvido. É, Morgana realmente é cruel e impiedosa, e eu sou a condenada. - Resolveu sair do clã vermelho Weasley?

- Não que tenhamos algo contra, claro. - acrescentou Lilá, olhando cobiçosa pro meu irmão. Que assistia toda a cena com uma expressão abobada, típico.

- Mas, quem sabe se tirássemos essas sardas... Ainda temos aquela poção de transparência, Lilá?

- Sim, sim! - exclamou animada, eu apenas observava a cena. E agora quem estava com uma expressão abobada era eu, malditos genes. - Ainda tenho também aquelas lentes de contatos azuis!

- Hei, hei! Dão um tempo vocês duas. Eu pareço a Barbie, mas não sou a Barbie! - falei histérica. Certo, eu não falei, esganicei. Grande erro meu, agora grande parte do salão me olhava. Lizzie gargalhava.

- Huuumm, faz isso novamente... - murmurou Parvati.

A olhei incrédula. Aquela garota existe? Sim, e agora está me analisando como se eu estivesse trocando feitiços de cabelo com ela.

- Isso o quê? - resmunguei, querendo acabar com toda essa palhaçada.

- Estreite os olhos e balance os cabelos platinados.

Levantei a sobrancelha direita. Bem, esse foi o meu segundo grande erro do dia. Em um flash, minha cabeça raciocinou tudo. Tarde demais, agora os olhos castanhos da Parvati e da Lilá esquadrinhavam todo o salão.

Até que o encontraram.

Malfoy assistia toda a cena com um sorriso sacana no rosto, ao lado de Blaise, me olhando sem expressão, e Parkison, totalmente curada e com um olhar desdenhoso. E não a culpo. Momentos depois que terminei de analisar a cena, observei o sorriso do rosto do Malfoy dar lugar a uma expressão de espanto, quando notou Parvati e Lilá andando histéricas em sua direção.

- Lizzie, por favor, seja minha amiga pelo menos uma vez na vida, e me tire dessa algazarra. - olhei suplicante pra ela, que pela primeira vez na vida, atendeu o meu pedido.

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-...e se retirarmos a essência da Amélia sem aplicar o feitiço Desirous na ponta dos dedos antes, vamos ter surpresas desagradáveis. Agora quebrem a ponta do caule...

- E blá, blá, blá. Mate-me se eu resolver seguir essa profissão.

- Hum?

- Herbologia...

- O que é que tem?

- A profissão.

- Oh sim, eu pretendo cursar jornalismo, como meu pai.

- LUNA! Dá pra prestar atenção no que eu falo?!

- Não senhorita Weasley, você que tem que prestar atenção no que eu estou falando. Cinco pontos a menos para Grifinória pela sua falta de atenção durante toda a aula.

Resmunguei, enquanto voltava a retirar todo o líquido gelado e dourado do caule da tal planta, Bromélia, Rosélia, que seja. Nota mental: nunca mais tentar conversar com a Luna durante as aulas.

O sinal bateu, me tirando do meu entediante ciclo expelir - escavar - plantar. Saí sozinha da estufa, Lizzie fazia estudo de trouxas, e andei em passos largos até o castelo.

- Weeasleey... - ouço uma voz cantarolando vagarosamente ao pé do meu ouvido, enquanto uma mão gelada envolvia minha cintura. E somente uma pessoa consegue manter essa temperatura em pleno verão escaldante.

- O que você quer, projétil de urubu oxigenado?

- Wow, tenho que admitir, de todos os apelidos que carinhosamente recebo, você sempre é a mais criativa.

Ri sarcasticamente. Bem, pelo menos era pra ser, já que só agora eu notei que ele tinha me conduzido até a parede do interior do castelo e eu estava prensada na parede. Então concluo que o máximo que emiti foi um guincho nervoso.

Senti os lábios gelados dele deslizarem no meu pescoço, e chegarem perigosamente perto dos meus. A respiração gelada me dava arrepios, e posso garantir que não é por causa do frio. O perfume não era apenas francês. Cheirava a pimenta fresca, era quente, em contraste à temperatura de sua pele. Feito para ele.

Fiquei parada, sem reação. Bem, entenda, menos de cinco minutos atrás eu estava catando pólen de Azaléia, agora sem mais nem menos estou sendo assediada por Draco Malfoy.

- Pena que não fazem mais tanto efeito. - para o meu alívio, ou não, ele se separou de mim bruscamente e me olhava ironicamente, distante o bastante para que meus instintos selvagens voltassem a funcionar.

- O que não faz tanto efeito? - perguntei bobamente. Ok, meus instintos selvagens andam meio enferrujados. Por um milésimo de segundo pensei que ele estava se referindo ao contexto de como seduzir uma garota, e por pouco não acrescento "Em mim faz”.

- Os apelidos, Weasley. - respondeu em um tom de quem lida com uma criança de cinco anos - Bem, agora aqui a oxigenada é você... - terminou levantando a sobrancelha e com um sorriso divertido brincando em seus lábios.

Instintivamente passei a mão na minha cabeça, sentindo minha franja de boneca lá e o resto do âmbar preso em um coque frouxo.

Grunhi uma série de palavrões enquanto via o Mala-foy quase se contorcendo de rir na minha frente. Bem, ele não ia se contorcer. Acho que até fazendo aeróbica ele mantém a coluna ereta. Ok, ele também nunca faria aeróbica.

- Você tem...

- Esse seu...

Começamos a falar juntos. Revirei os olhos.

- Fale.

- Esse seu cabelo é o novo requisito pra entrar no meu fã clube? Por que eu sinceramente prefiro as exóticas.

Assim que minha cabeça registrou aquele disparato, involuntariamente levantei as duas sobrancelhas e fiz uma careta indignada.

- Poupe-me das suas ironias, Malfoy, e diga logo o que quer comigo. - sibilei enquanto olhava no relógio de parede atrás dele. Maravilha. Acabei de perder a primeira aula de poções. Hei, maravilha mesmo.

- Você me deve um favor.

- Hum? - perguntei vagamente enquanto voltava a fitá-lo.

- Pansy espancada, detenção, baba de lula filtrada.

- Baba de...? - comecei ainda sem entender, ao ver os olhos deles se revirarem de impaciência acrescentei rapidamente - Bem... Sim, claro! A baba, claro!

- O favor, Weasley.

O ouvi bufar. E resolvi realmente me concentrar no que ele falava, já estava ficando ridícula minha distração, Snape nem ia notar tanto a minha falta assim.

- Bem, hoje depois das aulas eu te encontro. E aí te mostro em que você vai me servir.

Eu apenas o olhei vagamente, tentando distinguir se aquilo que ele falou era pra ser irônico ou não. Quando eu cheguei a uma conclusão já era tarde, ele já havia se distanciado em passos rápidos e precisos.

- Servir? - questionei inutilmente, já que agora ele estava distante demais pra ouvir.

Mas tudo bem, se ele acha que vou virar a empregada está muito, muito enganado mesmo.

Em primeiro lugar, assim como ele, eu tenho aulas em grande parte do dia, então só poderia servi-lo à noite e... À NOITE? Ai meu Merlin. Foi por isso que ele estava passando os lábios no meu pescoço insinuantemente daquele jeito! Ele quer que eu vire sua escrava sexual! Oh impiedosa Morgana! E depois vai pedir pra eu fazer strip-tease enquanto o Crabbe e o Goyle babam o jantar e passam suas mãos nojentas em mim! No que fui me meter?

Ofeguei pesadamente, enquanto deslizava até o chão de pedra fria, no mesmo local onde ele havia me deixado.

Não, calma Gina, ainda tem salvação. Não é? Bem, ele disse que vai me encontrar, não especificou local de encontro ou algo assim. Então se eu ficar o dia todo quietinha no meu dormitório ele não vai me encontrar, certo? Certo, eu acho. E amanhã de manhã quando ele vier me procurar, vou falar cinicamente "Bem, eu estava te procurando também, que pena não?". É isso.

Levantei-me um pouco mais despreocupada, e segui para o salão comunal. Seria inútil tentar assistir a última aula de Snape agora, não que eu esteja desiludida com isso. Com certeza eu seria posta pra fora por baixo de baforadas de poções ácidas.

- Ambrósia. - murmurei para a Mulher Gorda o mais baixo que pude, o Malfoy poderia estar me espiando e aí todo o meu plano iria por água a baixo.

E agora eu realmente parei pra pensar. Seria inútil todo o meu plano bem elaborado pra me livrar do Malfoy se ele simplesmente me seguisse após as aulas, não? Então a única opção que me resta é cabular todo o restante.

Não iria ser nada tão alarmante, e nem afetaria meu futuro promissor como Medi-bruxa, afinal é só um dia. E também não seria nada antiético, já que eu estou fazendo isso a favor da minha pureza e moralidade da respeitada família Weasley. Meus pais devem se orgulhar muito de ter uma filha como eu.

Empolgada com a idéia, de ter o salão comunal o dia todo só pra mim, subi para o dormitório pra tirar esse uniforme pesado e colocar uma roupa mais fresca. Por pouco não saio gritando "Obrigada Malfoy!", em vez disso apenas soltei um gritinho entusiasmado enquanto subia as escadas saltitando.

Já no meu quarto, remexi o armário buscando as vestes mais frescas possíveis. Pra minha felicidade, bati os olhos em uma muda de roupa rosa.

Desde o dia em que a Parvati me olhou reprovadora e soltou “Você fica parecendo um holofote em néon quando veste rosa”, eu decidi que seria melhor evitar essa tonalidade. Mas olha que maravilha, a idéia de ser loira agora não me parece tão repugnante assim! Tirando a parte de parecer uma Malfoy.

Parei em frente ao espelho, minha expressão denunciava claramente a minha satisfação com o resultado. Estou usando um top de alcinha que revela minha barriga côncava, que eu mesma nunca havia notado, e um short do tamanho de calcinha de biquíni. Ótimo, mais refrescada impossível.

Peguei um vidro de esmalte azul-elétrico dos cosméticos trouxas da Lizzie e desci as escadas sacolejando meus cabelos curtos de um lado ao outro, e assoprando minha franja. Sabe que eu adoro esse corte?

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Meia hora depois, terminei de pintar a última unha do pé. Remexi os dedos e sorri. Quem se importa se minhas unhas agora chamam a atenção a dez quilômetros de distância? Azul-elétrico fica maravilhoso com meu cabelo platinado. Talvez se eu pedisse as lentes azuis da Lilá...

Espreguicei-me no sofá e joguei minhas pernas no braço da poltrona ao lado, enquanto acomodava minha cabeça em uma almofada.

Quando eu estava quase decidindo se pintava ou não as unhas da mão de vermelho-sangue, o quadro da Mulher Gorda gira, dando passagem a um grupo do sétimo ano da Grifinória.

Oh-oh. Perigo; alerta minha mente. Harry, Simas e Will estão vindo em minha direção, e por um segundo pensei que Parvati e Lilá viessem junto, mas elas apenas me lançam um olhar irritado e seguem para o dormitório.

Eis o que rapidamente se desenvolve a minha volta: Harry senta-se na poltrona à minha frente, enquanto finge estar compenetrado em uma conversa de quadribol com Simas, mas até Filch notaria que a atenção dele está totalmente voltada a mim. Simas me olha de esguelha a cada duas palavras que inutilmente fala, já que nenhum dos dois está prestando atenção. Will, escocês com cabelos compridos e negros, senta-se ao meu lado e coloca minha cabeça em seu colo.

- Por que vocês não estão na aula? - pergunto olhando pra cima, e sem querer uma voz acusadora ressalta da minha garganta.

- Tonks teve um pequeno problema quando foi transfigurar a cor dos olhos. Agora está com os dois brancos, lembrando muito um inferi e, bem, ela se recusa a sair do quarto.

Ri, enquanto fechava os olhos adorando a sensação dele passando os dedos entre as mechas do meu cabelo.

Will Colbert veio de Durmtrang no terceiro ano, como aluno de intercâmbio. Acontece que ele já está no sétimo, e não parece nem um pouco inclinado a voltar para o seu antigo colégio.

Desde o meu quinto ano, começamos a nos relacionar mais, agora ele é um dos meus melhores amigos, perdendo somente pra Lizzie, por um motivo que eu não sei, já que ele sempre faz tudo que eu quero, ao contrário dela. Mas o que acontece é que nossa amizade é totalmente sem maliciosidades, sendo ele totalmente heterossexual. Mas muitas pessoas (leia-se Potter-ciumento, Rony-lento e Collin-jumento) acham que tem espetáculo por trás das cortinas.

- E você, por que está aqui? - perguntou ele despreocupadamente.

Abri os olhos lentamente e encarei os olhos verde-cintilantes. O Will tem autocontrole e consegue ficar despreocupado vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. É impressionante.

Certa vez, um manticore pulou em cima dele, cravando todas as suas seis unhas em seu peito, durante a aula de trato com criaturas mágicas. Todo mundo se desesperou, inclusive eu, que estava à beira de um ataque de nervos, mas ele permaneceu o tempo todo calado e descontraído, até fazia piadinhas a respeito. Assim que ficamos sozinhos na enfermaria, o ouvi berrar como eu nunca esperava ouvir na vida.

- Eu estava com preguiça... - não menti exatamente. Eu vivo com preguiça. Apenas ocultei a parte do Malfoy me perseguir para me fazer de sua escrava sexual.

Will me um olhou de um jeito que eu classifiquei como reprovador, e depois começou a fazer movimentos circulares com o dedo na minha barriga descoberta. Como uma transferência de pensamentos, percebi o que ele pretendia com aquilo, no momento em que notei um sorriso gozador em seus lábios.

Olhei para o lado, apenas para ver o Harry fumegando de raiva, já sem tentar esconder sua atenção sobre mim. Simas me encarava com uma expressão acusadora.

Ri deliberadamente, sendo acompanhada por Will. Em seguida, os dois subiram as escadas em passos pesados e bufando como javalis prontos para o ataque.

- Olha que quem vai acabar pagando é você. Nunca experimente fazer isso na frente do Rony, ele acredita que temos uma paixão escondida e avassaladora. Acho que você sairia sem a cabeça. - falei em meio às risadas.

- Está anotado. - proclama ele, rindo também.

Ficamos um tempo perdidos em nossos próprios pensamentos. Até Will retirar minha cabeça do seu colo, e me levantar até ficar sentada em frente a ele.

- Você ainda está me devendo uma resposta, a Lizzie já concordou em ir para a minha mansão em Harlequin nas férias. Agora só falta você dizer que sim.

- Eu já te falei que essa proposta não é das mais tentadoras. Não me sinto bem nesse ambiente cheio de gente frívola e consumista. - respondi distraidamente.

Ele me olhou indignado e cheio de ressentimento, me arrependi na mesma hora de ter falado aquilo.

- Quer dizer que eu sou frívolo e consumista? Por favor, Ginevra, seu pai agora é ministro da magia e você mora em uma casa que só no primeiro andar tem dez quartos e um jardim maior do que toda a embaixada americana. Agora você está loira e com as unhas pintadas de azul-neón!

Resmunguei enquanto virava o rosto para o chão. Eu sou uma pateta, olha só o tipo de coisa que sai da minha boca.

- Desculpa Will, eu só não me acostumei com tudo isso ainda. E bem, não é exatamente você a quem me refiro - me defendi enquanto o olhava em um pedido silencioso de perdão.

- Os Malfoys nunca passam o verão em casa, se é isso que te preocupa.

- Bem, não é somente os Malfoys, você sabe. Tem os Parkinsons, Bullstrodes e grande parte desse tipo de gente. Lá é uma verdadeira cova Sonserina.

- Com medo de serpente, Gina?

- Com o resultado das picadas delas. - respondi contrariada - Até hoje eu sofro com a da Parkinson - pensei alto.

- Sofre? Pensei que ela ainda estivesse na enfermaria.

- Que nada, aquela ali faz mal até inconscientemente.

- E isso tem algo a ver com o fato de você estar cabulando todas as aulas hoje? - ele perguntou vagarosamente enquanto elevava uma das sobrancelhas.

Droga. Que boca enorme eu tenho.



N/A: Finalmente atualizada! Ok, eu abro esses comentários só pra vocês me xingarem. Mau começo a fic e já a largo assim.

Feliz ano novo pra vocês n________________n

Bem, eu gostei muito de escrever esse capítulo. Além de ser maior do quê os anteriores, saiu muito mais descontraído. Eu estava achando os outros muito pesados, e a fic estava ficando dramática por demais. Patético né? Ainda bem que eu me toquei á tempo u_u. Gostei particularmente da parte em que ela está falando com a Parvati e a Lilá.

Prometo que o capítulo três não demora a sair, afirmo isso com o argumento de que já comecei a escreve-lo, e já o tenho todo formadinho na minha cabeça.

Não posso esquecer de agradecer a Nêssa, que pacientemente betou isso aqui (já que eu não encontrei a Carol). E me aturou a tarde toda no MSN, enquanto eu sei que tentava jogar Ragnarok e já estava á ponto de me mandar pro quinto dos infernos. Mas educadamente não mandou. Amo-te Borfanduá ^__________~

Alguém havia me perguntado de onde tirei o negócio sobre a enquete de orgasmo, não lembro quem. Mas o nome do livro é “Antes mal-acompanhada que solteira” ;D

Malenkaya


Ps.: Só pra deixar claro, essa fic é escrita somente por mim, Malenkaya. “Tudo acontece em Handel Pazifik” é minha e da Blueberry. Só estou destacando porquê vi comentarem a respeito ;).





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Comentários (1)

  • Biandera Lowers

    Você me odeia? Eu só vi essa Fic agora, OMG!Eu estou amando essa Fic...Vou ler o próximo cap.Bjs!!!

    2011-03-09
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