Sonserina Vs. Grifinória



13 Sonserina Vs. Grifinória



– O senhor não aprendeu a ler, Sr. Malfoy?


Já era décima vez que Draco lia a mesma frase, e já era a décima vez que Minerva o repreendia da mesma forma. A vice-diretora estava visivelmente irritada, com os seus cabelos desgrenhados e soltos do seu habitual coque, e com a face vermelha de fúria, fazendo questão de lembrar a cada cinco minutos que agora só tinham duas semanas.

Uma semana já havia se passado após o aniversário de Zabini, uma semana um pouco conturbada para o casal mais popular de Hogwarts, título esse dado pelo Hogwarts Matutino, com desentendimentos entre Hermione e seus dois amigos, Harry e Rony, rompimentos de namoros, já que Gina e Luna tomaram partido de Hermione, e, como já era de se esperar, a reconciliação de todos em menos de quatro dias. Eles dois não tocaram mais no “assunto”, agindo como uma espécie de acordo silencioso, sem mencionar os beijos no corredor e no quarto, juntando com coisas que eles falaram um para o outro, dando a entender que o “Você é linda!” e o “Eu preciso de você!” nunca existiu no vocabulário de nenhum dos dois, e que aquilo não passou de divagações sem sentido, aliadas à uma alta dose de álcool. Draco já havia se auto-declarado “Muro Das Lamentações”, já que a única coisa que Hermione realmente fazia era ir para a Torre de Astronomia e chorar, fazendo-o de confidente por falta de opção melhor, como ela costumava relembrar, negando a todo custo que fazia questão da companhia dele. Mas, como ele sempre dizia quando isso acontecia: “Uma amizade tão patética como essa não acaba de uma hora para outra, Hermione! Agora quer fazer o favor de parar de chorar? Você está molhando o meu suéter novo!” E ele estava certo, prevendo que essa discussão boba entre o “Trio de Ouro” não duraria nem uma semana.


– EU NÃO AGUENTO MAIS, SENHOR MALFOY! – McGonnagall gritou, batendo na cabeça com impaciência, enquanto Draco só se dava ao trabalho de dar um longo bocejo e cruzar os braços tediosamente – ISSO AÍ É UMA VÍRGULA! E, SE TEM VÍRGULA, É PORQUE TEM UMA PAUSA!


Collinn não publicara nada no seu jornal sobre a discussão, apesar de que, para Hermione, todos já deveriam saber e faziam questão de demonstrar isso a seguindo com os olhos a cada corredor que ela dobrava. O Hogwarts Matutino apenas publicou uma nota desejando felicitações para o casal mais “querido” da escola, certamente para bajular o sonserino, com votos de boa sorte nessa nova fase do namoro. Draco só não entendia se essa nova fase dizia respeito à tão comentada transformação de Hermione, ou talvez Collinn quisesse retratar uma vida Antes do Stripper e Depois do Stripper.

E aquela semana realmente havia sido desgastante, não só pra Hermione, mas também para Draco. Além de ter que revezar entre servir de consolador para Hermione, ainda tinha que lançar olhares mortais por onde eles dois passavam, sabendo que o que cochichavam era sobre o “acontecimento” secreto da festa, ou eram garotos atrevidos que ousavam lhe desafiar e olhar para a sua “namorada”. E os treinos de Quadriboll também estavam acabando com ele, fazendo-o dormir tarde para aproveitar ao máximo os treinos e dormir nas aulas, sendo acordado geralmente por cotoveladas nada carinhosas de Blaise ou Leonardo. Para Hermione aqueles treinos também estavam sendo exaustivos, até porque, além de fazer de vez em quando o papel da namorada atenciosa, ela ainda ia sempre chamá-lo para os ensaios. E ela tinha a impressão que, a cada fim de treino, Draco colocava mais coisas para Richard carregar, principalmente quando o via conversando com Hermione. Parecia que o número de uniformes que ele carregava sempre dobrava, o número de vassouras também. E, nas horas do descanso de Ricky, se ele se atrevesse a ir até a arquibancada falar com Hermione, ou simplesmente manda um tchau para ela, ele fazia Ricky voltar na mesma hora e o mandava fazer flexões, essas que também aumentavam a cada sorriso que o moreno trocava com a Castanha. E Draco sempre desconversava quando Hermione tocava nesse assunto com ele, alegando que não tinha culpa se Richard queria ser prestativo de mais.


– MEU MERLIN!! – McGonnagall interrompeu a leitura totalmente sem emoção de Draco, estando a ponto de rasgar o roteiro e engoli-lo – NÃO É “TRAZESTE”, É “TROUXESTE”!!

– Ah, ok! – Draco respondeu de forma displicente, ignorando a careta de reprova que Hermione fazia – Oh, minha bela Sophie, trouxeste com a brisa o teu perfume delicado? Recebeste as flores que mandei para ti? Sim, em todas elas há o meu carinh... – Draco bocejou alto novamente, tirando a atenção do papel – Errr, onde é que eu estava mesmo? – ele relia o papel tentando encontrar onde havia parado, não se dando conta de que Minerva parecia a ponto de um ataque de nervos, caída na cadeira, e pensando seriamente em repetir o ato do falso prof. Moody no quarto ano e transformar Draco em uma doninha.

– Sente-se, Sr. Malfoy! – Minerva ordenou, puxando calma de um local inexistente, e apontando para onde havia um local vazio no chão, entre dois corvinais que tentavam esconder os risos – Se o senhor não parar logo de ler, acabarei indo para Azkaban em menos de dois minutos!


A Sala de Teatro estava bastante iluminada pelas tochas nas paredes, o piano, que antes ficava no centro da sala, estava afastado para o canto, tudo em busca de mais espaço. Os alunos estavam todos sentados no chão, fazendo uma roda, onde sempre alguém iria para o meio ler as suas frases. Draco sentou-se onde McGonnagall havia mandado, agradecendo mentalmente pela velha caduca ter feito esse favor pra ele. Ela parecia agora completamente preocupada, se dando conta de que não fizeram progresso algum nessas duas semanas que passaram, e preocupada em fazer feio na frente dos diretores que viriam assistir à peça, em especial Madame Maxime, que em todas as suas conversas vangloriava as suas alunas de Beauxbatons, que possuíam dons artísticos impecáveis, e Minerva não queria ser passada para trás.


– Levante-se, Srta. Granger. – Minerva fez sinal para Hermione, que atendeu prontamente – Decorou a sua fala inicial? – Hermione confirmou, um pouco incerta disso – Fale para mim, então.

– Bem, essa é a parte que a Sophie está em uma festa, e ela conversa com a Audrey. Então, eu estive pensando que, em vez de falar “Como vai, minha cara amiga? Estive procurando por sua presença. Onde está Amèlie?”, eu poderia simplesmente falar “Olá! Onde está Amèlie?”, e ser bem seca também, porque assim mostra que a Sophie não é tão boba como ela parece ser, já que a Audrey faz de tudo para separá-la do Anton, e ela ainda chora no ombro dessa desalmada o livro todo praticamente, e a Audrey é uma verdadeira cobra, uma vaca mesmo, e...

– QUIETA, SRTA. GRANGER! – Minerva gritou, interrompendo o discurso sem pé nem cabeça da Castanha – Eu não quero saber a sua opinião à respeito do caráter de uma personagem, eu quero é saber se decorou a sua fala! Então, LEIA PARA MIIIIIIIIIIIIIIIIIIM! – Hermione se encolheu, decidida a não contrariar a sua professora de transfiguração pelo resto do ensaio.

– Certo, professora, me desculpe. – Minerva não respondeu, apenas esperou Hermione terminar de tomar ar para falar o seu texto – Bem, depois do “Como vai, minha cara amiga? Estive procurando por sua presença. Onde está Amèlie?” eu tenho que falar algo como... bem, é uma frase bem simples e rápida, então vai ser fácil de eu dizer. Eu só tenho que falar algo como... er, bem, eu acho que eu tenho que falar talvez algo assim, er... bem, eu acho que é “Vamos deixá-la com Charles...”. Não, é “Vamos até Charles...”. Não, não é isso, eu acho que é...

– Deixe-me ver se entendi, senhorita. – Minerva levantou da cadeira, interrompendo a grifinória e andando com uma falsa calma até onde Hermione estava, pedindo passagem forçada entre os alunos que faziam a roda – A senhorita acabou de me dizer que acha... QUE ACHA QUE É ISSO QUE TEM QUE FALAAAR? – Hermione se encolheu novamente, e escutou risadas logo atrás de si, e elas, tinha certeza, vinham de Draco – Eu não quero que ninguém aqui ache nada! É pra ter certeza! CERTEZA!


Minerva mandou Hermione sentar, e, pela centésima vez naquele ensaio, se maldizia por ter tão pouca perspicácia para escolher alunos que saibam interpretar. Ela voltou a sair da roda, sentando-se em sua cadeira, e mandou que uma garota loira levantasse. Era Hayley Lee, que fazia o quinto ano ainda, e era excelente aluna da Corvinal. A garota levantou, e caminhou a passos incertos até o meio da roda.


– Levante-se também, Sr. Malfoy. – Minerva apontou para Draco, que parecia prestes a dormir, e apontou para o centro da roda, onde estava a corvinal. Draco levantou a contragosto, murmurando uma palavrinha que rima perfeitamente com “baralho” – E eu também ouvi isso, Sr. Malfoy! – Draco corou levemente, mas retornou logo ao seu ar de desentendido, se irritando com os sorrisos de desdém que, ele sabia muito bem, vinham de uma certa grifinória.

– Professora, eu não sei se saberei interpretar muito bem. – Hayley fez questão de se justificar antes da professora tecer comentários sobre a sua interpretação.

– Certo, Srta. Lee. Apenas quero que vocês dois interpretem para nós a parte em que Anton se encontrará com Sophie, mas descobre que é Audrey que vai ao encontro, escondida pela capa. – Draco suspirou em sinal de tédio – Comece, Sr. Malfoy!

– Mas onde está Sophie que não vem ao meu encontro? – Draco disse, melhor, ele leu.

– Não é para ler, senhor! Já se passou tempo suficiente para decorar as falas! – Minerva relembrou com severidade. Draco foi até Hermione, jogando para ela as suas folhas, e murmurando com cinismo “Segure para mim, meu bem”. Hermione apenas segurou as folhas e respondeu também com cinismo “Claro, meu bem”.

– Sophie não quis en-encontrar-te, Anton. E-Ela, nã-não... – a garota parou, suspirando envergonhada, e não conseguindo continuar – Professora, estou bastante nervosa. Talvez eu não consiga interpretar muito bem, acho que não tenho essa capacidade. Sou muito tímida. – Minerva respirou profundamente, não acreditando que a essa altura os alunos ainda achem que não tenham “capacidade”.

– Eu quero que lembre que agora você é Audrey Lamaison, e que tentará seduzir Anton Valois. Lembre-se apenas disso, Srta. Lee, e isso facilitará a sua interpretação. – a garota assentiu, ainda envergonhada por ter gaguejado – Agora quero que fique de frente para o Sr. Malfoy, olhe nos olhos dele... – Hayley virou para Draco, e olhou firmemente nos olhos dele, com a impressão que os ossos das suas pernas haviam virado ferro fundido ao encarar aqueles olhos azuis – ...e tente segurar nas mãos dele enquanto fala, e depois quero que faça a parte do desmaio, e...


Antes que Minerva pudesse continuar, a corvinal já havia se jogado nos braços de Draco, apoiando a cabeça em um dos ombros do loiro e agarrando-se ao pescoço dele enquanto ele, em um ato de surpresa, a agarrou nos braços, segurando-a pelas pernas e cintura, e carregando-a como se a salvasse de um afogamento.


– A parte do desmaio não é agora, Srta. Lee! – Draco procurou o olhar de Hermione, e riu baixinho ao ver que ela olhava para um canto totalmente oposto ao que ele estava, com a respiração pesada e estralando os dedos de forma furiosa – Primeiro é a parte do encontro, depois, quando ele tenta ir embora, a senhorita fingirá um desmaio para impedi-lo de ir.

– A senhora tem certeza de que é assim? Não é primeiro o desmaio e depois o encontro? – ela peguntou ainda no colo do loiro, agarrada ao pescoço dele e não querendo desgrudar o rosto do ombro de Draco.

– Sim, senhorita, eu tenho certeza disso! – a garota ainda não descia do colo dele – Agora faça o favor de sair dos braços do Sr. Malfoy porque temos uma cena para ensaiar!

– Ah, claro, professora! – ela desceu relutante dos braços de Draco – Eu só queria ter a certeza de que os braços dele são fortes para me segurar. – Hermione girou os olhos, e riu baixo em descrédito.

– Acho que uma baleia feito você nem o Hagrid consegue segurar! – Hermione respondeu, sentindo um gosto amargo na boca. Draco apenas riu de lado, se divertindo com a “cena” de Hermione.

– Eu não sou nenhuma baleia, queridinha! – a garota respondeu, fazendo questão de pôr as mãos na cintura para mostrar o quanto ela era fina – E eu tenho certeza de que o Draco...

– Que intimidade é essa? – Hermione preguntou furiosa.

– ...carregaria até o Professor Dumbledore com esses braços dele. – ela continuou, ignorando a pergunta de Hermione – E acho que ele me carregaria muito bem com esses... – ela se aproximou de Draco, apalpando os músculos do braço dele – ...com esses... Meu Merlin, que braços são esses? – a garota perguntou, maravilhada, ainda apalpando os braços de Draco, que não fazia nenhuma objeção, sedento para saber o que Hermione falaria.

– Para quem era muito tímida você está saidinha de mais! – Hermione brigou – Professora, a senhora não vai fazer nada?

– À respeito do quê, Srta. Granger? – Minerva perguntou, não realmente interessada no que a Castanha ia dizer.

– Essa garota está apalpando o meu namorado e a senhora não diz nada? – McGonnagall apenas cruzou os braços, e respirou lentamente.

– Srta. Lee, pare de apalpar o Sr. Malfoy! – a garota corou que nem um tomate.

– Desculpe, professora! Eu só estava testando a força dele! – “Você estava testando era a minha paciência, sua oferecida!” Hermione pensou enquanto via a garota voltar ao seu estado “tímido”.

– Certo, vamos logo começar com isso! – Minerva prosseguiu, tentando recuperar a sua paciência – Recomece a falar, Sr. Malfoy. – Draco pigarreou alto enquanto se forçava a lembrar o seu texto.

– Mas onde está Sophie que não vem ao meu encon... – Draco bocejou novamente, e Minerva teve que se segurar na cadeira para não avançar no sonserino – Mas onde está Sophie que não vem ao meu encontro? – ele repetiu.

– Sophie não quis encontrar-te, Anton. Ela não deseja vê-lo. – a garota ensaiou uma expressão de decepção.

– E como não deseja ver-me, se hoje mesmo mandei por intermédio de um criado uma carta?

– Oh, Anton, como és bobo! Sophie te engana...

– Tente pegar nas mãos dele! – Minerva lembrou.

– ...e não quer ver-te por perto! – Hayley finalizou enquanto tentava pegar nas mãos de Draco, que recusava – Ao contrário dela, eu quero a ti por perto! Amo-te, Anton, mais que a minha própria vida.

– Deixe de tolices, Audrey! – Draco se afastava de Hayley, recusando com severidade a mão que ela lhe estendia, se afastando mais ainda dela. Minerva controlou um sorriso. Aquilo estava saindo perfeito... perfeito de mais – Sabes a quem o meu coração pertence, sabes que... Err... Será se pode me mandar de volta as minhas falas, Hemione, acho que esqueci. – Hermione notou que Minerva havia murchado, e já parecia querer desistir. Draco foi até Hermione e pegou a pilha de papéis que ela lhe estendia, passando a vista nas últimas folhas – Ah, certo... – ele pigarreou novamente – Sabes a quem o meu coração pertence, sabes que amo Sophie com a minha alma, mesmo que esse amor seja mal visto, mesmo que nossas famílias não nos abençoem e não confraternizem conosco. – Hayley limpou uma falsa lágrima e tornou-se a aproximar-se de Draco.

– Sabes o que acabaste de fazer me contando estes absurdos? – ela pôs uma das mãos sobre o ombro do sonserino, e depois o enlaçou pelo pescoço. Hermione olhou para o outro lado, e Draco não parecia muito a fim de desgrudar a garota de si – Não entendeste ainda que feriste o meu ser com tais palavras?

– Limpe novamente a lágrima! – Minerva orientou, parecendo empolgada novamente, enquanto a garota a obedecia.

– Como ousas a falar que sou capaz de tal ato? – Draco virou-se para Hayley, com uma fingida expressão de fúria, mas ela estava bem entretida em alisar a sua nuca, enrolando uma mecha do cabelo do loiro nos dedos. Hermione girou os olhos e bufou. Para uma garota tímida e sem muita “capacidade” de interpretação, ela estava se saindo muito bem como Audrey, na verdade uma Audrey bem oferecida, na opinião de Hermione – A sua amizade é preciosa para Sophie, ela tem confiança em sua lealdade!

– Ela é uma falsa, fingida! Sempre quis tudo o que eu quis! – à muito custo ela desgrudou de Draco, virando de costas para ele e encolhendo os ombros como uma pessoa desprotegida.

– E o que queres, afinal? – Draco perguntou, segurando-a pelo braço, forçando “Audrey” a encará-lo.

– Ainda não entendeste o que tanto quero? Ainda não conseguiste entender que quero a ti, Draco? – Minerva murchou novamente, mas Hayley não parecia ter dado conta da besteira que havia falado.

– Acho que já chega por hoje! – Minerva cortou o momento “olhos nos olhos” que estava havendo.


Os alunos bocejavam, cansados. Também, não era para menos: o ensaio havia começado cedo, por volta das 3 da tarde, e já era quase 10h da noite. Minerva havia pedido para os professores dos últimos horários que liberassem os seus alunos para o ensaio. Snape liberou Draco à muito contragosto; Hermione praticamente implorou ao professor Binns para que não lhe deixasse sair, odiava perder aulas, ainda mais por causa desse ensaio; os outros alunos, no geral, saíram felizes, mas se arrependimento matasse...


– Tem certeza que já chega, professora? Quer dizer... bem, ainda temos a cena do desmaio... – a garota lembrou, esperançosa.

– Tenho certeza de que já chega, senhorita! – Hermione sorriu discretamente, satisfeita – A cena do desmaio fica para outro dia.

– Bem, mas nós podemos começar a ensaiar hoje, e continuamos a ensaiar a cena em outro dia. – Hayley sorriu como se houvesse dado uma boa idéia – Eu não me importaria nem um pouco de passar horas nessa cena. Sabe, professora, eu estive pensando que podemos fazer como se fosse algo bem real, então pode haver também respiração boca-a-boca, e nós podemos repetir isso por horas para ficar o mais real possível, afinal, tudo pela arte!

– SRTA. LEE!! – Minerva brigou – É um desmaio e não um afogamento!

– Bem... Er, quem iria se importar, não é? – “Eu iria me importar!” Hermione pensou sem querer “Quer dizer, é claro que eu não me importaria nem um pouco! Fala sério! Me importar com quem esse molóide beija! Nem nos sonhos mais íntimos dele... Se bem que ele poderia pegar sapinho dessa aí, então acho que me importo um pouquinho... Pensando bem, eu NÃO me importo! Errr... Talvez eu me importe... MAS QUE FIQUE BEM CLARO QUE É SÓ POR CAUSA DO SAPINHO!!

– Acho melhor irem dormir! – Minerva continuou, vendo que a garota saiu entristecida – Próximo ensaio eu avisarei! Boa noite a todos!


Os alunos correram desesperados para a porta, a maioria eram corvinais e lufos, sendo que só havia um sonserino além de Draco, e nenhum grifinório para compartilhar esse pesadelo com Hermione. Enquanto saía, a Castanha notou que Minerva estava bem aliviada enquanto colocava, com um gesto de varinha, todas as coisas no lugar, e bocejava constantemente com a certeza de que a única coisa que queria naquele momento era uma cama quente e confortável para esquecer por alguns instantes as “preciosidades” artísticas que ela tinha como alunos.


– Nossa, Hermione, como você fala! – Draco disse em tom de brincadeira enquanto andava ao lado de uma Hermione muda, em direção aos quartos da monitoria-chefe – Será se dá pra calar essa boca? Você fala de mais! – a nova brincadeira não surtiu efeito, já que Hermione parecia disposta a ficar muda durante todo o caminho – Ok, eu desisto! O que deu em você?

– Nada que seja da sua conta! – respondeu com grosseria.

– Puxa, ela fala! – Draco fingiu surpresa – Pelo menos assim eu sei que o seu gato pulguento não comeu sua língua.

– Sabe, me custa pensar o quanto vocês são idiotas! – Hermione disse em um momento de reflexão, ignorando a última frase de Draco.

– Nós quem?

– Vocês homens! São todos iguais! Tudo farinha do mesmo saco! – ela disse indignada, e, pela expressão de Draco, ele parecia ainda não ter entendido do que ela falava – Não pode uma garota se jogar em cima que não faz o mínimo esforço para desgrudar aquele carrapato. Ai, professora! Eu acho que eu sou tímida! Tímida é o cacete!

– Ah, então é isso: ciúmes. – ele contemplou a face furiosa de Hermione, dessa vez com satisfação.

– Você pirou, não é? Cheirou muito pó-de-flu, eu acho! – Draco sorriu sonoramente – Não tente mudar o assunto para ciúmes, Draco! Sabe muito bem que uma coisa que eu não sentiria nunca (NUNCA, entendeu?) é ciúmes de você! – eles dobraram um dos corredores escuros de Hogwarts, iluminado por tochas – Eu só estava questionando aqui a sua capacidade de querer me fazer de idiota e nunca abandonar a pose de Senhor-Eu-Sou-Gostosão! Meu Deus, você é ridículo! Não consegue nem desgrudar uma garota de si!

– Ok, Hermione, acho que você só esqueceu uma coisa: eu sou homem, pô! HOMEM! E eu não posso desgrudar uma garota de mim porque senão no dia seguinte vão espalhar para os quatro cantos de Hogwarts que eu tenho alergia a mulher! Onde acha que a minha reputação iria parar? – ele se justificou.

– Então é com isso que você se preocupa? Com a sua reputação de galinha de Hogwarts? – perguntou Hermione, escandalizada.

– Não é o fato de ser galinha! É a reputação masculina que está em jogo!

– Ah, claro, eu posso entender! – Hermione parou no meio do corredor, coçando o queixo com uma falsa expressão de compreensão. Draco também parou, acompanhando o gesto de Hermione, e sorriu reconfortado ao ver que ela entendia a sua posição – Então eu creio que você não vai se importar nem um pouco se amanhã, logo no café-da-manhã, eu me jogar em cima do Harry, ficar alisando a nunca dele, e grudada que nem um carrapato! – ela deu de ombros.

– FICOU DOIDA? – Draco gritou imediatamente, sentindo umas badaladas estranhas no seu estômago – Se você agarrar o Cicatriz vai é ficar com fama de oferecida!

– Você só não entendeu uma coisa, Draquinho: o Harry também é homem, ! HOMEM! – ela repetiu a mesma frase de Draco, só que com desdém – Então, visto aos fatos machistas expostos por você, acho que amanhã mesmo eu vou dar essa alegria para o Harry e enlaçar ele pelo pescoço, sabe? E vou fazer um biquinho assim... – Hermione contraiu os lábios em um bico, inclinando-se para Draco – E eu acho que o Harry vai adorar! – ela voltou a caminhar, deixando um Draco estupefato para trás.

– Você está distorcendo a situação, Hermione! – ele voltou a andar, seguindo-a – E eu sei muito bem que você é uma garota ajuizada e não faria um absurdo desses! – Hermione não respondeu – Você não faria, não é: agarrar o Potter no café-da-manhã? – Draco perguntou novamente, sentindo um aperto no estômago, sem receber novamente uma reposta de Hermione. Ele andou um pouco mais rápido e a imprensou contra a parede do corredor pouco iluminado – Você não faria isso... ou faria? – Hermione pensou em empurrá-lo, mas não. A fúria que certamente estava crescendo dentro dele lhe divertia bastante. Ele só era um garotinho machista e mimado, e que precisava aprender um pouquinho...

– Não, Draco, eu não vou agarrar o Harry no café-da-manhã! – Draco respirou aliviado, aumentando um pouco mais o espaço entre eles – Eu vou fazer isso amanhã, depois do jogo, que certamente os hormônios vão estar em alta depois da vitória da Grifinória, e vou dar esse presente pra ele! – Draco voltou a pressionar Hermione contra a parede, e, apesar de ele não falar nada e ela não perceber nenhuma mudança na expressão dele, era possível ver os olhos azuis faiscando na sua direção.

– E você então vai dar uma de doida e trair a tão confortável amizade da Coelha? Nossa, agora eu realmente fiquei com pena da Weasley. – Hermione finalmente havia percebido que agora a tão inexpressível face de Draco havia ido por água abaixo, e os lábios dele começavam a contrair em uma raiva inesperada. Hermione sorriu desdenhosamente, afinal, era muito difícil esconder um sorriso de satisfação ao ver que finalmente conseguira tirar Draco do sério – Acha mesmo que o Potter vai ao menos te dar atenção? Depois de todos esses anos sem notar ao menos que você existia, não é agora que ele vai dar conta disso! – logo o sorriso de Hermione havia desaparecido como em um passe de mágica. Draco sabia cutucar bem na sua ferida.

– Não precisa ficar preocupado, Draco! – ela falou, sentindo uma enorme vontade de cutucá-lo também – Sabe, a adrenalina é um hormônio que deixa as pessoas literalmente malucas. – ela sorriu curtamente em sinal de ironia – E depois do jogo, quando nós ganharmos, a adrenalina vai estar em alta e o Harry não vai nem se dar conta de quando eu beijá-lo...

– Você não vai fazer uma coisa dessas! – ele a cortou.

– E por que não? – ele não respondeu – Eu quero que me dê só um motivo pra isso, mas tem que ser um motivo convincente, porque depois do show de machismo que você deu não vai me convencer tão fácil a desistir! – ele continuava calado, como se pensasse em algo – E então? Pensou em alguma bobagem pra me falar? Ou não tem motivos para me dar, hein?

– Não vai fazer isso, Hermione! Eu te conheço, e sei que não vai!

– Não, Draco, você NÃO me conhece! E, aliás, esse teu motivo tá muito caidinho, não acha? – ela sorriu, mas ele não parecia disposto a dividir o humor.

– Você não vai fazer isso porque... porque...

– Por quê? – ela insistiu, se divertindo com a forma desesperada dele de encontrar algo convincente.

– Porque você não é qualquer garota! – ele disse de uma vez, e Hermione amoleceu com isso – Eu já te disse isso antes, então não me faça repetir.

– Mas você disse que eu era estranha, e que as outras garotas eram normais! – ela relembrou, tentando voltar a ficar com raiva dele, sem muito sucesso.

– Você me encurralou, ok? O que queria que eu dissesse? – “Eu só queria que repetisse isso!” Hermione pensou, sentindo que o seu coração havia amolecido de mais para responder algo.


Só agora Hermione havia percebido em que situação eles se encontravam, lembrando perfeitamente que também estavam assim há uma semana: corredor mal iluminado, Draco pressionando-a contra a parede, discutindo por coisas bobas... E ela temia que isso terminasse da mesma forma. Hermione não queria, mas se calou, sentindo a sua cabeça dar mil voltas com a proximidade dele. E ela odiava isso, odiava admitir para si mesma que Draco tinha algo, algo a mais, algo estranho, que deixava o seu cérebro fora de funcionamento todas as vezes que ele chegava perto de mais, que lhe deixava arrepiada só com um toque de dedos, e nessa hora ela podia jurar que o seu cabelo estava em pé tamanho as descargas elétricas que ele lhe passava. Nem com os beijos de Miguel ou de Vítor, e, mesmo negando, mas nem o olhar de Harry que lhe deixava flutuando tantas vezes era capaz de fazer o que Draco fazia, de causar o que ele causava, e ela ponderou várias vezes sobre ele ter um pacto com o Diabo...


– Agora vê se também não fica me lembrando o tempo todo que eu falei isso! Não fica muito bem para a minha imagem de badboy. – ele falou seriamente, olhando fixamente nos olhos castanhos dela.


Ela pensou que ele finalmente lhe soltaria, mas ele não fez isso. Continuou da mesma forma, ou talvez até tenha se aproximado mais. Os olhos dele não estavam mais fixos nos seus, estavam agora nos seus lábios, e ela sentia que ele conseguia queimar os seus lábios até com o olhar, e isso era revoltante, profundamente revoltante.


– Quer outro motivo? – ele perguntou roucamente, tão próximo que as suas respirações já se confundiam, com os olhos tão fixos nos lábios de Hermione que ela já se incomodava com o ardor que sentia lá, como se o seu lábio estivesse sendo queimado – Não pode dar mole pro Potter, ele não merece!


Ela abriu a boca uma, duas vezes, mas a sua voz não saía. Hermione só implorava mentalmente para que Merlin lhe ouvisse dessa vez e fizesse algo antes que ela cometesse uma besteira. Com ele tão próximo ali não conseguia negar para si mesma que queria sentir novamente os lábios dele, sentiu falta disso durante a semana. E por que não dizer que ele nutria esse mesmo sentimento que o dela: a necessidade. A semana para Hermione poderia ter passado mais devagar, lentamente e sufocante, como era sempre quando havia alguma discussão com os seus dois amigos, mas dessa vez não fora exatamente assim. De alguma forma Draco sempre estava ao lado dela, mesmo a contragosto, mesmo dizendo que ela chorava de mais, mesmo falando que odiava ter que consolar pessoas, mas ele estava lá, e, por mais que não admitisse pra ele, sentia-se confortável com isso, sentia-se protegida. O último beijo dos dois havia sido guardado com cada um, como se fosse um segredo, e um assunto proibido. Quando iriam ler o livro, Draco fazia questão de deixá-la sentar na cama e sentava-se em um local afastado, concentrado na leitura do livro, e fazendo comentários sobre Snape de vez em quando, comentários sem-graça na opinião de Hermione, mas que a deixavam mais leve e lhe arrancavam sorrisos.

Hermione via que Draco travava uma batalha consigo mesmo, tentando evitar se aproximar mais dos lábios dela, tentando a todo custo não obedecer aos seus impulsos. Mas aquilo não era somente um impulso, ele não estava certo disso, mas sentia de alguma forma. As costas dela já estavam completamente grudadas na parede, e as mãos dele já estavam repousadas na sua cintura, de forma firme, que a fazia se perguntar se agüentaria mais tempo com ele somente olhado os seus lábios, e, ao mesmo tempo, implorando para que ele resistisse e não lhe beijasse, porque sabia que ela mesma não resistiria.

Foi quando Draco aproximou mais o rosto do dela que ela viu uma sombra passar no final do corredor, parecia um vulto de alguém correndo, ou se escondendo... E ela só conseguiu ver uma cabeleira passar voando, não conseguiu distinguir a cor.


– Você viu o que eu vi? – Hermione afastou o rosto para o lado, no momento em que Draco iria beijá-la, deixando o loiro, literalmente, beijar a parede fria.

– Não. – ele respondeu grosseiramente, limpando a boca que ficara com umas partículas de poeira grudadas, e se afastando finalmente dela.

– Pareceu uma sombra, eu não sei muito bem...

– O que foi? Algum fantasma? – ele perguntou ironicamente – Aqui é cheio de fantasmas, Granger! – Hermione sentiu que o “Granger” havia saído bem carregado.

– Eu não sei o que era, Malfoy! – ela frisou bem o Malfoy, e era sempre assim que se tratavam quando discutiam alguma coisa – Só sei que temos que olhar, afinal, é a nossa função! Somos monitores, ora!

– Você vai olhar, eu não! – ele disse, decidido – Não quero topar com ninguém tendo as suas “aventurazinhas” noturnas por aí!

– Será se não escutou o que eu disse? Nós somos monitores! MO-NI-TO-RES! E a nossa função é patrulhar o castelo!

– Caso não tenha percebido, já são mais de dez horas, e o horário de monitoria encerra às nove! – ele relembrou, satisfeito por ver que ela não parecia encontrar saída para convencê-lo – E o nosso horário de monitoria é só amanhã!

– Ok, Draco! Eu vou sozinha! – Hermione começou a caminhar até o fim do corredor, onde ela havia visto o vulto passar – E não precisa vir se está com medinho! – ela finalizou, sorrindo ao escutar os passos dele logo atrás de si.

– Eu não estou com medo! – ele se irritou. Odiava quando falavam isso pra ele – E só pra provar isso eu vou com você!

– Você vem comigo porque está com medo de ficar aí sozinho! – ela provocou.

– Eu vou porque você é uma garota escandalosa, e na certa vai gritar caso veja algo muito suspeito! – ele sorriu maliciosamente – Eu sei que não está acostumada a ver essas coisas. – Hermione girou os olhos, mas não ignorou a companhia dele.


Eles andaram por uns quinze minutos pelo longo corredor, inspecionando portas e lugares escuros. Hermione ficara com uma pulga atrás da orelha, ela não sabia realmente o que tinha visto, mas parecia alguém, e alguém conhecido...


– Olha, eu nem sei mais por onde eu estou andando! – Draco reclamou, já cansado de inspecionar portas – Sabe ao menos onde estamos?

– É claro que sei! – Hermione respondeu, fechando silenciosamente a porta de um dos armários de vassouras que ela tinha verificado – Eu já passei por aqui com o Rony e o Harry. – ela disse inocentemente, relembrando do primeiro ano quando eles passaram por esse corredor ao tentarem descobrir o que havia no alçapão onde Fofo escondia a pedra filosofal.

– Certo, Hermione! Eu tenho que confessar que eu sempre achei essa amizade de vocês muito suspeita! – Hermione virou para ele, sem entender maldade no que o loiro falava – Vocês três passeando por um corredor vazio lotado de Armários de Vassouras? Era algum tipo de festinha em trio? – ele riu de forma gozada.

– Ah, cala a boca, idiota! – ela brigou, mostrando a língua para ele – Nós somos somente amigos! A-MI-GOS!!

– Ok, eu vou fingir que acredito! – ele riu novamente, e mais ainda quando ela o olhou de forma mortal – Mas agora o negócio é o seguinte: eu estou morrendo de sono, amanhã ainda é sexta-feira, e EU tenho jogo de Quadriboll logo pela manhã! Então, caso queira continuar nessa sua busca sem sentido por algo que você nem sabe o que é, continue! Mas eu já vou indo!

– Certo, eu desisto! – Hermione fechou a porta do último Armário de Vassouras do corredor – Mas eu ainda tenho certeza do que vi! Eu conheço aquele cabelo, sei disso... – Draco girou os olhos – E não era uma sombra qualquer, Draco, era algo...

– Encontrou-os para mim, Madame Nor-r-ra? – a voz de Fich vinha de um corredor próximo do que estavam, e nessa hora Draco somente olhou uma Hermione pálida, e fez questão de lançar um olhar de “A culpa é toda sua!”.

– Ai, meu Deus! O que é que a gente faz? – ela perguntou desesperada ao loiro.

– A gente faz? Pirou, não é? A pergunta agora é o que você vai fazer! – ele apontou para ela de forma acusadora.

– Estamos juntos nessa, Draco! Então nem vem querer me culpar agora porque...

– Estamos perto? – a voz de Filch mais uma vez soou alta o bastante para fazer Hermione tremer – Se eu pegar o peste que está andando por esses corredores há essa hora levará uma bela detenção!


Já era possível ver a sombra de Filch surgindo perto do corredor, e a única coisa que Draco e Hermione faziam era se olhar para ver quem daria o primeiro passo e desataria a correr. Mas nenhum dos dois fez isso, anestesiados pela situação. E quando Draco se deu conta, havia sido empurrado por Hermione para dentro de um dos Armários de Vassouras do enorme corredor, vendo-a fechar a porta de forma silenciosa logo atrás de si.


– Enlouqueceu por acaso? – ele perguntou enquanto via Hermione andando até ele – Estamos encurralados aqui! E se eu levar uma detenção amanhã, na hora do jogo, a culpa vai ser totalmente sua, e...

– Será... se dá... pra calar... essa boca? – ela sussurrou para ele, pondo uma de suas mãos sobre a boca do loiro para forçá-lo a se calar – E pára de falar asneiras! Você não vai perder esse jogo! – ele tirou a mão dela da sua boca.

– Você tá pouco se lixando pra isso! – ele falou, se irritando com o autocontrole dela. Era sempre ele o controlado! ELE! E odiava quando via a si mesmo perder o controle – Deve ter feito isso de propósito pro Pottercom ganhar o jogo de amanhã... – mais uma vez Hermione tampou a boca de Draco, o empurrando mais contra a parede, vendo pela brecha da porta a sombra de Filch, que murmurava coisas para a sua gatinha de estimação.

– Eu não disse que quero que você perca. – ela falou suavemente, próximo ao ouvido dele – Então, faça o favor de calar essa boca se não quiser ser pego pelo Filch.


Era possível ver pela sombra do zelador que ele havia parado em frente à porta de onde eles estavam, e Hermione continuou tampando a boca de Draco, olhando firmemente por baixo da porta enquanto empurrava mais ainda Draco para trás, contra a parede logo atrás do loiro, praticamente o sufocando com isso.


– Se queria me agarrar aqui, não precisava ficar inventando história de vulto, sombra... Sabe, isso foi bem patético, Hermione! Era só falar comigo e a gente resolvia esse probleminha. – ele sussurrou de forma cômica ao ouvido dela, tirando com uma delicadeza forçada a mão de Hermione que estava sobre a sua boca – Eu nunca fiz nada disso em um Armário de Vassouras. Será se é excitante? – ele perguntou, sorrindo.

– Sabe, Draco, – ela sussurrou de volta – esse armário é perfeito para eu cometer um assassinato: localizado em um corredor afastado, cheio de outros armários idênticos ao redor, é pequeno, escuro... Não vão encontrar o seu corpo aqui tão cedo! – ele sorriu baixinho, dizendo um “ui” logo em seguida – Então, caso tenha um pingo de amor à vida, te aconselho a não me forçar a usá-lo como uma perfeita cena de um crime.

– Nossa, Hermione, você é má! – ela girou os olhos – E isso sim é realmente excitante.

– Draco, eu estou te avisando: se quiser ir para o seu precioso jogo amanhã, não me provoque! – ela avisou, agradecendo a Merlin pela escuridão não deixá-lo ver o quanto ela estava corada.

– Agora você tocou na minha parte emocional! – ele recuou, em tom de brincadeira.

– Acho que o Filch já foi! – Hermione falou, ao encostar o ouvido na porta e não escutar passos do zelador.

– Você tem certeza que ele já f...

– MADAME NOR-R-RA!

– Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ai, meu Deus!

– Pára, Hermione! Volta à realidade, por favor! – ele sacudia a garota pelos ombros, tentando impedi-la de continuar dando chiliques.

– Ele não foi ainda, Draco! Você não ouviu? – ela perguntou em um sussurro, se encostando o máximo possível contra a parede do fim do armário.

– É óbvio que ele não foi ainda! E a culpa é toda sua! Quem manda inventar história de fantasma?

– Se alguém tem culpa aqui é você! Quem manda ficar parado no meio do corredor, me pressionando contra a parede enquanto a gente... – ela lembrou rapidamente o que eles realmente iriam fazer, e acrescentou: – discutia!

– Quem manda ficar falando que ia agarrar o Potter?

– Quem manda ficar falando que só não afasta uma garota de si porque tem que defender o que tem entre as pernas?

– Quem manda ficar com ciúmes?

– Eu não estava com ciúmes! – ela respondeu, sabendo que, lá no fundo, ele não estava 100% errado – E quer parar com essa história de “Quem manda”?


Eles não disseram mais nada depois disso, e ficaram mais ou menos uns 10 minutos na mesma posição que estavam: Hermione encolhida em um canto, e Draco rente à porta, tentando se certificar de que Filch não estava mais lá, tentativa essa frustrada pelos passos do zelador, que ecoavam pelo corredor vazio, enquanto ele murmurava coisas sem sentido para a sua gatinha, obviamente sem receber resposta alguma.


– Você não vai mesmo fazer isso, não é? – Draco perguntou, se sentindo um pouco inseguro quanto à sua pergunta, não queria demonstrar que estava incomodado.

– Fazer o quê? – Hermione perguntou, fingindo não estar interessada no que ele perguntava.

– Aquela história do Potter...

– Ah, não, Draco! Acho que já chega, não é?

– Eu só estou querendo te alertar, entendeu? Se você fizer isso vai ficar com fama de galinha pela escola!

– Espera aí, Draco! Eu não estou acreditando no que você acabou de me dizer! – ela bufou, sentindo uma irritação incomum – Então quer dizer que se uma garota pula em cima de um garoto, como aquela coisa estava fazendo com você, isso é sinal de galinhagem. Mas, obviamente nessa sua mente minúscula, se é um garoto que sai agarrando um monte de menina pela escola ele está sendo sensato?

– Você não me ouviu falando isso... Pelo menos não com essas palavras! – ele deu de ombros. Hermione somente deu um sorriso sarcástico, mas, no fundo, estava aproveitando a forma sem saída que ele havia ficado.

– Você não precisa falar nada, Draco! Você me prova isso a todo o momento! – ele ia falar algo pra se defender, mas ela continuou – E amanhã vai estar cheio de garota se jogando pra cima de você, pra desejar “Boa Sorte”, então não me venha dizer que vai odiar!

– Olha, eu prometo que se alguma garota, qualquer garota, se aproximar de mim amanhã para me desejar Boa Sorte, como você disse, eu não vou deixar que elas se aproximem nem um metro de mim! – ele prometeu, não muito certo se cumpriria.

– Você está falando isso só porque tá com medo de que eu cumpra a minha ameaça em relação ao Harry, e acabe estragando a sua tão prezada imagem de... Como é mesmo? Ah... de “Cara Da Relação”! – Draco sorriu nervosamente – Mas não se preocupe, se você for bonzinho comigo eu posso te dar esse crédito e não fazer nada do que eu falei com o Harry! – Draco suspirou discretamente, murmurando com desdém somente um “Isso foi sensato!” – Talvez eu faça isso com o Richard!

– Você tá louca por acaso? – ele falou alto, mas naquele momento Hermione não parecia se importar, somente desatou a rir.

– Calma, Draquinho, – ele bufou ao ouvir o apelido – eu não falo sério! Só que é irresistível essa cara que você faz quando está com ciúmes!

– Eu? Com ciúmes? – Draco forçou uma risada seca que, na verdade, saiu bem tremida – Eu só estou querendo te proteger e salvar a sua reputação que, aliás, anda bem decadente!

– Ok, Draco! Vou fingir que acredito só pra não te deixar sem graça! – ela falou enquanto colocava as mãos na barriga de tanto rir.

– Acho que o Filch já foi! – ele falou, querendo logo encerrar a crise de risos de Hermione que já estava lhe deixando fora do sério.

– Como pode ter certeza? – perguntou Hermione, limpando algumas lágrimas do canto dos olhos, e se controlando ao máximo para não cair na risada novamente.

– Com esse escândalo todo que você está fazendo, se o Filch estivesse aqui já estaríamos na sala de McGonnagall há pelo menos 1 minuto!


Ele abriu a porta com calma, examinando primeiro o corredor e se certificando que não havia mais sinal de Filch ou de Madame Nor-r-ra por lá. Hermione passou pela porta, fechando-a logo atrás de si sem fazer barulho, e caminhando em completo silêncio ao lado de Draco. Assim que ela avistou o corredor que ficava os quartos da monitoria, sua primeira atitude foi logo caminhar até a porta do seu, mas, antes que pudesse entrar, Draco falara algo atrás dela.


– Vai assistir ao jogo amanhã?

– Vou! – ela respondeu, fazendo uma careta óbvia.

– Pra assistir ao Potter, claro! – ele falou rapidamente, mas sentiu um certo gosto amargo enquanto falava, e uma sensação não muito agradável no estômago.

– Deixa de ser bobo, Draco! Eu vou pra assistir você! – ela falou sem pensar – Quer dizer, eu vou para assistir ao jogo, e bem, você vai estar lá... E, claro que talvez eu te assista, quer dizer... Errr... – Hermione começou a gesticular rapidamente, olhando para o teto, tentando encontrar qualquer desculpa para anular a besteira que tinha falado – Então, querendo ou não, eu vou ter que te assistir, porque você talvez esteja lá... Bem, é óbvio que vai estar lá, mas não vou só assistir você porque tem gente, muita gente... E... Err, muita gente pra assistir, entende? – Draco somente sorriu pelo canto dos lábios, e Hermione nunca desejou tanto que pudesse ser invisível.

– Entendo. – ele disse por fim, abrindo a sua porta – Boa noite, Granger!


Hermione ficou no mesmo lugar, com o olhar perdido onde Draco estava há segundos. Em todos esses mais de cinco anos ele nunca lhe desejara nada que não fosse “Morra!”, e até nessas duas últimas semanas Draco nunca havia lhe cumprimentado, a não ser de forma forçada quando estava perto de seus amigos sonserinos, ou quando queria provocar Rony ou Harry, e, mesmo podendo ser loucura, ela podia jurar que até o Granger havia saído de forma suave da boca dele, e até quase carinhosa. Quase...

Mas já era tarde para ela pensar em suposições, tarde até para perguntá-lo porque simplesmente ele não fez logo o favor de entrar no quarto e não desejá-la “Boa noite”, evitando assim que a sua cabeça ficasse cheia de porquês. Entretanto, como ela sabia, já estava tarde de mais para isso, mas ela desconfiava que “isso” talvez atrapalhasse o seu sono...








Gina havia lhe acordado cedo naquela manhã, ignorando o fato de que Hermione talvez nem tivesse dormido, e falando que tinha uma surpresa com relação à música que ela tinha que cantar na peça. Hermione já tomava o seu quarto copo de suco de morango na mesa da Grifinória, esperando ansiosamente que Gina aparecesse logo com Luna, e com a tal música que ela havia afirmado que achara. Uma música perfeita na opinião da ruiva.

O Salão principal estava eufórico com a aproximação do jogo que aconteceria em menos de uma hora, tecendo comentários sobre o clássico GrifinóriaXSonserina, e fazendo apostas de quem iria ganhar. Draco não estava tomando o seu café-da-manhã, e Hermione pensou que ele já deveria ter feito isso e, provavelmente, já estaria reunido com o seu time. Harry e Rony já estavam no vestiário com o restante do time, e Gina ainda não havia se apresentado lá porque prometera à Hermione que apareceria com a tal música assim que achasse Luna, que também havia achado outra.


– Sabe quantos sucos você me fez tomar, Gina? – Hermione perguntou para a ruiva, que se aproximava rapidamente da mesa da Grifinória com Luna ao seu encalço – Quatro! Eu já estou apertada aqui, e tudo por SUA causa!

– Olha, eu tive que travar uma batalha feroz com o Bichento! – ela estendeu para Hermione a folha, onde estava anotada a música, rasgada pela metade pelos dentes do gato – Você tem que dar um jeito nele, Mione! Ele não sai do Salão Comunal, e vive enfiado no dormitório masculino! E ele só dorme agarrado ao Rony, você precisa ver! – Luna murmurou um “Ai, que fofo!” – E o Rony um dia ainda mata esse gato! – “Isso não foi nada fofo!” Luna murmurou novamente.

– O Bichento não se acostumou com o quarto da monitoria, então eu não tenho culpa se ele gosta tanto assim da companhia do Rony! – Hermione deu de ombros, não conseguindo deixar de sorrir – Depois eu dou um jeito nele, mas agora eu preciso olhar isso aqui!

– A Gina tinha me falado do seu problema, então eu também te trouxe uma, Mione! – Luna estendeu outro papel, impecavelmente dobrado – Nossa, passei horas escutando as músicas das Esquisitonas pra achar uma legal!

– A minha também é das Esquisitonas, Mione! – Gina falou, lançando um olhar de censura para Luna – E a minha deve estar mais legal que a da Luna! – Hermione suspirou.

– Hei! – Luna protestou – A MINHA está legal, a sua deve estar um lixo! – Gina mostrou a língua, mas logo depois as duas já estavam sorrindo novamente. Hermione só se deu ao trabalho de girar os olhos.

– Eu vou olhar primeiro a da Luna que parece estar menor! – Hermione decidiu, desdobrando o papel que Luna lhe dera – Ok, vamos lá! – ela pigarreou para limpar a voz – Todos me dizem que eu não estou na moda, que eu não pareço com as garotas das revistas. Elas podem estar escondidas, mas eu tenho minhas paixões. Eu apenas não desfilo ao redor como alguma futura rainha local. – Hermione parou automaticamente de ler, mas continuou, com os incentivos das duas amigas – Dê uma olhada aqui onde estou, você pode ver? Um simples sorriso seu poderia me libertar. Então, se você der uma olhada deixe seu coração ser seu guia. E eu lhe mostrarei o amor se você der uma olhada na garota interior.

– E aí, o que achou? – Luna perguntou, empolgada, diante da visão de uma Hermione perplexa e desanimada.

– Errr... Bem, eu só queria saber o que isso pode ter haver com a peça! – Hermione falou, tentando ser suave para não entristecer Luna.

– Ah, Mione, eu não sei se tem haver com a peça, mas achei que tinha haver com você! – ela disse por fim, encolhendo os ombros.

– Comigo? – a Castanha perguntou, de olhos arregalados – Mas o que isso tem haver comigo?

– Bom, aí fala de uma garota que não se arruma muito, mas que é bonita por dentro...

– Você quer dizer que eu sou uma garota horrorosa e que não está na moda? – Luna se adiantou sacudindo a cabeça em um não.

– Pelo menos não é isso que eu acho agora... Quer dizer, você não é horrorosa e nem está fora de moda e... Me dá logo isso aqui, Mione! – ela pegou com facilidade a folha que estava nas mãos de Hermione – Isso foi um fiasco, eu sei! E eu que pensei que pudesse te ajudar! – a loira falou tristemente.

– Não se preocupe, Luna, você tentou. E isso é o que importa: tentar! – Hermione falou como forma de incentivo sabendo que, por dentro, estava mais desanimada que a loira – Agora eu vou ler a música da Gina! – ela limpou novamente a garganta, tentando ficar novamente empolgada – O que você ganha quando beija um cara? – ela olhou curiosa para Gina, mas as duas a forçaram a continuar lendo – Você ganha germes suficientes para pegar pneumonia. E depois disso, ele nunca vai te ligar. Eu nunca me apaixonarei novamente. – Hermione parou, começando a ficar irritada, mas Gina incentivou-a a continuar – Não me diga o que é tudo isso, porque eu estive lá e estou feliz por estar fora, fora daquelas correntes, daquelas correntes que amarram você. Isso é porque eu estou aqui para te lembrar. O que você ganha quando se apaixona? Você só ganha mentiras, dor e mágua. Então, pelo menos até amanhã, eu nunca me apaixonarei novamente. – Hermione parou, estupefata, enquanto via Gina se servindo de um suco de morango e esperando a Castanha falar algo, e Luna com a testa franzida, numa situação pior que a de Hermione.

– Nossa, essa música passa uma mensagem tão positiva sobre o amor! – Luna falou, se recuperando primeiro que Hermione do choque – Ela é tão, err... Como é que se diz mesmo? Ah, sim... ela é otimista!

– Olha, Gina, eu desconfio seriamente que embaixo dessa sua peruca ruiva esteja cheio de cabelos loiros, porque sinceramente... Isso foi terrível!

– O cabelo loiro aí por acaso foi uma ofensa? – Luna perguntou, com as mãos na cintura.

– Poxa, Mi, eu achei que estava tão legal! – Gina encolheu os ombros, pegando de volta o seu papel – Mas, tudo bem! Eu ainda acho uma música legal pra você!

– Eu sinceramente me sinto muito grata a vocês duas, mas eu espero que não tentem me ajudar novamente! – Gina e Luna se entreolharam, derrotadas – E, Gina... VOCÊ TEM UM JOGO AGORA!!








O caminho para o Campo de Quadriboll estava, literalmente, parecendo um formigueiro, cheio de pessoas indo e vindo do Castelo, gritando, fazendo apostas, cantando músicas... E o inconfundível coro de “Weasley é nosso rei!” vindo, certamente, de sonserinos. O céu estava nublado, anunciando chuva forte em pouco tempo, mas ninguém ali se importava com isso. Todos os jogos onde houvesse qualquer disputa entre Sonserina e Grifinória eram sempre assim, lotados, com alunos de todas as casas. Ninguém costumava perdê-los, porque, aquilo sim, era um clássico do Quadriboll.

Gina corria loucamente, seguida de Luna e Hermione, em direção ao time da Grifinória, que ainda não estava no vestiário, e Hermione notou que a poucos metros dali estava o time da Sonserina, e Draco estava lá, gritando coisas que ela não conseguia entender, mas certamente era algo pra Zabini, já que ele colocava as mãos sobre os ouvidos e girava os olhos de forma irônica.


– Boa sorte, meu lindo! – Luna se jogou sobre o namorado, enchendo-o de beijos – Eu vou estar torcendo por você... – Luna não teve tempo de terminar de falar, Rony lhe enlaçara pala cintura lhe beijando profundamente.

– Hey, eu sou uma garota pura, não posso ver essas coisas! – Hermione brincou, afastando com muita luta o casal – Agora me deixa desejar boa sorte! – ela abraçou o ruivo, lhe dando um beijo na bochecha, não percebendo que Draco estava vendo tudo de longe – Boa sorte, Ron! Vai dar tudo certo! – Rony sorriu, mas não pôde evitar lhe perguntar algo.

– Vai torcer pela Grifinória ou pela Sonserina? – o sorriso de Hermione rapidamente desapareceu, e ela simplesmente fez uma careta.

– Eu decido isso depois! – ela tentou sorrir, com muita dificuldade – Será se vale pra quem estiver ganhando? – perguntou em tom de brincadeira.

– Agora me deixa terminar de desejar boa sorte, Mione! – Luna falou, fazendo com Rony o que Hermione já esperava: beijando-o novamente.

– Boa sorte, Gina! – as duas amigas se abraçaram, e logo Luna veio para completar o abraço em trio, tentando tirar a tensão que se apoderava da ruiva.


Hermione não conseguiu deixar de olhar na direção de Draco, e, como já era de se esperar, estava cheio de garotas ao redor do time da Sonserina, para ser mais específica, ao redor dele. E não eram somente sonserinas, também havia corvinais e lufa-lufas, e até algumas grifinórias traidoras estavam lá para tirar uma casquinha dele, que não recusava o abraço de nenhuma, dispensando sorrisos galanteadores.


– Oh, Harry! Quase que eu me esqueço de te desejar boa sorte! – Hermione pulou no pescoço de Harry, abraçando-o apertado e enchendo a bochecha dele de beijos – Olha, tem uma folha aqui no seu cabelo! Eu posso tirá-la? – Harry assentiu sorridente, não sabendo que aquilo era invenção de Hermione para que ela acariciasse o cabelo dele.


Ela olhou novamente para onde Draco estava, e, dessa vez, o sonserino apenas apertava formalmente as mãos das garotas que se aproximavam dele, agradecendo com um sorriso forçado os incentivos que elas falavam, e dando um passo para trás cada vez que uma garota se aproximava de mais dele, evitando um possível, e provável, abraço. Ele olhou para Hermione com uma cara assassina e com um olhar de “Eu já fiz a minha parte, agora faça a sua!”


– Pronto, saiu! – Hermione disse cinicamente, saindo do abraço do grifinório.

– Err, tem certeza... Quer dizer, não tem mais nenhuma folhinha aí? – Harry perguntou, com um tom esperançoso na voz.

– Não se preocupe, Harry! Agora o seu cabelo está limpíssimo! – ela disse sorrindo, mas o seu sorriso estava direcionado para um garoto loiro a alguns metros atrás de Harry, que ficava sibilando palavrões – Olha, todos já foram para o vestiário. E o capitão do time não pode se atrasar. – Harry foi andando, mas logo voltou para Hermione com um olhar que ela entendia bem – E eu não sei por quem eu vou torcer, Harry! Então, não me pergunte!

– Hey! Eu não ia perguntar isso! – ele levantou os braços em falsa inocência – Mas eu sei que vai torcer pro Malfoy! – ele disse sorrindo, como se houvesse feito uma piada.

– Eu não vou torcer pelo Draco... Bem, acho que eu vou torcer, mas... Olha, Harry, vai logo pro vestiário, ok? E fique sabendo que eu vou torcer pelos dois! – Harry apenas acenou e sorriu do embaraço da Castanha, sabendo que, de alguma forma, dessa vez ela estaria torcendo por outra pessoa.


O time da grifinória já estava todo no vestiário, Luna já havia saído alegando que tinha que estar logo na arquibancada para narrar o jogo. Ela havia sido chamada novamente por Minerva já que não havia muitas opções... O time da Sonserina também já estava entrando no vestiário, mas Hermione reconheceu um garoto moreno, que havia desviado do caminho que o time fazia, e veio correndo em sua direção.


– Hermione! – a Castanha sorriu para Ricky, e o chamou com as mãos enquanto ele se aproximava – Eu tinha que vir aqui...

– Richard, quero que vá agora para o vestiário! – Draco surgiu logo atrás do moreno, impedindo-o de continuar falando – Se junte com o resto do time!

– Certo, eu já estou indo! – ele disse para Draco – Eu só quero que saiba que todos os gols que eu fizer vão ser pra você...

– Eu falei AGORA, Richard! – Draco ordenou, forçando o moreno a ir para o Vestiário, dando tempo a Hermione de só gritar um “Boa sorte!” e mandar um beijo no ar para ele – E quero que faça 50 flexões também! – ele completou enquanto o garoto se afastava, irritado com o beijo que Hermione havia mandado para o moreno.

– Draco! – ela ralhou – Esse é o primeiro jogo do Ricky e eu queria dar um abraço nele!

– Se estiver tão a fim de fazer isso pode ir lá correndo e abraçá-lo no Vestiário! – Hermione, em um impulso birrento, se colocou para andar na direção do Vestiário da Sonserina – Só não grita quando olhar todo mundo pelado! – ela voltou rapidamente, despertada pela palavra “pelado”.

– Não é justo o que você está fazendo com ele! – ela disse enquanto voltava onde o loiro estava – Onde já se viu colocar o garoto pra fazer 50 flexões? – Hermione colocou as mãos na cintura, falando com Draco como se falasse com uma criança teimosa.

– Ele é o artilheiro do time! E artilheiros fazem isso! – ele se defendeu, sabendo que não havia exatamente verdade no que falava.

– Não vem com essa história pra cima de mim, Draco! Eu posso não entender muito bem de Quadriboll, mas sei que em um time não existe só um artilheiro!

– Mas... Mas ele é o principal artilheiro do time, entendeu? O principal! E eu só estou fazendo o favor de ajudá-lo a ficar em forma! – Draco deu de ombros, bufando da mesma forma que Hermione. Mas, quando ele percebeu, havia brotado um sorriso nos lábios dela, e um sorriso bem irônico na opinião dele.

– Você fica um saco quando está com ciúmes!

– Ciúmes de quem? De você? – ele riu alto, mas achou que pela cara cômica de Hermione o seu sorriso sarcástico não havia causado o efeito esperado – Não fala uma bobagem dessas, Granger, porque algum lesado pode ter escutado e acreditado nisso. – ele saiu, sem se despedir.

– Não vai esperar que eu te deseje boa sorte? – ela perguntou, segurando na mão dele para impedi-lo de sair.

– Não! – ele disse seco – Acho que já esgotou o seu estoque de “Boa Sorte” por hoje!

– Além de ciumento ainda é bobo!

– Eu não sou... – mas ele não terminou a frase, que ficara entalada na garganta, e recusara a sair assim que Hermione puxou a sua mão direita e dera um beijo estalado na palma dela, sorrindo em seguida.

– Boa sorte! – ela disse, se afastando dele com a intenção de finalmente ir para a arquibancada – E quero que saiba que vou torcer por você!


Hermione saiu a passos largos na direção da arquibancada, se sentindo mais leve de alguma forma, e não se dando conta de que deixara para trás um Draco paralisado e abismado, que parecia ter se esquecido do jogo que se realizaria em poucos minutos, e só acordando do transe quando a voz de Luna havia ecoado no alto-falante, desejando boas-vindas a todos.


– Nós estávamos te esperando, Hermione! – Lilá falou logo após a Castanha sentar-se ao lado dela – O jogo já vai começar!

– Já decidiu por quem vai torcer, Mione? – Parvati perguntou, sorrindo marotamente, assim como Lilá.

– Essa é a pergunta mais difícil que já me fizeram na vida. – Hermione suspirou enquanto a voz de Luna anunciava a chegada dos times – E a única resposta que eu tenho é que eu vou torcer pelos dois!

– Você tem certeza disso? – Lilá insistiu.

– Não sei. – ela respondeu com sinceridade – Só sei que me perguntaram isso três vezes e é isso o que eu prefiro responder.


E logo o jogo havia começado, sob os gritos dos alunos, sob o coro infindável de “Weasley é nosso rei!” e sob o hino da Sonserina e Grifinória misturados, tornando-se um hino só, indecifrável. Os sonserinos vibravam a cada gol que Richard marcava, que apontava na direção de Hermione para lembrá-la de que era pra ela, tirando Draco do sério, e fazendo Parvati e Lilá iniciarem um falatório sem fim, declarando profunda inveja e interrogando Hermione dos lugares onde Ricky costuma freqüentar. O jogo já estava se arrastando por mais de hora, e Hermione arriscou olhar para cima, e observou Draco voar. Ele tinha uma habilidade para aquilo, demonstrando leveza, velocidade... Com o vento bagunçando o seu cabelo, e lhe deixando com uma aparência quase heróica, enquanto ele desviava dos balaços com rapidez.


PRESTA ATENÇÃO, RONALD! ONDE É QUE JÁ SE VIU ENGOLIR UM FRANGO DESSES? – Luna perguntou, ignorando o sermão de McGonngalll – Eles viram o pomo de ouro! Harry Potter e Draco Malfoy estão emparelhados nesse momento!


Hermione fechou os olhos, tentando evitar olhar novamente para cima, não queria torcer pra nenhum dos dois! E, sem querer, respirou aliviada quando voltou a ouvir a voz de Luna.


E eles perderam o pomo! Como é que pode? Onde foi que arranjaram essa velocidade de tartaruga? Ele estava embaixo do nariz de vocês! EMBAIXO... Sim, professora, isso não irá se repetir, prometo! – Gina havia marcado mais um ponto, deixando a Grifinória 10 pontos na frente, e levando os alunos à loucura – Dez pontos para a Grifinória! É isso aí, Gina! Manda ver... Última vez, professor Snape, essa é a última vez!


E Gina havia marcado mais um gol, seguido de outro de Richard. Draco voava alto, procurando desesperadamente o pomo. Não podia deixar o Potter ganhar mais essa, isso estava fora de cogitação. Mas Harry também não estava diferente dele, estava apreensivo por não ter avistado o pomo novamente.

Hermione arriscou mais uma vez olhar para cima, e o que viu foi um Draco em pleno ataque de nervos com Zabini, que acabara de tirar a camisa do uniforme para comemorar um gol que ele havia defendido, e voltando a voar mais alto para tentar avistar novamente o pomo, com a feição preocupada e os cabelos loiros na frente dos olhos. Hermione sabia que ele estava dando o máximo de si naquele jogo, tentando fazer valer a pena todas as aulas que ele havia dormido durante a semana, para compensar as tardes, e, quando não havia ensaio, até as noites ele gastava em treinos, para tentar, pela primeira vez, ganhar da Grifinória.


É isso aí, meu bem! – Luna gritou quando Rony fez uma defesa espetacular – Mostra do que o meu docinho é capaz! – Minerva já parecia prestes a retirar o alto-falante de Luna – Desculpe-me, professora, eu prometo que... O pomo apareceu novamente! PEGA LOGO A DROGA DESSE POMO, HARRY! E isso foi o suficiente para Luna ser retirada por McGonnagall, e substituída, sem mais opções, por Neville Longbottom.


O coração de Hermione acelerou, o pomo apareceu novamente e ela não sabia se preferia que ele aparecesse logo e encerrasse o jogo, ou se preferia que ele nunca aparecesse, mesmo que o jogo durasse dias. O seu coração pulsava ferozmente, e ela não conseguia discernir os gritos das torcidas. Estava simplesmente de olhos fechados, se recusando a ver o que quer que fosse...


Bem, primeiramente, bom dia a todos os alunos! – Neville começou a falar de forma nervosa, tentando ignorar os gritos de “Sai daí, gorducho!” que vinham dos sonserinos – Eu fui convocado de última hora para narrar o jogo, e nesse momento eles estão perseguindo o pomo de ouro... Bem, pelo menos é isso o que eu acho! Eu não estou enxergando muito bem (Eu sou míope, entendem?) e acho que alguém pegou o pomo, não tenho muita certeza! – o coração de Hermione parecia pular nesse instante – Será se alguém poderia me dizer o que realmente está acontecendo? Eu não estou enxergando direito... – Minerva bufou e retirou Neville do lugar.

E com a posse do pomo... – Hermione ouviu a voz de Minerva, não conseguindo evitar que seu coração batesse violentamente – ...Sonserina vence!


Hermione sorriu, mas logo em seguida colocou as mãos sobre a boca. Não era certo ela sorrir, não era justo com Harry ou com Rony e até com Gina. Eles treinaram duro a semana toda e não lhe parecia correto ter nem que fosse um pingo de felicidade por Draco. Hermione, assim como vários outros alunos, desceu em disparado da arquibancada, precisava falar com os seus amigos...

Harry e Rony saíram cabisbaixos, era possível ver pelo rosto de Rony a tristeza que ele estava sentindo naquele momento. Perder para a Sonserina era o fim para qualquer grifinório, mesmo que fosse pela primeira vez. Gina abraçou o namorado, dando-lhe um beijo rápido e murmurando coisas que Hermione não conseguia ouvir, só sabia que havia arrancado um sorriso de Harry, um sorriso fraco e sem empolgação, mas um sorriso, o que, de alguma forma, diminuiu o peso na consciência que ela estava sentindo. Hermione foi até Rony e o abraçou, ela não precisou confortá-lo por muito tempo porque logo Luna apareceu, e ela sabia que a loira daria conta desse recado. Ela foi até Gina, abraçou a amiga, mas Gina não estava muito triste, estava com uma nítida sensação de dever cumprido e confiante de que em uma próxima eles ganhariam novamente. Hermione foi até Harry e o abraçou forte, como se quisesse exorcizar um pouquinho da culpa que sentia por ter ficado feliz com o resultado.

Ela não notava, mas Draco estava ali perto, ainda rodeado pelos sonserinos, escutando felicitações de todas as formas, escutando Zabini se gabar, escutando as promessas de Leo de que haveria logo uma festa no Salão Comunal, logicamente regada à muita bebida... Mas era como se ele não estivesse ali. Ainda olhava absorto para a sua mão direita, onde ainda estava preso o pomo, e onde Hermione havia beijado. Não era exatamente uma sensação irreal, sempre fora muito cético para acreditar em sorte ou coisas desse gênero, ainda mais que um beijo na palma da mão pudesse ter lhe ajudado, ainda mais ele sendo destro e ter perfeita habilidade com a sua mão direita. Mas ele não conseguia explicar a si mesmo não conseguir desgrudar os olhos do pomo, e não conseguir deixar de pensar no beijo que Hermione havia lhe dado, como se fosse realmente um desejo de boa sorte...


– Eu sinto muito pelo que aconteceu, Harry! Eu sei que vocês treinaram bastante... – Hermione falou, ainda abraçada à Harry.

– Hoje foi o dia deles, amanhã será o nosso! Não se preocupe com isso, Mione, essas coisas acontecem. – Hermione suspirou baixinho, sentindo Harry afagar o seu cabelo carinhosamente – E eu não ficarei chateado se ficar feliz por ele. Eu posso entender... – Harry havia tocado no ponto que ela tanto estava tentando esconder, mas não conseguia achar forças para contradizê-lo, porque, infelizmente, o que ele falou era verdade.


Draco finalmente havia levantado os olhos do pomo, mas talvez fosse melhor não ter feito isso. Nunca havia presenciado uma cena tão patética quanto aquela: a Granger abraçando o Potter, consolando-o pela derrota. Era sempre o Potter, sempre... Na derrota ou na vitória, era sempre ele que ganhava as atenções... as atenções dela. Ele ficou observando Hermione se despedir de Harry, lhe dando um beijo demorado na bochecha, e acenando para ele enquanto o via indo para o Castelo. Não sentia exatamente ciúmes, mas sentia raiva. Era uma garota muito burra mesmo, incapaz de enxergar um palmo na frente do nariz. Fora assim todos esses anos esperando que o Potter a notasse; fora assim com o Corner, idealizando nele uma pessoa que não existia... Esperando sempre pelo príncipe encantado, montado em um cavalo branco. E ela iria morrer esperando por esse príncipe, disso ele tinha certeza.


– Hey, Draco! Pra onde você vai? – Zabini perguntou ao amigo, vendo-o se afastar em direção ao Castelo.

– Vou tomar um banho! – ele respondeu simplesmente, sabendo que o queria naquele momento era ficar sozinho.

– Mas o Vestiário é pra lá!


Zabini ficou para trás, apontando para uma direção totalmente contrária à que Draco seguia naquele instante. Mas o loiro não ligava, na verdade nem chegou a escutar o que o moreno falou, apenas queria ir para o seu quarto, colocar a sua cabeça em ordem, querendo entender o que havia lhe deixado abalado daquela forma, de uma forma que ele ainda não compreendia...


– Eu estava te esperando, Draco! – Hermione se aproximou de Draco enquanto ele andava rapidamente, sem olhar na direção dela – Precisava falar com você... – Draco parou de andar, respirando para encontrar calma.

– Acho que a melhor coisa que tem a fazer agora é ir consolar os seus amiguinhos perdedores! – Hermione havia sentido a forma ácida que ele havia falado, sem entender a razão – Não tenho tempo para ficar escutando os seus sermões ou qualquer coisa desse tipo! Eu joguei limpo!

– Como você é grosseiro! Eu não falei que jogou sujo...

– Não precisa falar, Granger! – ele a interrompeu, voltando a andar – Vai consolar o Potter! Ele sim deve estar precisando de você! – ele voltou-se pra ela – Ah, e aproveita essa chance pra estar perto dele, porque só assim mesmo você consegue...

– Você gosta de machucar os outros, não é? – ela disse, se aproximando novamente dele e tentando acompanhar os passos largos que o loiro dava – Ferir e depois jogar sal em cima, isso é a sua especialidade!

– Oh, coitadinha da Granger! – ele parou novamente de andar, sentindo uma fúria crescer dentro dele – A verdade dói, não é? Dói saber que só fica perto do Potter nessas horas?

– Dói escutar tudo isso de você sem saber a razão! – Hermione passou a costa da mão pelos olhos, para tentar evitar chorar.

– Não vem dar uma de desentendida pro meu lado! – ele sibilou, e Hermione pôde sentir com clareza o veneno que ele destilava em cada palavra, em cada letra, sentindo o seu coração começar a bater de forma desesperada, ressentida – Não é o Potter que você quer? Então corre atrás dele e me deixa em paz!

– Você é um estúpido mesmo! – foi só o que ela conseguiu falar diante das acusações sem fundamentos que ele fazia, tendo a sensação de que não agüentaria segurar por mais nenhum segundo as lágrimas que estavam à ponto de sair – Eu só queria falar que estava feliz por você ter conseguido pegar o pomo... – Draco baixou a guarda, passando as mãos pelo rosto de forma nervosa – E queria te dizer que você foi incrível no jogo todo... – mas ela não continuou a falar, sentindo um nó na garganta que, nesses poucos segundos, ele parecia ter finalmente entendido.

– Era isso o que queria me dizer? – Draco se ouviu dizer, de forma suave, frustrando a sua tentativa de não parecer comovido.

– Era. – toda a batalha dela parecera inútil: não conseguiu mais segurar a vontade de chorar, sentindo o gosto salgado nos seus lábios, ainda tentando, por um resquício de força, impedir que as outras lágrimas descessem. Mas já não era mais possível, e ela se sentia uma completa burra por estar chorando, chorando na frente dele... por causa dele – Mas acho que não era bem isso que você queria escutar. – Hermione conseguiu falar, mas a voz passou longe da firmeza que ela forçou a transparecer. Draco respirou firme, sentindo que os seus pulmões doerem. Mas ele sabia que a dor não era exatamente nos pulmões, e sim em um local entre eles...

– Olha, Hermione...

– Não fala nada agora, Malfoy, só vai piorar as coisas! – e ele não insistiu, sabendo que não havia explicação no mínimo razoável para aquele momento – E, por favor, só volte a falar comigo quando souber a razão do seu ataque e tiver uma explicação sensata para me dar.


Hermione saiu correndo assim que pôde sentir de volta as suas pernas. Ele era mesmo assim, tinha o dom de machucar quando queria, da forma que queria. Ela limpou com raiva as lágrimas que continuavam a descer dos olhos, que insistiam, mesmo contra a sua vontade, em fazer o mesmo caminho das outras. Dava ódio de si mesma saber que ainda havia ficado feliz por ele, e isso ela sabia, agora mais do que nunca, ele não merecia.

Draco continuou no mesmo lugar, olhando o caminho que Hermione havia feito para fugir dele, sentindo a respiração falha e a mente dar milhões de voltas, sem ainda perceber os alunos correndo desesperados para dento do Castelo tentando se esconder da chuva que começava a cair. Ainda não entendia a razão do próprio show de histerismo, e, agora ele admitia, talvez Hermione estivesse mesmo certa quando lhe disse que era bobo e ciumento. Agora ele sentia os pingos de chuva cair sobre si, lhe alertando que ele estava sozinho. Sua mãe havia lhe dito uma vez que a chuva lavava a alma e deixava as pessoas mais leves, mas não era assim que ele se sentia. Precisava falar com Hermione, mas odiava explicar suas atitudes, sempre fora assim. Mas sabia que tinha um débito com ela, e isso era outra coisa que ele não esquecia.

Ele foi caminhando lentamente para dentro do Castelo, sem se importar com a roupa encharcada, ainda com as próprias palavras martelando o seu cérebro, tornando a sua respiração a cada momento mais dolorida, pesada. Draco não sabia exatamente o que fazer ou como fazer, mas precisava reverter aquela situação, e rápido.





N/A: Olá pessoas!! Bem, antes de tudo, esse capítulo eu queria oferecer para a Monalisa Mayfair, dona da fic A Sala Dos Desejos Negados (cujo link está no cap. anterior), pelo carinho que ela tem para comigo e com a fic, e para a Thaís potter Malfoy, que escreve uma das fics que eu mais sou viciada: Me Lembre De Não Esquecer Que Te Amo (http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=7142). Vamos atualizar, migaa!! (a suja falando da mal lavada huahauhu...)

Para quem não se situou, esse capítulo se passa uma semana após o anterior!! (só pra desencargo de consciência mesmo!)

Bem, acho que eu também tenho que agradecer ao carinho de vocês, e à paciência também!! Esse capítulo demorou mais do que eu tinha previsto porque eu não estava encontrando tempo para terminá-lo. Cheguei de viajem no fim da semana anterior, demorei um pouquinho para entrar em órbita aqui, e tive que terminar as traduções que eu estava fazendo. Eu terminei esse capítuo ontem à noite porque tive que usar o fim de semana para espairecer. Então já peço desculpas adiantadas pelo jogo de Quadriboll totalmente sem emoção e pelos eventuais erros. Estou postando o capítulo aqui na pressa porque terei que sair daqui à meia hora para tentar resgatar o pouco da vida social que me resta, que já anda muito acabada. Ah, e muito obrigada também à hgranger pelos lindos e-mails!! :)


**Meu novo profile no orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=9189381484954562804

**A fic tá com uma comu no kukut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=30952521

**Indicação de fics:
Contratempos
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=9021
É uma fic D/Hr/H da Hermione Malfoy Potter que a hgranger me indicou. Achei bastante interessante, e espero que vocês também achem.

*Atração*
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=16907
É uma D/Hr da Debyh Wood. Simplesmente um arraso!!

**Tem dois vídeos que eu achei no Youtube e ri muito. Eles mostram a Hermione como uma verdadeira maneater (devoradora de homens huahua), eu não resisti e vou colocar os links aqui: http://www.youtube.com/watch?v=2sYxsvRwgP0 http://www.youtube.com/watch?v=SU3rCU6Wczw (esse aqui é bem legal!!)

**A idéia dos diálogos entre a Luna e a profª McGonnagall durante a narração do jogo veio da fic da Thaís: Me lembre de não esquecer que te amo (link acima).

**As músicas da Luna e da Gina fazem parte do álbum do filme Get Over It (Volta Por Cima). É uma comédia romântica simples, mas bem divertida, que pra mim tem o melhor álbum de todos os tempos. Eu traduzi essas músicas também ontem à noite, então se a tradução estiver muito ralada é só me avisarem, ok? Sintam-se à vontade para me corrigir.

 The Girl Inside – Kirsten Dunst: É uma música bem fofinha, na minha opinião. (Tem um vídeo R/Hr no youtube que é uma fofura!! http://www.youtube.com/watch?v=iWIMUzeJm2Q)



Obs: Depois de apertarem play, apertem pause de novo para carregar, e tornem a apertar play.

Everyone tells me that I'm not in fashion
I don't look like the girls in the magazines
They may be hidden, but I've got my passions
I just don't parade around like some homecoming queen

Take a look here I am, can't you see
One simple smile from you could set me free
So if you take a look let your heart be your guide
I'll show you love if you take a look at the girl inside


 I’ll Never Fall In Love Again – Splitsville: Essa música foi minha filosofia de vida durante algum tempo. Muito comédia!! (Eu peguei só um trecho)
http://www.youtube.com/watch?v=WvOmijSRGsk (Foi o único vídeo que eu achei da música)

What do you get when you kiss a girl?
You get enough germs to catch pneumonia.
After you do, he'll never phone you.
I'll never fall in love again.
I'll never fall in love again.

Don't tell me what is all about,
'Cause I've been there and I'm glad I'm out,
Out of those chains, those chains that bind you
That is why I'm here to remind you

What do you get when you fall in love?
You only get lies and pain and sorrow.
So, for at least until tomorrow,
I'll never fall in love again!
I'll never fall in love again!


**E finalmente vamos aos coments!!! Eu consegui respondê-los dessa vez, e me desculpem pelas respostas serem meio tosquinhas, vocês já sabem a razão!!

Carla Ligia Ferreira: Muito obrigada por ter comentado!! ;) Eu também espero que a action volte logo e que eles se agarrem de vez!! Huahuahuahua...

♥ Lah Malfoy ♥: Tipo, obrigada meeesmo pelo seu comentário. Fico bastante contente em saber que gosta do Ricky, afinal, eu também!! Huahuahuauhh... Só não decidi ainda se é só do Ricky mesmo, sabe? Com uma escola comoaquela recheada de coisas boas... Huahuhauuha (traduz-se coisas boas como: Harry, Rony, Draco e cia.) Obrigada por ter comentado, viu?

Jacque Malfoy: Olá, Jacque!!! Como sempre deixando a sua marquinha aqui!! :) O capítulo passado sem dúvida foi pra você, mas eu passei por lá e tinha esquecido de colocar isso na N/A (eu postei o outro numa correria sem fim), mas já coloquei lá!! Poxa, estou aqui morrendo de inveja sua pelo show do Simple Plan!! Aii, como eu queria também estar lá e dizer “Pierre, I love you!!” Huhuhauhuahuah... Olha que é uma inveja saudável, ok?? Muito obrigada pelo seu comentário!!

LenaRadcliffe♥: Olá, Lena!! Nossa, muito obrigada pelo seu comentário, viu?? Fico bastante contente em saber que gosta da fic!! E 1000 desculpas pelo atraso da atualização, mas espero que tenha gostado desse capítulo!! ;*

Lola_pottermaniaca: Olá, Lola!! Bem, eu acho que, assim como você, nós sabemos pelas loucuras que a Mione passa, e infelizmente eu também não tenho nenhum loiro gostoso pra me dar o ombro pra chorar!! Huhauahua... Isso é injusto, não acha?? Bem, obrigada pelo seu comentário e mais uma vez obrigada pela comu!! :)

Monalisa Mayfair: Nuss, eu fiquei muito feliz com o seu comet, sem noção!! Não só com o seu coment como também pela sua fic!! Sério, eu estou gostando bastante dela, na verdade, delas. Super show a sua short “Talento”, fiquei totalmente sem palavras. E eu aguardarei ansiosíssima pelas suas próximas atualizações, que são sempre ótimas!! Obrigada pelo seu comentário!!

Miss Padfoot: Oi, Miss! Obrigada por ter comentado!! Fico super contente que goste da fic, muito mesmo!! Espero que goste desse capítulo aqui também!!

Minne Malfoy: Nossa, que comentário mais perfeitoooso!! :) Se você quiser eu te empresto o Harryzito, mas é só um pouquinho viu? Depois ele tem que vim pra casa!!! Huhaauhuahu... Ok, ok... a gente pode sonhar, não pode?? Eu também divido a mesma opinião que a sua, o Draco todo fofinho deixa ele bem mais foda!! Huahuuha... e gostoso, vamos combinar!! Bem, eu gosto muito do casal RHr, mas eu acho que vou dar pó-de-flu pra tia JK cheiar prar ver se o Draco fica com a Mione no final!! Ahhhh, tem que sonhar... Anyway, amei o coment e obrigada por sempre passar por aqui!! Espero que goste desse capítulo!! :)

Mary Ann: Comentário show o seu!! Eu me matei de rir aqui com o seu primeiro porre! Acho que, no geral, é sempre mico, o meu foi simplesmente terrível!! Huahuhahua... Sério, fiz tanta merda e falei tanta merda que no outro dia eu quis sumir. Cara, mas eu lembro com carinho dele, sabe como é, o primeiro a gente nunca esquece, e o meu nem com muito esforço eu vou esquecer dos garotos que eu assediei!! Huahuahhauh... E a frase que você colocou é totalmente perfeita para D/Hr, apoiada totalmente!! Obrigada por ter comentado, viu? E espero que goste desse cap!!

taaa_hp: Poxa, fico muito feliz que tenha gostado do capítulo anterior!! E muito obrigada mesmo por ter coemntado, ok?? :)

Thaís Potter Malfoy: E aí, mulheeeeerrr!! Nossa, você quase matou uma leitora aqui!! Olha que se eu fosse parar em um psicólogo eu ia te mandar a conta, viu?? Huauahuahua... Me esbaldei no seu último capítulo, e espero que você atualize lá também senão vai me deixar na ansiedade nos fds!! Amei o seu coment, viu?? E o Harry está nada mais nada menos enxergando um pouquinho do que a miopia dele não deixa!! Huhauhauua... É, acho que o Draquinho não vai gostar muito não!! Hehe!! Obrigada mesmo por ter deixado um review, ok?? E tomara que goste desse cap!!

Malu Chan: Oi, Malu!! Poxa, fico mega feliz que esteja gostando da fic, muito feliz mesmo!! O Draquinho é fofinho, não é? Vamos combinar!! Huahuahua... Aiai, infelizmente a gente só pode admirar de longe!! Ô, mundo injusto esse!! Anyway, obrigada pelo coment, viu? Tomara que goste desse cap!

Priscila Farah: Olá, xará!! Que bom que gostou do outro capítulo!! O Rony é realmente bem exagerado... huiahuiahuia... Mas vamos ver como é que o Draco e a Mione vão se sair mais pra frente, e, dessa vez, sem os escândalos do Ron!! Hhauhuahuah... Obrigada pelo seu comentário!

Bella Malfoy: Cara, fico mega feliz que tenha gostado do capítulo anterior! O Rony é muito exagerado, não é?? Huahuhauhau... Tomara que goste desse cap!! Obrigada por ter coemntado!

B. Black: Fiquei muito feliz com os seus elogios, ainda mais de uma pessoa que esceve tão bem quanto você! Fico bastante contente em saber que o outro capítulo tenha te agradado, e fico mais conetente ainda por etr comentado!! Obrigada! :)

Licca_Weasley_Malfoy: Que bom que gostou do capítulo anterior, e sinto muito mesmo pela falta da “action” entre eles. Mas ela não vai demorar muito a voltar, espero! E já fico bastante feliz pelo seu comentário!! :)

s2• ♥*KARYNA_DRACO*♥• s2: Nuss, comentário perfeitoso!! :) Eu tô sabendo como é esse lance de não poder ficar na net muito tempo, pode acreditar que eu passo pela mesma situação que a sua!! :( Fico feliz que o outro capítulo tenha te agradado!! Ah, conefesso que não sou fã de RBD, mas a tradução daquela música que você colocou estava muito perfeita! Me lembrou muito o shipper D/Hr!! Obrigada pelo seu review, e tomara que goste desse capítulo também!!

Christine Martins: Obrigada pelo seu comentário!! ^^ E, sim, o Harryzito está meio estraninhoo!! o.O Espero que goste desse capítulo!

Debyh Wood: Finalmente uma pessoa que concorda comigo: trabalhar com os pais é trabalho escravo!! Hehehe... Eles às vezes perdem a noção de abuso!! Bem, mudando de assunto: obrigada pelo seu comentário, viu?? Espero que goste desse capítulo!

Vanessa Lupin (Eámanë of Dorthonion): Olá!! Poxa, fico bastante contente que esteja gostando da fic, e espero ansiosamente que tenha gostado desse capítulo! Obrigada pelo coment!

Hermione J. Granger: Que bom que gostou da ressaca! Huahuahua... Sem dúvida a única que foi melhor que a bebedeira! Tbm, com um loiro lindo te consolando como não seria melhor?? Huahuahua... Tadinha da Mi, 1° porre é sempre = a mico!! O da Mione foi inspirado em uma colega minha de escola (a coitada foi zuada o ano todo), pq o meu foi muito kingkong!! Huahahua... Obrigada pelo seu revieww, fico bastante contente!! E é isso aí: saúde ao primeiro porre! Também te doluuu!! P.s.: esperando por atualização na sua fic!!

Anna fletcher: Oi, migaa!! Eu concordo plenamente contigo: essa é a ressaca que todo mundo queria!! Fala sério, um loiro gostoso te acalmando é o tipo de ressaca idealizada por qualquer garota!! Huahuahuau.... Obrigada por ter comentado, viu? Espero que goste desse cap aqui!!

LuanaH²: Oiee!! Comentário perfeito, como sempre!! Simplesmente adoro quando você deixa a sua marquinha por aqui!! :) Vamos combinar que eu também queria ter essa sorte da Mione, e ainda mais ser consolada por um loiro fofinho fofiiinho!! Ahhh... quem dera... Eu também acho que todos os desenhos que você citou afzem parte da infância de qualquer um, mas que essa repetição é chata, isso é!! ¬¬º Sabe, eu ainda não tenho muita idéia de uma carreira profissional. É incrível como antes eu sempre tive meus objetivos muito claros em mente, mas agora tudo tá parecendo tão errado. Isso é mau de maioridade, entende? Eu vou tentar pra administração agora, mas ainda não sei se é isso mesmo o que eu quero! Acho que você entende essa maluquice, não é? Vc já sabe para o que vai prestar no vestiba?? Bem, espero que sim pq dúvida é sempre muito cruel!! ¬¬ E eu tbm concordo quanto ao fato de elr e escrever fanfics. Isso realmente ajuda bastante, devo confessar. Até mesmo para o uso da vírgula, que, no começo dessa fic, eu tinha uma briga cruel com ela!! Huahuahuhauh... Anyway, adorei mesmo o seu comentário, sempre me deixa bastante feliz, e desculpas pela demora da atualização!! Espero que tenha gostado dessee capítulo!!! ;*

Hanna Black Malfoy: Oie, Hanna!! Estava sentindo saudades dos seus comentários!! :) E voltou com força total, hein?? Huahuahua... Fiquei bastante contente por saber que os outros capítulos te agradaram. Eu ri muito aqui com o seu coment... detonando os estoques de maionese... Huahuahuahuha... doidera!! E eu também concordo contigo: Harryzito, meu bem a fila anda, tá?? Huahuahua... É uma pena que anos de miopia não nos deixe notar muitas coisas... Aiaiai, eu acho que sou eu que estou agora viajando na maionese!! ¬¬ Tipo, eu me identifiquei muito com a sua fic (pelo menos com o 1º cap!!!), e já estou ansiosa pelos outros!! Olha, que assim que eu tiver tempo de novo na vida e voltar a respirar ar puro, eu vou te encher de ATUALIZA!! Ok?? E trate logo dona Hanna de atualizar a sua fic pq vc já me deixou curiosa!! Obrigada mesmo pelo seu comentário!! E tomara que goste desse capítulo! :)

Tanne: Hey, Tanne!! Cara, mal mesmo pela atualização atrasada! Eu espero que entenda. Bem, mudando de assunto, amei o seu coment, como sempre!! Ah, não se preocupe muito quanto ao Harry. Sabe, eu sou muito vingativa quanto a esse quesito por experiência própria, tipo, é péssimo você passar a sua infância toda apaixonada pelo seu amigo e o desgraçado ainda vem sempre te pedir conselhos amorosos. Sério, isso é pior que facada no estômago! E, digamos que, a fila anda, não é?? Huhahuahuah... Anyway, fico muito contente que tenha gostado do capítulo anterior, e tomara que goste desse também!! Obrigada por ter comentado!!!

***Pah Potter***: Olá! Fico feliz que o capítulo anterior tenha te agradado, tomara que esse aqui também! Obrigada por comentar! :)

Tamirez Scalzone: Nuss, que comentários mais perfects!! Bem, obrigada mesmo pelos elogios, me deixaram muito contente!! Sabe, R/Hr também é minha segunda paixão (depois de D/Hr, de Sírius/Hr e antes de H/H, que eu tbm gosto bastante), e eu tbm li uma fic deles que me deixou chorando feito uma pata aqui, e eu até usei o título da fic para o título do livro que eles estão lendo nessa fic. Chorei pacas! Eu agora voltei a ler uma D/G, que é muito boa. Eu nunca fui fã desse shipper, principalmente depois que eu li uma fic deles que me deixou chorando por uma semana, aí traumatizei completo... huahauahuhu... Bem, mudando de assunto, obrigada pelo seu coemntário e tomara que esse capítulo te agrade!! :)

Carol Souza Potter Radcliffe: Oi, Carol! Que bom que gostou do outro capítulo! Ah, não se preocupe se achar a minha fic doida, ou até eu mesmo, mas, como as minhas amigas sempre me dizem, eu sou meio louca mesmo, entende? Então a fic acaba ficando do mesmo jeito que eu! Huahuahua... Eu não esotu mesmo entrando muito no msn, quase não dá mais tempo. Mas, assim que eu me livrar de vestibular e essas coisas, eu entrarei mais vezes no msn, e espero te ver por lá! :) Obrigada por ter comentado!

Dyone Smith: Oi! Obrigada por ter deixado o seu comentário, isso me deixou bastante feliz!! Bem, espero que goste desse capítulo aqui! :) Estou ansiosa pelo próximo capítulo da sua fic!!!

Raísa de Almeida Souza: Fico mega contente que tenha gostado do capítulo anterior! Espero de verdade que goste desse aqui também!! ;)

Lalah Evans Potter Lupin Black: Como estão as coisas por aí?? Bem, espero que esteja tudo bem. Eu imagino a cena da sua escola, sério!! Eu também ri aqui imaginando isso! Fico muito feliz que tenha gostado do outro cap, e espero que goste desse também!! Obrigada pleo seu comentário!! Au revoir (foi péssimo, eu sei!! Huhauahuh..)

miione_: Olááá!! Nossa, fico muito feliz com os seus elogios, muito mesmo!! :) Bem, espero ansiosamente que tenha gostado desse capítulo!! Obrigada pelo comentário!

Maysa_Black_Malfoy: Oi!! Bom, espero que tenha dado tudo certo pra vc colocar a capa viu?? Qualquer coisa vc fala comigo! :)

Pontas Dolls Potter: Olá! Nossa, fiquei muito contente com o seu comentário, sério mesmo! Afinal, você é dona de uma das fics D/Hr que eu mais gosto, e que sou completamente viciada. Eu só deixei um coment xoxo lá por causa do meu amiguinho chamado “tempo”, mas eu simplesmente me viciei nela, tudo de bom!! Bem, obrigada pelo seu comentário, e pelos elogios e por me dizer que vai ter muito chororô... huahuahua... Espero que goste desse capítulo. ;)



Bom, obrigada novamente ao carinho de todas vocês!! Um beijo e até o capítulo 14!! ;*


Srta. Granger Malfoy

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.