Ações e Conseqüências



N.A.: Não, não é miragem! Eu atualizei!!!!

Gabriela Twilight: A Bella é surpreendente, não? Sabe que eu também estou ansiosa pra saber o que vai acontecer no final? *sem idéia nenhuma de como vai terminar* Espero que você goste do 3 também! Beijos!

Ana Hel Bla¢k: Obrigada! Também achei que essa short tá ficando legal (pelo menos o mais legal que a minha capacidade limitada pode criar), e está saindo mais ou menos como eu queria. O terceiro capítulo também tem um pouco de suspense. Tomara que você goste! Valeu!

Ana Bolena Black: Tudo acontece nesse mundo de HP... Até o Remus virar refém da Bella. Mas, às vezes, entre reféns e seqüestrados, se desenvolve uma relação de amizade... ou até mais... *risadinha* O três já tá no ar, espero que você goste como gostou de "Os Outros"! Obrigada!

Ana Carolina_Patil: Que bom que você gostou tanto do segundo capítulo que ficou até as duas horas lendo! Você não sabe como me deixa motivada com os comentários! Valeu!

Capítulo 3: Ações e Conseqüências



Se maldizendo por não ter pensado que algo assim poderia acontecer, Remus fechou os olhos para não ver a hora em que as maldições Avada Kedavra cortariam o ar e os acertariam em cheio.

Mas essa hora não chegou. Pelo contrário, o que chegou foi apenas a voz de Robards, grave:

— LARGUE O HOMEM, LESTRANGE! OU VAI SE ARREPENDER!

“Não sabem quem eu sou”, constatou com um sorrisinho. E, assim, quase estrangulado, viu Bellatrix apanhar a varinha, apontar para a própria garganta e gritar: “Sonorus!”

— EU TENHO UM REFÉM AQUI! EU JURO QUE VOU MATÁ-LO SE VOCÊS COMEÇAREM A DIZER O “A” DA MALDIÇÃO!

Remus suspirou. “Você pode pensar que está no fundo do poço, mas sempre dá pra cavar mais um pouco.”

— SEJA RAZOÁVEL!!

— RAZOÁVEL VOCÊS VÃO VER! EU VOU ESTABELECER ALGUMAS CONDIÇÕES, E OU VOCÊS ATENDEM OU EU FAÇO QUE NEM EU FIZ COM O LONGBOTTOM!!

Foi quando o licantropo sentiu a primeira das muitas pontadas de raiva
que sentiria naquela noite. Frank Longbottom. Frank Longbottom era um dos muitos motivos pelos quais ele podia odiar Bellatrix — Frank era gentil, delicado e incapaz de fazer mal a quem quer que fosse. E tinha enlouquecido — nas mãos dela.

— Desgraçada… — primeiro sussurrou. — DESGRAÇADA!!! — gritou, tentando se libertar do aperto no pescoço, sentindo o ar lhe faltar.

— SOLTE ELE, LESTRANGE!!! — gritou Robards, ouvindo brevemente aquele grito, embora sem distinguir as palavras.

Tonks, porém, ali, parada, ouviu o grito e paralisou-se de terror.

Bellatrix fez que não ouviu, encostando no pescoço de Remus e produzindo uma moleza instantânea que lhe afrouxou os membros. Ele não conseguiu mais erguer os braços e escorregou ao chão.

— VOCÊ O MATOU? — gritou Robards, ao ver que o vulto castanho saía de vista. — VOCÊ O MATOU, LESTRANGE?

— NÃO, SÓ O FIZ DESMAIAR! MAS POSSO FAZER MUITO PIOR!!!

— SOLTE-O! VOCÊ NÃO GANHARÁ NADA COM ISSO!

— OU VOCÊS ME ATENDEM OU ELE MORRE!

E saiu da janela. Ela tinha prática. Ela sabia que era necessário que eles pensassem um pouco, que se decidissem, antes de atendê-la. E sua única chance era tirar proveito da situação.




— Era ele! — gritou Tonks. — Oh, céus, é ele, ela está ameaçando ele lá dentro!

— Ele quem, Srta. Tonks? — disse Robards, que provavelmente já se esquecera de tudo sobre o lobisomem.

— Era Remus! Kingsley, você viu, não viu? Era Remus!

Kingsley confirmou a cabeça.

— Pouco ouvi das palavras, mas o tom da voz era de Remus Lupin. É ele o refém que Bellatrix Lestrange mantém preso.

— É nisso que dá as pessoas quererem se vingar por suas próprias mãos — disse Dawlish, um dos aurores presentes, com um suspiro.

Tonks olhou para Kingsley com os olhos rasos de lágrimas.

— Não podemos sacrificar a vida dele — sussurrou.

— Concordo com Tonks — disse Kingsley audivelmente. — Não podemos jogar com a vida de Lupin.

— Ah, mesmo assim, é só um lobisomem — disse Williamson, ao lado de Dawlish.

Quando percebeu o que o atingiu Tonks já erguia a mão para novo tapa, este contido a tempo por Dawlish.

— Nunca… mais… diga isso — vociferou. — Você… vocês… pessoas como você… que o fazem sofrer…

— Tonks, calma — disse Kingsley, olhando para o chocado Williamson. — Nós vamos resgatar Lupin.

Agora as lágrimas já traçavam caminho na face rosada da garota.

— Você não entende que não adianta o que dermos a ela, ela vai matar o Remus? Ela precisa disso…

— Vamos resgatá-lo — repetiu Kingsley. — Robards, você, Williamson e outros aurores poderiam ficar aqui para entreter Bellatrix. Enquanto isso, um grupo menor se encarregaria de entrar na Mansão Malfoy pelos fundos.

— Eu dou as ordens por aqui, Shacklebolt — disse Robards rispidamente.

Todos os aurores se inclinaram próximos a Robards para ouvir; o homem corou, e disse sem graça:

— Tá, façam o que ele disse. Quem se destaca?

Kingsley apenas deu um passo a frente, a determinação calculada e extremamente precisa brilhando em seus olhos negros. Dawlish, que achava muito bom trabalhar com Kingsley, visto que ele era paciente e profissional, ergueu a mão. E, para surpresa de todos menos o membro da Ordem da Fênix, Tonks também ergueu a mão.

— Eh… Srta. Tonks, creio que não seria aconselhável a senhorita ir, sabe, está muito nervosa… — disse Robards, com ares de quem não quer nada.

— Se eu não for, eu não vou conseguir ficar em paz — disse Tonks com uma determinação que não era comum. Kingsley só ouvira ela usar aquele tom uma vez; quando ele a aconselhara a esquecer Remus, e ela lhe respondera que iria até o inferno por ele.

— Então… Bem, está bem, Srta. Tonks — disse Robards com ar de “fazer o quê”. — Vá. Mas, vocês três, tomem muito cuidado. Em hipótese alguma ela pode perceber que vocês estão lá.

— E a Mansão Malfoy é traiçoeira — lembrou alguém. — Já estive numa batida aqui com Arthur Weasley. É de dar medo.

— Tomaremos cuidado — disse Kingsley, e ninguém pôde duvidar daquelas palavras cheias de seriedade.

E, andando juntos como se estivessem caminhando até o umbral do inferno, Kingsley, Dawlish e Tonks se afastaram. E, na situação atual, a Mansão Malfoy bem que poderia ser considerada o inferno.




Na Knockturn Alley, um homenzinho magro e de aspecto ratinheiro virava a cabeça de um lado para o outro com seus olhinhos negros e miúdos. Só Merlin sabia como é que ele tinha se livrado de uma trupe de aurores, fugira do Ministério e agora tinha se enfiado no reduto das Artes das Trevas em plena guerra contra Voldemort.

E nenhum dos passantes nem sequer se perturbou quando uma mão poderosa prensou o homenzinho junto à parede; e ninguém nem sequer ouviu seu guincho estrangulado enquanto ele fitava os olhos frios de Rodolphus Lestrange.

— OK, Will. Você agora vai me passar o serviço — disse o Comensal, o maxilar cerrado.

— Que serviço? — guinchou Will. — Por favor, Lestrange, não sou Comensal nem nada assim…

A mão forte de Rodolphus encontrou a garganta de Will; e, dentro em pouco, o homenzinho já guinchava de falta de ar.

— Eu… lambo os seus… sapatos… mas… me solta!… — gemeu o marginal.

— Eu não quero que lamba os meus sapatos — disse Rodolphus, venenosamente. — Eu tenho algumas fontes no Ministério que me informaram que você andou por lá no Quartel-General dos Aurores…

— Aquilo!… A fonte, você… quer saber?… Eu posso… te dizer quem… era o duende!… — ofegou o outro.

— Tô pouco me lixando para sua fonte. Eu quero saber onde está o lobisomem.

— O quê?

— O lobisomem. Eu — quero — saber — onde — está — o — lobisomem.

Will tentou se livrar do aperto. Aquele maldito Lupin já lhe dera problemas demais. Não importava qual fosse a maldita matilha com a qual ele vivia, aquilo já estava indo muito longe!

— Ele foi… pra… Wiltshire… atrás da… sua esposa.

A mão de Rodolphus afrouxou um pouco a pressão no pescoço do outro, que respirou fundo como se tivesse medo de que o Comensal tentasse estrangulá-lo novamente.

— Atrás de Bellatrix?… — sussurrou Rodolphus.

— Sim, atrás de Bellatrix… — confirmou Will. — Ele andou vários dias oferecendo dinheiro por informações do paradeiro dela. Um amigo meu fez a ligação e eu dei a informação. Ele foi atrás de Bellatrix em Wiltshire… E eu ouvi dizer por aí que ela também estava atrás do paradeiro dele.

Rodolphus nada disse, abandonando o homenzinho na parede; os olhos perdidos em algum canto sombrio de sua mente.

— Você me paga, Bellatrix…

— Se vai a Wiltshire, melhor tomar cuidado — disse Will como quem não quer nada. — Tirando uns cinco aurores em que eu passei a perna, o quartel inteiro tá lá montando guarda. Sua esposa não escapa tão fácil.

— Bellatrix tem milhares de truques nas mangas — disse Rodolphus seriamente. — Se ela realmente quiser, vai escapar. Mas eu não vou deixar com que ela escape.

E aparatou. Talvez fosse só impressão do homenzinho, mas ele viu o brilho de uma faca cortar o ar quando o Comensal desapareceu.




Bellatrix arrastou Remus até o sofá. Estava com raiva.

— Estou no mato sem cachorro — queixou-se. — Ninguém vai vir aqui me ajudar.

— As pessoas apenas pagam o preço de suas ações — disse Remus, tentando inutilmente erguer os braços.

— Cala a boca — disse Bella rispidamente.

— Não estou falando de você. Estava falando de mim. — ele deu um largo suspiro. — Entrei nessa sem nem pensar em como fazer, ou no que fazer, e estou pagando o preço dos meus atos.

Foi o suficiente para que Bellatrix despertasse dos seus pensamentos e olhasse para Remus.

— Você já sofreu muito — não era uma pergunta e nem uma afirmação.

— Já.

— Você perdeu todos os seus amigos.

— Sim.

— E você… continua calmo. E falando filosoficamente.

— Sempre que acabar tudo, ainda quero ter dignidade — disse o licantropo seriamente. — Mesmo que até a minha vida acabe, ainda quero ter dignidade. Dignidade que, se me permite dizer, você não possui mais.

Bellatrix sorriu. Seu sorriso mais cínico:

— Você sabe que não vai sair daqui vivo, e ainda me pede permissão para dizer que eu não tenho dignidade?

Remus fez um trejeito, incapaz de mover os ombros. Ela riu:

— Bem que me disseram: cortês até o último segundo.

— Sendo eu até o último segundo — arrematou o licantropo.

— A verdade é que alguém vai sair morto daqui, Lupin, e não vou ser eu.

— E chegamos novamente à mesma questão — disse Remus com um sorriso. — Matar ou morrer. Você precisa me matar.

— Sim, preciso. Por que um maldito rato me pegou numa armadilha. E ou eu mato você ou eu mesma morro. Daqui a uma semana.

— E eu preciso matar você — disse Remus sem nem atentar para o fato consumado de que Wormtail mandara matá-lo. — Porque não consigo mais viver imaginando que você está viva, enquanto Sirius está morto. Eu preciso me vingar.

A risada fria de Bellatrix cortou o ar.

— Que divertido você é, Lupin. Com toda essa história de conseqüências,
e de cada um paga o preço do que fez, e ainda assim quer se vingar acima de tudo.

— Nem sempre se vingar é algo quente e de momento — disse Remus calmamente. — Pode ser uma raiva gelada, um ódio gelado, que se contenta em esperar apenas, se for o melhor para se atingir de modo mais completo os objetivos.

— Só que, seja fria ou seja quente, a vingança é muito doce — sorriu Bella. — E eu pensava que vingança fosse uma maldade, uma coisa ruim somente digna de sonserinos. Não sabia que grifinórios desciam do seu pedestal de nobreza para pensar em vingança.

— Talvez não desçam, geralmente. Mas eu já contive meus verdadeiros sentimentos por tanto tempo…

O rosto dele se tornou nublado, enquanto ele quase sussurrava, perdido em pensamentos:

— Já me contive quando tudo o que desejava era gritar… Já segurei as lágrimas quando tudo o que eu desejava era apenas chorar… Aquele dia, segurei Harry em meus braços quando tudo o que eu desejava era sair correndo atrás de Sirius e me lançar no véu, também. — Os olhos dele ficavam cada vez mais vermelhos. — E já continuei sozinho quando tudo o que eu queria eram os braços dela…

Ele tentou fazer um movimento. Ela viu pela sua expressão concentrada que ele queria erguer os braços. Ela sabia em quem ele estava pensando.

— Você a ama muito.

— Quando não havia mais nada, ela estava lá — ele disse apenas.

— Eu não amo ninguém. As pessoas me amam, mas eu não me digno a amar ninguém. Nem mesmo Rodolphus.

Remus a olhou longamente. Um sorriso triste se formando em seus lábios.

— Então, Bellatrix Lestrange, você é a pessoa mais infeliz da face da Terra.




— Vamos falar com ela — disse Robards para Williamson.

Este ainda balançava a cabeça.

— Vamos nos atrapalhar demais só por causa de um lobisomem, Sr. Robards? — perguntou.

— A Tonks te mataria se escutasse isso — replicou Robards.

— Mas é só um lobisomem! Um animal, pô! A gente vai ter que entrar pelos fundos da Mansão Malfoy, que todo mundo diz que tem todo tipo de coisa, só pra não arriscar a vida de um lobisomem que arrancaria sua cabeça na lua cheia sem o menor remorso?

Robards suspirou. Como resposta, apenas apontou a varinha para sua própria garganta e disse: “Sonorus.” A melhor de todas as respostas.

Ele não estava disposto a arriscar a vida de alguém. Não quando uma de suas aurores, justamente a mais jovial de todos, havia chorado pela primeira vez em que ele se lembrava. Por causa dele.

— BELLATRIX LESTRANGE! ESTÁ ME OUVINDO, BELLATRIX LESTRANGE?

Um movimento das cortinas e uma mancha negra entre as sedas brancas.

— ESTOU OUVINDO, ROBARDS! VAI ME ATENDER?!

— ONDE ESTÁ O REFÉM?

— ELE ESTÁ AQUI!

— COMO VOU SABER?!

A mancha negra desapareceu por alguns instantes. E voltou arrastando outra pessoa, de cabelos castanho-claros, quase louros, a qual prensou contra o vidro.

— ELE ESTÁ AQUI!

— E SE ESSE FOR SÓ O CORPO!

— E SE NÃO FOR? SE QUISER, EU O MATO AGORA!

Os olhos de Tonks…

— NÃO! NÃO O MATE!

— ENTÃO VÃO TER QUE ME ATENDER!

O homem mal era visível. Nem a Comensal. Eles haviam recuado para longe da mansão de Wiltshire, a fim de não assustar e incentivar Bellatrix a algum ato impensado. A uma morte.

— E QUAIS SÃO SUAS CONDIÇÕES, LESTRANGE?

A voz nada respondeu por um instante. Para depois dizer:

— TREZENTOS GALEÕES!

E apenas o silêncio ficou, deixado pelo pedido absurdo. Williamson balançou a cabeça.




— Trezentos galeões? — repetiu Remus, sendo novamente arrastado ao sofá, incapaz de se mover. — Não sabia que Comensais costumavam pedir resgates, com fortunas como a dos Malfoy à sua disposição.

— É justamente isso — disse Bellatrix com raiva na voz. — O Lorde precisa de ouro, e logo, e Narcissa fez o favor de esvaziar o seu cofre antes de fugir com o Draco.

— Será difícil você conseguir esse ouro comigo. Eu sou um lobisomem, e não tenho nem um tostão furado no bolso.

— Eu sei. Mas é ou isso ou morrer.

E ela olhou divertida para os olhos dele.

— Matar ou morrer — disseram os dois ao mesmo tempo, quase rindo.

Remus lançou um olhar pensativo à Comensal.

— Realmente, toda pessoa acata com as conseqüências de suas ações. Você está presa nesse emaranhado por culpa de suas ações.

— Pra você o mundo é todo feito de ações e conseqüências, não?

— Tudo é feito de ações e conseqüências — ele sorriu. — E só isso é real nesse mundo todo de ilusões. Aliás, quando se é como eu, você realmente tem que pensar nas conseqüências.

— E eu que pensei que todo grifinório era impulsivo.

— Sempre existem exceções para tudo e para qualquer tipo de coisa. Eu, que sempre penso nas conseqüências, deixei-me levar e aqui estou. Entre os grifinórios, conhecidos pela sua coragem, havia um covarde, e aqui estamos. Entre os Black, havia uma ovelha negra, e ela foi parar atrás de um véu.

Algo estranho brilhava naqueles olhos. E eram olhos embriagantes, como eram. Ao contrário dos cabelos castanho-claros, que tinham o cinza e o branco misturados entre si, os olhos eram incrivelmente puros. Absolutamente puros. Como pedras de âmbar faiscando ao sol. O espelho de uma alma, uma alma que muito já sofrera, mas que ainda conservava a determinação e o amor pelos mistérios do mundo.

E os pensamentos de Remus não andavam muito longe disso, fitando os olhos negros dela. “Quando você conhecer uma pessoa, primeiro a olhe nos olhos”, dissera Lily, em algum lugar, há muito, muito tempo. Talvez para uma outra pessoa. “Observe bem como é o brilho de seus olhos. Só assim você a conhecerá de verdade.”

E, mais uma vez, ele podia constatar que Lily estava certa. Os olhos de Bellatrix. Eram negros, muito negros, olhos que já tinham andado muito pelos escuros caminhos das trevas. Olhos que já tinham matado e observado a tortura com deleite. Mas, ao mesmo tempo, emanavam calor. Eram como fogo, ela era como fogo, linda demais, uma chama brilhante, mas que queima as mãos que a tocam. Quente, muito quente, ela era. E, surpreendentemente, ali no fundo daqueles olhos, havia um vestígio de um brilho. Um brilho que já fora fulgurante e resplandecente. O brilho do lado branco de todo Black.

Não sabiam se ficaram se olhando por horas, por dias, ou por séculos, naqueles poucos instantes. Só o que sabiam é que ouviram passos…

— Merda! — xingou Bellatrix, precipitando-se para o licantropo; ele pensou que era chegada a sua hora de morrer naquelas chamas, mas ela apenas o tocou com a varinha, e o seu corpo de repente recuperou a mobilidade.

Sem nem esperar que ele se acostumasse, ela o puxou pelo braço feito uma louca, quase arrastando-o escada acima. Já estavam alcançando o segundo andar quando ele ouviu um grito:

— REMUS!

Era ela?

— Tonks… — ele só pôde murmurar.

Para no segundo seguinte ser literalmente atirado contra a parede, para dentro do corredor. Tentou ir aos braços de sua ninfa, que estava ali embaixo, com aqueles cabelos castanhos — ela estava triste! —, mas Bellatrix, o fogo, parecia emanar chamas. De repente, todo o corredor do segundo andar da mansão parecia estar em chamas; era o inferno?

— FIQUEM AÍ EMBAIXO, SEUS FILHOS DA PUTA! — ela gritou.

Para depois murmurar umas palavras ininteligíveis e sair correndo para os quartos, arrastando-o junto, sem que ele nem tivesse tempo de se despedir…

— Bellatrix! — ele gritou, sentindo a segunda pontada de raiva daquela noite.

— Agora não dá pra parar! — ela gritou em resposta. — É matar ou morrer!



N.A.: Outras observações que eu esqueci de colocar:

Leaky Cauldron: Caldeirão Furado

Knockturn Alley: Travessa do Tranco

Will: Não, pessoal. Por mais incrível que se possa imaginar, o Will não é um PO. A idéia dele não foi minha. Lembra aquele amigo do Mundungus que afanou os sapos do Verruga? É o Will! Eu sei que é idiota, mas eu precisava de um marginalzinho assim, e eu achei legal a idéia de aproveitá-lo!


Quem quiser, visite:

O Perfume de um Lírio
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=13620

Incondicionalmente
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=14650

Shining Like a Diamond
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=14686

Os Outros
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=14942

Você Não me Ensinou a Te Esquecer
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=15847


Próximo capítulo: Et erunt duo in carne una

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