Meu avô



Meu avô

Parados a porta do quarto, encontrava-se o ministro da magia e mais oito aurores com varinhas em punho. O ministro estava com uma cara em que se refletia uma mescla de triunfo e surpresa. O ministro entrou no quarto, olhando para cada rosto ali presente. Após alguns minutos , o ministro se acomodou na cadeira em que Gina estava sentada antes do acidente, e mandou seis aurores se postaram dentro do quarto, enquanto os outros dois permaneceram do lado de fora para segurança, fechando a porta como lhes foi ordenado pelo ministro.

- Então? Quem vai me responder sobre o incidente de agora a pouco?

- Não há explicação ministro, disse Moddy com sua voz rouca. Pelo que parece, foi uma explosão mágica que arrebentou tudo, e uma igual que restaurou.

- Bem, quanto a isso não tenho dúvidas Alastor. O que quero saber é de onde veio esta explosão mágica que foi capaz de avariar vários objetos internos do hospital, que caso não se lembre, possui magias muito poderosas o protegendo.

- Senhor Ministro, tudo está no lugar, e Harry ainda está debilitado devido ao ataque a casa de seus tios. Deveria respeitar a saúde de um infermo. Disse Molly Weasley, indo em defesa de seu oitavo filho.

- Outra coisa que me deixa pensando bastante Molly. Como vocês conseguiram chegar a Harry antes dos meus aurores, sendo que não demoramos nem vinte minutos para chegar ao local. Será que alguém do meu pessoal enviou uma carta?

- Não senhor ministro, foi porque eu enviei uma carta. Respondeu Harry. Assim que vi que não conseguiria me defender sozinho, enviei uma carta ao professor Lupin pedindo ajuda.

- Muito bem, mas ainda não respondeu que aura era aquela, e nem de onde veio.

- Como disse a Srª Weasley, ministro, não acho legal ficar fazendo um interrogatório a um adolescente que acabou de ficar entre a vida e a morte. E quando digo legal, leve tanto no sentido literal quanto no jurídico. Disse calmamente Paolo, olhando nos olhos do ministro.

- E por acaso, você seria?

- Oh, como eu sou rude, desculpe pela minha falta de indelicadeza. – Disse Paolo, voltando ao seu jeito brincalhão, colocando uma mão na testa e ficando com uma cara de falsa lamentação – Me chamo Paolo. Paolo Chiavarrete.

Analisando bem, Harry achou que já conhecia aquele comportamento. O jeito como Paolo conversou com a Srª Weasley, e agora, o jeito como se apresentou ao ministro, não pode deixar de notar que Paolo tinha um pouco do jeito de Sirius, porém, quando falou com o ministro, revelou ser direto e calma em suas palavras, lembrando muito o velho diretor.

- Chiavarrete. Nunca ouvi seu nome aqui na Inglaterra.

- Não ouviria mesmo; eu cresci e me formei na Itália. Cheguei faz poucos dias na Inglaterra.

- E de onde conhece o Lupin?

- Como?

- Bem, o Potter disse que enviou uma carta ao Lupin, e vendo seu estado, vejo que você foi um dos que lhe foi ajudar a salvar o garoto.

- Que isso Ministro, recomeçando os interrogatórios? Disse Paolo com sua voz brincalhona, mas seu olhar dizendo para aquilo acabar por ali.

Todos acompanhavam o diálogo do ministro com o Paolo sem nem respirar. Mesmo sendo o ministro da magia, Paolo não se importava com o tom de suas palavras, era como se estivesse conversando com algum conhecido. Já para Harry, ele estava muito interessado no diálogo. Prestara bastante atenção na conversa e começou a elaborar uma série de perguntas para fazer ao Paolo, ou a qualquer um que pudesse responder suas perguntas.

- Bem, você não deve me culpar por querer saber como tudo aconteceu, não é mesmo? Afinal, eu tenho que saber, sou o ministro. Disse Rufus, dando ênfase a palavra “teho”.

- Bem senhor ministro, não lembro do ministério saber do que acontecia ou deixava de acontecer a menos de dois anos atrás.

O ministro se calou por um momento como se estivesse refletindo sobre o que fazer naquele momento.

- Bem, já vi que agora não é uma boa hora para eu conversar com o Potter. Disse o ministro se levantando e indo em direção a porta; quando estava para sair, parou no batente da porta e disse: Apesar dos pesares você terá que comparecer a uma audiência disciplinar com Amélia Bonés, chefe do Departamento de Execução das leis da Magia. Nada como a dois anos atrás, apenas para manter o protocolo mesmo. Assim que terminou de falar, saiu ladeado pelos aurores.

- Pensei que realmente ia me encrencar agora. Disse Harry, soltando o ar dos pulmões em sinal de alívio.

- Não precisa se preocupar garoto, Rufus pode ser meio cabeça dura mas é bem diferente de Cornélio. Apesar de tudo ele é um sujeito justo. Respondeu Moody.

- Bem, espero que sim. Harry deu uma pausa para respirar e continuou – O que aconteceu depois que eu desmaiei na casa dos meus tios? E Lupin, onde ele está? Está ferido? O que aconteceu aqui, que áurea é aquela de que tanto estão falando? E quem é você? Realmente? – A última pergunta foi feita olhando diretamente para Paolo.

- Quanta pergunta garoto, respira se não você vai ter um treco. Disse Paolo com seu tom brincalhão.

- Harry querido deixe as perguntas para depois, você ainda está muito fraco.

- A Srª Weasley tem razão Harry, este não é um bom momento para ficar fazendo perguntas.

- Concordo com a srta. Granger, Harry. Quando você for para a Toca, todas as suas perguntas serão respondidas.

Vendo que o garoto ia falar mais alguma coisa, Paolo emendou:

- Não se preocupe, nada será escondido de você, até porque, falta pouco para você atingir a maior idade, e você tem que saber de algumas coisas.

- “Coisas”? Como assim “coisas”? Do que você está falando? Espero que não seja nada perigoso. O Harry é só uma criança, não tem que se preocupar com nada mais do que um garoto normal da idade dele se preocupa;

A srª Weasley ia falando mais alto e mais depressa na medida em que as palavras iam saindo de sua boca. Quando terminou, o clima no quarto era tenso. A srª Weasley estava com o rosto muito vermelho, enquanto Paolo se fazia indiferente à “explosão Weasley” e Harry estava com uma cara em que dizia expressamente “EU NÃO SOU MAIS CRIANÇA E QUERO SABER DE TUDO”. Nem todos naquele quarto poderiam lhe entender; ele TEM que se preocupar com algo mais do que os outros adolescentes; ele tem que matar ou ser morto. Passado alguns segundos de silêncio, Fred começou a falar com seu jeito brincalhão:

- Por falar em coisas de garoto da sua idade.

- O que você pensa que estava fazendo com a nossa irmãzinha, hein, Sr. Potter? Terminou Jorge, no mesmo tom do irmão.

Ninguém sabia quem estava mais vermelho; se era Harry que estava parecendo um tomate de tanta vergonha, ou se era Gina, que estava a ponto de pegar a varinha de algum adulto ali e azarar os gêmeos aponto deles irem para casa em uma caixinha de fósforo, de tanta raiva que estava.

Depois de alguns segundos em que Harry pensava que, mais uma rodada de perguntas com o ministro seria bem melhor, Harry começou a tentar a formular uma resposta.

- Bem... eu... a Gina... Nós... sabe...

Paolo não agüentou o embaraço do garoto e começou a rir sem parar; Hermione ficara na dúvida entre rir da expressão que Harry fazia, ou dava uma bronca nos gêmeos pela indiscrição; acabou por dar um sorrisinho fraco em direção ao amigo. Moody e o sr. Weasley aproveitaram esse momento para conversarem alguma coisa que Molly não poderia ouvir. Já com os gêmeos e Rony não poderia ser outra coisa; eles riam mais que Paolo, e Rony já estava deitado no chão com as mãos segurando as costelas, enquanto Fred e Jorge deixavam-se cair no sofá. Harry foi poupado deste momento humilhante pela chegada da enfermeira, que disse aos visitantes que Harry precisaria ser examinado e logo após dormir, para poder repor as energias.

- Se cuide garoto. Disse Moddy.

- Tchau Harry, descanse bastante. Disse o sr. Weasley antes de bagunçar os cabelos do garoto e ir em direção a porta.

- Estremos te esperando na Toca querido. Disse a srª Weasley dando um abraço no garoto. –Durma bem e tenha bons sonhos.

- Menos com a nossa irmãzinha. Disse Fred sério.

- É, se não vamos testar umas invenções novas em você. Terminou Jorge.

Dizendo isso, os gêmeos saíram com cara séria, mas o andar dos dois, estilo “marcha”, denunciou a brincadeira.

- Os remanescentes do quarto puderam ouvir a bronca que a matriarca Weasley começava a dar nos gêmeos.

- Tchau Harry, melhore logo. Dizendo isso, Hermione deu um abraço e um beijo no rosto do amigo. Vejo-te na Toca.

- Até mais cara, em breve você estará com a gente na Toca para o casamento de Gui e Fleur. Rony deu um abraço no amigo e saiu junto com Mione.

- Este era o momento que Harry temia; ele estava sozinho com Gina no quarto, já que a enfermeira tinha ido falar com a Srª Weasley, que ainda gritava muito com os gêmeos. Foi erro tomar Gina em seus braços e beijá-la anteriormente; ele tinha terminado com ela por causa da sua missão de vida... ou de morte, sempre lembrava, mas acima de tudo, ele não poderia colocá-la em risco.

Harry estava perdido em seus pensamentos, quando um aroma floral lhe invadiu os sentidos e na mesma hora, mesmo se xingando, ele olhou para a dona daquele aroma, e se perdeu naquele lago cor de mel que eram os olhos de Gina. Enquanto um milhão de motivos para desviar o rosto lhe vinha a mente, apenas um e o mais forte lhe dizia para continuar com aquele momento: Virginia Molly Weasley era a mulher da sua vida e nem cem Voldemorts poderiam separá-los.
Gina foi se aproximando de Harry sem perder o contato visual nem por um segundo; levou sua mão direita até a testa dele e com seu dedo indicador, foi descendo ao longo da fina cicatriz em forma de raio. Depois, desceu o dedo pelo nariz do rapaz e terminou por acariciar-lhe o rosto com as costas das mãos, e presenteando o garoto com um belo sorriso.

Harry já não estava em seu juízo perfeito; quando Gina tocou-lhe a cicatriz, uma sensação muito boa instaurou-se em seu corpo. A cada momento que sua ruivinha ia passeando pelo seu rosto, era como se nada mais importasse, apenas a sensação do toque da pele dela com a sua. Se Harry estava quando perdendo o juízo enquanto Gina contornava sua cicatriz, agora que ela estava fazendo carinho em seu rosto, ele se esforçava para saber o que significa “juízo”.

Ainda sem perder o contato visual, os rostos foram se aproximando lentamente; Harry ouviu um barulho ao longe, mas isto não importava; o importante era que os lábios dos dois já estavam a menos de um dedo de distância. Estavam quase lá, quando:

- Srtª Weasley, acho que sua família está lhe esperando lá fora. Paolo estava parado na porta do banheiro, encostado no arco.

Harry tomou um susto tão grande que chegou a levantar alguns centímetros da cama com o pulo que deu. Ao contrário de antes, Gina não corou; deu um beijo na bochecha de Harry e se despediu com tchauzinho de Paolo, saindo do quarto logo depois.

- Uma bela garota a srtª Weasley. Inteligente, afiada, companheira, sensível, bem humorada, e claro, geniosa, como todo clã Weasley, mas ainda assim, uma ótima garota.

- E o que você tem com isso?

A voz de Harry saiu com um tom frio e ríspido por causa da raiva que sentia. Por duas vezes fora interrompido pelo estranho, e algo lhe dizia que as duas foram de propósito.

- Para falar a verdade nada, era apenas uma constatação sabe. Não seria legal você ficar fazendo com ela, quando já tem planos para o futuro.

- Não seria legal fazer o quê hein?

- Bem, pelo que eu saiba, e olha que eu sei de muita coisa, em breve você irá a procura das horcruxes e você não tenciona levar a jovem Weasley com você nessa caçada. Disse Paolo sério, sentando no sofá de dois lugares.

Toda a raiva e frieza abandonaram o corpo do garoto na mesma hora em que as palavras de Paolo preencheram o ambiente. A sua cabeça girava a mil. Como era possível ele saber sobre as horcruxes, sobre sua caçada, enfim, sobre tudo que ele e Dumbledore aviam descoberto e planejado. E outra coisa o incomodava; como era possível ele saber disso, se apenas Harry, Dumbledore, Hermione, Rony, e claro o próprio Voldemort sabia sobra horcruxes? Harry não conseguia pensar em nada direito, exceto, como?Como ele sabe disso?

Paolo prestava bastante atenção em Harry. Sabia que não deveria ter jogado uma bomba em cima de Harry desse jeito, mas foi melhor assim. Quanto antes ele saber, melhor pensou. Paolo estava pensando na difícil tarefa que tinha pela frente, quando a frase “como ele sabe disso” se fez ouvir.

Harry foi despertado de seu torpor momentâneo pela voz de Paolo.

- Quanto a isso, foi meu avô que me disse.

Se a cabeça de Harry era uma confusão só, agora então ele não sabia nem seu nome direito. Apenas um nome lhe veio a mente, mas isto era impossível, ele saberia. Ele teria lhe contado... ou não? Por tantas vezes não teve respostas para suas perguntas, ou então respostas enigmáticas, que tudo era possível. Meio hesitante, Harry perguntou:

- E qual era o nome de seu avô? A voz de Harry saiu meio tremida; ele não tinha certeza se gostaria de ouvir a resposta.

- Sabe Harry, me disseram que você era inteligente mas pelo visto acho que se enganaram. Não está claro para você? Meu vô era ninguém mais, ninguém menos...Que rufem os tambores – começou a brincar Paolo – o maior mago da atualidade e guardião dos descendentes da família principal, Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore.

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Pessoal ai está o 5º capítulo. Não demorou tanto quanto os outros, não é mesmo?
Espero que gostem e comentem para dizer como está. A não me matem antes dos próximos capítulos; um pouco dessa história louca vai ser revelada. Só posso prometer muitas surpresas... hsuahsua.

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