O Resgate



O Resgate

Todos estavam cansados, mas mesmo assim bebiam cada palavra dita pelo homem à frente deles. Ele possui muitas cicatrizes em seu rosto, dando-lhe um aspecto feroz; possuía apenas metade do seu nariz, e uma de suas pernas era de madeira; mas o que era mais assustador: um olho azul elétrico, que agora estava passando pelo rosto de cada um dos presentes naquela mesa de jantar.
Estava andando de um lado para o outro, fazendo barulhos secos com sua perna de madeira.
 -Então?... Entendem a gravidade do problema? - Dizia Alastor “Olho – Tonto” Moody – Há muitas maldições e azarações fortíssimas, além de poderosos rituais que na mão dele, podem vir por à baixo todo o mundo mágico e trouxa que conhecemos. Ninguém mais está seguro. Devemos trazer os principais membros da Ordem para cá e escolher um outro local para servir como uma segunda base. Devemos também dar veritasserum, a cada um que entrar nesta casa, para nos certificarmos que não é um comensal disfarçado ou traidor. Terminou de dizer Moody, cuspindo a última palavra.
 -Moody, acho que já está passando do limite. Veritasserum já é exagero; quanto a uma segunda sede, não vejo onde exista um lugar seguro o suficiente. Esta casa que nos tem sido sede por quase dois anos, conta com feitiços próprios, feitiços élficos, e também pelos moradores anteriores, e a maior proteção que lhe foi conferida: a dada por Dumbledore. Não tenho certeza se acharemos um lugar sequer parecido. – Remo Lupin aparentava estar mais velho do que no ano anterior, mas dizia essas palavras com muita firmeza na voz.
Os presentes manifestavam apoio com o decorrer de suas palavras, entre eles, Arthur Weasley, Minerva McGonagal, Quim Schacklebolt e mais meia dúzia de bruxos que estavam presentes.
 -Quanto aos seus argumentos para a nova Ordem, tenho que admitir que de fato, tem fundamento e muita verdade para não ser tratado; mas quanto a exagero, você deve me desculpar, mas não sei se você tem visto as últimas notícias, mas depois da morte de Dumbledore, Voldemort está pior do que antes. Já foram 27 mortes bruxas e 17 trouxas, além de que há relatos de pessoas terem dito que avistaram montanhas se mexendo. Não sei se você percebeu, MAS ESTAMOS EM GUERRA, E O CAOS ESTÁ SE ESPALHANDO MUITO RAPIDAMENTE, ENTÃO NÃO ME VENHA COM ESSA DE “EXAGERO”. Moody bufava muito e respirava com dificuldade.
-Moody, sei muito bem pelo período pelo qual estamos passando, mas entrar em pânico não vai adiantar nada. –Argumentou Lupin com sua voz calma de sempre.
No momento em que Moody abriu a boca para responder ao professor, uma coruja branca adentra a cozinha, deixando um pergaminho cair no meio da mesa e com uma volta graciosa, foi se encarrapitar em cima da geladeira.
“Pessoal, Harry está executando feitiços a torto e à direita. Ou ele endoidou ou está acontecendo alguma coisa mais séria. Rufus Scrinmgour está selecionando os melhores aurores e parti dentro de quinze minutos mais ou menos. Se ele botar a mão no Harry, o garoto vai estar encrencado.” Ass.: “A Dama de Rosa”.
-Dama de Rosa? O que significa isso? – Perguntava Alastor, que acaba de ler em voz alta a carta.
-É a Tonks, Moody. Eu disse a ela para se chamar assim caso ela precisasse mandar uma carta relacionada a assuntos da ordem, para caso a coruja fosse interceptada por pessoas indesejáveis, ou para crermos que as informações eram de fontes confiáveis.
- Mas Lupin, se o que está Tonks dizendo é verdade, precisamos ir correndo em socorro de Harry. -Dessa vez foi Arthur Weasley que se pronunciou.
-Mas como vamos saber se isto não é uma armadilha? E se for uma emboscada dos comensais para nos aniquilar? Não temos certeza, e de certo Harry não endoidou, e com certeza nenhum ser das trevas poderia fazer mal a harry enquanto ele estiver dentro da casa dos seus parentes trouxas até ele completar a maior idade bruxa. – Disse Alastor com sua voz agressiva.
-Caso não tenha prestado atenção em Lupin, Alastor, ele mesmo disse para Tonks se chamar assim quando o assunto fosse pertinente a ordem. E pelo que deu para entender, somente os dois sabiam deste novo “apelido” não é mesmo Lupin? – perguntou um dos novos integrantes da ordem com uma voz calma, porém fria.
-Sim, é isso mesmo. Eu achei melhor assim, para caso caísse nas mãos de um outro possível traidor. -Vamos homem, temos de ir ao encontro de Harry o quanto antes. Se o ministro chegar antes de nós, sabe-se lá o que pode acontecer. – Quim disse essa última frase com uma voz que expressava preocupação e um pouco de raiva pela atitude do companheiro em exitar ajudar Harry.
Neste momento, uma coruja branca como a neve entra como uma bala e para ao lado de Lupin. Este, no mesmo instante reconheceu Edwinges e tratou logo de desamarrar a carta que a ave trazia presa a pata. Assim que abriu o pergaminho, só havia uma única palavra: Comensais.
Antes de mesmo de Lupin falar “sais” todos já estavam se encaminhando para a saída da casa, para poderem usar uma chave de portal. Enquanto iam saindo, Moody ia dando instruções a todos sobre o que fazer assim que chegassem a Rua dos Alfeneiros. O plano era Arthur e Quin atrair os comensais para fora, assim os outros dariam cabo deles, enquanto aquele que a pouco tinha defendido Lupin, entrava e resgatava Harry. Moody, assim que chegassem em seu destino, vasculharia a vizinhança em volta para ver se teriam “companhia”; Lupin, com sua capacidade de legimência, ajudaria Moody vasculhando a mente do mesmo para poder saber a localização dos inimigos; McGonagal estaria encarregada de um “ataque surpresa”.
-Então, todos entenderam? Pois bem, só espero que Potter ainda esteja vivo.
-Alastor! – Disse McGonagal indignada.
-Portus. Disse Moody, apontando a varinha para um copo em sua mão. Quando eu disser três, todos prontos? Um, dois, três... No momento seguinte, os membros da Ordem da Fênix já estavam de varinhas em mão e já se espalhavam, formando sua estratégia de ataque.
Moody esquadrinhou em volta e localizou três sombras em pontos estratégicos. Neste momento, ele olhou para Lupin, e este, em menos de dez segundos já conhecia a localização dos malditos comensais. Moody não pode ver dentro da casa já que a mesma estava com encantada por feitiços e rituais muito fortes. Indo de acordo com o plano montado as pressas, estavam na dianteira, Arthur e Quim. Um pouco mais aberto pela esquerda, encontrava-se Dédalo Diggle e Estúrgio Podmore; pela direita, o bruxo que defendeu Lupin momentos antes; ele tinha um corpo com músculos bem trabalhados, pele morena, cabelos pretos e desarrumados, e olhos de um azul muito intenso; aparentava ter seus 40 anos, em seu rosto uma determinação jamais vista antes por alguém, uma determinação capaz de tudo para completar aquela missão com sucesso; junto com ele, vinha um outro bruxo recém integrado a Ordem, Dawlish. Mais atrás, vinha Emelina Vance, e fechando o cerco, vinha Lupin e Moody.
Arthur e Quim pararam na soleira da porta, verificando que a mesma não existia mais. Entraram em silêncio olhando em volta para ver se conseguiam localizar os comensais.

Pow.

Um barulho enorme foi olvido vindo do andar de cima, como se algo tivesse sido atirado contra uma porta, seguida de um grito de fúria:
-Eu vou matar esse pirralho quando o efeito do feitiço acabar. Disse uma Bellatriz furiosa. Imediatamente, Arthur e Quim sobem as escadas pé ante pé, sem fazer o menor ruído. Na “Dobra” do L da escada, eles avistam seis comensais de pé: dois na porta a direita, dois na porta a esquerda, e dois na porta no final do corredor. Além deles, havia um caído próximo ao último degrau. Com um aceno de concordância entre ambos, Arthur disse:
-Bellatriz, quanto tempo. Como anda seu mestre? – Ele tentou fazer sua voz sair displicente, mas na verdade, ele não estava gostando nadinha da idéia de zombar de seis comensais enfurecidos e armados, enquanto ele e Quim não poderiam se defender.
-Arthur, Quin, faz realmente muito tempo. –Disse Bella, enquanto passava as mãos pelo cabelo. –Avada Kedavra, disse Bella apontando para os dois; um jato de luz verde saiu de sua varinha errando Quim por centímetros, fazendo com que a parede acima de sua cabeça se espatifasse.
Vocês vão atrás daqueles ratos imundos, e de preferência... mate-os demoradamente –Dizia Bellatriz com sua voz maníaca, rindo alto. Neste momento, Arthur e Quim não perderam tempo; saíram em disparada escada abaixo, sentindo muitos raios voarem por cima de suas cabeças, destruindo as paredes da casa como outras coisas.
A situação no lado de fora da casa já estava sob controle. Os comensais, pensando que estariam com o ataque surpresa, vieram pra cima com tudo da ordem; péssimo engano. Assim que saíram de seus esconderijos, Moody, que estava com o olho azul virado na direção deles deu um sinal a Lupin e viraram juntos gritando ESTUPEFAÇA, acertando dois comensais diretos no peito, mas Lupin não teve tanta sorte; fora atingido por um raio roxo no braço. Quando o terceiro comensal ia dizendo Avada... uma gata cinza se transformou na experiente McGonagal, atingindo o comensal com um jato vermelho direto no meio das espáduas.
Assim que alcançaram o lado de fora da casa, viram três comensais desacordados e amarrados, e um Lupin com um braço roxo-acizentado, parecendo que estava morto.
Os comensais desciam correndo as escadas com uma vontade enorme de liquidar aqueles malditos amantes de trouxas. Estavam com tanta raiva que só perceberam a situação em que se encontravam quando já estavam do lado de fora da casa. Estavam cercados por dez bruxos, todos apontando as varinhas direto para o peito deles. Eles até que tentaram esboçar uma reação, mas os bruxos da ordem foram implacáveis: com um aceno de varinha, os comensais foram atingidos por nada mais nada menos que dez estupore.
Quando todos os comensais estavam amarrados, Moody chegou perto do bruxo encarregado de tirar Harry de lá e disse:
-Paolo, agora é com você. Arthur disse que Bellatriz Lestrange está lá dentro. Ela é muito perigosa, então tome muito cuidado. De preferência, capture-a viva, para que possamos interrogá-la.
-Mas Moody, esses já não bastam? Perguntou Paolo, como se achasse que deixar Bellatriz viva fosse um insulto.
-Ela é a comensal que mais sabe sobre os segredos de Voldemort, Paolo. Precisamos dela viva. Como eu disse, ela é muito perigosa; se você vir que não vai dar conta, saia de lá o mais depressa possível; não tivemos baixas até agora e quero que continue assim, entendeu bem? Se achar que não consegue, saia.
-Tudo bem Moody, já entendi. Mas pode deixar comigo, porque o Harry vai sair de lá do meu lado. E sem dizer mais nada, entrou na casa. Assim que adentrou a casa, jogou um feitiço escudo em cima de uma capa que acabara de retirar do bolso. Agora, só resta Bellatriz, pensou consigo mesmo.
Aquela maldita assassina; talvez eu possa extinguir sua existência e fazer o pessoal achar que não teve outro meio. Mas seus pensamentos foram para longe quando, distraidamente, acabou chutando uma das pedras que se encontrava na escada. Olhou para Bellatriz; espero que não tenha ouvido. A comensal olhou na direção em que ele estava, mas como ele estava encoberto por sua capa, ela achou que tinha sido apenas sua imaginação. Então, ele continuou subindo os degraus, um por um, e quando estava já no corredor do segundo andar, Lestrange apontou a varinha em sua direção e disse:
-Estupefaça; um jato vermelho veio na direção de Paolo, não dando tempo de se defender ou esquivar-se; foi atingido direto no peito, fazendo rodopiar no ar, conseqüentemente, deixando sua capa cair. Quando Bellatriz viu aquele homem no chão, achou que estava desmaiado, e foi andando lentamente em direção a ele. Quando ela estava a menos de três metros, ele, ainda do chão, aponta a varinha para ela e dispara:
-Expelliar... Mas antes de terminar o feitiço, Bella defendeu-se com um protejo, sendo apenas forçada a regredir alguns paços.
Vejo que sabe duelar, disse Paolo já se pondo em pé. Pelo menos terei um pouco de diversão. Espero que o Lord não sei das quantas tenha lhe ensinado mais truques além de estuporamento e protejo. Saiba que esperava por este momento há muito tempo; a assassina de Sirius Black. Não imagina como fico feliz em ser eu a te derrubar.
-Cale a boca. Quem é você para falar assim comigo, hein? Eu que sou a de mais confiança do Lord Negro. Pelo jeito deve ser outro bruxo que quer vingar a morte de meu primo... entre na fila, você não é o primeiro. Quanto a truques, eu tenho uns bons sim, gostaria de vê-los? E sem esperar resposta, agitou a varinha ferozmente, e dela saiu uma grande cobra. A cobra foi andando em direção ao bruxo em sua frente com uma expressão mortal na cara.
Assim que se encontrava em uma posição perto o suficiente, ela deu o bote. Quando a cobra estava para abocanhar seu rosto, Paolo apontou sua varinha para a cobra e disse: Vipera exumai, fazendo a cobra desaparecer em meio a uma fumaça.
-Só isso, Bella? Nem vale a pena lutar a sério com você. Ainda não entendo como Sirius pode perder para você. Você deve ter tido muita sorte. Vou te dar uma chance; lance seu melhor feitiço; se conseguir me fazer alguma coisa, lutarei a sério com você, e lhe mostrarei uma coisa nova também.

-Seu imundo, metido, você vai ver o que é bom: Sectumsempra Duo.

Paolo ainda estava falando quando teve consciência de que uma esfera maligna estava vindo em sua direção. A dor era muito grande, talvez mais do que um cruciatus lançado pelo próprio Voldemort furioso. Seu corpo saiu rodando pelo ar, indo chocar-se com extrema brutalidade contra a parede que minutos atrás tinha sido destruída por um Avada Kedavra.

Ainda consciente, porém com a voz muito fraca e cuspindo um pouco de sangue, ele disse a Bella: Parabéns, agora vou lhe mostrar uma coisa, e com um aceno de varinha, mandou de volta o mesmo feitiço, só que em intensidade maior. Antes de desfalecer, só teve tempo de lançar um patrono para avisar a ordem de que já poderiam entrar.

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