Explosão de personalidade





“Blusas listradas já me deixavam gorda, agora então...” – Resmungou Gina, olhando enojadamente para seu reflexo no espelho.

Seus dedos tamborilavam onde quer que encostassem, os pelinhos ruivos da nuca estavam eriçados desde o momento em que Miranda fechara a porta, e seus dentes rangiam a cada ruído que ela escutava.

“Dra..” – Começou, ao ouvir um rangido. Mas era apenas Bulstrode, o gato feio de Lina que havia pulado da cama.

Gina suspirou, sentando no pequeno puff em frente á penteadeira.

“Gina?” – Uma voz masculina veio da janela, fazendo com que Gina se levantasse tão depressa, que seus joelhos bateram contra a madeira da penteadeira, e ela fosse cair sentada no chão.

“Ai...” – Resmungou, levando as mãos aos quadris. Olhou para a janela, e viu a figura esbelta de Draco, num misto de risada e curiosidade á mirar, em cima de uma vassoura.

Gina se levantou e foi até ele, abrindo a janela.

“Obrigada por não me assustar, Draco.” – Disse zangada. Draco riu. “Não há de quê, ruivinha.”

A garota rolou os olhos e deu passagem para o namorado entrar, mas ele continuou lá fora.

“Eu não vou entrar.”

Que sorte, pensou Gina, Era tudo que eu queria: contar que estou grávida com Draco em cima de uma vassoura, assim, se eu tiver sorte, ele tomba de susto, cai e morre.

“E eu não subo em vassouras dos outros. A não ser que eu esteja dirigindo claro.”

Draco bufou. “Deixa de ser narcisista ruiva, o mimado aqui sou eu. Anda, sobe, não quero entrar em um dormitório de garotas.”

Gina já estava pronta para reclamar, quando sentiu Draco circular seu pulso, e a puxar para ele. No segundo seguinte, estava tentando, sem resultados, ficar imóvel no lugar.

“Vamos, Gina, eu não quero conversar aí dentro. Se formos pegos, seremos expulsos, ok?” – Draco soltou, em um tom amargurado.

Gina prensou os lábios: Se ele estava tão preocupado com isso, ela não queria nem ver o que ele faria quando soubesse do “pequeno” probleminha que eles teriam que enfrentar. Respirou fundo, e subiu no batente da janela, para sentar na vassoura com Draco.

“Me ajuda!” – Ela pediu, elevando as mãos. Draco olhou para aquela cena risonho: Gina Weasley, a garota que estava invadindo todos os seus pensamentos como uma mulher, estava sentada no batente da janela, uma expressão temerosa no rosto, as pernas balançando para fora da janela e as mãos erguidas.

Encantadora.

O garoto abaixou as mãos dela, e enquanto circulava as pernas, para evitar de cair, passou um dos braços por debaixo de seus joelhos e o outro nas suas costas.

Gina não gritou, apenas soltou uma leve exclamação, e se deixou carregar por Draco, até que ele a colocou desajeitadamente sobre a vassoura.

“Seria mais fácil você entrar e nós montarmos lá dentro.” – Gina disse, enquanto tentava achar uma posição confortável. Ela estava na frente de Draco, e não tinha muito espaço para se segurar.

“Agora já foi. Aonde vamos? Lago?”

A imagem de um Draco a afogando veio a sua mente. Gina negou.

“Perto da cabana de Hagrid está bom. Vamos!”

XxxxxxxX

Já haviam se passado meia hora. E Gina não conseguira dizer nada. Eles estavam sentados na grama, ambos nervosos, e Draco já beirava á irritação.

“E então?” – Ele perguntou, depois de alguns minutos. Gina apertou as mãos e o olhou assustada.

“Tem algo a ver com os vômitos, certo?” – A garota assentiu. “Uau, um ponto para mim. Legal, mas eu não quero brincar de adivinhar, podemos ir direto ao ponto?”

Gina quase riu. Quase.

“Dra- Draco... Não é tão fácil... Você não entende...”

Ele bufou resignado: “Claro que entendo! Se você tem alguma doença, eu posso pagar tratamento, que merda, Weasley! Porque você quer me deixar nessa aflição?”

Ele se levantou, deu um soco no ar, e virou de costas para Gina. Ela se levantou também, indo até ele, e o abraçando.

“Não é tão fácil assim, Draco... Nenhum dinheiro pode resolver os problemas nesse caso.” – Gina recostou sua cabeça nas costas largas de Draco. “Eu só quero achar as palavras certas...”

Draco se esquivou do abraço de Gina, ficando de frente á ela:

“Você... Você quer terminar?” – Draco arriscou, um sorriso nervoso em seus lábios. Ele levou a mão ao cabelo, desmanchando o penteado. “Eu não me importo! Que merda, falasse logo!”.

E dizendo isso, começou a andar, de volta ao castelo. Gina sentiu lagrimas escorrendo por seus olhos; Porque tinha que ser tão difícil?

“Draco, eu não quero terminar com você!” – Ele parou, e virou o rosto levemente para Gina. Ela sorriu. Havia conseguido para-lo.

“Eu não quero terminar... Eu não quero... Será que dá para você me escutar?” – Ela disse, enquanto andava até ele.

“Se você falasse seria mais fácil.”

Gina assentiu.

Ela não sabia o que poderia acontecer depois que falasse. Ela apenas fitava Draco. Seu Draco. Há muito tempo ele deixara de ser Malfoy, o estúpido. Há muito mais tempo do que ela pensava, ele deixara de ser o filhinho de papai mimado e arrogante de suas lembranças. Draco agora representava mais do que ela podia amar, e só naquela hora ela soube disso.

Gina fitou os olhos acinzentados confusos a mirarem de volta. Os cabelos loiros jogados para frente, desajeitadamente. A boca fina tremula e até os dedos. Os tais grandes dedos, que nunca se encaixavam com os pequenos dela.

Gina andou alguns passos, parando bem de frente á ele. Draco desceu o olhar, ainda tremulo. Achou que ela fosse estapeá-lo, ou qualquer coisa parecida, mas tudo que Gina fez foi entrelaçar seus dedos aos dele.

E foi ai que Gina percebeu: Suas mãos já se encaixavam.

E, como um sopro a duvida de seu amor com Draco continuaria igual após a noticia.

Sem pensar em mais nada, Gina ficou na pontinha dos pés, e deixou um beijo cauteloso nos lábios do garoto. Ao inicio, Draco se assustou um pouco, mas logo havia aberto a boca, dando passagem para á de Gina usurfluir da dele.

Do mesmo modo que começou, acabou. Era sempre assim entre eles. Tão breve e ao mesmo tempo tão extenso. Gina costumava dizer que seus encontros duravam tempo o bastante para se tornar inesquecível.

Draco nunca concordava.

“Você tem gosto de canela e chocolate.” – Ela disse sorrindo, ainda de encontro á boca dele. O sentiu sorrir sem nem abrir os olhos.

“E você de morango com chantili.”

A garota soltou suas mãos e as espalmou no peito coberto pelo grosso casaco da escola. Inconscientemente, o abriu e arranhou a gravata, desatando-a.

Ela nunca havia feito nada parecido... Sóbria.

Olhou para os olhos de Draco um pouco assustada, e viu que ele a olhava também. Um misto de surpresa e adoração em sua face.

Gina apertou os olhos, voltando a olhar para a gravata. Ela sabia que poderia não ter mais Draco... E mesmo que ainda não se sentisse preparada, seria importante para ela ter algo para lembrar de sua primeira... ou quase primeira vez.

Um pouco mais confiante do que antes, a ruivinha recomeçou a desatar a gravata do loiro.

E ela já estava quase terminando, quando ele segurou sua mão.

“O que...?” – Ela perguntou, mas Draco apenas a beijou.

Um beijo tímido, apenas lábios prensando lábios, e naquela hora, Gina pode sentir o quanto Draco estava sendo forte.

“Gin... Eu não quero que você... Que você faça isso porque acha que eu vou terminar com você.”

Gina arregalou os olhos. DRACO ERA LEGIMENLIS?

“Draco! Eu já disse milhões de vezes que não quero que você leia meus pensamentos...” – disse raivosa, mas ele apenas sorriu.

“Eu não li. Mas eu percebi. Gin... Me diga o que está acontecendo.”

Isso era uma ordem.

E estava na hora dela contar. Apertou os dedos contra a palma de sua mão, enquanto decidia como contar.

E, magicamente, começou a nevar.

Fraca, tênue e limpa, minúsculos flocos de neve caiam... Como uma brisa calmante.

Gina olhou para Draco, os olhos apertados de lagrimas.

“Eu estou grávida.”

E deixou-se cair. Neve flutuando até si, e Draco tentando processar a informação.

E então, começou a chorar. Desesperadamente, lágrimas rolavam soltas por sua face, inundando sua visão.

Gina escondeu o rosto com as mãos, e se apoiou sobre os joelhos.

E ficou assim, durante os próximos cinco minutos. Até que aconteceu. Draco se pronunciou.

A mesma voz rouca e arrastada que ela tanto odiara e amara, e agora hesitava.

“Madame Promfey te falou?”

“Não. Eu sumi antes que ela pudesse me examinar. Fiz um exame prático.”

Ele rolou os olhos. “E está certo?”

“Claro, é o mesmo que madame Promfey usaria.”

Draco chutou um pouco da neve que se exalara em seus sapatos.

“E o que você pretende fazer?”

Gina levantou o olhar. “Ter esse filho, claro.”

Draco assustou-se um pouco. Talvez aquela hipótese nem teria passado por sua cabeça? Gina não sabia o que achar.

“Eu realmente não acho que você precise fazer isso... Acho... Acho que eu consigo arcar com tudo sozinha. Você sabe, nos estávamos bêbados... Ninguém foi culpado de verdade... Mas ele está, comigo, dentro de mim... Então eu quero o ter, e mesmo que eu sofra com isso, eu quero.”

Draco ouviu a tudo calado, e quando a ruiva terminou, e recomeçou a chorar, ele apenas se ajoelhou na sua frente, espalmando as mãos em seus joelhos.

“Eu não estava tão bêbado. Eu sou o culpado porque não deveria ter te deixado beber, nem te levado ao meu quarto. Que merda Weasley, porque você sempre quer ser a corajosa sozinha? Eu...” – Ele engoliu em seco, procurando algo para olhar, que não fosse Gina. “Eu vou te ajudar. Eu não vou sumir... Foi... Foi minha culpa também.”

E, sem mais nem menos, com um sorriso enorme nos lábios, Gina se atirou contra ele, o abraçando pelo pescoço.

Sentiu a fragancia masculina dele com mais amor que nunca. Sentiu que não havia o perdido.

Draco deu leves palmadinhas em suas costas, ainda incerto do que acabara de fazer.

“Obrigada... Eu te amo... Muito! Você não sabe o quanto isso significa para mim...” – Ela disse, de encontro ao pescoço dele, molhando-o com suas lagrimas teimosas.

Draco sorriu tortamente.

“Eu... Eu te amo também.”

E ficaram ali, abraçados, a neve caindo enquanto suas duvidas cresciam.

XxxxxxxX

Os corredores de Hogwarts nunca pareceram tão assustadores aos olhos atentos de Gina. A ruivinha caminhava lentamente, em linha reta, a figura forte de Draco ao seu lado, seus dedos enlaçados.

Lembrar disso a fez sentir melhor.

Mas o que seria daqui em diante? Draco Malfoy nunca, em hipótese alguma, havia sido seu príncipe encantado. Não que ele não se parecesse com um, obviamente. Ele seria o mas perfeito príncipe externamente.

O problema era internamente.

“Você quer... Alguma coisa?” – Ele perguntou, meio incerto. Deveria estar achando ousadia demais andar de mãos dadas com Gina, pelos corredores.

Por dentro, tudo que Draco queria fazer era solta-la, pedir para voltarem no tempo para que esse filho não tivesse sido concebido.

Havia muitas coisas na vida de Draco que ele queria mudar. Muitas.

Mas ele sabia que ali, ele precisava ser forte. Mesmo que tudo apontasse para o lado oposto, ele teria que seguir o certo. Teria que seguir com Gina.

O único problema é se ele conseguiria.

“Não...” – Ela respondeu vagamente, para depois continuar: “Acho... Acha que teria problema eu dormir com você?”.

Draco se assustou um pouco. Gina nunca havia dormido com ele... A não ser daquela vez.

Tentou se manter indiferente.

“Acho que está O.K.”

E a garota sorriu.

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Draco arqueou uma sobrancelha, coçou levemente as costas, deixando os músculos de fora.

Gina o olhou um pouco risonha. Ver Draco daquele jeito era um pouco estranho. Pareciam um casal que estava prestes a dormir. Simplesmente.

“Acho que... Eu conjuro um saco de dormir...” – Ele falou um pouco incerto. Gina o fitou curiosa.

“Draco. Sua cama é de casal.” – Ele sorriu tortamente.

Gina apenas se levantou (ela estava acomodada na cama desde que chegara), andou até Draco, e deu um beijo estalado em sua boca. O loiro fechou os olhos instantaneamente, e já até tira esquivado a mão até a cintura da garota, por reflexo, mas logo ela havia se afastado.

Ele seguiu seus passos com os olhos; Viu a ruivinha abrir seu malão, e tirar de lá uma blusa social dele (muito cara, por sinal). E então, sem ao menos olhar para trás, foi para o banheiro e trancou a porta.

“O que...” – Draco questionou para o nada, mas ao ver a garota sair do banheiro completamente (ou não) vestida com sua camisa, entendeu.

Ela queria usa-la como... Pijama.

Ok, lhe caia quase sob os joelhos, e parecia confortável em seu corpo miúdo mas... Merlin, aquela era uma camisa social.

“O que foi?” – Ela perguntou astuta. Draco rolou os olhos. Mulheres, pensou desanimado, indo se acomodar ao lado da ruiva na cama.

Mal havia se sentado, e ela berrou:

“Você JÁ vai dormir?” – Ele apenas subiu o olhar até a garota, e assentiu. Ela soltou um muxoxo.

“Isso foi por causa de hoje, certo?”

Do que ela estava falando?

“O que?”

“Você! Não quer me beijar, porque está chateado...”

Ele sorriu. O que acontecera com Gina? Estava... Melosa. Melosa demais para Gina Weasley.

“Gina, eu só quero dormir porque hoje foi um dia cansativo. E eu achei que para você também tinha sido.”

“Mas foi.”

“Então o que você quer?”

Ela mordiscou os lábios levemente. “Nada.” – Respondeu, se aconchegando no colchão ao lado de Draco. O loiro até recomeçou a fechar os olhos, quando a ruiva se arqueeou novamente.

“Draco!”

Ele a mirou. “O que é, dessa vez?”

Ela lhe mostrou a língua, e apontou para o lugar que deveria estar deitada. “Não tem travesseiro.”

O loiro rolou os olhos. Gravidez deixava as mulheres burras?

“Conjure um!”

“Não né. Não consigo dormir com travesseiros que não tem cheirinho... É assim desde que eu era criança, sempre peguei travesseiros dos outros, porque tinha o cheirinho dos outros...”

Draco quase riu desse comentário. Gina estava grávida, mas mesmo assim conseguia ter as mesmas manias de quando era uma criança.

Ele circulou o pulso dela, e a puxou. Sem esperar por isso, a garota caiu sobre ele, os longos cabelos ruivos espalhando-se pelo peitoral de Draco.

Quase brigou com ele por tê-la puxado assim, porém, na tentativa de levantar, ela entendeu o que ele queria:

Deitada sobre seu braço, que a prendia pela cintura, ela conseguia deitar-se em Draco. Assim, teria o cheiro dele para exalar.

Sorriu vitoriosa, enquanto se acomodava melhor, e fechava os olhos.

“Boa noite.” – Sussurrou, quando o moreno apagou as luzes (um feitiço não-verbal, talvez? Ela não entendeu).

Mas ele não respondeu.

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Gina acordou sentindo dois olhos acinzentados a fitar. Espreguiçou-se manhosamente antes de abrir seus próprios olhos, e quando o fez, surpreendeu-se.

Draco estava escorado no peitoral da janela, vendo o campo lá fora. Gina conseguia ver os vestígios da neve que havia caído na noite passada. Mas o mais importante era o que estava a aproximadamente dois palmos dela:

Uma travessa de café da manhã.

“Uau...” – Ela exclamou um pouco rouca. Draco a olhou imediatamente.

“Dobby.” – Explicou rapidamente. “Parece que sabia que você estava aqui, aquele elfo. Só espero que não resolva espalhar...”.

Gina apenas assentiu, mal acreditando na sua sorte. Estava morta de fome!

Puxou a travessa para si, fiscalizando o que havia dentro. Doces, paezinhos, suco de abóbora, queijo, caramelos enjoativos, budes de unicórnio, patinhas saltitantes de coelho...

Sorriu abertamente e sussurrou:

“Obrigada.”

Draco fingiu não ler seus lábios.

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“Gina, você não cansa de ficar aí, deitada?” – Draco perguntou, olhando de relance para a ruivinha esparramada em sua cama, enquanto procurava algo em uma gaveta extremamente bagunçada da penteadeira.

Gina levantou a cabeça precariamente. “Não.” – Respondeu com simplicidade, um sorriso beirando nos lábios.

O loiro rolou os olhos, fechou a gaveta com estrondo, e abriu a próxima.

“Você tem mesmo que ir para esse treino inútil?” – Gina questionou, se sentando na cama. Draco fechou a gaveta derrotado e olhou para a namorada.

“Eu não digo que os seus treinos são inúteis. Além do mais, se a Sonserina perder seu melhor apanhador nem que por um dia, iremos ganhar uma desvantagem imensa.”

Gina deu falsas gargalhadas.

“Todos estão cheios de saber que até eu, que sou artilheira, apanho o pomo bem mais rápido que você, Draquinho.”

Ele arqueou a sobrancelha presunçosamente.

E, então, a luz:

Com passos contados, Draco andou até Gina. A ruivinha ainda o olhou um pouco nervosa, antes de se esparramar mais na cama. Porém, antes que fizesse isso, Draco espalmou seus dedos em torno do pulso da mesma, e a puxou para si.

Muito mais fraca do que ele, Gina “vuou” como se não possuísse peso algum, se chocando levemente contra o peito de Draco. O loiro riu maldosamente, enquanto alongava o braço e capturava sua luva, aquela que procurara por todas as gavetas, cômodos, e compartimentos pela ultima meia hora.

“Como você é baixa, Weasley.” – Provocou zombeteiro, girando sob os calcanhares, e rumando para o Campo de Quadribol.

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“Cara, você quase perdeu o pomo para a Lula Gigante hoje.” – Foi a primeira coisa que chegou aos ouvidos de Draco, assim que o treino da sonserina foi encerrado. O loiro olhou para o lado, e viu seu amigo: Blaise Zabini, debochar dele.

“Obrigado, Zabini.” – O outro riu ainda mais.

“Sério, o que houve?”

Draco mordiscou os lábios levemente.

Zabini era um de seus melhores amigos. Diferente de Crabbe e Goyle, que eram antas providos de cérebro, Zabini pensava, reivindicava, e mostrava sua opinião para Draco.

Mas, dentro dos possíveis, eram grandes amigos.

Do jeito sonserino de ser, claro.

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Já passava das sete horas da noite quando Draco chegou ao seu quarto de monitor, e Gina ainda estava na cama.

A ruivinha ressonava calmamente, deitada sobre os braços e uma folha de pergaminho.

Dele.

Draco riu sozinho. E andou calmamente até Gina, esperando que não a acordasse.

Era um desenho, pensou, enquanto tentava identificar as formas...

Uma cabeça... Algumas cores... Cinza... Laranja...

Mas, antes que conseguisse focalizar a imagem, os grandes olhos cor de chocolate de Gina se abriram, assustados, e a mesma puxou o papel para si assustada.

“O que foi!” – Perguntou incerta, ainda rouca devido ao sono. Draco sentou-se na pontinha da cama, estendendo a mão, mas Gina apenas recuou ainda mais.

Draco rolou os olhos, e se levantou, irritado:

“Que merda, Virginia. Será que dá para confiar em mim? Eu estou cansado! Eu mal sei o que fazer tanto quanto você, mas eu espero que você, pelo menos uma vez na sua vida, tente SE ajudar! Me dê agora esse papel e...”

Mas ele não completou a frase, porque Gina havia estendido o papel. Ele olhou para seu rosto sardento. Ela estava tentando a todo custo evitar o choro, isso era claro. Maldita ruiva orgulhosa. Porque não chorava logo de uma vez? Ela era a grávida ali, poderia colocar toda a culpa no bebe... Ou nos hormônios, Draco nunca entendera muito disso.

Ele segurou o papel entre as mãos, e viu o que eram os rabiscos:

Gina havia desenhado a forma de seus bebes. Alguns loiros, outros ruivos...

Ele ainda levantou o olhar para se desculpar, mas a ruiva não estava mais ali. Estava no banheiro.

Ele recostou o ouvido na porta, e tudo que conseguiu ouvir foram sons de pessoa vomitando.

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