Gravida



Capítulo 2 - Grávida

A enfermaria de Hogwarts nunca fora um lugar agradável para se passar o tempo. Os grandes vitrais que a rodeavam, eram quase sempre escondidos por grossas cortinas acinzentadas, com indícios de um dia terem sido brancas. As camas toscas eram organizadas em pequenos compartimentos, e a velha curandeira, Madame Promfey costumava ter sempre uma expressão horrorizada na face.

Quando Draco Malfoy havia chegado à enfermaria, uma hora da manha, trazendo uma Virginia Weasley pela mão, Madame Promfey quase teve que se beliscar, para ter certeza de que não estava sonhando acordada.

"Ela está vomitando." - O loiro explicou sério, enquanto puxava a mão da garota, fazendo com que ela se postasse mais a frente. Madame Promfey logo estava levando-a para uma cadeira. A garota se sentou no mesmo momento em que uma espécie de termômetro era enfiado em sua boca, a varinha apontada para o coração, e uma tira rodeava seu antebraço.

"Há quanto tempo você está vomitando?" - A curandeira perguntou, numa notável voz chateada. Gina rolou os olhos. "Uns dois dias.", respondeu cansada. Madame Promfey assentiu, enquanto puxava o "termômetro" de sua boca. Ela leu algo que estava escrito, e anunciou que não havia febre.

"Eu estava pensando em alguma infecção..." - Draco comentou enquanto se escorava na parede oposta, cruzando os braços. A cabeça da velha curandeira se virou tão rápido que ele se espantou que ela não tivesse saído rolando; Ela apertou os olhos, uma nítida expressão curiosa.

"E o que o senhor ainda está fazendo aqui, Malfoy? Álias, como você e a senhorita Weasley estavam juntos á essa hora?"

Draco engoliu em seco.

"Ele me viu vomitando em um dos corredores, e como monitor, deixou as diferenças de lado e me trouxe até aqui." - Gina intercedeu, um leve sorriso em seus lábios. A curandeira ainda voltou o olhar desconfiado para a ruiva.

"Ok, muito obrigada Malfoy, mas você já pode se retirar agora. Boa Noite."

Draco ainda quis argumentar, mas os lábios de Gina se curvaram em um legível "Sai fora!" mudo, e ele acabou cedendo.

Ainda olhou uma última vez para as duas dentro da enfermaria, antes de fechar a porta com estrondo, e ir para o seu quarto, sem antes amaldiçoar todas as gerações da família daquela velha metida á curandeira.

"Como o senhor Malfoy está irritante, não é?" - Madame Promfey comentou, enquanto tirava a tira de seu braço. Gina assentiu vagamente. Que entrometida! Pensou sem muita atenção.

Madame Promfey olhou o que anunciava a tira, e suspirou. "Você não tem nada aparente.", e então ela se sentou na cadeira ao seu lado, e ficou olhando para cada parte de seu corpo.

"O que é!" - Gina perguntou extasiada, enquanto coçava o pescoço nervosamente. Madame Promfey suspirou novamente. Merda, esses suspiros estavam a irritando.

"Querida, você está comendo mais do que o necessário?" , Gina negou ao mesmo tempo em que um "roinc" foi proclamado em sua barriga. Mas ela havia acabado de comer! Devia estar na TPM, era a única explicação.

A curandeira suspirou, e Gina se levantou revoltada. "Obrigada, eu já estou bem melhor! Até mais!" - Resmungou, enquanto ia em direção á porta de saída da enfermaria. Gina ainda ouviu o chamado da curandeira, mas não se importou. Draco só tinha as idéias mais erradas! Leva-la para a enfermaria só por causa de uma indigestão!

Pensando nisso, rumou enraivecida até o salão comunal da Grifinória, tendo a sorte de passar bem longe de Filch pelo caminho.

"Quando a esmola é muita, até o santo desconfia..." - Murmurou para si mesma ao entrar pelo buraco do retrato. Deixando-se esquecer disso momentaneamente, ela deu de ombros e subiu as escadas em espiral para o seu dormitório, no alto da torre, onde ela sabia: sua cama estaria lá, confortavelmente esperando por ela.

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"Gin?" - A voz de Miranda soou longe. Gina estava em mais uma entediante aula de Poções. Snape era simplesmente o cão do cão, e nunca conseguia tirar a atenção de Gina do rodapé da mesa em sua frente.

Naquela manhã ela havia acordado especialmente enjoada. Até achava que se levantar seria pior, mas assim que tomou um banho relaxante, e deu combustível ao seu estomago, ela melhorou. Prendera os cabelos eu um coque mal feito no alto da cabeça, e mal se importou com os fios que caiam-lhe sobre a face. Mesmo que Miranda dissesse constantemente que ela se assemelhava com uma elfa doméstica assim.

"Você é tão gentil, Miranda!" - Gina disse, na quinta vez que a amiga mencionara aquilo, abafando risinhos, no meio da aula de transfiguração. Miranda apenas assentiu, e voltou o olhar para a professora.

Mas Gina não se importava muito com isso. Ela sabia que não estava parecendo uma elfa-doméstica, até porque elfos não tinham cabelos.

"Virginia Weasley? Merlin chamando Virginia Weasley?" - A voz de Miranda soou mais perto dessa vez, e Gina saiu de seu transe, virando o rosto alvo para a amiga. "O que?" - Miranda deu um sorrisinho.

"Pensando no príncipe encantado, Gin?"

A ruiva rolou os olhos, "Ele está mais para cobra encantada, se quer saber...", Miranda fez uma falsa expressão aterrorizada.

"Credo, como você é má com ele, Gina..."

"Má? Outro dia ele escondeu um breu-total na minha mochila. Você não tem noção de quanto tempo eu tive que gastar limpando pergaminho por pergaminho. E depois eu que sou a má, certo?"

Miranda riu. Snape as olhou repressivamente, e ambas se endireitaram na cadeira.

Miranda e Gina sempre foram melhores amigas. Desde que a ruivinha nutria a paixão por Harry Potter até os dias atuais. Enquanto metade da escola suspirava pelas curvas do corpo moreno de Miranda, ela insistia que Gina era a garota mais bonita da escola.

Mas, Gina achava que ela só dizia isso, pela estranha adoração ao rosado de sua bochecha. Gina tinha o ano inteiro, as maças do rosto coradas. Mas isso se devia ao fato de que quando pequena, viver brincando em baixo do sol morno de fim de tarde.

"Ora, ora..." - Ele resmungou atento, andando até onde as amigas estavam sentadas. Ele espiou o livro de Gina. "Nós já estamos na página seguinte senhorita Weasley, é muito difícil você perceber isso? Acho que seus pais fizeram mal em te colocar em uma escola como Hogwarts, porque em todas as minhas aulas você está terrivelmente atrasada." - Completou venenoso. Gina rolou os olhos, virando a página bruscamente.

"Será que você poderia continuar a leitura?" Ele deu um sorriso sarcástico. Gina moveu seus olhos lentamente até o segundo parágrafo, alguém havia sussurrado que estavam ali.

"A Poção da Concepcionalidade serve para controlar o ciclo reprodutor da mulher. Ela age nos ovários, os impedindo de liberar óvulos, e assim, permitir a fecundação. Na Grã-bretanha é terminantemente proibida pelo Ministério da Magia, que alegam ter métodos mais simples para executar essa paralisação. O mal executamento dessa função pode trazer conseqüências terríveis, como a paralisação do coração, acarretando a morte."

Ela girou o olhar novamente para o professor, que estava de costas para ela. Bufou e se recostou na cadeira.

Como odiava aulas de Poção.

Olhou para o lado, a fim de comentar isso com Miranda, mas a mesma estava debruçada sobre a mochila, lendo algo dentro dela. Gina ainda se inclinou para tentar ver o que era, mas no momento que fez isso, a amiga se endireitou assustada.

Essa seria uma longa aula...

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"Eu te amo! Sem você eu não consigo mais viver! Você é o amor da minha vida!"

Harry riu ao ouvir essas palavras proferidas pela boca da ruivinha, que havia acabado de chegar no campo. Gina vivia soltando essas frases quando queria escapar de uma repreensão. E quase sempre conseguia; Mas não hoje: Hoje Harry estava preparado para isso. Apoiou sua vassoura no chão, e espalmou seu uniforme vermelho de capitão, notando que Gina não estava com o dela ainda.

"Quinze minutos atrasada, Virginia Weasley." - Disse numa tentativa de frieza, cruzando os braços. Gina reprimiu um sorriso e enfeitou uma expressão piedosa.

"Mas foi por causa do meu amor por você! Eu não durmo, não estudo, não ando... Harry, nós somos perfeitos um para o outro, só você não vê!" - Ela mentiu descaradamente, juntando as mãos e andando até o moreno. Harry não conseguiu se segurar e começou a rir da personalidade única que Gina possuía.

Para Harry, Gina conseguia ser tudo ao mesmo tempo. Bonita, simpática, alegre, moleca, decidida, corajosa, ousada... Simplificando, ela tinha um maravilhoso jeito especial de ser. Algo que o encantava profundamente, mas ele, mais do que ninguém, sabia que o coração da ruiva não pertencia mais á ele. Talvez ele soubesse até mais dos sentimentos da garota do que a própria. Gin estava sempre tão distraída, que ele se espantava dela não cair da vassoura, e ao contrário, ser a melhor artilheira do time!

"Vestiário, quero você no campo em 5 segundos, Weasley."

E, relutante, Gina foi em passos rápidos até o vestuário.

A ruiva remexeu em seus armários até achar o seu uniforme. Ela amava voar. Sempre se sentia tão livre...

Um cheiro bom invadiu suas narinas... Bolo de Chocolate. Olhou para o lado e Amanda Bones estava entrando no vestiário com um bolo nas mãos.

Gina sentiu os olhos marejarem de desejo. Ana a cumprimentou com o olhar, enquanto apoiava o bolo no balcão.

"Tudo O.K. Gina?" - Perguntou simpática, Gina assentiu; o olhar vidrado no bolo, na cobertura derretendo e escorrendo deliciosamente pelas laterais fofas...

"Nossa, esse bolo está com uma cara ótima..."

Ana sorriu.

"É, eu fiz para o Neville!"

Gina sorriu desconcertada. Apertou os olhos, enfiou o uniforme pela cabeça e foi jogar.

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O dormitório estava estranhamente vazio quando Gina chegou lá, depois do treino. O dossel da cama de Miranda estava totalmente aberto, com livros e pergaminhos jogados em cima da cama. Apenas a porta do banheiro estava trancada.

Merda, pensou Gina. Ela estava toda suja, cheia de lama, morrendo de fome, querendo ver o Draco, e provavelmente, com a maravilhosa sorte que tinha, Lina Voltchoc estava tomando banho.

E Merlin sabia o quanto ela demorava no banho.

Ou talvez fosse Miranda, lembrou Gina, enquanto batia á porta do banheiro. A voz aguda da amiga lerda encheu seus ouvidos. "Eu estou aqui!", gritou. Gina arqueou uma sobrancelha.

"Você viu Miranda, Lina?"

A outra demorou um pouco para responder.

"Ela saiu daqui feito uma louca, dizendo que ia á enfermaria! Agora me deixe tomar banho em paz!"

Gina rolou os olhos. O que Miranda estaria fazendo na enfermaria? Será que estava doente? Merlin, Gina era uma amiga tão mal-agradecida que nem percebera que a amiga não estava bem?

Ela foi até a cama da morena, trazendo para si um dos pergaminhos.

Em uma letra apressada típica de Miranda, estavam as seguintes frases:

Enjôos - OK

Mudança de Humor - OK

Fome Aguda - OK OK OK

Desejos - Ok

Idas á postos de saúde - ? CONFIRMAR!

O que era aquilo? Miranda estava sentindo tudo isso também? Devia ser algum tipo de vírus contagioso...

E então, a porta foi aberta com estrondo.

"O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?" - Perguntou áspera, andando até Gina e retirando o pedaço de pergaminho de sua mão. Indiferente da amiga, Gina sorriu.

"Você também está sentindo tudo isso? Acho que deve ser alguma infecção..."

Miranda negou abismada.

"Claro que não!"

Gina levantou as sobrancelhas. "Então você estava listando os meus sintomas?"

Miranda assentiu, se sentando na cama e recolhendo o resto dos pergaminhos.

"Miranda, eu não estou doente."

Mas Miranda não ouviu isso. Apenas fechou as cortinas ao redor da cama, e proferiu o feitiço Abbafiatto . Gina a fitou espantada.

"Virginia Weasley" - Começou categórica, olhando para Gina firmemente, e capturando as mãos pequenas da amiga. Gina assentiu.

"O que está acontecendo?", Miranda continuou.

"Eu quero que você me fale a verdade porque é muito importante para mim." - Ela deu uma pausa, respirou fundo e continuou: "Você... Você e Draco tiveram relações?"

Foi como um baque no estomago de Gina. Ela quase pode ver Murta contando isso para toda a escola. Ela e Draco sendo expulsos. Seus pais...

Arregalou os grandes olhos cor de chocolate, apertando a mão da amiga entre as suas. Gina abriu a boca para falar algo, mas a voz não saia. Não era como se ela quisesse esconder aquilo da amiga. Apenas não queria comentar. Não estava preparada.

Para falar a verdade, ela mal estava preparada quando fez isso. Nem ela, nem Draco. Ambos estavam bêbados, e acabou acontecendo. Gina mal se lembrava, e não comentava isso com Draco. Não fazia nem dois meses, mas sempre que ele tentava aprofundar as caricias, ela o travava.

Gina só queria que fosse especial. Não que ela não tivesse gostado do que houve. As poucas coisas que lembrava, eram nitidamente perfeitas do seu ponto de vista. Ela só queria estar mais preparada.

Sentiu lágrimas enxerem seus olhos, e antes de perceber, elas rolaram por seu rosto.

Miranda curvou as sobrancelhas, e se esgueirou, abrindo os braços. Gina a abraçou firmemente, buscando algum consolo, enquanto as lágrimas rolavam por sua face.

"Eu não lembro direito, Mi... Nós estávamos bêbados..." - Contou apressada, em uma voz entrecortada. Miranda assentiu, alisando os longos cabelos cor de fogo da amiga.

"Gi, não precisa me explicar..." - Miranda disse em um sussurro. Gina fez um barulho estranho, e se endireitou:

"Mi... Eu não sei... Nós nunca mais... Depois... Nem falamos disso... A única vez que o Draco tentou conversar, nós brigamos feio..."

Miranda assentiu. "Foi aquela vez que eu tive que ir te pegar no jardim mês passado, porque estava chovendo e ninguém conseguia te tirar de lá não é?"

Gina sorriu. "É..."

E, como num baque Miranda se lembrou. Toda a felicidade que estava nela se esvaziou.

"Bom... Então, eu estive pesquisando Gi... E... Bem, talvez eu saiba o que você tem...". Gina arregalou os olhos, um sorriso mesclando em seus lábios. "E o que é?" , Miranda retirou algo das vestes. Um papelzinho quadriculado.

"Abre a boca."

Gina obedeceu. Miranda ajeitou o papel dentro da boca da amiga. "Feche." - Gina obedeceu. "Agora nós esperamos."

A ruiva até tentou começar a falar um “Ok”, mas a amiga logo a repreendeu. Durante segundos que pareceram eternidade para Gina, e ainda mais para Miranda, que sabia que se o resultado fosse positivo, a vida de Gina estaria interditada.

Miranda rolou os olhos para cada canto de sua cama. Com as cortinas fechadas, era impossível se concentrar em algo que não fosse a ruiva aflita na sua frente. Gina ostentava uma expressão contrariada; Olhava para as próprias unhas roídas, enquanto prensava a parte do papel que estava para dentro de sua boca com os lábios.

“Ok, abra.” – Gina o fez, e Miranda puchou o papelzinho pelo lado que havia ficado para fora da boca da amiga.

Mágicamente, palavras em azul-celeste se formaram no centro do papel, como se a saliva de Gina tivesse se juntado. Se não fosse tão aterrorizante, Miranda comentaria o quão bem pensado era.

Gina se esgueirou para ver o que estava escrito. No mesmo momento que leu uma onda quente subiu pelo seu corpo. Gina rolou os olhos, apoiou-se na cama, tentou fazer com que a respiração voltasse ao normal.

O que era aquilo? Era algum tipo de brincadeira da parte de Miranda?

O enjoou havia voltado...

Quando Miranda levantou os olhos, tudo que viu foi sua amiga caindo para trás, desacordada.

“Oh, meu Merlin!” – Ela exclamou antes de se levantar, e correr para o banheiro, sem se importar que Lina ainda estava lá, tomando banho.

E o papel jazia ao lado dos quadris de Gina.

Parabéns, você está grávida.

Era o que dizia.

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Depois de um bom banho relaxante, muitos doces trazidos sorrateiramente da cozinha por Dobby, e muitas lágrimas, Gina conseguira dormir. Para falar a verdade, ela e Miranda nem haviam tocado nesse assunto. Cada vez que Gina se lembrava, doía mais, o mundo parecia que ia acabar, e tudo em cima da cabeça dela.

Quando ela acordou, no dia seguinte, já passava das duas da tarde. Miranda estava ali, na cama ao lado, lendo um livro grosso. Gina sentiu os olhos arderem e uma súbita tristeza. Ela apoiou o peso nos cotovelos, e mirou a amiga.

“Bom dia.” – Disse calma. Miranda a olhou e abriu a boca. No mesmo momento Gina se recordou. Não havia sido um pesadelo. Era real.

Gina esticou os pés para fora, enquanto Miranda vinha ajudá-la. A ruiva agradeceu, e se levantou. A longa camisola de flanela branca beirando em seu tornozelo.

“ ‘tá tudo bem?” – Miranda questionou, sabendo da resposta. “Não.” – Gina respondeu, indo até a penteadeira. Ela se sentou lá e ficou fitando seu reflexo. Logo, a figura morena e esbelta da amiga se postou atrás dela.

“Isso não pode ser verdade, Mi.” – Ela falou, apertando os olhos.

“Gin... Nós precisamos ir á enfermaria...”

“NÃO!” – Exclamou, tampando a boca em seguida. “Se nós formos, eu estarei perdida Mi! Vão me expulsar! Meus pais... Meus irmãos...” – E então seus olhos se arregalaram, e ela se virou para olhar para a amiga. “Mi, Draco vai ser decapitado!”.

Miranda teve ímpetos de rir, mas se manteve firme. Era a hora.

“E você precisa falar com ele.”

Gina negou. “Não! Não, não, não... Nem pensar! Ele vai achar que eu quero algo sério e...” – Mas ela não pode completar a frase, porque Miranda se abaixou, e segurou seus pulsos.

“Gina.” – Começou. “Você está grávida. Não é um anel de compromisso. Não é uma simples mudança, que vai fazer o Draco pensar que você está querendo dar algum tipo de golpe.” – Gina engoliu em seco. “Você não deve pensar em você, nem em Draco. Deve pensar nisso que vocês fizeram juntos! Ninguém tem culpa. Mas mesmo assim, há uma pessoa dentro de você. Será que você não entende o quanto isso é importante? Você não pode mais ter pensamentos infantis como esse. Gina, mesmo não querendo, você terá que arcar com as conseqüências.”

Miranda falou isso tudo de maneira tão rápida, que Gina mal teve tempo de absorver tudo.

Era complicado, era novo, era horrível... Ela não estava preparada para ter um filho! Só pretendia fazer isso depois dos quarenta anos! E ela só tinha dezesseis!

Miranda se levantou, girou sob os calcanhares e marchou até a porta, parando ali.

“Vou chamar o Malfoy. Se arrume porque vou mandar-lo entrar aqui pela janela. Vou ficar na porta de guarda.”

“NÃO! MIRANDA CARVALICHE! ESPERE!”

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Trezentos e cinqüenta e oito, trezentos e cinqüenta e nove,

“Draco?”

O que o idiota do Crabbe queria com ele? Não estava reparando que ele estava ocupado? Merlin, será que quando um monitor chefe está rodeado de papéis não é fácil concluir que ele está OCUPADO?

“Draco?”

Melhor ignorar.

Onde ele estava mesmo? Trezentos e... Setenta! Ou era sessenta?

“Draco! Olhe para mim!”

Talvez oitenta.

Sentiu um empurrão no ombro. Aí já era demais! Quem aquele brutamontes sem cérebro pensava que era? Draco se levantou, cruzou os braços e olhou para Crabbe.

Afinal, quem ele pensava que era? Tudo na vida de Draco estava dando errado: Gina o deixara plantado na noite anterior, além do que nem havia falado com ela! Aquela ruiva havia sumido o dia inteiro, e a noite tivera a petulância de simplesmente não ir vê-la! Logo quando ele queria vê-la, afinal, ela não estava bem! Agora, seus amigos o estavam desrespeitando... Isso porque ainda eram três horas da tarde, e era sábado...

“O que você quer, Crabbe? E seja mais delicado da próxima vez que for me chamar se não quiser saber das conseqüências...”

Crabbe pareceu levar alguns segundos a mais do que o necessário para processar o que Draco havia dito. Dando os ombros, ele resolveu falar o recado que viera dar:

“Não sei por que, mas aquela imunda da Carvaliche está aí fora querendo falar com você. Ela diz que é muito importante.”

Draco arqueou a sobrancelha loira. O que a melhor amiga de Gina queria com ele? Já não bastava o fato de que Gina havia contado á ela sobre a relação deles, ela ainda queria falar com ele abertamente?

Draco olhou para baixo. Estava descalço, a calça do uniforme amarrotada, a gravata listrada da sonserina frouxa... Geralmente ele só falava com Gina assim, mas isso só porque ela achava sexy. Ou pelo menos ela dizia que achava.

De qualquer jeito aparecer assim em publico seria revoltante.

Bufou antes de apertar a gravata, e ir procurar as meias... Ele sabia que havia jogado em algum lugar perto da entrada...

Quando desceu, a morena esperava impacientemente por ele. Assim que o viu, olhou para os lados e soltou:

“Mais que lerdeza eim, Malfoy! Vamos, Gina está te esperando no quarto dela. É muito importante o que ela quer falar, portanto é bom que você vá. E rápido. Não temos muito tempo. É a segunda janela do terceiro andar da torre mais alta do castelo. Só isso, até mais.”

E, saiu andando, em direção ao Salão Comunal da Grifinória.


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