Os sintomas



Capítulo 1 – Os Sintomas

"Gina, 'tá tudo bem aí?" - Miranda Carvalhiche, uma sextanista de cabelos encaracolados batia a porta do banheiro, no dormitório feminino. Há cerca de cinco minutos, enquanto ela e sua amiga Gina Weasley conversavam animadamente, a segunda havia empalidecido bruscamente, e corrido para o banheiro, trancando a porta atrás de si.

"Estou!" - Gina respondeu com a voz um tanto quanto embrulhada; Parecendo que estava...

A porta se abriu, e por ela, uma garota de cabelos ruivos muito desgrenhados, olhos baixos, e a boca ainda entreaberta e vermelha, saiu de lá.

"Gina... O que houve?" - Miranda questionou, enquanto olhava a amiga deixar-se cair sobre a fofa cama de dossel. Gina apenas começou a massagear as têmporas, demonstrando que não estava com vontade de conversar. Miranda rolou os olhos, enquanto calçava um sapato qualquer e se dirigia para a saída.

"Se não quer me contar, tudo bem." - Ela fez uma pausa, para depois continuar: "Mas saiba que eu só quero te ajudar."

E saiu, batendo a porta atrás de si.

Deitada, Gina tinha a visão de várias estrelas brilhantes, que a mesma colara no teto de sua cama outrora. Já estavam velhos, e um ou outro já estava mais caindo do que a cabeça de Nick-Quase-Sem-Cabeça, mas elas ainda estavam ali.

"Talvez..." - Gina começou, murmurando para si mesma. "Talvez eu deva tirar isso daí."

Foi a última coisa que ela disse antes de se levantar, e correr para o vaso sanitário novamente.

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Draco Malfoy nunca foi um cara que tivesse muita opinião. Pelo menos não, quando a coisa não lhe interessava.

Não passavam das sete e meia, mas ele estava morto de fome. Resolveu ir até o Salão Principal, quem sabe eles não teriam servido o jantar mais cedo, hoje? "E, com sorte" - Pensou ele, um sorriso mesclando em seus lábios finos. "Encontre uma ruiva pobretona pelo caminho."

Ele alargou ainda mais o belo sorriso ao proferir esse simpático comentário.

Gina Weasley com certeza era tudo e nada que ele poderia esperar de uma garota. Ele lembrava como se fosse hoje; A prensara na parede depois de uma ofensa que a esquentada havia proferido á ele, com o intuito de lançar uma azaração sobre a ruivinha; porém, o que ele fez fora totalmente diferente.

Ele não sabia ao certo por qual motivo havia a beijado; Sim, porque ele a beijara naquele dia, e em muitos outros que vieram; Mas, apenas a beijara. E, com certeza, havia sido a melhor coisa que havia feito.

Ao lado dela se sentia mais seguro. Era como se não houvesse guerra lá fora, e que ele nao fosse tachado de comensal por onde quer que passasse. Gina o compreendia, e apenas com um sorriso, conseguia tudo que queria.

Mesmo que ele não deixasse isso transparecer.

Quando Draco percebeu que já havia chegado nas portas do Salão Principal, soltou um muxoxo por não ter encontrado-a; Ele deu uma rápida olhadela, e viu que ela não estava ali também.

"Merda." - Suspirou, indo em direção á mesa da Sonserina.

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"Como assim ela não saiu do banheiro?" - Perguntava um Rony exasperado, segurando Miranda pelos ombros; A morena mordiscava a boca, tentando não chutar as partes baixas daquele bruto a qualquer momento. Graças aos céus, Hermione Granger interviu.

"Deus, Rony, solte a garota." - Ela disse, arqueando uma sobrancelha. Virou-se para Miranda: "O que aconteceu com a Gina, Carvalhiche?"

Miranda rolou os olhos.

"Bem, ela não saiu do banheiro. Nós estávamos conversando, e, do nada ela foi para lá e trancou a porta. Eu não sei o que está acontecendo, mas se for algo grave, não quero tê-la privado de ter alguém a ajudando.

Hermione estava de braços cruzados, com uma expressão compreensiva. A moça de cabelos fofos sorriu, assim que Miranda acabara de relatar o acontecimento.

"Mas ela não quis te falar o que houve?" - Foi Rony quem perguntou. Miranda já havia aberto os lábios grossos para falar, mas uma voz rouca a calou.

"Eu não quis falar nada, porque não é nada, Ronald. Apenas uma indigestão. Agora vamos para o Salão Principal, por favo? Estou morta de fome."

Gina falou isso de modo curto e grosso, e passou pela pequena rodinha que Rony, Hermione e Miranda formavam. Os três olharam atônicos a figurada ruiva saltar pelo buraco do retrato, antes que todos corressem atrás dela.

"Gina, eu sei que não está tudo ok, ‘tá legal?" - Miranda soltou, assim que a alcançou, no final do corredor. Gina voltou o olhar para a amiga.

"Não tenho nada, Miranda."

A outra deu uma risada falsa, quando Rony e Hermione os alcançaram.

"Então o que você fez no banheiro, Gi?" - Foi Hermione quem perguntou, olhando para Gina suplicantemente. A ruiva parou abruptamente, e cruzou os braços em cima do busto. Arqueou uma sobrancelha, e falou perigosamente:

"Que droga, já disse que não tenho nada! Onde, por Deus, foi parar minha privacidade? ME DEIXEM EM PAZ!" - E, dizendo isso, saiu correndo, em direção ao Salão Principal.

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Lá estava ela, novamente, em volta de um vaso sanitário.

Quando percebeu que não havia mais nada para sair de dentro dela, Gina se deixou escorregar, encostando a testa na borda do vaso.

Inconscientemente, uma lágrima solitária caiu de seus olhos.

"Talvez deva ser por causa da corrida..." - Ela pensou, tentando encontrar alguma justificativa plausível para os vômitos. Estava cansada disso; Desde pequena, morria de medo de vomitar, já que a sensação era desagradabilíssima.

Porém, mais medo ainda ela tinha de agulhas; Dissera medo? Perdão, a palavra mais apropriada seria pavor. E essa era a verdadeira razão por ainda não ter ido procurar os cuidados de Madame Promfey.

"Merda..." - Ela soltou, começando a bater, levemente, a testa contra a superfície dura e gelada.

Gina estava tão compenetrada em repassar todas as doenças que poderiam envolver vômitos, que nem percebeu quando a figura fantasmagórica de Murta-Que-Geme, a fitando, em cima de um dos canos. Ao vê-la, Gina soltou um grito agudo.

Murta fez uma expressão enojada.

"Não sou tão feia assim!"

Um sorriso irônico se formou nos lábios de Gina; "Não, é apenas um fantasma!", pensou relutante, enquanto se endireitava.

"Não falei que é." - Respondeu simplesmente. Gina a olhou de cima a baixo, como se a medisse.

"Mas então... Porque você está vomitando?" - Murta perguntou, voando até o lado de Gina, e apoiando os cotovelos na borda do vaso, onde outrora Gina batia com a testa.

A ruiva pareceu ponderar por alguns instantes.

"Bem... Eu também não sei."

A fantasma soltou um muxoxo.

"Você é a namorada de Draco Malfoy, certo?" - Perguntou amargurada. Gina soltou uma leve exclamação surpresa.

"Mas como você- Quer dizer, de onde você tirou isso?" - Concertou, com as bochechas em um tom avermelhado.

Murta deu uma risada falsa.

"Pensa que eu não tenho olhos? Eu vi muito bem, vocês dois... No mês passado..."

Definitivamente, se Gina não estava corada, agora ela estaria em uma fase que até ovo se fritaria em suas bochechas.

Murta não ligou e continuou:

"Ele realmente parece ser muito protetor, sabe... Eu queria tanto que ele ainda lembrasse de mim... Mas ninguém lembra da murta feia e velha! Ninguém!"

Gina soltou uma tossida fraca. Levantou-se, e disse, num misto de curiosidade:

"Err... Murta, o que exatamente você viu?"

Ela olhou para o chão imediatamente. Murta sorriu maldosamente, e continuou:

"Vi o bastante para poderem expulsar os dois da escola!"

"Legal, mais um problema!" - Foi tudo que Gina disse antes de sair pisando duro, rumo ao Salão Principal.

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Foi quando Draco havia resolvido se levantar e ir procurar Gina, que a mesma entrou arfante no Salão Principal, a procura do próprio. (Ele sempre sabia quando Gina o estava procurando, já que ela fazia aquela expressão “pronta-para-matar”.

Ele empurrou o prato educadamente para trás, e se inclinou levemente, tentando ver aonde Gina iria parar. Mas a ruivinha parou em frente á porta, cruzou os braços e ficou olhando furtivamente para ele.

Ela estava louca?

“Deus, ela só pode querer que todos descubram... garota maluca...” – Resmungou enquanto andava até a porta calmamente, passava por Gina e ia rumo á um canto mais afastado.

Não se passaram nem dois segundos, e ele sentiu os dedos quentes dela circularem seu pulso.

“Que raios você acha que está fazendo?” – Ele perguntou áspero, assim que seus olhos focalizaram-na. A ruiva estava arfante, mesmo que não precisasse ter corrido tanto para chegar até onde estavam. O grande “quê” de ser ruiva, eram suas bochechas. Elas sempre estavam coradas. E Draco, mesmo não querendo admitir, adorava isso.

“Cale a boca.” – Ele arqueou uma sobrancelha desafiadora. – “E me deixe falar.” Completou incerta. Draco nunca havia passado nenhuma sensação reconfortante, como está descrito em 99,9 dos livros de romance, para Gina. Muito pelo contrario, quando ela estava ao seu lado, se sentia incoerente, como se algo muito errado estivesse se concretizando a cada momento que ficavam juntos.

Gina sempre tinha a ligeira impressão que estava desafiando algo.

Mas assustadoramente, adorava isso. Adorava sentir que estava infringindo regras; Talvez seja porque não costumava infringir muitas. Talvez tenha tanta adoração pela coragem de Fred, Jorge, Rony, Carlinhos, Gui... Que queria ter algo também para se orgulhar...

Mesmo que involuntariamente, porque uma relação com Malfoy seria mais “loucura” do que “coragem”.

“E então?” – Draco prosseguiu, notando o quão temerosa a ruivinha estava. Ele rolou os olhos e se escorou na parede, capturando suas mãos, e a puxando mais para perto de si.

“O que há, Virginia?” – Ele perguntou novamente, um sorriso torto beirando em seus lábios.

“Murta Que Geme.” – Gina falou fracamente. Draco apenas a olhou mais apreensivo, como se perguntasse que raios Murta Que Geme estava fazendo em uma conversa deles.

“Ela nos viu, Draco!” – O garoto arregalou os olhos, enquanto Gina apertava suas mãos. “Ela disse que vai contar tudo para o..” – Mas ela não completou a frase. Apenas prendeu os lábios, e saiu correndo, ao encontro do primeiro banheiro que havia por ali.

Deixando um Draco Malfoy intrigado para trás.

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A foto em cima era de envergonhar qualquer um. A moldura prateada (provavelmente prata pura, reluzia tanto) estava cercando uma figura preta e branca de um garotinho loiro (ou então o cabelo dele era muito branco mesmo) sorrindo e acenando, montado em cima de um cavalo, com um chapéu de cowbow.

Draco Malfoy sempre achou aquela foto legal.

Qual foi sua decepção quando a ruiva que tomava conta de seus pensamentos o dia inteiro havia falado um simples “que cavalo bonitinho!” quando havia notado a foto pela primeira vez?

Total.

O loiro amassou o pergaminho rasurado, e o jogou certeiro na lata do lixo. Rolou os olhos assim que rasgou outro pedaço de pergaminho e molhou a pena no tinteiro.

Sua coruja, que estava ali há cerca de meia hora esperando a correspondência, piava indignada. Draco havia tentando de tudo: Desde dar biscoitos para coruja, até alguns tapas em sua nuca.

Mas tudo que tinha recebido de volta eram bicadas, e pios ainda mais altos.

“Merda.” – Resmungou, virando os olhos para a ave negra encarrapitada no peitoral da janela. “Você não sabe o quanto isso é difícil!”.

A coruja piou azedamente em resposta.

Virginia,

Espero você a meia-noite aqui no meu quarto.

Você sabe, ser monitor-chefe tem suas regalias. A senha é serpente mortífera.

D.M.

Obs: Não seja tola de esquecer de queimar este pergaminho.

Obs 2: É uma ordem.

Sorriu vitorioso. Estava praticamente idêntico ao primeiro que havia escrito, porém com a grande frase. “É uma ordem”. Havia mudado totalmente o sentido do pergaminho.

Merlin, ele era um gênio.

“Aqui.” – Enfiou o bilhete no bico da ave, que piou feliz e sobrevoou os céus, em direção á torre mais alta do castelo. Draco suspirou resignado, antes de resolver ir tomar banho.

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“Quem ele PENSA que é... Ordem... Que idiota...” – Gina resmungava, olhando abismada para o pergaminho.

Miranda, que havia acabado de entrar no quarto, cheia de livros nas mãos, jogou todos em sua cama, e se sentou ao lado de Gina.

“De quem é?” – Perguntou discretamente. Gina apontou as iniciais “D.M.” no fim do bilhete. Miranda suspirou.

“Ele está ficando obsessivo.” – Disse, dando de ombros. Gina arriscou uma risadinha.

“Eu sei. Mas eu vou... Ou então ele enche meu saco o resto do dia... E, além do mais, o dia dos namorados está ai... Um presente não seria nada mau...” – Ela sorriu maliciosa, e recebeu uma almofadada bem no nariz da amiga, que ria abertamente.

“Uau, como você está consumista, Virginia Weasley!” – Falou em tom de gozação. A ruiva sorriu, enquanto olhava para o relógio.

“Merda, são nove e cinqüenta e quatro, eu ainda tenho que tomar banho e estou morta de fome...”. Miranda arregalou os olhos castanhos:

“Gina nós acabamos de jantar!” , a ruiva deu os ombros. “Já faz uma hora que jantamos, Miranda... Bem, se eu quiser ir, é melhor eu me apressar...” – E entrou no banheiro, trancando a porta em seguida.

Miranda ainda fitou a porta do banheiro por alguns segundos, antes de tirar um livro roxo da pilha de livros em sua cama.

A morena abriu o livro, e em uma voz rouca leu, no ícone numero 64 no índice:

“Gravidez – Sintomas.”

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A porta foi escancarada, e Gina Weasley entrou pisando duro por ela.

A ruiva usava uma blusa vermelha que lembrava amargamente a Grifinória para Draco. Fraziu o cenho á essa lembrança.

“Quase fui pega pelo Filch...” – Ela começou, se sentando na cama ampla de Draco, enquanto o mesmo apenas levantava um pouco a cabeça, antes repousada no travesseiro de pelugem verde musgo. “Por sua culpa!”, terminou dando um tapa fraco na perna do loiro.

“Se você não olha por onde anda, o problema não é meu.” – Disse simplesmente, enquanto se endireitava na cama, ficando da sua altura. A ruiva abafou o riso.

“Ok. O que você tanto quer comigo, afinal?”

“Acho que temos um assunto pendente, certo?”

A ruiva assentiu. “Temos que agradar a Murta, e vemos melhor por onde nós andamos.” , replicou, frizando excessivamente o pronome.

Draco arqueou uma sobrancelha desafiador: “Não vou agradar um fantasma! Murta é louca! Sempre foi, todos sabem disso.”

Gina riu. “Ok, então vamos deixar ela com a língua solta e ver o que acontece! Nós podemos ser expulsos, Draco!”

“E por quê? Que eu saiba não é proibido namorar em Hogwarts.”

A ruiva levou a mao á tempora, massageado-a.

“Acontece que... Que elas nos viu... Ah, você sabe.”

“Eu não sei.”

Gina deixou o corpo tombar para trás, ficando assim, deitada cama. Draco se curvou sobre ela.

“Ela nos viu aquele dia.” – O loiro continuou com a mesma expressão confusa. Gina bufou, e colocou as mãos nas bochechas do namorado, fazendo com que ele abaixasse-a e ficasse próximo á ela.

“O dia em que resolvemos prolongar as caricias, o dia da festa que estávamos bêbados e acabamos fazendo coisas impróprias na torre de astrologia, Draco Malfoy!”

As íris acinzentadas se contraíram, enquanto o olho do loiro se arregalava. Ele abriu a boca num murmúrio inaudível, enquanto a ruiva assentia.

“Você só pode estar brincando!” – Ele começou, continuando a frase com uma palavra que a ruiva fez um: “Draco!”, mas ele não ligou.

Eles ainda ficaram um bom tempo quietos.

Gina continuava deitada, massageando as têmporas. Estava com uma ligeira ânsia, mas parecia que deitada era menor.

Draco ia de um canto ao outro do quarto, murmurando coisas incoerentes, até que ele parou.

“Já sei.” – Disse com um sorriso. Gina levantou o olhar.

Draco andou até ela, e a beijou.

Simplesmente juntou os lábios, como se nada tivesse acontecido antes. Como se eles tivessem acabado de se ver. Gina ainda tentou empurra-lo, mas segundos depois, esse pensamento e a ânsia estavam longe dali. Ela enlaçou Draco pelo pescoço, enquanto ele fazia seu peso pender e Gina tombar para trás novamente.

Do mesmo modo que começou, acabou. Draco se separou alguns centímetros, o cabelo loiro pendendo sobre a testa de Gina. O nariz fino quase tocava o pequeno e sardento repolho (era assim que Gina o chamava) que havia no lugar do nariz de Gina.

“Acho que um presente... Algo menos material e mais sentimental... Quero dizer, aquele fantasma velho...”

Mas ele não concluiu, porque Gina o puxou novamente de encontro aos seus lábios.

Eram sempre assim: Se não se entendiam com palavras, beijos resolviam as coisas...

Draco encontrou uma fresta na terrível blusa vermelho-grifinória dele e passou sua mão por lá. O contato frio com a pele quente da barriga de Gina, deu um choque na garota, que se levantou no mesmo momento.

Toda aquela sensação quente e desagradável na garganta.

Olhou para trás. Draco estava escorado na cama, a olhando intrigado, o peso do corpo apoiado sob os cotovelos, e o cabelo desalinhado. “Sexy” pensou Gina antes de engolir em seco, e andar até o banheiro calmamente, fechando a porta atrás de si.

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O anel de prata pura cintilava no dedo médio do loiro. Ele recostou o ombro na porta de carvalho que separava o quarto do banheiro; Que era onde Gina estava. Arqueou o dedo do anel, e deu leves batidas na porta do banheiro.

“Virginia?” – Chamou nervoso. Céus, o que ele havia feito de mais?

Esperou a resposta, mas estava silencioso... Muito silencioso.

“Gina, por Merlin, o que eu fiz dessa vez?”

Nada.

Draco estreitou o ouvido contra a madeira bem polida da porta. Nada.

Era mais que obvio. Ela devia ter usado o silencius. Se aquela ruivinha achava que poderia ficar assim, estava muito enganada! Ele tirou a varinha das vestes, apontou para a fechadura e murmurou um feitiço de destrancamento próprio.

A porta foi escancarada.

O amplo banheiro que compunha o quarto de Draco era anormalmente branco.

Seus olhos vidraram na ruiva apoiada no batente da banheira, com as mãos sobre o vaso sanitário.

Ela ostentava a única expressão que ele jamais pensou ver nela: Decepção.

Suas bochechas rosadas estavam pálidas, a boca entreaberta, e a franja jogada sobre o rosto cansado.

Temeroso, ele foi em passos cautelosos até a ruiva. Ela olhava para baixo, como se não quisesse vê-lo.

Draco se ajoelhou, enquanto notava o que havia dentro do vaso sanitário. “Isso é o seu jantar, certo?” – Perguntou calmo, repousando as mãos sobre o joelho da garota á sua frente. Ela assentiu, ainda olhando para os próprios pés.

“Gina. Olhe para mim.” – A ruiva levantou o olhar palidamente. Draco sorriu.

“Você está vomitando há muito tempo?” – Ela assentiu novamente. Ele girou os olhos. “Você nem cogitou a hipótese de ir á enfermaria, certo?” – A ruiva deu um sorriso fraco.

“Então vamos agora.” – E sem dizer mais nada, nem deixar a ruiva falar algo, Draco a puxou pelo pulso até a enfermaria.

Naquela hora não importaria se houvessem inspetores ou professores no caminho.

Nem se alguém ficaria espantado de ver um Malfoy e uma Weasley juntos.

Naquela hora só importava Gina para Draco, e Draco para Gina.

Continua...

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