A Lembrança errada
          Chegaram na sala do Diretor. Tremorttos apontou com a varinha para um velho armário, e dela saiu uma grande bacia, com um líquido, boiando vários fiozinhos brancos. Tremorttos olhou pra ele e disse:
–	Se prepare, vou tirar seu pensamento.
Ele colocou a ponta da varinha na têmpora do Inominável, e puxou vagarosamente da cabeça e o jogou dentro. Depois Tremorttos disse:
–	Curve-se em cima dela, e cairá em outro lugar. Não poderá ser visto, poderá fazer o que quiser.
Ele fez o que Tremorttos mandara, e entrara em seu pensamento. Logo chegara no pensamento dele também.
          Estavam em um jardim, o jardim de Hogwarts. Tremorttos olhou para ele e disse:
–	Em que você pensou na hora em que tirei a sua lembrança?
–	Você não disse que era para pensar!
–	Desculpe, mas me explique onde estamos.
–	Estamos em Hogwarts, onde eu estudava.
–	Ah tá. Lugar errado. Mas não podemos voltar agora.
          Eles começaram a andar pelo lugar, não havia ninguém, apenas árvores, flores e grama. Foram andando, e lá encontraram um menino, mais ou menos de 13 anos, sentado em uma árvore. O menino tinha um rosto afilado, olhos verdes e cabelos louros, era um rapaz bonito e atraente. O Inominável começou a balançar a cabeça negativamente e dizendo não.
–	Não! Não tem como a gente voltar? Pelo amor de Deus! Não, por favor! Volta!
–	Não, não tem como a gente voltar. Mas por que você quer voltar?
–	Ai! Espere e veja.
O menino lá estava sentado. Depois, chegara uma menina bonita, ruiva de olhos cinzas, e se sentara do lado dele. Ela começou a falar:
–	Oi Guto. 
–	Oi Marcie. Olha, se for aquilo...
–	Se acalme... Sem estresse. Só vim por isso, ó.
A menina se aproxima dele e lhe dá um beijo, e depois bruscamente ela vai pra trás.
–	Ai! Que idiota! Não sabe nem beijar! Idiota! Até nunca mais!
O menino começou a chorar, sentado na árvore, e via a menina se distanciar dele.
          Tremorttos olhou pra ele e disse:
–	É você?
–	Sim...
–	Primeiro beijo?
–	E primeiro fora, sou um azarento. Agora já podemos ir?
–	Podíamos ir desde o começo.
–	E por que não fomos?
–	Puxei uma coisa ao meu pai. Não sei se é bom ou ruim. Sou curioso.
–	Que engraçado, vamos.
–	Vamos.
Eles saíram dali e voltaram para a Diretoria. Tremorttos olhou para ele e disse:
–	Agora pensa no que ele disse.
–	Certo.
Tremorttos repetiu o movimento, puxou um fio branco da têmpora dele, e jogou na bacia. Eles se curvaram e entraram na lembrança.
 
 
                    
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!