Perseguições e Viagens



_Será que vale a pena? Quero dizer, o Pasquim? - Charles perguntou, ao outro acessor. Os dois e Rony estavam reunidos em um café trouxa, em Londres. Discutiam as possíveis formas de propaganda, e como espalhar a popularidade de Rony. Só que, como sempre, estavam tendo seus problemas. Cada um considerava sua opinião a mais importante e sensata.
_Mas, a Sra. Potter é uma velha amiga do Sr. Weasley. Pode fazer muita propaganda.
_Eu não sei, com a fama que aquela revista tem... O que acha Sr. Weasley?
_O quê?- Rony pareceu despertar de um transe.- Ah, o Pasquim? Acho que todas as formas de propaganda são boas. No meu quinto ano em Hogwarts, meu amigo Harry deu uma entrevista para o Pasquim, e só assim conseguiu que o ouvissem.
_Então, está combinado, entrevista para o Pasquim!- o segundo acssor sorriu, vitorioso.
_Desejam mais alguma coisa, senhores?- a simpática garçonete perguntou sorridente.
_Um chá de camomila, por favor. E você, Charles?
_O mesmo, por favor. Sr. Weasley?
_Nada, obrigado.- Rony agradeceu, seguindo com o olhar, distraidamente, a garçonete que se retirava. Assim que seus olhos começaram a se voltar para seu segundo acessor, algo chamou sua atenção. Na vitrine, uma moça de cabelos rebeldes e olhos castanhos e tristes, o encarava.
O coração de Rony deu um pulo, e antes que ela desaparecesse novamente, ele se pôs de pé, e correu para fora da cafeteria, ignorando o olhar de surpresa de todos, principalmente de seus acessores. Do lado de fora, ele pode vê-la dobrar a esquina. Ela corria muito rápido, ganhando distância entre eles, mas Rony não desistiria. Correu aumentando a velocidade, até suas pernas parecerem implorar por descanso, dobrou outra esquina. Seu coração batia descompassado, e com muita força, sua respiração parecia sumir. Outra esquina. A dor do lado do corpo, fazendo-o gritar, mas ele não parou ou diminuiu a velocidade. Precisava saber.
Dobrou em um beco sem saída. Ele estava vazio. Sentou-se no chão, respirando com força, procurando-a desesperadamente, com os olhos. Caiu deitado, achando que morreria ali mesmo. Seus olhos, então, encontraram o prédio a sua frente. A F.A.L.E., que ainda existia no mesmo lugar, mesmo após a morte de Hermione.
Quando recuperou um pouco o fôlego, a garganta seca. levantou-se tremendo, e correu para dentro do prédio. Estava tudo escuro e vazio, mas ele correu até a sala onde era o escritório de Hermione, que também estava vazio. Rony chutou a mesa, frustado. A dor no pé fê-lo gemer, e ele se sentou em uma cadeira. Havia seguido-a até ali, tinha certeza! Então, ouviu passos e a porta se abriu. Por um segundo delirante, achou que fosse Hermione. Mas, era era só Neville.
_Rony? É você? O que faz aqui? - Neville perguntou surpreso, Rony nunca mais pisara naquele lugar, desde que Hermione morrera.
Rony ficou de pé, segurando Neville pela gola da camisa.
_Onde ela está? O que está acontecendo, maldição?
_Do que você está falando? - Neville perguntou ainda mais surpreso.- Eu preciso ir para casa, minha mulher está esperando. Só vim fechar a F.A.L.E.
_Quero falar da Hermione, saber se ela ainda está viva.- Rony continuou, sem soltar o outro.
_Você sabe que não.- Neville respondeu triste.- Você sabe que a Hermione se foi.
_Besteira! Eu a segui até aqui! Cadê ela? - Rony falou ameaçador, então notou que estava chorando. Neville o abraçou, dando-lhe tapinhas nas costas.
_Ela se foi, Rony. Tente aceitar isso. Todos nós sofremos, mas ela se foi, e nada pode traze-la de volta. Nem você.
As palavras penetraram na mente de Rony, fazendo-o chorar cada vez mais, ainda no ombro e Neville. Chorar tudo o que não pudera, nos últimos cinco anos.

Cinco anos atrás
Rony chegou em casa, cansado, mas feliz.
_Hermione!- chamou, subindo correndo as escadas para o segundo andar. Encontrou a porta do quarto aberta, e Hermione fazendo as malas.- Já está preparando as malas, a viagem não é só semana que vem? - ele perguntou surpreso, ao entrar no quarto.
Hermione o encarou por um tempo, parecendo preocupada, então voltou sua atenção para o que estava fazendo.
_Eles adiantaram o Congresso, preciso ir imediatamente.- ela falou.
_Imediatamente?
_Desculpe, Rony. - ela se virou para ele.- Mas, serão apenas duas semanas, vou voltar logo, com um monte de novas leis à favor dos elfos-domésticos.
A campainha tocou, e Hermione olhou pela janela do quarto, gritando para alguém no jardim.
_Já vou, Víctor!- e voltou para o quarto, fechando as malas, e se virando para Rony, parecendo incerta.- Eu estava mesmo apenas esperando você chegar, para dizer tchau. Então, nos vemos em duas semanas.
_A maioria dos bruxos acha que você é louca.- Rony comentou, sem saber bem porque. Estava triste e magoado, parecia que Hermione se importava mais com aqueles malditos elfos-domésticos, do que com ele.
_A maioria, ou você?- ela o olhou desafiadora, mas tremendo de medo e tristeza por dentro. Estava tão insegura do que fazia, precisava tanto do apoio dele, mas Rony parecia não enxergar o quanto era importante o que ela estava tentando fazer.
_A maioria... e eu.- ele respondeu sincero.
Hermione concordou com a cabeça, dizendo que entendia, e saiu do quarto sem mais uma palavra. Rony continuou ali parado, então ouviu a mala dela ser posta no chão, e correu escada abaixo, a chamando. Encontrou-a na porta, parada ao lado de Krum e Richard.
_Me deixem ir junto!- Rony pediu, olhando de um para outro.
_Sinto muito, Rronni-i.- Krum respondeu.- Isso é secrreto. Focê pode porr tudo a perder. Mas, não se prreocupe. Cuidaremoss bem da Hermioni-ni. Vamos, precisamos pegarr aquele trem trrouxa, em Londres. - e se dirigiu com Rony para a lareira, carregando as malas de Hermione. Iriam até o Caldeirão Furado Via- Flú, e depois para a estação de Trem.
_Sinto muito mesmo, Rony!- Hermione falou, com lágrimas escorrendo de seus olhos.- Eu queria muito que você pudesse ir, entenda!
_Tudo bem.- ele respondeu seco, a mágoa e o ciúme o impedindo de abraça-la, como sempre fazia quando ela estava triste.
_Você... você acha que estou fazendo a coisa certa?- ela perguntou tímida, finalmente o encarando.
_Acho. Você é incrível, Hermione.- Rony respondeu, a encarando de volta- E às vezes queria que não fosse.
Ela sorriu.
_Eu te amo.- ela sussurrou o abraçando.
_Eu também te amo, sua boba.- ele respondeu, e a beijou.

Quatro dias depois
O lugar estava cheio de repórtes, mas Rony não notou. Não saia do lado do caixão lacrado de Hermione, nem por um segundo. Sentia que até o último minto tinha que cumprir a promessa que fizera a si mesmo, de sempre estar por perto dela. Sempre protege-la. Não devia tê-la deixado ir! Sentia-se um inútil, ela confiara nele, e ele a decepcionara como sempre. Era sua culpa! Ainda era o Rony atrapalhado e bobo, dos tempos de Hogwarts. Agora odiava-se por sê-lo.
Seu rosto estava seco, ele não tinha forças para nada, nem para chorar. Não falava, não comia, apenas ficava ali, pensando no que teria sido se ele tivesse insistido e ido junto. Podia tê-la protegido, podia não tê-la deixado andar de carro, qualquer coisa que poderia tê-la salvo. Tudo o que lhe importava de verdade, todo o seu amor, se fora. Amava-a mais do que a si mesmo. Só queria morrer para voltar a vê-la. Sentia-se vazio, sem alma.
Sentiu alguém o observando da porta do cemitério, e com um enorme esforço se virou. Era uma garota de onze anos, a Hermione que ele se lembrava. Sacudiu a cabeça, e a menina desapareceu. A Hermione de suas lembranças, e de seu coração, estava morta.
Mal ouviu o que o padre dizia, ao abaixarem o caixão, perguntando-se, mas uma vez, se ela estava com medo na hora em que morrera. Não deveria tê-la deixado sozinha. Fora tão estúpido. Fechou os olhos, por causa da dor. Parecia que nunca passaria.

N/A- Espero que estejam gostando, por que só tem mais dois capítulos agora. Ai, ai, ain... Cadê os comentários, hein povo? Hehehee. Beijos, Mary

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