Conversas e Votos



_Você não está se esforçando o bastante!- Violeta gritou, ao ver que o nível de aprovação de Rony caíra.
_Eu estou fazendo o possível!- ele gritou irritado, em resposta.
_Não está não! - Violeta insistiu.- Está sempre distraída, correndo atrás de vultos, ou sozinho. O que está acontecendo?
_Não te interessa.- Rony resmungou bravo.
_Sou sua noiva! Tenho o direito de saver porque você está caindo nas pesquisas!
_É só isso, não é? Você só se importa com o meu poder político!
_E se for, o que há de errado nisso? Nós dois queremos que você ganhe! - Violeta falou, com veêmencia, certamente assim ele entenderia. Mas, ele não entendeu. Eles viam as coisas de forma muito diferente.
_Eu estou cansado disso! - Rony gritou- Cansado de estar com você! Você me irrita, não há nada em você que eu goste!
_Mas, o que tudo isso tem a ver com as pesquisas?- Violeta insistiu desesperada.
_Tem que eu não quero mais ser seu noivo.- Rony falou calmamente, sentindo-se aliviado. Há muito tempo que queria acabar com aquela relação, que só começara e se baseara em interesses políticos. Ele nunca tivera qualquer espécie de carinho por Violeta.- Acabou.
_Por que?- ela perguntou, abalada.
_Eu quero alguém que me ame, e se importa mais comigo do que com as eleições. Agora, por favor, vá embora. Me deixe sozinho.
Violeta continuou ali, parada, surpresa demais para se mexer.
_Ronald, eu...
_Saia, por favor.- Rony respondeu, abrindo a porta da sala para ela. E ela saiu, parecendo chocada demais, arrumando neuroticamente o cabelo.
Rony fechou a porta e chutou a mesa. Estava mais aliviado, mesmo com a dor no pé, e sentou-se em sua cadeira, atrás da escrivaninha em seu escritório no Ministério da Magia. Olhou em volta, ali não havia nenhuma foto de Hermione. Lembrava-se de ter escondido todas quando ela se fora, era doloroso demais. O telefone vermelho, em cima de sua mesa, começou a tocar. Só podia ser o Primeiro Ministro trouxa, só ele tinha o número. Aquele telefone era o meio mais rápido de comunicação entre ele e Rony, quando surgia alguma dúvida era melhor que viajar VIa-Flú, e podia ser feito a qualquer hora do dia e parte da noite. Rony resolveu ignora-lo, então pensou melhor e atendeu. De qualquer forma, o barulho o estava irritando.
_Alô.- falou, mas ninguém respondeu.- Alô! - ele insistiu.
_Estou te atrapalhando?- a voz de Hermione respondeu, calma e triste. O coração de Rony disparou, e ele sentiu a mão tremer.
_Hermione?- perguntou, não acreditando.
_Sim.- ela respondeu, parecendo tentar segurar o choro. Um nó amargo se formou na garganta de Rony. Não podia ser ela, ela estava morta.
_Quem é? - Rony insistiu, não podia ser ela, não queria que fosse ela. Hermione nunca o teria enganado daquele jeito, por cinco anos. Seu rosto começou a ficar molhado de lágrimas, mas ele nem notou.
_Me desculpe.- Hermione pediu, rouca. Estava chorando.- Todo dia eu me pergunto se devo ligar ou não. Tentei traze-lo para perto de mim, pondo um pedaço de pergaminho com seu nome no meu cobertor, uma coisa tão boba!- ela riu, tentando parar de chorar. - Não pude mais ficar e ser eu mesma.
_Não acho que você vai gostar mais de mim.- Rony falou, não importava mais se ela estava viva ou não, se o tinha enganado por tantos ano, o que importava é que estava falando com ele, e ainda parecia ama-lo.
_O quê?- ela perguntou surpresa.- Eu te amo e sempre vou te amar.
_Onde você está?- Rony perguntou, secando as lágrimas. Um raio de esperança acendendo dentro dele. Quem sabe ele poderia tê-la de volta?- Me diga, eu vou te buscar.
_Muito longe.- ela soluçou, a voz parecendo mais distante.- Eu te amo.
_Hermione!- ele chamou, mas ela desligou. Ele ficou ali, chorando, e deixou o telefone cair.- Por que isto está acontecendo comigo?!

Rony observava emburrado a ponta da pena. Havia recebido uma bronca de seus acessores, por perder dois comícios. Só conseguira dormir bem tarde naquela noite, razão pela qual não acordara na hora. Nos últimos anos ele já estava mais conformado com a morte de Hermione, não que fosse esquece-la, ou deixar de se sentir triste, só que conseguia conviver com aquilo, um dia de cada vez. Mas, desde que a vira em Hogsmead, seu mundo virara de cabeça para baixo novamente.
_Você ganha em simpatia, Sr. Weasley. Sua origem humilde, uma família tradiciona e simples, sua amizade com Harry Potter, tudo conta a seu favor. Mas, o senhor perde um pouco em aparencia, o outro candidato é mais bonito e bem vestido.- Charles falava, Rony mal ouvindo.
_Desculpem o atraso.- a porta se abriu, e Violeta entrou apressada.
_O que você faz aqui?- Rony perguntou grosso, tinha muitas preocupações para se importar.
_Ora, eu sou sua niva.- ela respondeu gaguejante, como se fizesse algo errado.
_Acho que deixei bem claro, noite passada, que não é mais.- ele encerrou o assunto, voltando a encarar a pena.
_Eu não vou embora! Já trabalhei tanto por essa campanha e agora que está tão perto de conseguir... Você precisa de mim para ganhar, não vamos perder por causa de uma discussão boba!
_Não foi uma discussão boba! - Rony gritou, ficando de pé, e batendo o punho na mesa, assustando Violeta.- É o que eu sinto, é a minha vida! - então, respirou fundo e tomou uma decisão.- Senhores, me dêm licença. Vou visitar a Hermione.
_No cemitério?- Charles perguntou surpreso.
_Não, ela ainda está viva.- Rony respondeu, falando em voz alta pela primeira vez, o que andava pensando a muito tempo.- Eles enterraram a pessoa errada.
E ignorando a expressão confusa de todos, virou de costas e saiu.

Rony aparatou do lado de fora do correio de Hogesmead. Estava muito confuso, e ansioso. Já era noite, mas ele caminhou decidido até onde vira Hermione pela primeira vez, em cinco anos. O lugar estava vazio, as luzes das casas acessas, igual a noite em que ele a vira, apenas mais quente e sem a neve.
_O que você quer que eu faça?- ele gritou, desesperado, olhando em volta, a procurando.- O que você quer de mim? Devo fazer o que eles querem? É o certo? - parou, respirando fundo, não se importando com as pessoas que apareciam nas janelas das casas.- Você ainda me ama? Para onde você foi?
Apenas o silêncio. Rony caiu de joelhos, sorrindo maldosamente. O que ele esperava? Uma resposta? Devia estar louco, e agora que se sentia um pouco mais lúcido, não entendia o porquê de ter ido até lá. O que pretendera? Se levantou mais calmo, e arrumando as vestes, desaparatou.

No dia seguinte, logo cedo, Rony fez um dicurso de uma hora, muito mais calmo e relaxado, dizendo as melhorias que faria no governo e na comunidade mágica. Afirmou que ficaria ao lado da população mágica, escutando-a e auxiliando-a sempre. Mas, já era muito tarde, quando a notícia sobre o vencedor da eleição saiu, e só Rony a escutou no velho rádio:
_O novo Ministro da Magia será...- se aproximou do rádio, tremendo.- Ronald Weasley, com apenas 5% de diferença de votos, com seu oponente. Uma vantagem mínima e histórica, sem dúvida.
Ele sorriu aliviado, mesmo com a pequena diferença. Todos comemoraram aquela noite, inclusive ele, esquecendo por um momento de seus problemas. Naquela noite foi jantar com toda a família, e Harry, no restaurante bruxo mais elegante e caro, da Inglaterra. Percy emburrado, resistira até o último minuto, antes de concordar em comparecer.
_Estou tão orgulhosa!- a Sra. Weasley comentava, sem parar, olhando o filho mais moço com carinho e lágrimas de alegria.
_Vamos, mamãe. Vai borrar a maquiagem.- Gina sorriu, batendo carinhosamente no ombro da mãe.
_Esse restaurante é realmente caro.- Carlinho comentou, abaixando o menu.- Não quer que paguemos nossa parte, pai?
_Não. Meu filho se tornou Ministro da Magia hoje.- Arthur comentou com os olhos brilhando de lágrimas, e o peito estufado de orgulho.- Faço questão de pagar.
_Eu tenho umas coisas a dizer, antes de comemorarmos.- Rony falou de repente, muito sério.
_Vá em frente, Rony.- Harry o encorajou.- Hoje é o seu dia!
_É, hoje você é o manda-chuva.- Fred sorriu.
_E bem o Roniquinho, quem diria? Se ainda fosse o Percy!- Jorge respondeu surpreso, e Percy amarrou mais a cara.
_É, mais ainda acho que a nossa boa influência foi decisiva, Jorge.- Fred assegurou.
_Que boa influência?- a Sra. Weasley perguntou.
_A nossa própria mãe, contra nós!- Jorge disse fingindo estar escandalisado.
_Gente!- Gina os interrompeu.- Deixem o Rony falar!
_Brigado, Gina.- Rony sorriu para a irmã. E todos se calaram.- Eu não ando bem nesse último mês. Algo dentro de mim está confuso, não me deixa em paz, não me deixa comer, não me deixa dormir. Eu não peço ajuda, porque não vai adiantar, mas ao mesmo tempo, sinto que se não falar, irei enlouquecer! Estou cansado de ver as coisas dessa maneira, tudo anda estranho e descontrolado, acontecendo rápido demais. Estou perdido, cada vez pior, não sei o que dizer ou fazer. - ele começou a chorar.- Não está parando ou melhorando. - parou por um tempo, secando as lágrimas. Toda a sua família o olhava preocupada e surpresa, assim como algumas pessoas do restaurante, aquele não era o discurso de um novo Ministro da Magia! Rony riu, olhando-os.- Não se preocupem. Agora estou bem melhor, descupem me, eu precisava desabafar.
Houve murmúrios de preocupação e apoio, vindo de todos (com excessão de Percy), ao mesmo tempo. Estavam procurando dar seu apoio incondicional, mesmo não tendo entendido metade do que Rony falara. Mas, afinal, ele falara nela, no que vinha acontecendo entre ele e Hermione, um assunto que os outros não podiam sequer imaginar. Harry deu tapinhas nas costas de Rony, antes que todos voltassem a comer. Aparentemente felizes, mas disfarçando toda a confusão por causa do repentino desabafo.

N/A- E aih, pessoal? Estão gostando. Espero que sim, por que o próximo é o último capítulo. Comentem por favor, nem que seja para dizer que esse cap foi chato! Beijos, Mary.

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