Expiação Na Ala Da Penitência

Expiação Na Ala Da Penitência



...Há muito, mas muito tempo atrás, quando o mundo ainda era um lugar de mistérios e, magia e, castelos gigantescos; em algum lugar, existia uma faísca de calor, uma esperança no olhar, um suspiro, de uma vida...





Harry Potter

&

A Árvore Da Vida



Por:



Potter



Capítulo 12: Expiação Na Ala Da Penitência

-Teus Espinhos Ardem E Fazem Doer-





__________‘Harry; você está bem, Harry?’, Falou Alvo, com marcas de preocupação, sua respiração era um tanto ofegante. Junto a si estava somente Pomfrey com aquela cara de preocupação mesclada à raiva.

__________‘Sim... Sim. É, eu acho. Mas, por favor, o senhor poderia me dizer onde está Edwiges? Onde ela está?’, Harry se sentia ainda mal do ocorrido. Dumbledore o olhava com tamanha volúpia como se quisesse extrair de si uma razão para tudo aquilo. E disse:

__________‘Fique calmo; vocês logo, logo estarão juntos novamente. Ela está aqui, comigo...’, Levantou o braço em curva segurando a coruja, ‘...Mas a levarei para o corujal logo.’.

__________Os dois se olhavam com dores, mas haveriam de superá-las, não confessariam senti-las, nem se atreviam mais a as demonstrar.

__________‘Harry, meu jovem, sua coruja é muito corajosa, você sabia disso? Ela me parece que voou muito para conseguir voltar. O que você havia mandado que ela enviasse?’, Ele viu a resposta nos olhos verdes de Harry, ‘Ah! Já sei, como não fui perceber antes? Eram as cartas para o Sr. Weasley e a Sta. Granger, eu pressuponho...’, Recebendo um grande sim com a cabeça de Harry, ‘...Vejamos; eu sinto informar que talvez as suas cartas não tenham sido entregues, pela chuva eu acho, sinta como ela está molhada... As penas encharcadas; e uma de suas asas está machucada, olhe... Agora, Harry, descanse. Eu a levarei. Com licença.’, Alvo vestia o seu habitual roxo, seus óculos estavam sujos, e ele os pegou para limpar. Levantou-se os pondo. E dirigiu a palavra à enfermeira. Harry estava deixando-se levar pelo sono quando agarrou a barra das vestes do diretor:

__________‘Alv...’.

__________‘Pode me chamar do que quiser, Harry, não me importo muito.’.

__________‘Dumbledore, por acaso o senhor viu, quem me tirou daquele lugar? E há quanto tempo estou aqui?’.

__________‘Harry, você esta aqui há quase três horas. Já é hora de almoçar. Aquela era a Ala da Penitência. É um lugar em Hogwarts que ninguém desejaria estar. Foi uma sorte enorme você ter saído dela com vida. Tal lugar é mutável, isso quer dizer que todas as vezes que ele aparece...’.

__________‘Ele aparece de uma forma diferente.’, Adivinhou Harry, pensando em voz alta, como se já soubesse daquilo.

__________‘Isso Harry, e assim ninguém pode descobrir se está ou não lá dentro da Ala. De todo o jeito, pois mesmo se alguém estiver aqui pelos sete anos, nunca conhecerá toda a Hogwarts. Existem muitos segredos, segredos que só as paredes sabem...’.

__________Ao terminar de falar com Harry, Alvo Dumbledore se retirou das proximidades do leito de Harry, indo para a parte servida de recepção da enfermaria. Era seguido pela Madame Pomfrey, que o estava passando o diagnóstico de Harry. E enquanto andava, pensou consigo mesmo:

__________‘Pelas Barbas de Merlin! Harry fora atacado pela Ala da Penitência. Todos os que foram atacados nunca sobreviveram. E os que viveram para contar, não tiveram muito tempo para isso. Mas o que poderia tê-lo ajudado a sair de lá? Quem? E, por quê?’.

__________No leito ao lado descansava uma visita, Harry não a viu, nem percebeu que lá estava Malkin a vigiar ele também.

__________O almoço foi servido ali mesmo na enfermaria. Era comida italiana. Pasta. E de sobremesa uma pequenina pizza de tomate seco com queijo tipo cheddar. Para beber era o típico suco de Abóbora, que Harry tomou de um gole só para não sentir o gosto que o estava enjoando.

__________Não havia ninguém junto a si. Pomfrey saíra para ver se não encontrava nenhum doente por Hogwarts, ela tinha mania de salva-vidas, e nem Dumbledore nem as visitas foram fazer-lhe companhia.

__________Harry havia acabado de comer. Colocou a bandeja no carrinho de metal ao lado da sua cama e se deitou. Seus olhos não grudavam, mas também não ficavam abertos, porque existia muita luz ali.

__________Por isso Harry se levantou enrolado nas cobertas, sentia muito frio, para fechar as enormes cortinas que despencavam do alto do teto até o chão. Fechando-as Harry percebeu que não estava sozinho. Ele a viu. Ela estava deitada, como havia sido posta. Não esboçava nenhuma expressão. Mas estava acordada e falou:

__________‘Ah... Querido Harry, você está bem? Soube que você passou mal... Er... Sabe; eu também passei mal...’, Disse omitindo parte da verdade, Alvo já tinha mudado as suas lembranças.

__________‘E você está bem? Não sente nenhuma dor?’, Compassivo Harry sentou-se na beirada da cama dela e passando a mão em sua testa pensou senti-la com febre. Mas era ele que estava congelante, e ela percebeu isso. Esse era um dos sintomas pos-penitentes.

__________‘Eu estou bem Harry. Agora estou realmente bem. Saiba que você nunca estará sozinho. Precisa se lembrar disso! Prometa-me que não vai esquecer!’, Seus olhos estavam cheios de pena. E ela aguçou o senso de perigo que havia nele.

__________‘Eu prometo, mas não se importe comigo assim. Eu estou bem. Eu só quero que tudo isso acabe. E que eu possa viver em paz. Sem inimigos...’, Harry após saber de tudo no ano passado inconsientemente se preocupava demais com o que poderia acontecer. Mas não com ele, e sim com os dois.

__________‘Harry, por favor, tome! Coma isso.’, Entregou-lhe um enorme bombom, maior que as duas mãos dele em copa, recheado de cupuaçu. Entretanto aquele doce não era só um doce. Era também uma mensagem. Uma pequena memória que Dumbledore incitou a visitante em passar.

__________‘Obrigado! Parece bastante gostoso.’, Harry tinha uma cara bastante feliz.

__________‘Coma Harry, na minha frente. Esse doce é reenergizante.’, Disse ela quase com olhos psicóticos, segurando nas vestes brancas do menino. Os dois usavam roupas brancas de doentes.

__________E Harry comeu. Gostou e se foi deitar. Ela após isso tudo se sentiu bem mais aliviada, porque na sua mente uma voz de senhor idoso finalmente havia parado de gritar repetidamente:

__________‘Sei o que você é!... Sei quem você é!... Sei quem você foi...’.

__________Harry estava todo coberto, o sol ardia lá fora e as cortinas impediam que ele adentrasse, mas o que se passava era que Harry estava a sentir o frio que a chuva que não-caía provocava. Poucos poderiam sentir. E, além disso, ele havia saído da Ala, estava fraco e era o mais provável alvo de tais sintomas.

__________‘...Segredos que só as paredes sabem...’, Isto martelou na cabeça de Harry, durante sua estadia na enfermaria. Até que naquela mesma tarde antes de saber que era para que voltasse a dormir no dormitório como de costume, teve um pesadelo.



__________Era possível de se ver o castelo de Hogwarts ao longe, com a luz da manhã penetrando as suas janelas molhadas de orvalho. A neblina que se havia produzido durante a noite estava a rodear os domínios da escola, e seus habitantes não estavam dentro dela. Tinha ocorrido algo, alguma coisa muito ruim. E era claro o som de choros que se escutava dali.

__________Harry estava voando, mas não muito longe do chão, e sob os seus pés existia um penhasco que parecia não ter fim, a escuridão era quase que total ali dentro. Harry não percebeu mais um ponto mínimo de luz se encontrava no mais profundo daquelas trevas.

__________Sobre a sua cabeça, Harry também não tinha percebido, existia uma fonte de luz, algo que deixaria qualquer um estarrecido, uma esfera de luz. Não era de manhã, a luz que Harry via refletida nas vidraças não era a do sol, era a que provinha da grandiosa esfera sobre a sua figura.

__________A lua ainda emanava a verdadeira luz solar, e as estrelas ainda pairavam no céu nebuloso daquela falsa manhã.

__________Harry ainda não estava a entender o que se estava passando. A Floresta Proibida estava entre ele e a escola, e muitas luzes ofuscantes piscavam aqui e acolá na imensidão da floresta. Luzes acinzentadas, como se fossem reflexos n’água, como se fossem pequenos sinais, mostrando o caminho de volta, para onde quer que se deseje chegar.

__________As nuvens faziam movimentos calmos e serenos, como se ainda estivessem nascendo para chover. Suas cores cambiavam de tons brancos até o mais escuro e gelados nas suas bases. Iria chover logo.

__________Harry se virou naquele momento, às suas costas, não era possível de se ver nada, somente o que assemelhava com uma cratera gigantesca e muita fumaça cheirando a enxofre, muita dor cortou-lhe a mente naquele instante e sua cicatriz começou a arder como se tivessem colocado uma barra de ferro fervente para marcá-la mais ainda. Era desgraça o que Harry estava a sentir naquele momento, era dor e era tristeza, uma insatisfação incomensurável, algo que não era real, mas que poderia, logo, bem ser...



__________As paredes da enfermaria eram escuras durante aquela tarde, e trovões ressoavam, juntamente com novos relâmpagos a produzir falsas sombras de monstros e figuras inexistentes por cada cortina e cada lençol.

__________As janelas eram de vidro, como todas as outras da escola, e atrás delas uma chuva muito forte batia e raivosa produzia sons de risos e engasgos de choro. Era como se o pesadelo tivesse saído da mente atormentada de Harry e passado para a realidade. A cicatriz estava realmente machucada, ainda estava quente, como se no sonho a dor tivesse sido verdadeira.

__________Os olhos de Harry estavam molhados de lágrimas de dor, e de dúvidas. Seu corpo dolorido como se mil facas o tivessem cortado em eternos pedaços ensangüentados. Sua testa suava frio e ele ardia em febre, sua mente não mais estava vendo o mundo real, os delírios e tormentos de seu estado febril começavam a surtir efeito.

__________Harry não mais estava na enfermaria, mas sentado em seu leito. Foi quando o chão começou a mudar, e dele surgiam poças d’água como se houvesse goteiras no teto. Mas não havia. Aquelas poças não eram de água.

__________Eram de lágrimas de sangue.



__________Harry ainda sentia a dor percorrendo o seu corpo, mas não conseguia dizer de onde ela estava vindo, quem ou o que a estava provocando, só lembrava do marcador de metal vermelho vindo em sua direção. Era algo assustador, e nem pontadas de mil facas seriam mais dolorosas.

__________Harry não estava na Ala da Penitência. Era possível de se saber, porque ainda eram audíveis os sons dos trovões e as luzes dos relâmpagos também chegavam até onde Harry estava. Mas ele não havia deixado a enfermaria, estava no mesmo lugar, mas em outro plano, em um plano onde as coisas não eram tão amigáveis ou tão certas quanto poderiam ser. Ele estava onde não deveria estar, onde havia alguém que não poderia encontrar, alguém que não lhe era permitido achar. Harry inconscientemente sabia disso. Sabia que estava perto de alguém que lhe trairia a vista como uma ilusão repentina, sabia que seria triste, mas sabia que estaria a salvo.

__________As cortinas da enfermaria ainda estavam fechadas e balançavam furiosamente quando a figura imponente do diretor de Hogwarts adentrou a sala. Ele não vestia vermelho, branco, preto ou, se quer, o roxo habitual. Era uma cor que não mostrava a sua personalidade, algo que não combinava com ele, algo que mais parecia forçado. Uma roupa de outro alguém. Alguém que não estava permitido que Harry o visse, alguém que estava lá para fazer todo o trabalho mais fácil, alguém que não sabia o que estava fazendo. Alguém que estava em dúvidas consigo mesmo.

__________E este não era Alvo Dumbledore. E vestia uma cor verde grama, com detalhes em prateado opaco. Seus cabelos eram de mesma medida que a barba de Dumbledore, seu óculos eram tais quais os de meia-lua do diretor, mas eram de meia-lua invertida, a cor de seus cabelos era acaju, como eram os de Dumbledore.

__________Era uma dama, era uma grande mulher.

__________E estava a olhar fixamente para Harry, mas também via outro alguém, outra dama, uma inimiga, alguém a qual Harry também não estava permitido de ver. E ela estava muito próxima a ele.

__________As duas estavam em meio às trevas que rondavam aquele local, não mais estavam na enfermaria, estavam em outro dos locais-móveis de Hogwarts.

__________Eles três estavam na outra ala de morte.

__________Aquela era a inocente e terrível Ala da Expiação.



__________Harry tinha os seus olhos bem abertos e via tudo o que estava se passando com ele, mas não via ninguém nem nada que pudesse dizer que ele não estava em um lugar além da enfermaria. Seus olhos verdes brilhavam a luz dos raios que vinham de algum lugar de fora, onde não conseguia perceber. E eles serviam de faróis para as damas que o conseguiam enxergar. Elas tinham objetivos bastante diferentes, mas ainda assim estavam a se digladiar. E se miravam com olhos de que nunca se imaginariam em uma situação como aquela.

__________A escuridão do quarto estava quase plena, quando ocorreu o raio mais forte e depois veio o segundo trovão, mas a luz que emanava dele, não era branca ou brilhante, era um raio de trevas, e todos eles mergulhavam em uma escuridão terrível, algo que não podiam ver nem perceber. Uma sensação de liberdade falsa e eterna, algo que eles não sentiram, além disso, alguém infinitamente mais poderoso os tinha em suas mãos.

__________Em seus galhos de saudade.

__________Em seus ramos de felicidade.

__________Em suas folhas de imparcialidade.

__________Ela os segurava a todos.

__________Não mais estavam na Ala da Expiação. Ou muito menos nos domínios de Hogwarts.

__________Estavam nos Jardins.

__________E Alvo Dumbledore estava aos seus pés.

__________Em suas raízes da igualdade.

__________Com o seu roxo habitual e seus óculos de meia-lua crescente.

__________Com a varinha estendida e firmada a sua fronte. Com um brilho verde grama seus olhos se cruzaram com os dela. Uma dama da linhagem dos mais poderosos. E outra senhora dos fracos, vestida de preto e com um olhar de derrota inculpável, uma senhora triste e melancólica, uma menina que procurava se livrar do próprio passado, mas ainda não aprendera que não se podia modificar, nem esquecê-lo.



__________Estava de volta ao seu leito na enfermaria. As janelas estavam abertas e a chuva adentrava loucamente. As cortinas estavam enxarcadas e balançavam respingando em mil poças a sua volta. Aquele sonho tremendo não o fez gritar ou demonstrar que o havia tido. Ninguém estava a sua volta. E na cama ao lado não dormia mais ninguém. Haviam retirado-a dali. E em pequenos reflexos do sonho ele pôde ouvir a uma voz que falava baixinho em sua mente:

__________‘...Harry, por que não me achou? Mandei te buscarem, entretanto não agüentou a única forma de chegar até mim... Ele também estivera na Ala da Penitência. Parecia igual a você, mas não vive mais... O soltei antes da morte tomá-lo, mas fiz com que não lembrasse do que acontecera... Tinha me... Harry ache-me logo, por favor!’, Ela gritava em desespero, como se chorasse.

__________Harry, que já estava acostumado com as mensagens, não ficou pasmo desta vez, mas sim surpreso, ele tinha chegado bem próximo de onde estava a Dona das Entidades, quem deveria ajudar.

__________Os leitos todos estavam vazios. Como sempre nas férias. E nenhuma das outras crianças, que vieram do programa de intercâmbio, haviam se avariado a ponto de serem mandadas para lá. Tais crianças não estavam alojadas em nenhuma das casas, mas sim em diversos pontos do colégio.

__________Harry sentia-se só. Estava feliz de não estar mais dentro daquele sonho ruim, não mais se lembrava do que tinha acontecido realmente, só sentia a falta de uma sensação e logo em seguida de uma paz infinita chegando, quando finalmente os seus olhos tinham-se aberto de verdade.

__________Harry percebeu que ainda sonhava, mas naquele momento era um sonho normal e quase que real, tudo o que ele viu durante aqueles pedaços de tempo era o que se desejava sentir. As cortinas já jaziam abertas, havia muita luz no local, e a moça do leito vizinho ao seu lado o estava segurando pela mão. Harry parecia não entender quase nada. Ele estava um pouco atordoado. Quando a porta fora escancarada e corria em sua direção alguém que falava:

__________‘Não o atolem de apertos e abraços senhoras, ele precisa de ar! Deixem-no respirar! Harry, o quê foi isso? Seus gritos podiam ser ouvidos de todo o castelo!’, Era Hagrid trazendo atrás de si Yakow que segurava uma bandeja repleta de bombons de cupuaçu, Feijõeszinhos de Todos os Sabores. Sapos de Chocolate, e outras guloseimas bruxas...

__________Yakow se dirigiu para o lado de Harry e iniciou o que ele chamou de alimentar-filho-fofo-da-super-Lílian. Harry começou a ser entupido de comida.

__________Toda sensação ruim foi-se embora. Ele ria e quase chorava de mastigar tudo o que era enfiado dentro de sua boca.



__________Todos já haviam saído. Por ordem da Enfermeira-Chefe.

__________‘Como é que pode? Deixem o garoto descansar! Ainda são três da tarde! Ele precisa digerir tudo aquilo que almoçou! E vocês ainda entupiram o menino de porcarias! Onde já se viu? Fora! Todos vocês! Fora daqui!’, Ela havia perdido o controle, e estendia a mão à varinha.

__________‘Madame Pomfrey, se me permite eu trago um pacote endereçado a ele, preciso entregar.’, Dumbledore o havia escutado berrar do sonho, e sabia de tudo. Ele resolveu antecipar os fatos. Viu a necessidade de que aquele pequeno pacote fosse entregue logo. Já. Para que as chances do menino fossem plausíveis.

__________Harry estava já com os olhos fechados, seu estômago tinha com o que trabalhar. Seu corpo de criança estava aconchegado ao colchão quente e as cobertas se haviam sido colocadas gentilmente sobre a sua figura. O frio da chuva não mais o alcançava.

__________Harry sentiu um volume pesar sobre um dos lados do colchão, e sentiu também a temperatura do que quer que fosse. Estava frio, muito mais frio do que ele havia sentido.

__________Seus olhos cansados se esforçaram para abrir e quando o fizeram encontraram os de Dumbledore abertos e sem sono, olhando-o apaziguador.

__________‘Harry, olá. Como vai você? Não. Não me conte, eu não preciso saber da sua vida. Eu vim para lhe trazer isso.’, Terminou as suas palavras alçando um pacote vermelho com amarras verdes. Um pacote com algo que era possível de se chacoalhar dentro dele. Um objeto presumia Harry. Algo que lhe fora dado. E Harry abriu.

__________Era o Varete Lanmia que ele tinha usado no início das férias para ter sido sorteado e ido a excursão. E em anexo havia também uma carta, com as assinaturas de todos os professores novatos.

__________Ela dizia:



__________‘Caro Sr. Potter,

__________Desculpe-nos a nossa ignorância por ter feito sentir-se mal. Perdão. Estamos lhe enviando o Varete Lanmia que havia usado, talvez lhe seja de bom grado e proteção. O enfeitiçamos com charmes de nossos próprios locais de origem, estará bastante seguro usando-o acoplado a sua varinha. Dará-lhe uma concentração a mais no nível de poder.

__________Creiamos que entenderá tudo perfeitamente em breve.

____________________Saudações calorosas. E muita estima.

______________________________Professora White, que lhe escreve em nome de todos.



__________‘Obrigado. Diga a ela quando voltar que eu não me senti mal. Somente um tanto desnorteado com tudo aquilo.’, Disse segurando o varete e já o engatando na base do cabo de sua varinha.

__________‘Não se preocupe Harry você terá oportunidade de falar diretamente com ela... Logo eles todos voltarão.’, Seu tom mudou de uma voz rouca para uma voz bem aberta, Alvo não conseguia mais disfarçar tudo o que sabia.

__________Alvo se levantou, para fora da enfermaria, Harry o vendo, e sem mais palavras ele saiu arrastando o seu manto púrpuro pelo chão sujo, molhado e empoeirado da enfermaria. Fazendo um caminho limpo.



__________Se naquela tarde inóspita alguém pudesse fechar-se aos sons do mundo, ainda assim poderia escutar um único tipo de som, e sentiria um tipo de cheiro característico. A chuva eterna orquestrava enquanto que aquele típico cheiro de terra molhada invadia as narinas de todos.

__________Harry estava deitado. O horizonte era visto através das altas janelas transparentes. E o anel chuvoso havia aumentado. Muito. O céu no centro estava azul, mas ao redor dele a negritude estava a dominar tudo. O garoto se levantou puxando a coberta junto a si, para ir ver mais de perto tudo aquilo.

__________A luz do dia não era clara como sempre. E o céu azul estava pálido. No longínquo além era possível de ver a chuva caindo. E rios de inundações sendo formados. E se os olhos dele pudessem enxergar mais, veriam que a cada instante cada gota de chuva estava a se aproximar mais e mais da escola.

__________A sua mente levantou a sua cabeça para que visse o céu mais de perto. E lembrou daquele grotesco raio de trevas. Que o levara para muitos locais desconhecidos. Ele não tinha medo.

__________Ele continuava a repetir em sua mente para não ficar com medo... E a cada vez o medo aumentava no fundo do seu coração.

__________Harry vestia uma camisola branca. Mas as suas roupas estavam arrumadas sobre uma cômoda ao lado do seu leito. E ainda estavam lá no bolso trazeiro as penas de agoureiro. E a sua varinha com o varete em suas mãos. Ele receou ter de usar aquele feitiço. Talvez não o usasse. Ou talvez não tivesse coragem para usar.

__________Era uma tarde diversa. Tudo parecia já noite. E a sua cama morna não mais o estava ajudando a se conter. Ninguém estava por perto. A recepção ainda possuía algumas luzes. Mas nenhuma voz era ouvida desde que Alvo havia se ido.

__________O céu era de todo preto. E harry decidira ir embora. Vestiu suas roupas ali mesmo. Guardou bem as penas e a varinha melhorada permanecia em mãos. Direcionou-se a janela mais uma vez para ver que toda a planície ao longe estava iluminada.

__________De repente veio um raio.

__________Não era um raio qualquer.

__________Era um raio de trevas que ofuscou a tudo e naquele lusco-fusco Harry viu do outro lado do vidro, duas figuras: Edwiges e Um corpo grande e desforme envolto em uma manta negra.



__________Harry poderia ter gritado, mas não o fez. Eles estavam atrás de si naquele instante. Quando o raio parou Harry pôde perceber. Edwiges ali voou em sua direção, mas não estava querendo-o e sim a sua varinha, ela a pegou e voou mais rápido para longe dali. O ser a seguiu rápido. E mesmo espantado, sem tempo para raciocinar, Harry os seguiu veloz. Mergulhando na escuridão fora da enfermaria.

__________Parecia um ser deformado, ele via de longe, e Edwiges voava rápido para além dele.

__________Harry corria, mas não chegava nem perto dos dois. E o lugar não era possível mais de ser visto, só havia ele, o brilho negro mais à frente e Edwiges em sua mínima imensidão branca voando alto em Hogwarts.

__________E eles não sabiam, mas, sim, tinham sido pegos pela Ala da Penitência. Harry não começou desde então a sentir todos os efeitos. E naquele momento lembrando-se de prosseguir com a ajuda para com a voz de seus pensamentos ele achou que tinha tido sorte. Ele estava a chegar perto da Dona das Entidades.

__________Entretanto novamente a dor e o sofrimento lhe caíram sobre a mente. Harry começou a chorar, berrando de ânsia, e percebeu que lágrimas escorriam-lhe dos olhos.

__________Foi nesse momento que Harry lembrou do sonho que teve depois do almoço ainda naquela manhã.

__________Harry, mesmo abalado pelo poder da Ala da Penitência, decidiu fazer como o que lembrava em um reflexo de pesadelo.

__________Harry chorava e caminhava encostado nas paredes, não mais via Edwiges voando com a sua varinha, ou se quer aquilo que se envolvia em preto, mas quando de repente uma luz se fez, ele percebeu que era de novo o mesmo animal que reluzia bronze, prata e ouro, mas daquela vez tinha um brilho a mais, era um brilho multicolorido, era de cristais.

__________O animal começara a andar, Harry o seguiu como da última vez, mas quando foi chamado a continuar, após a parada que o animal fez, Harry que não se lembrava do que havia acontecido no pesadelo parou, não mais o seguiu, e em prantos, encostou-se na parede do ínfimo corredor em que se encontrava. Suas lágrimas de desejo inundaram-na, foi então que se fez luz e...

__________Quando ao chorar ao lado de uma das paredes, uma passagem nela se fez, e Harry a adentrou. Mas antes convidou o animal a segui-lo, e foi isso o que ele fez.

__________Harry andava a frente, mais atrás o animal, mas antes da passagem se fechar, alguém entrou seguindo os dois.

__________A passagem lhe trouxera para um caminho subterrâneo, que passava por de baixo das masmorras, precisamente por de baixo da masmorra das aulas de Poções. Harry que vira que excessos de magia pingavam do teto não teve dúvidas quanto a isso, se esquivava deles, pois poderiam causar-lhe algo de ruim.

__________Harry caminhou, no entanto estava parecendo que não estava em Hogwarts, parecia que aquela passagem só existia dentro da Ala.

__________Ao chegar no que seria um suposto jardim, que era um jardim de flores podres, viu um rio de excesso de magia o cortando.

__________E nele havia dois reflexos: Edwiges e seu acompanhante.

__________A ave arremessou a varinha de Harry, intacta. Pareceu que ela o queria ali para que não deixasse a outra esperando.

__________Os dois se distanciavam das margens do rio. E de repente um tremor aconteceu. Algumas pedras caíram do teto espalhando magia pelo local, e uma quase acertou em Harry, que se desviou. Quando o menino recobrou a atenção ele soube o que tinha acontecido.

__________O rio havia criado vida e estava a mergulhar em sua direção.

__________O pavor lhe corria pelas veias. Harry saltou alto, e andou o mais veloz que pôde, mas o rio estava a chegar mais próximo, quando, então, decidiu usar um feitiço urrou:

__________‘Petificus Totalus!’.

__________Mas infelizmente nada aconteceu. Harry que agora estava mais perto do rio vivo, não sabia o que fazer. Quando então uma voz falou em sua mente, ‘...Impervious...’.

__________Assim Harry parou, viu que o rio formava uma onda gigante, e não teve dúvida, apontou a varinha para si mesmo, e:

__________‘Impervious!’.

__________A onda o engolira por completo, os dois, Harry e a varinha, não sofreram nenhum arranhão, entretanto eles foram intrinsecamente tragados pela correnteza do rio!

__________‘...O que está acontecendo com aquele animal?...’, Pensava Harry, mas teve sua resposta. Quando chegou a superfície, Harry realmente vira onde estava, naquele momento foi quando, pela primeira vez, reparou na verdadeira forma do animal.

__________Ele era um ser fantástico, parecia que tinha sido uma experiência de magi-genética. Era a união perfeita entre um pégaso, um unicórnio, e uma fênix, tinha corpo de penas vermelhas como bronze, asas enormes e cinzentas como prata, um bico pontiagudo e cascos proporcionais de amarelo ouro que tinham também pequenas asas douradas, um chifre de diamante, e crina e rabo de fios de diversas pedras preciosas.

__________Harry vira que o animal, ele voava e trazia alguém na garupa, esse alguém era o ser que estivera com Edwiges, esse foi o instante que Harry sentiu um ódio devastador, mas quando o ser lhe mostrou sua Edwiges sã e salva, e que ela voara ao redor dos dois, Harry percebeu que ela confiava muito nele e priorizou definitivamente preocupar-se consigo mesmo.

__________O rio estava levando-o para uma luz adiante, Harry começara a ouvir um barulho de água caindo. Então finalmente descobriu que estava se encaminhando a maior queda da sua vida, cairia da catarata formada pelo rio vivo dentro de instantes!

__________Harry entrou em pânico, estava a se mexer muito, a cada segundo estava mais perto da saída inevitável. O despencar de algumas partes do chão e a inclinação do mesmo fez com que a correnteza ficasse mais rápida. Rápido era o tempo que corria e passava sem dó nem piedade.

__________Harry se aproximava da queda iminente, quando ao ser expulso dali se viu apto a segurar em uma estalactite que surgira. Harry não deixou a oportunidade passar e a segurou com todas as suas forças, as águas passavam cada vez com mais força e em mais quantidade.

__________Dessa forma a estalactite em que Harry se segurava começou a se rachar lentamente. Harry fazia um enorme esforço para não piorar o seu pânico, mas não havia mais outro modo, Harry arregalou seus olhos para aquela cena, tinha sido impelido aos céus.

__________A estalactite havia se quebrado!






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