Títeres Da Salvação



...Há muito, mas muito tempo atrás, quando o mundo ainda era um lugar de mistérios e, magia e, castelos gigantescos; em algum lugar, existia uma faísca de calor, uma esperança no olhar, um suspiro, de uma vida...





Harry Potter

&

A Árvore Da Vida



Por:



Potter



Capítulo 6: Títeres Da Salvação

-Raízes Na Profunda Depressão-





__________Aquilo provavelmente seria um sonho. Tudo estaria terminado quando acordasse. Quando abrisse os olhos e visse a cara mal lavada de Tia Petúnia cutucando-o para dar repreensões por ter feito qualquer das coisas normais que um garoto faz.

__________Mas aquilo, com certeza absoluta, não era um sonho.

__________Nem, tampouco, um pesadelo.

__________Aquilo era realidade.

__________E aquela criatura estava ao seu lado. Coçando-se com os finos dedos. Aquilo era um ser que Harry nunca tinha visto antes. E definitivamente ele não era um Duende, como no banco Gringotes.

__________Harry estava encostando-se ao máximo no braço de metal que estava ao seu lado, ficando o mais longe possível de o que quer quê estivesse sentado ao seu lado.

__________A criatura tinha olhos tristes. Foi isso o que pareceu a Harry. Se pudesse falar...

__________Mas não podia. Não por quê não tinha capacidade. Harry fora perceber isso logo em seguida, quando eles chegaram a um local um pouco mais claro.

__________Eles estavam em uma caverna. Que se iniciava sob Hogwarts e se pronunciava ao longo de vários quilômetros em todas as direções. Havia todos os tipos de formações geológicas ali. E chovia, chovia dentro da caverna. Mas não era possível escutar os pingos da água que escorria pelo teto, porque o chão ficava longe, muito longe donde eles estavam. Bem abaixo donde eles estavam. Se caíssem... Poderiam dizer adeus.

__________E não havia luz, nem uma tocha. Harry só conseguia enxergar em tons de cinza. E via quase branco o seu acompanhante da viagem. Mas alguma coisa estava na sua boca. Algo que não fazia parte dele. Algo que haviam colocado ali, ou melhor, colado ali.

__________Era uma mordaça. E a criatura percebeu e inteligente que era, mostrou o que acontecia se ele a tocasse.

__________Harry vira luz.

__________A caverna ficou iluminada. E um gemido de agonia pôde ser escutado. O ser estava ainda se restabelecendo do choque. A mordaça era elétrica. Ela impedia que fosse retirada. E machucava os seus usuários. Harry vira marcas de queimaduras, profundas e dolorosas, por todo o corpo do pedaço de carne que mal sentava ao seu lado. Harry soube, ele não queria estar ali. Ele não tinha mais escolha. Ele não ditava as regras para a sua vida. Ele era um escravo.

__________Um dos muitos escravos de Hogwarts.

__________Harry estava com medo. Com receio. De que a coisa ao seu lado o fosse abater. Mas ele era um bruxo e não se daria por vencido mesmo com todo aquele choque. Ele jogaria-o para fora dali. Ele cairia para a escuridão sempre dominar.

__________Ele cairia eternamente. Até que chegasse ao chão inexistente daquele poço sem fundo. E assim o ego de Harry fora tocado. Ele não conseguiria fazer aquilo, ele não mataria. Deixaria inconsciente, imobilizaria, mas não mataria. Não por um motivo tão egoísta. Não para se salvar.

__________Sua face emitia pena. Seus olhos ardiam em compaixão. Sua boca murmuraria doces palavras de compreensão. E suas mãos executariam as boas ações. Ele libertaria pelo menos aquele carregador de trouxas de roupa do seu fardo.

__________Então foi que Harry deu atenção a um fato que lhe passou despercebido.

__________O pequeno animal era somente pele e ossos.

__________Ele também fora privado de ser alimentado. Ele não podia comer, nada. Nada poderia ser pior, privado da liberdade, trabalho forçado, e ainda não poder recuperar as forças com comida. Talvez também não dormissem, seriam tão somente seres descartáveis. Que não fariam falta? Que pudessem ser só meros coadjuvantes. Planos de fundo... Cenários... Que não tivessem importância?

__________Que não vivessem?

__________Harry nunca entenderia o real motivo pelo qual todos aqueles animais, toda aquela sociedade, permaneceria como empregados de Hogwarts... Harry não conheceria o lado obscuro da mentalidade dos pequeninos... Nem o que eles faziam por pura e incontrolável sede de prazer.

__________Eles matavam por prazer.

__________Eles eram todos assassinos por natureza.

__________Harry nunca saberia disso. Para ele aquelas criaturas foram, e sempre seriam doces e animadas, mesmo com toda aquela falta... Falta... Faltam palavras para saber dizer o que se faltava.

__________Seus dedinhos eram miúdos e fininhos. E suas unhas, grandes e quebradas, pareciam doer a cada vez que se sentisse que elas estavam ali. A sujeira era dominante por todo o ser. E ele exalava um odor de podridão. De infelicidade. E de solidão.

__________A solidão que estava presente durante toda a sua não-vida.

__________Se a morte o levasse ele poderia se dar ao luxo de descansar. E se não, ele ainda poderia se dar ao luxo de não-viver. Já que ele era um ser indigno, que não poderia andar entre os civilizados, e que tinha que se esgueirar pelas paredes, e por dentro delas, para não ser visto ou percebido. E agora um deles tinha sido.

__________O que seria de todo o trabalho que tiveram todos aqueles anos? Como acabaria a infeliz história da nação que habitava as entranhas de Hogwarts, que vivia na escuridão e que fugia dos homens da superfície? Qual seria o destino de cada um daqueles peles-de-cera que laboravam sem finitude e sem prazer?

__________O destino não prestou atenção neles, desde o início essa foi à atitude que o condenara. E por isso eles puderam descobrir o que era ser, mesmo que por um pouco de tempo, feliz.

__________As duas mãos agora se dirigiam a boca, ou melhor, ao que estava tampando a boca. E antes de tocarem, um quieto brilhar apareceu. Era um raio que ia e vinha do material aos dedos ali na frente. E o rosto da criatura o olhava. Harry estava sentindo um pouco de tonteira ao ver uma expressão que misturava pena, ódio e raiva em um só ser. Harry poderia ter sentido medo. Mas o medo já havia se esvaído, ele agora sentia algo que não poderia nomear. Ele sentia simplesmente.

__________E aqueles olhos vermelhos piscavam para ele. A luz fez com que Harry visse todos os tons rubros nas íris solitárias que imploravam por libertação.

__________Harry trêmulo tentou se aproximar. Mas em um movimento ambíguo do animal Harry fez com que quase ambos fossem jogados para fora do único espaço sólido em muitos quilômetros de ar.

__________Harry quis se chegar mais para o centro do banco do teleférico alado. Mas ele entendeu com uma ameaça. E se jogou para o pescoço de Harry quase o agarrando, estrangulando.

__________Se não fosse a varinha. Harry poderia se declarar morto. Mas essa nem de longe fora a intenção da criatura. Ele queria só uma ajuda. Ajuda para viver.

__________Harry estava sentado pegando nos braços finos e fracos do animal que grunhia de dor. E a varinha aposta numa das mãos. Apontada para a cara, quase desistindo de existir do corpo molenga decaído sobre si.

__________Em meio às lágrimas esverdeadas que jorravam dos olhos do animal Harry fez um feitiço, algo que talvez retirasse a mordaça:

__________‘Caeruubli Leusbercca!’, Uma rajada de luz saiu da ponta da varinha de Harry. Luz branca que encontrou lugar na boca do animal. E fez que tanto movimento quanto uma criança agitada para tomar uma vacina. Harry quase o soltou, mas não o fez.

__________A luz parou. E o animal desnorteado nas mãos de Harry ainda sentia o choque.

__________O teleférico alado voava ainda em linha reta, pela caverna ampla de baixo de Hogwarts.

__________A mordaça, que se revelou um adesivo, descolou da fronte do pequenino. E ele abriu um largo sorriso de dentes afiados.

__________Ele era um ser de índole maligna. Mas era um individuo bondoso. E ninguém, exceto Harry dera as chances para que ele pudesse provar que ele podia não atender as expectativas.

__________Foi então que disse:

__________‘Obrigado, como posso te agradecer?’.

__________‘Não me agradeça ainda. Eu só quero que você me diga uma coisa.’.

__________‘E o que poderia ser essa coisa?’, A sua voz parecia áspera como uma espuma de tomar banho. E rouca como o barulho de água escorrendo pelo ralo.

__________‘Eu quero saber por que você pegou as minhas roupas enquanto eu tomava banho?’.

__________‘Para lavar, claro! Por que mais seria?’, Disse abrindo um sorriso mais largo ainda, como se estivesse verificando se ainda era possível fazer aquilo com a boca que não abria há muito tempo.



__________O céu estava limpo. Entretanto estaria logo escurecendo. Os centauros os haviam mostrado o local que fora de muita importância na infância de ambos. Era difícil achar que eles ainda não sentissem nada um pelo outro. Mas era fácil ver que não admitiriam isso, nem para salvarem seu amado.

__________Era triste o que a sociedade fizera com aquele casal. Amando-se em silêncio. E se impedindo de fazer isso por causa do preconceito. Era infeliz como os dois se olhavam e viam somente os corpos vazios um do outro. Eles não poderiam mais nutrir nada por aquele amor. Ele atrofiaria e murchando deixaria de existir. Seria pouco se eles pudessem somente fazer isso. Eles gostariam de se destruírem. Para nascer de novo como verdadeiros amantes. Para poder amar. Para não serem os meros títeres da salvação.

__________Os dois se despediram do pequeno grupo que adentrou a floresta negra à frente. E ficaram na frente da torre.

__________‘Você sabe quem está lá em cima, não sabe Firenze?’.

__________‘Fui eu que tive que a deixar lá.’.

__________‘Mas ela não queria ir, não é? Eu sei que ela não queria estar vivendo isso tudo.’.

__________‘Eu vi que ela tem ainda muito que fazer por aqui. Vi isso nas estrelas. Há muito tempo quando ainda vínhamos aqui, quando éramos crianças...’.

__________‘Eu também vi, na verdade escutei, escutei a voz dela, quando foi transformada, quando virou isso, que não está vivo nem morto e nem entre os dois. Ela é uma penitente.’.

__________‘É mesmo Napoli. Ela é uma sofredora. Uma criatura, ela não é mais uma pessoa, nem um ser humano, nem nada.’.

__________‘E você sabe quem é que faz companhia a ela, quem é a outra?’.

__________‘Eu não a conheço bem. Nunca falei com ela, porque se recusa a falar. E não me olha nos olhos. Ela é muito triste.’.

__________‘Disso todos nós sabemos. Ela morreu de tristeza. Ela me contou em um sonho. E me disse outras coisas também. Disse-me que ela voltaria a vida. Só que não sabia como. Nem quando, mas que achava que era logo, e que poderia reencontrar-lo.’.

__________‘Reencontrar a sua alma gêmea? Foi isso que ela disse.’.

__________‘Não, não foi isso exatamente. Foi sobre reencontrar um amor. Reencontrar alguém, alguém que ela sente falta. Alguém que ela não sabe mais quem é. Nem se vai mesmo encontrar. Talvez, eu acho, seja a sua alma gêmea. Mas talvez seja a sua outra parte. Aquela que fora cortada fora quando ela foi feita...’.

__________‘Ela foi... Feita?!?’, disse Firenze espantado.

__________‘Sim, infelizmente ela foi feita. Ela é o que se chama de arma, algo que poderia ser descartável. Ela é uma das outras. Ela foi feita. Por que ela simplesmente disse sim.’.

__________‘Ela foi pega. Entendi. Quando chegou a sua hora, mas que na verdade ainda não era, Ela veio e perguntou se...’.

__________‘Se aceita uma nova chance, uma chance para recomeçar, recomeçar de onde parou. E ela sem saber aceitou.’, Completou Napoli.

__________‘Existe uma frase em livros humanos que diz assim: ‘O Feitor Faz as mais belas Obras de arte, porém se ele não tiver a Matéria, de nada servirão as suas Habilidades.’. É algo assim que eu li. E eu acho que se aplica nessa situação.’.

__________‘Sim, exato. E eu sei quem é o Feitor. Ou melhor, a Feitora.’.

__________‘Não é só você que sabe dessas coisas Napoli. Eu também já tive a oportunidade de ouvir a voz d’Ela, uma voz convidativa. Boa, mas que só via o próprio lado. Uma verdadeira deusa. Egoísta, egocêntrica.’.

__________‘É triste saber da verdade enquanto todo o mundo ainda vive imaginando que existe um céu para irmos quando formos mortos.’.

__________‘Eu gostaria de ir para um local calmo e amplo onde eu poderia correr e viver sem me preocupar com a morte e assim eu viveria para sempre, tendo felicidade e você ao meu lado.’, Dizendo isso Napoli corou abruptamente. Ela não sabia que ele gostava tanto a sua companhia ainda. Ainda como gostava quando era criança.

__________‘Eu também gostaria de viver em um lugar assim. Mas não me satisfaria se soubesse que meus entes queridos ainda vivessem nas condições que estamos. Entre guerras e discórdias. Entre paz e amor.’.

__________‘Você ainda é bastante orgulhosa. E não aceita que a nossa situação foi um magnífico acaso. Que fomos designados para viver juntos. E sermos amigos mesmo antes de nos dizerem sermos futuros amantes.’.

__________O rosto dela se engolia em resposta, sem saber o que fazer, ou falar. Perdera os argumentos. E o amor escondido estava tomando ar para fugir do mar de trevas dentro do seu coração.

__________‘Você não acha que merecemos? Que merecemos viver como quem nós somos? Que mesmo que pela primeira vez façamos algo que eles desejam, mas que façamos por nossa exclusiva vontade? Que sejamos felizes, por nossa própria força? Que possamos destruir toda essa tradição sem sentido e começar uma nova linha de pensamento para o nosso povo? Você não acha que todos nós precisamos do nosso exemplo? Por que você não me deixa chamá-la de meu amor... Como eu sempre quis chamá-la, desde que descobri não agüentar mais todo esse meu amor por você?’, Ele já possuía lágrimas nos olhos claros como o sol. E seus cabelos loiros já voavam ao vento. Seu arco pendendo nas suas costas largas e fortes. Esperando por uma resposta da princesa eloqüente a sua frente atormentada pela própria desilusão. Por ter que ir de contra ao próprio princípio de nunca obedecer aos injustos.

__________Por pelo menos aquela vez a Injustiça fizera o maior acerto de todos, desde os tempos antigos.

__________O amor era sentido no ar, e todo aquele local estava começando a desabrochar emitindo ondas de amor, e tudo poderia estar em coro libertando todas as formas de vida apaixonadas de seus leitos para ir de encontro aos dois apaixonados que estavam ali em confronto consigo próprios. Era uma verdadeira tempestade de sentimento. Tudo emanava uma aura de felicidade e de luta. Luta para ser feliz. Luta para poder viver. Viver um amor, mesmo que passageiro mesmo que improvável. Mesmo que impossível.

__________Nada era irreal ali. Todos estavam olhando aquela centauro chorar, e todos viram quando ela tremendo se aproximou do seu amor e disse:

__________‘Firenze...’, Com lágrimas nos olhos e uma expressão de eterno descontentamento.

__________‘Mas eu te amo Napoli!’, Prevendo a resposta.

__________‘Nós não podemos.’, Disse em um grande uivo de grito.

__________‘Por quê?’, Sua voz estava a soluçar.

__________‘Porque...’, Ela teve que reunir muitas forças para dizer tudo aquilo. Ela estava mentindo, e isso era claro, isso era visto, mas ela teve que ser a melhor das atrizes. Ela teve que fazer, porque ela sabia que se não o fizesse, ela veria a última coisa que jamais desejaria ver, ela veria se tornar a mais infeliz das criaturas.

__________‘Porque eu não te amo...’, Disse como se sua voz fosse um ser além dela, como se fosse dizer outra coisa. E teve de se controlar porque estava tremendo e suando.

__________‘Não! Você está mentindo! Você não me está sendo você...’, Firenze estava chorando feito um menino, e não conseguia ver que tudo aquilo estava sendo forjado para ele.

__________‘Você quer que eu repita!’, Disse ela quebrando toda a sua figura para fazer valer a sua decisão.

__________‘Não, por favor, não me obrigue a ouvir de novo...’, Disse em agonia infernal.

__________‘Eu não te amo.’.

__________Ele a viu e olhou nos olhos, ela não tinha nenhuma lágrima naquelas duas pérolas, ela dizia a verdade. Ele conseguiu ver a verdade naqueles olhos. Ela era a mais perfeita atriz, ela forjou a verdade para que ele a visse.

__________Ele se fora. Deixando-a sozinha.

__________Suas patas deslizaram ao chão e o pranto solitário se fez. Ela berrou, gritou e chorou muito. Suas lágrimas atraíram muitos dos amantes da floresta. E eles em casais se postaram ao redor dela. E ela sem forças ficou sentada ali, olhando e sendo vista da torre. E um pensamento escapou-lhe e foi até a boca e disse:

__________‘Eu não posso amá-lo, meu amor...’, Entre soluços e espasmos ela continuou, como se os ouvintes fossem os animais da floresta, ‘...Meu amor, espero que um dia você possa me perdoar, e que possamos viver a nossa vida como os amantes que somos...’, Mais lágrimas vieram e a sua face doía de tanto chorar, doía porque tivera que representar ser mais uma vez quem não era, seu rosto infeliz doía porque tivera que mentir para o seu amor, ‘...Firenze, por que teve que ser assim? Por que justo agora? Por que eu te amo tanto?... Por que eu tive que ler aquilo, que ouvir aquelas palavras, que ver o futuro?...’.

__________Instantes depois ela voltou a pensar em voz alta, ‘Eu fiz tudo isso para te salvar, porque eu seria a mulher mais infeliz do mundo se tudo o que me fora revelado se tornasse realidade, eu não agüentaria ver você morrer para me salvar. Eu prefiro que eu morra, mesmo assim. Eu sei que está próximo, não durarei dias. Mas eu sei que tive que fazer isso. Eu amo tanto você. Eu não agüentaria deixá-lo sozinho. E ver você se esvair... Eu te amo tanto... Eu não quero que você sofra por mim. Eu não quero... Não quero que você morra por mim. Eu desejo tudo isso do fundo do meu coração...’, As suas palavras se dissiparam pelo ar, e por fim chegaram aos ouvidos de quem menos poderiam ter chegado.

__________Havia um garoto, um garoto jovem pousado sobre um tronco alto de árvore. E ele deu um belo e grande sorriso.

__________‘Não se preocupe, pobre criatura, se é esse então o seu desejo, eu prepararei uma das minhas brincadeiras, para que tudo assim seja...’.



__________‘Lavar?!?’, Perguntava incrédulo.

__________‘Claro! Claro como água! Nós somos quem lava as roupas.’, Disse o pequenino ser.

__________‘Mas... Como? Como vocês lavam as roupas? E onde?’.

__________‘Lavando, oras! Nos lavamos no local mais apropriável. Na lavanderia! Por que haveria de ser em outro lugar?’.

__________‘Existe uma lavanderia em Hogwarts?’, Seus olhos estavam saltados.

__________‘Não exatamente em Hogwarts... Mas bem perto, você verá! Agora se segure, porque isso aqui vai sacolejar um pouco... Estamos entrando em um túnel.’, Disse avisando a Harry.

__________Harry apertou as mãos o máximo que pôde no metal que o envolvia. Ele viu que aquilo não era definitivamente um túnel. Era um cano. Um cano enorme, que estava inutilizado, pois estava cheirando bem e parecia seco. Eles estavam entrando dentro daquilo. E não era mais possível ver nada. E a velocidade só fazia aumentar.

__________Eles morreriam se movessem um fio para fora do teleférico-alado. O guia estava ciente disso e certificara-se de que Harry sabia disso também. Os dois viajaram pelos túneis-canos de Hogwarts por um tempo razoável. Mas rápido. Dois minutos no máximo. E voltaram a aparecer em uma enorme caverna como a anterior. Só que o chão desta parecia mais próximo. Em alguns pontos até poderia ser visto.

__________‘Menino, não olhe para baixo agora, você pode ver coisas horríveis...’, Tal conselho serviu mais para instigar do que para alertar.

__________Fora a primeira coisa que Harry fez.

__________Olhar para baixo.

__________Mas ele não caiu. E não morreu tampouco.

__________Ele somente vira uns pontos vermelhos e azuis lá em baixo. Uns pontos redondos e pequenos. Na imensidão escura da caverna. Outros pontos apareciam, eram brilhantes e brancos.

__________‘O que são?’, Disse apontando lá para baixo.

__________‘Eu avisei para não olhar... Ah! São ovos! Ovos, de comer! Mas aqueles não são gostosos, eu não como esse tipo de ovo. Faria-me passar mal.’.

__________‘De que tipo de criatura serão?’, Disse com a curiosidade aflorando.

__________‘Eu não posso dizer francamente, mas suponhamos, todos nós, da nação, que sejam de um lagarto, um lagarto enorme que por muitas eras passeava por aqui comendo muitos de nós por dia. Talvez sejam de salamandras. É talvez...’.

__________‘Brilham tanto, não é? Talvez sejam de uma criatura bela.’.

__________‘É eu espero, talvez sejam de alguma ave. Mas o povo acha que sejam de salamandras. Pela cor sabe?’.

__________‘O que você acha?’.

__________‘Eu não acho nada!’, Disse como se aquela pergunta nunca lhe tivera sido feita.

__________‘Fale-me, por favor...’.

__________‘Ninguém nunca me perguntou isso antes... Eu estou devéras lisonjeado...’, Disse com lágrimas nos olhos.

__________E continuou, ‘Eu acho que seja de algum animal bom, senão não teria conseguido viver tanto tempo assim. Eles estão aqui desde muito tempo atrás. Eu não sei bem quando, mas foi antes do primeiro dos meus chegar aqui. Talvez tenha sido um grande dominador, talvez os humanos tenham destruído a sua civilização e agora esses ovos não podem mais eclodir. Talvez... Mas eu só tenho certeza de uma coisa. O ser que sair de dentro desses ovos não enxerga bem...’, Disse indo com Harry para longe dentro da caverna, entrando novamente em outro túnel-cano.

__________‘Lá vamos nós outra vez! E vê se não olha para baixo, agora é sério!’, Disse o pequenino comandando o caminho, pois o Teleférico-alado havia se soltado da última parte do grande fio de sustentação.



__________Para Harry aquele passeio fora pior do que a vez dentro do banco dos bruxos, Gringotes. Mil vezes pior, ele finalmente sentira o que era sacolejar em um transporte. Harry desejaria nunca mais andar de teleférico-alado, mas ele teria que voltar.

__________O acompanhante o mandou saltar do banco com asas. Pois ele seguiria de novo agora acoplado no fio de sustentação.

__________Eles saíram da caverna, que estava aberta e a meia luz.

__________Harry via o que realmente era o novo amigo. E começou a conversar querendo saber sobre ele.

__________‘Eu queria saber o que você é e qual é o seu nome, isso é se você tiver um...’, Disse com um certo receio se a pergunta fosse ofensiva demais.

__________‘Você é um dos poucos humanos que me perguntaram isso... Eu sou, um Elfo-da-Bavária, eu servi a você o café da manhã na cabana de Hagrid, ele é o único que ainda convive conosco... E meu nome é Yakow. Eu sou seu criado.’, Disse fazendo uma grande reverência.

__________‘Ah! E presumo que você saiba quem eu sou... Todo mundo sabe...’, Disse desanimado.

__________‘Er... Eu sei, Você é o filho da minha querida Lílian. Sua mãe lhe dera os mesmo olhos verdes tão alertas. Eu sempre gostei da sua mãe. Ela sempre foi muito boa comigo.’.

__________E eles foram andando enquanto as palavras saiam. Andando em direção a uma torre enorme, Uma torre que rasgava o céu, e que era aberta e ampla lá no alto e ao mesmo tempo em que ouviam uma canção de vozes femininas Harry comentou:

__________‘Mas dizem que eu sou muito mais parecido com o meu pai...’.

__________‘Er... Você é mesmo.’, Disse rude e áspero.

__________‘Por que houve essa mudança na sua voz?’, Disse Harry sem compreender.

__________‘Você vai me desculpar, você é igual a sua mãe, por isso não tem o que se preocupar...’.

__________‘Por quê?’, Perguntou sem saber ainda do que se tratava.

__________‘Porque todos nós odiamos Tiago Potter.’.






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