Jarra d'água e gritaria



Já dizia o lema de Hogwarts: Nunca cutuque um dragão adormecido. Ele foi ignorado por dezenas de anos, e apenas uma pessoa sentiu suas conseqüências: Remo Lupin. Mas também, quem mandou me acordar às sete da manhã? Que colégio é esse em que os alunos têm que acordar de madrugada? Isso é escravidão, é crime ouviu? Onde já se viu, eu, Tiago Potter, quase um príncipe babilônico, lindo, maravilhoso, ter que acordar às 7 da manhã? Onde? ONDEE?

- Tiago. – chamava Remo à meia hora. - Tiago acorda!

Remo já havia tentado de tudo. Já abrira as cortinas, já gritara, gritara, gritara, batera, batera, gritara, batera, gritara, esmurrara, socara, socara, e nada de Tiago acordar. Esse ritual acordara Sirius, Frank e Pedro, mas nada dele acordar Tiago. Já chegara a checar seu pulso para ver se ele ainda estava vivo. Mas ele continuava lá, deitado, de boca aberta, dormindo a sono solto.

- TIAGO! – berrou Remo.

Nada aconteceu.
Mas Remo, ao se virar e ver a jarra d’água sobre o criado – mudo, teve a brilhante idéia, que lhe custaria muita dor de cabeça.

- Se não acorda por bem, acorda por mal. – murmurou Remo.

Pegou a jarra, e virou – a na cara de Tiago.

- Dilúvio! Dilúvio! – berrou Tiago sentando – se na cama. – Peguem o bote! Peguem as mulheres e crianças! Dilúvio!

Remo caiu na gargalhada, e Tiago ao vê – lo caído no chão de tanto rir, foi dominado por uma raiva enorme e esganou Remo. Fim da história, ponto final. Quem mandou? Eu quase me afogo com esse ato criminoso! CRIMINOSO!

Remo caiu na gargalhada, e Tiago ao vê – lo caído no chão de tanto rir, começou a berrar:

- O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO HEIN? EU QUASE MORRO! E ERA VOCÊ QUE IA PAGAR MEU FUNERAL E ENTERRO. VOCÊ! E EU IA QUERER UM TUMULO REVESTIDO DE OURO BRANCO! OURO BRANCO OUVIU! E UM TERNO DE SEDA PURA! SEDA PURA!

- Calma Tiago, calma!... – disse Remo.

- VOCÊ IA SENTIR O PESO DE UM PROCESSO, E IA PRA AZKABAN! AZKABAN OUVIU? QUANDO ME MEXO EU POSSO SENTIR A ÁGUA QUE ENTROU PELO MEU NARIZ CHACOALHAR DENTRO DE MIM. ELA VAI FAZER MEUS ÓRGÃOS ENTRAREM EM PROCESSO DE OXIDAÇÃO E EU VOU MORRER!

- Tiago calma! – disse Remo se esforçando para não cair na gargalhada. – Vá tomar um banho e se trocar, que a gente já perdeu o café
- TOMAR UM BANHO! EU NUNCA MAIS VOU QUERER VER ÁGUA NA MINHA VIDA!

- Não exagera Tiago! Entra logo no banheiro senão vamos nos atrasar ainda mais.

Tiago carrancudo (e molhado), foi para o banheiro e 10 minutos depois já havia terminado.

- Vamos logo seu afogador – de – gente – bonita. – falou Tiago pegando a mochila.

Remo, ao ver o amigo sair do quarto sem olhar para trás, sentiu que aquele mau – humor iria durar muito tempo.
Mas se enganara redondamente. Tiago, ao entrar no Salão Principal, abriu um sorriso “comercial – de – pasta – de – dente” e foi em direção à pequena Lílian Evans.

- Olá Lílian! – disse ele quando se aproximou dela.

- Olá Tiago! – disse ela.

- Há quanto tempo nós não conversamos! – disse Tiago descontraído.

- Nós nos falamos ontem Tiago. – disse Lílian.

- É pequena. – confirmou ele. – Mas cada segundo que eu deixo de apreciar seus belíssimos olhos verdes, parece uma eternidade. Uma longa e mortal eternidade.

- Fala sério! – disse ela descrente.

- Nunca falei tão sério em toda a minha vida! – respondeu ele. – Nem quando tive que dizer ao meu bisavô Albérico que ele estava com Varíola Dragonina.

- Nossa, falando assim eu até me sinto especial! – disse ela sorrindo.

- É porque você é especial. – falou ele.

- TI! – chamou uma voz feminina.

- July!

July ela uma moreninha de olhos verdes, cabelos pretos e ondulados até o meio das costas. Ela e Tiago haviam sido criados praticamente juntos, pois o pai de July (Tom Herrieck) era muito amigo do pai de Tiago, e a mãe dela (Pamela Herrieck) era da Sociedade de Apoio ao Menor Bruxo Carente junto com a mãe de Tiago.

- E aí, como está a tia Pam e o tio Greg? – perguntou ela quando junto com Remo e Lílian saíram para a primeira aula.

- Minha mãe está como sempre, daquele jeito dela, você sabe. Fazendo montes de compras: compras pra ela, pro meu pai, pra mim, pra casa, pra mãe dela, pro pai dela, pro pai do papai, pra mãe do papai, pra cozinheira, pra passadeira, pra lavadeira, pra faxineira. E o papai sempre reclamando que ela está levando a nossa família à falência.
Todo mundo caiu na gargalhada.

- Ah Ti! – disse July. – Seus pais são um barato.

- Ah! São sim! – disse ele irônico. – Um barato tão grande que quando eu tinha 5 anos, minha mãe bateu uma foto minha de macacão com pompons cor - de – rosa. E o meu pai deixou. Aquela foto é uma desmoralização!

- Você deve ficar lindo, com pompons cor – de – rosa! – disse Remo.

- Não brinca Remo. – disse ele sério. – Ainda não esqueci o episódio da jarra d’água.

- Jarra d’água? – perguntou Lílian curiosa.

E para o enorme aborrecimento de Tiago, Remo começou a contar.





...


Meu pai sempre me disse que aula de Transfiguração era chato. Ele errou. É super – hiper – mega – power – máster – pow – pow – chato. É quase... Quase... Estuporante.

- Tiago! Tiagoo! – chamava Remo. – Tiago Potter! A aula acabou à 15 minutos e você ainda está aí roncando. Anda logo! Se não além do café vamos perder o almoço. – e depois, como se ele tivesse percebido que estava falando com uma pessoa completamente adormecida, pensou alto. – Ai Meu Merlim! Eu já agüento tanta coisa na minha vida! E agora me aparece essa mala – sem – alça – dormideira e eu tenho que aturar.

- Você não precisa aturar ele se não quiser. – era Sirius Black. Aparentemente já havia acabado de almoçar e viera ver se os dois ainda estavam lá. – Basta utilizar um método simples e eficiente pra acordar ele.

- Aé? E que método é esse? – perguntou Remo.

Sem responder, Sirius foi até Tiago, puxou a varinha, apontou para a garganta de Tiago, e quando viu que um enorme ronco estava prestes a sair, disse:

- Sonorus!


A zoada foi tão alta, que Remo tapou os ouvidos e fechou os olhos para não escutar. Tiago acordou na mesma hora.

- Quietus!

- Ah é você Cleansweep? – disse Tiago a Sirius após se recuperar do susto. – Pelo que eu pude perceber você adora acabar com a felicidade alheia.

- Nem tanto. – respondeu ele displicente. – Mas eu vi que o seu amigo estava precisando de ajuda e vim aqui dar uma olhada. E foi até bom. Acho que se ele continuar seu amigo, ele vai sair daqui levando um diploma e um grave problema de surdez. Você ronca demais.


- E o que você tem a ver com isso? – perguntou Tiago se levantando e pegando a mochila.

- Tudo. – respondeu ele. – Se você não tiver se lembrando no momento, eu divido o dormitório com você. E noite passada, eu fui ao banheiro com medo de esbarrar numa geladeira velha. Mas, quando amanheceu, era você.

Tiago amarrou a cara.

- Bom, da próxima vez, é só acender a luz da varinha. – retrucou ele. – Pelo menos você vai ter certeza de que não vai esbarrar numa geladeira velha.

- É. – respondeu ele. – Você tem razão. Mas a visão de ver você roncar pode ser muito traumatizante.

E dizendo isso, saiu.

- Eu não sei por quê. – disse Tiago. – Mas a ironia dele não me faz rir.

Remo apenas deu de ombros.


(FIM DO FLASH BACK)



- Nossa Ti! – disse Lílian debruçada por trás dele. – Eu nunca soube que você roncava tanto!

- É. Um problema nasal altamente constrangedor. – respondeu ele fechando o diário.

- Ainda bem que você resolveu esse problema né? – perguntou ela sentando – se no colo dele.

- Com a ajuda de quem? – perguntou Sirius, deitado na cama.

- Cala a boca Totó!



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