Don't You?



?So I look in your direction…
But you pay me no attention, do you?



Havia sido assim desde que o vira pela primeira vez. Até mesmo quando ela, ainda, não tinha notado que ele estava em seu coração. Ele nem ao menos pediu licença, quando deu por si, lá estava ele. Quieto, mas sorridente. Como no dia em que lançou um olhar de agradecimento a ela e a sua mãe, na plataforma. Assim, como naquele dia, novamente ela lhe lançava um olhar furtivo, esperando algum retorno... Mas ele não parecia lhe notar.

Era Natal. Na Toca, pessoas a mesa, deliciando-se da maravilhosa comida da matriarca Weasley. Família e Amigos reunidos, somente alguns ausentes. Mas Gina afugentava qualquer pensamento relacionado a isso, por que a única coisa que lhe ocupava a mente, naquele momento, era o moreno de intensos olhos verdes que encarava sua comida sem muita animação.

- Harry? – Hermione, que estava ao lado dele, chamou-lhe pela terceira vez, pelas contas de Gina.

Ela estava um pouco afastada do trio, mas ainda assim conseguia prestar a atenção na conversa de Rony e Hermione. Harry, que mesmo estando ao lado deles, não conseguia fazer o mesmo...

- Ah? – Voltou-se, olhando para Hermione, lançando um olhar quase com a mesma animação que encarava anteriormente sua comida.

- Eu estava perguntando se você não acha que os gêmeos deveriam colocar mais feitiços protetores na loja. – Lançava um olhar questionador e esperando uma resposta afirmativa. Realmente, uma semelhança incrível com a mãe de Gina.

Rony, que estava discutindo com ela até pouco tempo atrás, defendendo os feitiços protetores dos irmãos, ficou com as orelhas mais vermelhas do que já estavam...

- Eles sabem se defender. Afinal, conseguiram sobreviver aos experimentos deles e estão ganhando muito dinheiro com eles, não? – A morena lançou um olhar de reprovação para Harry, devido à ironia, considerada para ela, fora de hora.

Enquanto, Rony ria abertamente da resposta do amigo, deixando uma Hermione mais furiosa do que antes. Gina deu um sorriso fraco ao comentário. Aquele era seu Harry. Mal-humorado e irônico nos piores momentos. Aquela era a sua maneira de liberar as suas emoções...

Hermione, não contente com a perda, iniciou um discurso com seus argumentos. Harry apenas voltou sua atenção para a comida, parecendo ignorar por completo a amiga. Rony entrenteu-a, respondendo e dando motivos para a morena continuar com a discussão. No fundo, Gina imaginava que talvez essa fosse uma fuga para os dois. Uma fuga de todo o pesadelo que estavam passando... Uma maneira de lembrarem como eram apenas as velhas e insignificantes brigas, que os aproximavam ainda mais.

O Jantar de Natal foi realmente agradável, apesar do momento que passavam. A guerra iniciara-se e não havia perdão para ninguém. Muitas famílias bruxas e trouxas já haviam sido vitimas. E ela sabia que era apenas o início de todo o pesadelo. Sra Weasley tinha proibido qualquer comentário triste por aquela noite e todos a obedeceram. Não foram dormir muito tarde, pois o outro dia seria longo. Muitas coisas para ajeitaram e voltarem para a nova sede da Ordem da Fênix.

Gina bem que tentou, mas o sono não estava sendo muito generoso com ela ultimamente. Pesadelos a assombravam. Desde seus irmãos, pais e chegando a Harry.
Não havia uma noite que ela não sonhava que o via morrer, nas mãos de Tom Riddle. Sim, porque o Voldermont atual ela não temia tanto quanto a sua lembrança. Cresceu, mas o trauma ficou. Sem alternativas, resolveu ir deixar seu presente de Natal para Harry na árvore.

Vestiu seu roupão surrado, mas confortável. A passos lentos, saiu do quarto, para não despertar Hermione, que dormia na cama ao lado. Abriu a gaveta de sua penteadeira ao lado da porta e pegou o pequeno embrulho. Fitou-o por segundos, imaginando a expressão de Harry ao abri-lo. Na pior das hipóteses, poderia se sentir ofendido e berrar com ela. Ou então... Poderia sentir-se mais forte e determinado a voltar mais vivo do que nunca daquela missão suicida que fora destinado... E voltaria para ela. Voltaria para seus braços.

Distraída em seus pensamentos, não notou seus passos firmes pelo corredor e pela escada, chegando assim ao seu destino, a sala. A árvore de Natal que havia ajudado a enfeitar, bela e esplêndida, como todos os anos. Sua família não tinha dinheiro para esbanjar, mas tinha o que mais se esperava numa data como aquela; Amor. Sim... Amor que ela nunca poderia encontrar em lugar algum além de sua família. Ou talvez pudesse ter também nos braços de um certo moreno...

Parou, estática, sem reação a visão que teve. Era alucinação sua ou o moreno que dominava seus pensamentos há poucos instantes estava materializado no sofá da sua sala, com o olhar distante em sua lareira? Piscou algumas vezes, testando a primeira opção. Porém, a segunda estava mais provável.

- Harry? – Perguntou vacilante, com medo de se aproximar e ele se assustar.

I know you don't listen to me
Because you say you see straight through me
Don't you?



Harry continuou imóvel, como se não a tivesse escutado. Mas Gina sabia que ele não estava dormindo. Parecia desperto até demais. Se ele pensou que a ignorando, ela desistiria de se aproximar, cometeu um grande engano. Como atiçada pela má educação do moreno, ela foi até a árvore de Natal, ao lado da lareira, e ficou observando-a de perto. Por segundos, apenas o crispar da lareira era o som no ambiente.

- Me ignorar não vai ajudar. – Gina disse numa calma, que até mesmo ela se supreendeu. Harry não respondeu e a ruiva não saberia dizer se houver alguma reação, pois estava de costas para ele. – Espero que goste do presente... – Gina virou-se e o encarou-o.

Pela primeira vez na noite, Harry encarou-a de volta. Ficaram alguns minutos apenas olhando-se e tentando decifrar o pensamento de cada um. Tantas palavras a serem ditas... Mas muitas delas seriam proibidas, ele advertia-a no seu olhar.

- Não precisava se incomodar. – Respondeu sério, mas sem parecer grosseiro, quando Gina já havia desistido daquele jogo interminável de olhares e tinha se virado para subir. – Mas, obrigado. – Ele acrescentou após ela parar ao som de sua voz.

- Não precisamos dessa formalidade, Harry. Mesmo antes de termos algo além da estrita relação de amigo do meu irmão e a caçula da família, nós já nós tratávamos sem essas formalidades. - o tom da garota saiu impaciente, tornando-se irônico na segunda frase.

Gina disse sem voltar-se para ele. Sentia-se estúpida naquele momento. Havia prometido pra si mesmo que não iria ficar atrás dele como uma idiota apaixonada. Daria o tempo que ele necessitava e estaria ali, para quando ele precisasse. Mas seu coração era mais forte... E quando percebia, lá estava ela, tentando confortá-lo para que se sentisse melhor com aquela situação.

- Me desculpe. Mas pelo menos assim, eu consigo... – Sua voz morreu. Gina sentiu uma pontada no coração. – Você não pode exigir mais de mim, Gina. - Parecia mais uma súplica do que uma afirmação.

But on and on
From the moment I wake
To the moment I sleep
I'll be there by your side…


Apenas o silêncio por minutos que pareceram séculos, para ambos. Então, Gina decidiu. Estava na hora dele saber...

- Eu te digo o mesmo, Harry. – Falou e virou-se para ele. – Como pode me exigir algo que eu não conseguia fazer nem mesmo antes de nos envolvermos? – Sua voz saiu em tom de mágoa.

Harry engoliu em seco. Aquilo que ele tanto temia, estava para acontecer... Respirou pesado e ajeitou-se no sofá, tentando encontrar uma maneira confortável de passar por aquilo. Mas sua mente gritava que não haveria jeito para isto.

Just you try stop me
I'll be waiting in line
Just to see if you care



- Você conseguiu antes. Convenceu a mim e a todos que não gostava mais de mim. Que havia desistido. Por que agora seria diferente?

Ele questionou de forma severa, transparecendo que não estava nem um pouco confortável em estar novamente naquela situação. Pensou que ela o entenderia e permaneceria distante... Mas este pensamento não estava de acordo com a personalidade da caçula Weasley.

- Você sabe a resposta. Antes, não havia recíproca. – respondeu friamente.

No tempo em que passaram juntos não haviam conversando sobre o passado. Sobre como Harry demorou a notá-la. Ela preferia imaginar que, em parte, era sua culpa também.

Oh, did you want me to change?
Well, I'd change for good


Foi como se um soco acertasse em cheio o estômago do Menino-que-sobreviveu. Ele não esperava que aquilo viesse à tona... Mas “aquilo” fazia parte deles.

- Talvez eu nunca tenha dito… - Ele começou vacilante, mas certo do que deveria dizer. – Algumas vezes me recriminei por ser tão distraído a não ter reparado antes em você, como hoje a vejo. Mas, na maioria das vezes, eu sei que foi o melhor... Assim, você cresceu e me mostrou como realmente é... E eu tive o meu tempo pra crescer e amadurecer...

Agora ele procurou encarar a ruiva, que se mantinha em pé, em postura ereta mais com a cabeça curvada, na tentativa de igualar a altura dos olhares. Gina sentiu-se despida pelo olhar penetrante que ele lhe lançava. Apesar de atordoada, tentou não transparecer o quanto estava abalada e emocionada pelas palavras dele.

- Assim, eu consegui o mérito do seu amor, Gina. – Seus olhos brilhavam. Uma lágrima triste escorreu pelo rosto do rapaz, não se importando em repimí-las...

Gina desmanchou sua postura séria e ereta de poucos minutos antes. Harry, apesar de se fazer de durão, de tentar de todas as maneiras afastá-la, apenas estava fazendo mal a si mesmo. Ele estava frágil. Ela também. Agachou-se, ficando de joelhos em sua frente... Apenas se olhando

And I want you to know that you'll always get your way

- Não sei se você está certo nisso ou não... Mas só quero que saiba que continuaria te amando mesmo sem todas essas mudanças. Mesmo se não tivesse reparado em mim...

Ele lançou um olhar de censura e pousou a sua mão no rosto dela, fazendo um gesto delicado e carinhoso, limpando as lágrimas teimosas, que agora escorriam do rosto da ruiva. Analisou cada sarda que podia ver a pouca luz que a lareira dava-lhes. Nunca se cansaria de admirá-las... Nem da sua dona...

And I wanted to say

Gina sentia a mão quente dele deslizar pelo seu rosto e não conseguia conter os arrepios pelo corpo. Como sentira falta do toque da sua mão... Do simples toque, podendo ser em qualquer parte do seu corpo. Aproximou o rosto instantaneamente... Era algo mais forte que ela, seu corpo agia mecanicamente, prevendo o que aconteceria e o que eles queriam...

Don't you shiver?

A cabeça de Harry fervilhava, principalmente porque uma voz irritante gritava em sua mente que não poderia... Mas o cheiro floral de Gina o tinha inebriado de tal maneira que não havia mais pensamentos racionais... Apenas instintos.

Ao movimento de aproximação da ruiva, ele não recuou. Viu-a fechar os olhos delicadamente, esperando por uma reação dele... Ele sentiu o corpo trêmulo. O cheiro dela estava impregnado nele. Não teve mais nenhum pensamento... Apenas a sensação.

Lábios uniram-se de formas leve... Ainda receosos de que algo pudesse atrapalhar. Ou até mesmo alguém aparecesse e os lembrasse de que não deveriam fazer aquilo... Mas não deveriam mesmo? Até Harry duvidava disso naquele momento...

Não demorou muito para o leve contato se tornar um beijo ardente e caloroso. As mãos de Harry trataram de puxar Gina para mais perto, terminando a distância que havia entre os dois. Ele sem perceber havia colocado Gina em seu colo, numa agilidade que nenhum deles saberia explicar.

Gina aproveitava o beijo e acariciava os cabelos rebeldes do moreno, fazendo-lhe ficar com os pêlos do pescoço arrepiados pelo toque macio de suas mãos. Sentiu Harry a apertar mais forte num abraço, afundando seu rosto em seu pescoço, para poder respirar... Ela também precisava de ar.

So, you know how much I need you

Harry a prendia entre seus braços, com medo de perceber que era apenas mais um sonho. Sim... Como ele sonhara com aquele momento, mesmo que fosse proibido.
Ele queria... Ele desejava... Ele precisava dela.

And is this my final chance of getting you?

Gina sentiu os braços dele apertarem seu corpo e sentiu-se realizada. Era disso que sentia falta... De seus braços confortadores e de segurança... Sentiu-se plena. Mesmo que no fundo do seu coração tivesse a sensação que aquela poderia ser sua última chance de estar ao lado dele...

- Obrigado por este presente de Natal. – Harry interrompeu o silêncio, fazendo Gina sair de seus pensamentos...

- Mas você ainda não viu... – Gina pareceu confusa, sem ter percebido ao que o moreno se referia.

- Você é a única que poderia me dar um presente como esse... Você me deu esse momento. Eu nunca me senti tão amado. – Gina o encarou e viu as lágrimas que ele não tentou resisti ou escondê-las. – Eu te amo...

- Eu também te amo... – Ela respondeu automaticamente.

Já não era segredo para mais ninguém que o que ela sentia pelo menino que sobreviveu era mais que uma paixonite. Era Amor.

- E é por eu te amar que não posso te envolver mais nisso... – Harry abaixou o olhar, voltando à realidade dura e cruel.

- Você sabe que não há como me envolver “nisso” mais do que já estou, não sabe? – Gina ficou séria, esperando uma confirmação.

Harry apenas balançou a cabeça mantendo o olhar baixo. Gina pegou seu queixo suavemente, obrigando-o a olhá-la.

For you, I will always be waiting

Yeah, I'll always be waiting for you


- Enquanto você for o meu Harry, que eu tanto amo, eu sempre estarei te esperando… - Sua voz saiu firme e seu olhar era penetrante, fazendo Harry mergulha nas íris castanhas dela. – Não tem como fugir disso, Harry... Não tem como fugir do nosso amor! – Finalizou num tom que não aceitava mais nenhuma resposta.

Harry, ainda hipnotizado pelo olhar da amada, apenas lhe ofereceu um sorriso franco. Ela aproximou-se, mais uma vez, mas agora tomando a atitude de capturar os lábios do moreno, não dando chance para ele protestar... E nem ele pretendia.

Sentiu uma fisgada em seu umbigo, passando uma corrente elétrica por todo o seu corpo. Não sentia mais o abraço dele. Os lábios dele não estavam mais nos seus... Não sabia onde estava ou por que tudo havia mudado de repente. Mas sentia-se fraca. Estava curvada, ajoelhada e seus olhos tinham como campo de visão apenas o chão.

Tentou levantar o olhar, mas não pode. A corrente elétrica se intensificou, fazendo-a sentir-se sem forças até para respirar. Uma voz gritava em sua mente, mas ela sabia que não era ela;”Acabe com isso... Vamos!”

- Não! Eu não vou... – Sua voz morreu, ao sentir novamente a corrente elétrica que percorria seu corpo intensificar... Dor. Era a única coisa que tinha consciência.

- Como eu havia previsto. Muito bem, Weasley. – Escutou a voz ao longe e viu os sapatos da pessoa, mas não reconhecendo de quem se tratava.

Tomou forças do ódio que dominou seu ser ao escutar a frase. Não tinha exata consciência do que se tratava, mas não podia deixar que a pessoa ganhasse... Não!


Seus olhos abriram com força, arrependendo-se depois pela luminosidade que entrara pela sua retina, que lhe causaram incomodo. Sua respiração estava forte e rápida. Seu coração poderia sair pela sua boca a qualquer momento. Seu corpo doía. Todo. Principalmente a cabeça. O que tinha acontecido com ela?

- Aiiiiiii! – Soltou um gemido, numa frustrante tentativa de sentar. Estava desesperada.

Tentou ter um campo de visão melhor que apenas o seu corpo estirado na cama. Apenas conseguia ver os criados mudos ao lado. Havia vários recipientes, que ela imaginou estarem cheio de poções.

Escutou passos. Agora sim, intensificou o seu medo. Ela estava em um cativeiro? O que tinha acontecido com ela? Estava machucada. Sem condições de fazer qualquer movimento brusco com o rosto... Mas a última coisa que se lembrava fora estar em sua sala, no Ministério.

- Que bom que a Srta acordou. – Escutou a voz de uma mulher, num tom formal. Será que ela estava num hospital? Mas por que não havia ruídos? – Já estava ficando preocupada... Mas agora que já acordou, podemos fazer os testes necessários e dar as poções que necessita para se recuperar.

Agora tinha a visão do rosto da mulher, que tinha chegado perto e a encarava com um sorriso no rosto. Sua expressão parecia sincera ao que havia dito. Ela a conhecia... Só ainda estava tão atordoada que não se lembrava de onde.

- Onde eu estou? – Sua boca foi mais rápida que a mente. - Eu conheço você... Só não me lembro...

- Eu sou Megan. Trabalho com a sua cunhada, Hermione. É do hospital que você me conhece, quando ia visitá-la. – Respondeu com um sorriso. Estava satisfeita de Gina não ter perdido a memória. Nesses casos, é o mais comum de acontecer. – Você está no apartamento de Hermione e do seu irmão...

- Onde está Hermione? O que aconteceu comigo? Por que eu estou aqui? – Começou a perguntar sem tomar fôlego nem para respirar. Tantas perguntas perturbavam-na, principalmente depois do misto de recordações...

- Ainda não sabemos ao certo o que aconteceu com a Srta. Mas acalme-se ou então poderá sentir mais dores... – Falou dando lhe um olhar compreensivo e voltou-se para o criado mudo ao lado da cama. Pegou sua varinha e começou a fazer gestos que faziam a misturas dos líquidos dos recipientes em cima.

Gina comprovou sua teoria de que aquilo realmente eram poções. Mas olhava a mulher assustada. Sentia-se frágil e inútil por não poder se movimentar como gostaria e deveria. A última vez que se sentiu assim desmaiou logo após, acordando somente com a visão de um menino magricela, de óculos e intensos olhos verdes lhe perguntando como estava. E logo depois, eles saindo da câmara secreta.

Não era uma lembrança agradável, mas foi a primeira que lhe veio com aquela sensação. O medo invadiu-lhe. Ela precisava fazer algo ou ter alguma proteção.

- Aqui está... Beba de uma vez para não sentir o gosto amargo. – Megan inclinou-se sobre ela, oferecendo-lhe dois copos. Estava tão absorta em seu desespero interno que não havia notado o trabalho rápido e eficiente da enfermeira. – O primeiro irá lhe devolver os movimentos do corpo... Enquanto o segundo lhe fará dormir para descansar e recuperar suas energias. – Explicou Megan pacientemente, após perceber a demora e o olhar analítico que Gina lhe lançava.

- Onde está a minha varinha? – perguntou rapidamente, não se importando com as explicações anteriores da morena.

- Está guardada. – Respondeu de maneira firme, sem parecer que aquilo havia lhe atingido.

- Quero minha varinha. – Gina agora lhe lançava um olhar de criança birrenta, demonstrando impaciência.

- Não irá precisar da sua varinha agora, Srta Weasley. Só precisa tomar as poções e acordará amanhã mais disposta. – Respondeu, mais uma vez, formalmente.

Gina não era a primeira paciente que tinha um ataque de histeria por estar sem mover nenhuma parte do corpo e sem sua varinha.

Megan, na verdade, sempre era a enfermeira escolhida para lidar com os doentes mais teimosos e rudes. Ela imaginava que deveria ser pela sua habilidade de não se irritar facilmente ou pela sua expressão séria que fazia muitos não duvidarem do que dizia.

- Não importa se irei precisar ou não. Se quer que eu tome essas malditas poções, vai devolver a minha varinha! – Gina elevou o tom de voz, mas não gritou. Achava que ainda não teria condições para tal.

A mente dela fervilhava, tentando formular algum plano que a tirasse dali o mais rápido possível. Precisava de respostas. Ficando naquela cama, não encontraria nada além de pesadelos e recordações do passado, que só lhe fariam ficar mais atormentada do que já estava.

- Ok, então. – Megan respondeu calmamente, parecendo não se importar pelo modo rude de Gina ou pela chantagem infantil da ruiva.

Deixou os dois copos no criado mudo e inclinou-se mais sobre o corpo da enferma. Levantou o travesseiro dela, tendo o cuidado de segura-lhe a cabeça, enquanto removia a varinha. Recostou-a e fitou sua varinha por instantes, parecendo curiosa a respeito do objeto.

- Aqui está, Srta Weasley. – Colocou a varinha na mão direita de Gina. – Como viu, não havia motivos para se preocupar com ela. Ela estava muito bem guardada, pela Srta mesmo. – Gina notou uma leve ironia, mas a expressão da enfermeira mantinha-se calma e passível.

- Obrigada. – a ruiva respondeu meio a contra gosto, sentindo-se idiota pela maneira como havia conseguindo sua varinha.

- Agora... Beba as poções ou então ficará nessa cama por mais tempo. – Megan dizia encarando a cunhada de Hermione e lhe oferecendo um olhar severo.

Gina encarou por alguns segundos, ainda em duvida do que realmente deveria fazer. Mesmo não mexendo o corpo, poderia murmurar um feitiço qualquer e estuporar a enfermeira... Mas por que faria isso a uma mulher que até agora havia somente a ajudado? “Isso não é maneira de agradecer, Ginevra!” Ecoou uma voz em sua mente muito parecida com a de sua mãe.

Megan esperou a afirmação de Gina, que veio após a hesitação inicial. Então, a enfermeira, com o cuidado utilizado anteriormente, ajudou a ruiva a sentar-se na cama, mesmo com dificuldades. Gina sentiu-se meio desconfortável inicialmente, mas a sensação de ter uma visão mais abrangente do quarto lhe tirou qualquer pensamento de dor.

Aquele, realmente, era o quarto de Hermione e Rony. Não que ela tivesse ido ali várias vezes, pois eles ainda não haviam se mudado e fazia poucos meses que tinham efetuado a compra do imóvel. Mas ela conseguia ver algumas coisas de Hermione, muito bem organizadas, no canto do quarto, próximo a porta. Como o livro “Plantas de região tropical para poções”, que a própria Gina havia dado de presente para a amiga.

- Tente levantar a mão, você conseguirá. – afirmou a morena, após auxiliar Gina para sentar-se. – Vai senti-la pesada no inicio, mas depois se acostuma. É efeito da poção anterior que você tomou.

Gina fez um sinal positivo com a cabeça, mesmo não se lembrando de ter tomado uma poção antes. Deveria ser ao fato de ela estar inconsciente ou algo do tipo...

- Há quanto tempo estou dormindo? – quis saber desde que acordara, mas somente agora a pergunta saiu em palavras.

- Há um dia mais ou menos... Mas não se preocupe com isso. Devido aos ferimentos que você teve, está se recuperando rapidamente. – Megan virou-se, lhe trazendo os copos com as poções, anteriormente deixados no criado mudo.

- Meus pais...

- Eles ainda não sabem, Srta Weasley. Quando Hermione voltar, vocês conversarão e saberá todos os detalhes que eu não tenho como lhe dar no momento. – A expressão da morena ficou estranha, como se uma lembrança ruim a estivesse atormentando. - Mas antes disso, precisa dar continuidade ao seu tratamento.

Gina ficou surpresa em como a mulher conseguia voltar rapidamente ao controle da situação. Tão logo havia se deixado levar por alguma emoção oculta, logo havia voltado à postura de enfermeira. Vendo que a mulher não desistiria tão fácil, iniciou a batalha com seu braço, que doía e formigava, mas que precisava levantar.

O silêncio estabeleceu entre as duas mulheres, escutando somente os gemidos de Gina para a difícil tarefa de erguer o braço esquerdo na altura de seu rosto e assim pegar o copo. E, assim, ela fez. Minutos haviam se passado, mas ela levantou o braço e pegou com firmeza o copo, e tentou beber o mais rápido que pode.

Megan não havia mentido. A poção tinha um gosto terrível e parecia deixar um rastro de fogo por onde passava. Lágrimas quentes saíram do rosto da ruiva, devida a sensação incomoda e quente de seus lábios até sua garganta.

- Tome. – Gina voltou sua atenção para a morena que lhe oferecia um copo com água. Estava tão concentrada em sua difícil tarefa que havia se esquecido da presença da enfermeira. – Não se preocupe, pois a água irá somente melhorar a angustia de sua garganta. – disse de forma educativa, assemelhando-se a maneira de Hermione.

- Obrigada. – Foi a única coisa possível de Gina dizer naquele momento de aflição para suas cordas vocais.

Estava ainda terminando seu copo com água quando escutou um barulho de algo se quebrado. Ela virou sua cabeça rapidamente para a porta, com a intenção de enxergar quem mais estaria ali. Será que Hermione havia chegado? Ou Rony? Por que não haviam ido direto ao quarto para vê-la?

Seus pensamentos foram interrompidos pela visão do corpo magro de Megan saindo pelo quarto com velocidade.

- Quem está ai? – Gina perguntou, mas Megan já tinha saído do quarto.

Uma nova onda de medo invadiu Gina. Por que Megan sairia tão rapidamente do quarto se fosse Hermione ou Rony? Por que ela se preocuparia deixando-a ali sozinha se Gina pudesse saber quem estava na casa? Será que realmente estava na casa de Hermione? No mundo mágico, tudo era possível. Poderiam ter feito uma replica do quarto somente para ela poder se sentir segura e imaginar que não havia nada de errado...

“Você realmente anda vendo muitos filmes trouxas!” A voz semelhante à de sua mãe mais uma vez ecoou em sua mente, mas não daria ouvidos a essa. Poderia ser paranóia sua... Ou não! Olhou para o copo em cima do criado mudo, no qual continha a poção do sono.

“E ai, garota? O que faremos agora?”

****************************************************************

Hermione colocou a primeira camiseta que viu, nem reparando que era do pijama de Rony. Mas ela não se importava com nada, além da sensação de falha com o namorado. Ela não deveria ter deixado Rony ter descido sozinho. Havia se passado alguns minutos e ela não tinha escutado nenhum barulho. Ainda tinha duvida se isso era um sinal positivo ou negativo.

“Que tipo de Grifinória você é que deixou o seu namorado descer sozinho pra enfrentar seja lá o que for?!”

Culpava-se mentalmente pela inércia de minutos atrás. Deveria ter pegado sua varinha e ido juntamente com ele para expulsar o invasor, independente do que ele fosse.

“Continuar aqui se martirizando não vai ajudá-lo, vai?”

Com passos vacilantes, mas a determinação que sempre tivera desde suas primeiras aventuras no trio, ela foi descendo o mais rápido que pôde, mas sem fazer muito barulho. Sentia o chão gelado causar impacto com seu corpo quente. Mas aquela sensação não importava... Ela precisava ajudar Rony.

- O que você está fazendo aqui? – Escutou a voz surpresa de Rony, quando já estava na sala.

O barulho de algo caindo no chão se seguiu.

- Rony!- disse virando-se e colocando a mão no peito. – Você me deu um susto daqueles... – estava um pouco pálido, mas mantinha um leve sorriso no rosto.

- Bem... Você me deu um susto primeiro. Imaginando que tinha alguém invadindo a Toca...

Hermione terminou a distância que existia entre a sala e a cozinha, entrando de repente, com a varinha erguida.

- Sr. Weasley! – Hermione praticamente gritou, tamanho o susto que havia levado.

Somente naquela hora, Rony e seu pai se voltaram para a entrada da cozinha que dava acesso a sala. Sr Weasley a olhou tão surpreso quanto ela.

- Hermione... – disse vagarosamente o patriarca da família.

Os olhares dos ruivos fixaram na morena a frente deles. Obviamente, seus olhares tiveram uma ampla visão de Hermione e os dois repararam nos trajes dela.

- O que você está fazendo aqui?- Rony perguntou.

- Eu vim ver sua mãe... – Começou Sr Weasley.

- Não você, papai. Hermione. – Rony lançou um olhar reprovativo para a noiva.

- Eu vim te ajudar... Caso fosse um possível invasor... – respondeu Hermione, como se aquilo fosse óbvio demais para ser perguntado, mas não demonstrou ironia no seu tom de voz.

- Mas poderia pelo menos ter se vestido antes, não? – Agora Hermione percebia o porquê da orelhas de Rony terem ficado vermelhas assim que seus olhos pousaram nela.

A face da morena ruborizou imediatamente, olhando-se com maior detalhe. Ela estava apenas com a camiseta do pijama que Rony usava há algumas horas atrás... A camiseta apesar de ficar grande nela, chegava a cobrir somente o inicio das coxas.

- Eu... eu... – Começou a gaguejar, sem saber como explicar que ela nem havia percebido os trajes que se encontrava.

- Sua mãe não está em casa, Rony? – Sr Weasley quebrou o constrangimento instalado.

Ele sabia a resposta de sua pergunta, mas queria encontrar uma maneira de afastar a provável briga que se instalaria na cozinha.

- Ela saiu com Fleur e Grazi. - Foi Hermione que respondeu, agradecendo mentalmente o futuro sogro. – Elas devem voltar de tardezinha...

- Ah... entendo. Por isso de Molly não ter respondido minha coruja... – Sr Weasley falava mais pra si, como chegando a uma constatação. – Sendo assim, eu vou voltar ao Ministério, está uma loucura por lá com esse evento na Alemanha... – Sr Weasley falava enquanto pegava seu chapéu de cone, ajeitando em cima de sua cabeça com poucos cabelos.

Rony parecia nem reparar no que o pai dizia, apenas lançando um olhar fulminante para a noiva.

- Eu... Eu tenho que voltar para o hospital... – Iniciou vagarosamente, Hermione. Sentindo toda a profundidade do olhar do noivo. – Até logo, Sr Weasley. – Disse rapidamente e da mesma maneira se retirou da cozinha, tentando não transparecer seu desespero de alcançar o segundo andar da Toca e se trocar o mais rápido possível.

- Até logo, Hermione... – Sr Weasley achou provável que a futura nora não tenha escutado sua despedida, tamanha a pressa que saiu da cozinha.

Rony ainda continuava com um olhar perdido para o corredor que Hermione sumira há pouco, sua vermelhidão desaparecendo...

- Não seja tão duro com ela... Vocês tiveram sorte que fui eu que estava nessa cozinha. Seria prudente serem mais cautelosos da próxima vez... Normalmente, não sou eu que fico nessa cozinha. – Sr Weasley iniciou num tom sério e baixo, mas oferecendo um sorriso para o filho caçula ao final da frase.

Rony agradeceu pelo olhar a compreensão do pai, mas a sua vermelhidão voltou com intensidade à menção da outra pessoa que vive na cozinha...

- Obrigado, Pai... Eu agradeceria se o senhor não comentasse... – Rony iniciou vacilante.

- Não se preocupe, eu já tive a sua idade... – Sr Weasley ofereceu um sorriso maroto e uma piscadela para o filho, aparatando logo em seguida.

Rony não saberia explicar, mas o alivio que sentia, por não ter sido sua mãe a estar na cozinha naquele momento, era uma sensação maravilhosa... Relaxante... Indescritível, talvez... Mas não chegaria perto da sensação que ele tinha tido há poucos momentos com Hermione...

“Essa sim, não tem como se igualar...”

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- Reparo – Harry escutou a voz da enfermeira, pela primeira vez durante todo o dia, e virou-se para encará-la.

A xícara que há poucos instantes estava em pedaços no chão, agora estava em cima da mesa, como se nada tivesse acontecido.

- Ah, desculpe... Não precisava se incomodar, eu já iria consertar. – disse sem jeito para a mulher a sua frente, que mantinha uma expressão séria.

- Sr Potter, tenha mais cuidado da próxima vez. Srta Weasley acordou e...

- Gina acordou? Como ela está?

- Ela está melhorando... – apesar de não gostar da interrupção do moreno, respondeu utilizando o mesmo tom formal anterior. – Já dei as poções necessárias, mas ela escutou o barulho e, logicamente, queria saber quem estava na casa.

Harry sentiu o estômago dar uma volta até o inicio de sua boca e voltar, como se estivesse numa montanha russa. A notícia de Gina acordada e em melhor estado tinha lhe causada uma mistura de alivio e felicidade que há tempos não experimentava, mas ao saber que, a qualquer momento, ele estaria de frente aos olhos inquisidores e magoadas da ruiva, sentiu um estranho frio na barriga.

Sabia que era inevitável, mesmo porque, ele voltara para reaver sua vida de volta. E, para ele, nunca conseguiria ter a sua vida novamente se Gina não estivesse ao seu lado. No principio, ele imaginou que se pelo menos ela o perdoasse, ele estaria satisfeito e que eles poderiam viver somente como amigos, que ele se contentaria. Mas, os poucos momento que esteve ao lado dela, mesmo com ela dormindo, fizeram entender que com Gina seria assim, ou eles ficariam juntos ou então seria o fim de qualquer tipo de relacionamento, além de ela ser parte da família que o acolheria em todas as datas importantes.

- Sr Potter? – Megan chamou-o pela segunda vez, tinha terminado seu discurso quando percebeu que o jovem ao seu lado viajava por algum de seus pensamentos, que claramente não estava ligado ao que ela se referia.

- Ah? – Harry voltou-se para a morena, saindo do emaranhado de sua mente. – Desculpe... O que você estava dizendo?

- Hermione me falou que a Srta Weasley não poderia saber da sua existência nesse apartamento. Portanto, tente não chamar atenção. – Se antes ela falava com uma formalidade que não queria parecer autoritária, dispensou esse tom agora. Já que não havia escutado da primeira vez...

- Desculpa... Eu não queria derrubar a xícara, mas escapou da minha mão. Acidentes acontecem... – Harry sentia-se como nos tempos de Hogwarts, no qual devia explicações para um professor. Realmente, Megan tinha algo que fazia lhe lembrar alguém de lá...

- Eu reconheço isso, Sr Potter. Por isto que estou lhe pedindo para ter mais cuidado. Srta Weasley é esperta e astuta, foi complicado conseguir que ela tomasse as poções que deveria, pois ela queria saber detalhes de seu ataque que eu não tenho. Então, espero que entenda e seja o mais discreto possível... Ou então, terei que falar com Hermione que não há como o senhor ficar aqui sem ela o perceber.

Harry estava espantando e ao mesmo tempo impressionado com a mulher alta a sua frente. Ela tinha uma postura firme, praticamente impenetrável, mas, ao mesmo tempo, conseguia demonstrar sinceridade em suas palavras.

Mesmo a contra gosto, pois o velho Harry não gostava nem um pouco de receber broncas de pessoas desconhecidas e sem autoridade para tal, ele sabia que ela tinha razão. Por sua culpa Gina estava naquele estado... Ele tinha que fazer o máximo que pudesse para que o estado dela melhorasse, se isso lhe obrigava a viver como um fantasma naquele apartamento, era isso que ele deveria fazer.

- Tudo bem... Nem você perceberá que estou aqui. – respondeu baixo, já pensando que poderia recorrer a sua capa de invisibilidade, prontamente localizada na sua pouca bagagem no quarto de hospede.

Megan ainda o fitou por alguns instantes, como que tentando decifrar o que passava pela cabeça de Harry. Pareceu desistir e, sem dizer mais nenhuma palavra, seguiu o caminho do quarto em que Gina estava. Harry somente a acompanhou pelo olhar, pedindo mentalmente que alguns de seus amigos chegasse, não importando se fosse Rony ou Hermione.

Megan entrou no quarto e avistou Gina dormindo tranquilamente. Os vidros das poções ainda no criado mudo, juntamente com o copo que a ruiva utilizou para beber a poção. Segundo os cálculos da morena, Gina só acordaria amanhã e estaria bem melhor. Com todos os movimentos recuperados e pronta para voltar ao hospital e fazer todos os exames necessários.

O pensamento sobre St Mungus a fez lembrar que teria que voltar para pegar mais ingredientes e justificar sua falta. Olhou para o relógio em seu pulso e ficou preocupada pela demora de Hermione. A medibruxa havia pedido sua ajuda e falou que não demoraria, pois tinha um problema de urgência para resolver.

Megan ficou preocupada se algo pudesse ter acontecido a morena, mas depois lembrou-se que, provavelmente, ela deveria ter ido resolver seu problema com o noivo. Ela tirou essa conclusão pelo o estado da amiga nas últimas vezes em que se falaram. Hermione não era muito discreta quando estava relacionado a Rony, pensou a morena.

- Sr. Potter... – Chamou o moreno assim que voltou para a sala. Ele estava sentado no sofá, de costas para a porta do quarto. – Eu terei que me ausentar por alguns instantes... Imaginei que Hermione já teria voltado a essa hora... – Consultou, novamente, o relógio de pulso. – Eu preciso resolver umas coisas no St Mungus, mas voltarei ainda hoje... – Vendo a expressão preocupada de Harry se intensificar, ela acrescentou. – Gina tomou uma poção de sono que a fará dormir até amanhã, assim terá descansado o suficiente e voltará a ter todos os movimentos do corpo.

- Ela não pode andar? Não pode se mexer? – Harry parecia mais nervoso a cada palavra de Megan.

- Tivemos que dar uma poção para ela ficar imóvel e assim estancar o sangue. Mas o poção contrário a esta ela tomou hoje, juntamente com a poção de sono. Hermione depois poderá te explicar melhor os procedimentos... – Harry percebeu como a mulher estava apressada. – Até logo, Sr. Potter.

Sem nem ao menos esperar a resposta do menino que sobreviveu, ela aparatou. Harry ainda ficou alguns segundos olhando para o ponto que anteriormente estava a enfermeira, tentando digerir todas as informações recebidas.

Continuou sentado, sem sentir forças para fazer qualquer outra coisa. Pensava, pensava... Mas não encontrava as palavras certas para dizer a Gina, quando ela acordasse. E ainda tinha o misterioso ataque dela.

“E eu que pensava que depois que mandasse o cara de cobra pro quinto dos infernos tudo seria mais fácil...”

Lembrou da frase que Rony tinha usado em algumas das conversas que eles tinham tido na cabana. O ruivo tinha razão. Ele também pensava que tudo seria mais fácil depois de derrotar Voldermont.

Ele não viu as horas passarem e nem sabia o que acontecia fora do apartamento. O silêncio era o seu companheiro. Tinha vontade de ir até Gina e ficar olhando-a, mas tinha receio. Receio de encontrá-la pior do que a tinha visto... Receio de que no momento em que ele entrasse, acontecesse algo de ruim... Porque com ele era assim. As pessoas se aproximavam, as pessoas se machucavam.

Harry despertou de suas horas de martírio ao barulho da campainha. Estranhou, imaginando que poderia ser alucinação, mas o barulho continuou.

Quem poderia ser? Rony e Hermione tinham esquecido a chave? Mas eles simplesmente aparatariam... Seria um bruxo? Um bruxo não saberia nem como se utilizar uma campainha.

Seguindo a lógica, ele imaginou que poderia ser algum vizinho trouxa pedindo algo. Isso as vezes acontecia quando morava com os Dursleys, mas somente com vizinhos novos. Os antigos sabiam como seriam recebidos e não arriscavam ficar de frente para a cara gorda do Tio Valter ou a de cavalo da Tia Petúnia.

A campainha continuava.

Mesmo a contra gosto, Harry levantou-se e seguiu em frente. Se continuassem com aquilo, poderiam acordar Gina, mesmo ela tendo tomado a poção de sono.

Abriu a porta e avistou um homem um pouco mais baixo que ele, mas jovem. Na verdade, deveria ser da sua idade ou alguns anos mais novo. Como Harry estava quase um trapo humano, sua aparência estava de mais velho.

O homem de cabelos castanhos empalideceu ao ver Harry. Seus olhos pareceram brilhar, depois de algum tempo. Durante alguns minutos, eles apenas se encaravam.

- Potter. – Finalmente, o homem desconhecido quebrou o silêncio. Falou firme e depois abriu um sorriso, como se tivesse ganhado na loteria. – Você é Harry Potter, não é?


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N/A: Ahhhhhhhhhhhhh!!! Finalmente! \o/

As minhas desculpas pela demora estão no tamanho do capitulo. =D
Foram 15 paginas de word e várias horas para conseguir encaixar tudo... Eu não imaginava que ficaria tão grande, mas havia coisas ai que eu precisava colocar. E, segundo os meus planejamentos, o cap tinha que terminar nessa parte. Então... Eu sei q vcs serão bonzinhos e entenderam o meu lado. ;D A música usada é Shiver - Coldplay, pq é uma das minhas musicas prediletas da minha banda predileta... E, claro, pq se encaixa perfeitamente na relação Gina e Harry... Até mesmo agora com o novo filme, fica perfeita... Pena que nao sei fazer videos... =/

Como o cap foi mto demorado e enorme, não vou responder cada um de vcs... *Chora*
Acreditem, isso corta o meu coração... Mas o próximo cap será bem pequeno, mas nem por isso menos importante, e daí terei mto espaço pra responder e continuar interagindo com vcs... \o/

Desculpem pelos erros, mas não corrigi mto, se não iria viajar e não deixaria cap novo pra vcs... Sim, vou viajar, mas é curta... Pretendo antes de terminar minhas férias postar o próximo cap... Mas leiam bem, PRETENDO.

Por fim, queria me desculpar com todas as minhas autoras prediletas pelo o meu sumiço de seus coments... Eu qdo leio, na maioria das vezes, é rapidamente e parte por parte, no trabalho. Hihi

Ah... Não posso deixar de fazer propaganda do site Harry e Gina Brasil que estou participando - www.harryeginabr.com .
Ainda estamos organizando e estamos precisando de pessoas que possam nos ajudar no conteúdo... Tanto em imagens, novidades, artigos e fics... Qualquer coisa, só entrar em contato cmg por e-mail. ;D
Mesmo que não possa se comprometer com o site, visite-o e prestigie o primeiro site brasileiro voltado pra esse shipper maravilhoso! \o/

Até logo, assim espero... =D

=***
By Srta Evans

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