Prólogo



Prólogo


Guardo comigo há muito tempo este segredo

E as horas viraram dias; os dias viraram semanas; as semanas viraram meses; e os meses viraram anos... Anos que aquela prisão era o cenário da minha vida, ou, mais exatamente, da minha existência.

Quase alheia ao resto do mundo, meus pensamentos se fecharam e me perdi nas minhas mais profundas e intocáveis lembranças. Aquelas que nem mesmo o pior dos dementadores conseguiria tirar de mim. Aquela que me mantinha viva.

Um segredo. Um segredo que permanecera desde sempre oculto. Um segredo que me atormentava a cada dia, durante todo esse longo tempo que estive presa aqui. Cada dia em Azkaban parece uma eternidade, ou quem sabe até mais.

Mas com alguém, amor, terei que me abrir

Precisava desabafar, com qualquer pessoa ou criatura que fosse. Era um grande risco, sem dúvida. Mas não fazia mais diferença.

Minha companheira de cela, uma mulher tão velha quanto se pode ser. Em todos esses anos, eu nunca havia trocado uma palavra sequer com ela. Apenas sabia o que um dos guardas havia me contado, que ela era uma bruxa renomada na arte de poções. Poções ilegais.

De vez em quando nossos olhares se cruzavam, em alguns dos meus poucos momentos de lucidez, quando voltava à realidade. Ela parecia ser sábia, pela firmeza e profundidade do seu olhar. Diferente do meu agora, que não devia transmitir nada além de mágoa e vazio.

Bem, era a minha única opção. Melhor que as paredes, pelo menos.

Não consigo dormir eu sinto medo

As noites naquele lugar, mais do que em qualquer outro, pareciam trazer a tona a verdadeira escuridão. Eu sempre fora corajosa, o escuro nunca havia me amedrontado. Pelo menos não até ali.

Parecia que, quando a noite chegava, todos os meus temores vinham à tona, e eu não tinha absolutamente ninguém em quem me apoiar. Não mais.

Não havia mais Sirius para iluminar minha vida ou qualquer coisa com toda aquela sua luz.

Pois o passado abomina o que eu cometi

Aquele passado, do qual eu tanto tentava fugir, me condenava infinitamente, e pior do que qualquer sentença em Azkaban. Você não pode fugir de si mesmo, muito menos do que está cravado em sua mente e, por mais que você tente negar, em seu coração...

Nos éramos amantes, infiéis, e dois ateus

Sirius sempre ria quando eu lhe dizia que ele devia se colocar em seu lugar, que era apenas meu amante. Na verdade, ele era muito mais que isso. E ele sabia.

Mas as coisas não eram assim tão divertidas para ele quando me via com o Lestrange, ou mesmo quando sabia que eu estava com ele. Sirius simplesmente endoidava de ciúme.

Nós dois já não acreditávamos em mais nada, muito menos em alguma força maior acima de nós. Quanto ao destino... Sirius costumava dizer que ele mesmo fazia seu próprio destino.

O proibido é mais gostoso eu te digo

Aquilo sempre fora terminantemente proibido, além do fato de ser impossível dar certo. Bom, pelo menos eu tentava acreditar nisso.

Apenas me lembro que era o fato de ser proibido que tornava tudo mais emocionante. O perigo de sermos pegos tornava aquilo extremamente excitante. Quer dizer, até Merlin já se deixou levar um dia, não é mesmo? Não de uma maneira tão inconseqüente, talvez. Mas já devia ter se deixado levar alguma vez.

E Sirius, Sirius era o homem mais inconseqüente que eu já conhecera... Aquele perigo para ele era o máximo.

E o amor cresce sem a gente perceber

Lembrava-me de quando éramos crianças e costumávamos brincar juntos, nos jardins ou corredores da Mansão Black. Lembrava-me da nossa adolescência, também na Mansão Black, quando brigávamos feito cão e gato: não nos suportávamos. Ele sempre aquele rebelde sem causa, e eu sempre a Black mais perfeita que o mundo já vira. O oposto um do outro.

Lembrava-me, com uma pontada no coração, de quando passamos a nos amar, num momento inesperado, que me pegou mais de susto do que qualquer outra coisa em toda minha vida.

Lembrava-me remotamente do olhar dele, de seu sorriso; lembrava-me também de quando ele me disse que amor de primo é pra sempre, mesmo que o pra sempre não exista.

E lembrava-me perfeitamente da fatídica noite em que tudo começou...





N/A: Prólogo meio confuso, sem graça e curtinho, mas não importa muito. Só uma pequena introdução que deu vontade de fazer. Ele foi escrito em primeira pessoa, mas o resto da fic será escrito normalmente – em terceira. Ah, a música que foi usada é Lágrimas Nos Olhos – Mc Márcio G.

Bom, eu realmente estou animada com essa fic, e com mil e uma idéias para ela na cabeça. Vai ser a minha s/b menos clichê, digamos. Nada de Mansão Black, ou eles dois adolescentes (no máximo isso talvez apareça em alguma lembrança). A fic mostrará os dois adultos, e acho que vai ser bem diferente do de sempre...

Espero que os capítulos não demorem a sair, mas talvez isso aconteça pelo fato de eu estar entrando em semana de provas. Anyway, vou fazer o possível para postar logo.

Beijos, e comentem! ;*

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