DE VOLTA A RUA DOS ALFENEIROS




Depois do funeral Harry seguiu sozinho para a torre da Grifinoria. Passava pelos corredores, mais lento do que nunca, numa especie de cerimonia de despedida. As vezes parava diante de alguma sala, entrava, dava risinhos ou ficava olhando para o nada. Quando chegou na Sala Comunal a maioria dos alunos ja tinham saido. Ele se parou diante da lareira e relembrou bons e maus momentos. Ali beijara pela primeira vez Gina, quase foi pego pela Prof. Umbridge. Bons momentos todos esses. Agora nada era ruim... apenas dificuldades ele passaram, mais nada.
Se despediu de cada canto do castelo. Como nao iria voltar ali, tinha que apreciar cada lembranca daqueles longos anos. Foi passando pelas escadas e ouvindo murmuros dos quadros, "Harry Potter estava com ele na hora do assassinato", tudo isso fazia Harry cada vez ficar mais angustiado pela falta que Dumblendore o faria. Depois de Sirius a morte de Dumblendore veio como uma facada em seu peito.
Encontrou Hermione na saida do castelo.
- Ainda nao foi? Perguntou Harry surpreso por ver a amiga ainda ali.
- Nao. Fui me despedir da biblioteca. Ja que nao voltaremos aqui, fui a cozinha dar pessoalmente alguns cachicois e tocas para uns elfos.
- Rony ja foi?
- Sim, ele foi embora com o Sr. Weasley. Mandou te dar um abraco e disse que escrevera.- Harry fez um sinal positivo com a cabeca e se perdeu olhando para a mesa dos Professores.- Gina tambem mandou um beijo. Nos encontramos no casamento?
- Sim.- Hermione deu um longo abraco em Harry que corou...
Hermione foi andando perdida ate a saida onde estava alguns professores colocando ordem nas filas para uso das chaves de portal que seriam usadas para levar os alunos ate suas casas. Harry sentou no banco e remueu toda a cena da morte de Dumblendore. Como ele havia morrido, nao era possivel. Pela primeira vez, Harry quis que Snape fosse da Ordem e que tudo aquilo foi uma grande armacao para enganar Voldemort. Talvez era possivel, Dumblendore acreditava tanto em Snape, mas Harry voltou ao seu conciente e viu que nada daquilo era possivel. Snape realmente era um Comensal e nada mudaria aquilo como nada mudaria o odio que Harry sentia dele.
Harry se perdeu ao lembrar da primeira vez que viu Hogwarts, como ficou encantado e tudo agora acabava, diante de seus olhos. Seria mais uma pagina virada. Agora seu objetivo era encontrar as Horcruxes e destrui-las juntamente com Voldemort.
Sua raiva se misturava com a saudade que sentiria daquele lugar. Nao se conteve. Chorou... Queria se controlar, mas estava tao bom chorando. Ficou ali parado, vendo os ultimos alunos indo embora sem pestanejarem. Como era possivel! Talvez eles voltassem depois do verao, mas e se a escola fosse fechada? Harry se conteve e cocluiu que ali era sua casa e que ninguem mais do que ele sentiria tanta falta de Hogwarts.
Secou as lagrimas e se dirigiu aos portais.
- Harry Potter - Disse a voz esganicada do Prof. Flitwick. - Aqui Sr. Potter, essa aqui.
Harry segurou na colher e foi envolvido por uma escuridao, seu corpo era repuxado para fora, uma sensacao horrivel o teve.
BUM
Caiu no chao da sala de estar dos Dursleys. Tia Petunia deixou cair a louca que lavava. Duda que estava cochilando no sofa levantou como se acabasse de comecar uma guerra.
- Oque e isso?- A voz do Tio Valter ecoou pela sala enquanto ele descia as escadas com a cara cheia de espuma de barbiar. - So podia ser voce!
- Como voce chegou aqui? - Duda perguntou com uma face de horror.
- Dudoca! E coisa de bruxo, nao se importe com essas coisas. Va para o seu quarto ja moleque! - Tia Petunia encarou furiosa Harry.
- Voce veio mais cedo esse ano! Eles te reprovaram naquela escola para doidos? - Tio Valter deu uma grande gargalhada acompanhada por seu filho e sua mulher.
Harry olhou-o com raiva e subiu as escadas. Edwiges nao parava de piar tritemente. Ele a soutou para curtir a noite. Olhou pela janela o voo leve da coruja e percebeu atras das cortinas a figura da Sra. Figg o vigiando.
Nem tirou a roupa do corpo. Deitou na cama e refletiu sobre tudo aquilo. Sentiu pelo jeans a falsa Horcruxes que agora tinha como casa o bolso... Quem seria R.A.B.? Sera que estava vivo para ajuda-lo a continuar a procurar as outras Horcruxes? Iria procura-las com Hermione e Rony? E Gina, como iria continuar tudo sem poder namorar Gina? Era um erro, mas sera que de qualquer jeito ele nao estara pondo-a em risco? Aquela altura Voldemort ja sabia do romance. Gostaria de pedir um conselho a seu padrinho... ah, que saudades...

Ja estava no meio das ferias. Cada vez mais sua maioridade estava proxima. Sentia-se ancioso para sair daquela casa e desvendar o mundo com seus amigos atras de Voldemort.
O sol estava quente, mas nao podia aproveita-lo, pois estava de castigo. Tio Valter o viu ameacando Duda com a varinha e lhe pos de castigo ate o final do verao. Fora isso tudo estava muito calmo. Voldemort nao havia aparecida ate em tao o que ate agucou a curiosidade da comunidade bruxa como dizia o Profeta Diario em sua ultima edicao. Agora que Dumblendore estava fora do caminho Voldemort podia desfrutar da "liberdade". Alguns diziam ter visto-o andando no norte da Alemanha, outros na Italia. Talvez estivesse reunindo seguidores. "Uma grande jogada a do Voldemort", sempre pensava Harry ao ler sobre seu sumico no mundo magico.
Durante a tarde Harry observou a intensa circulacao de gatos pelo bairro, com certeza eram aurores disfarcados. Sra. Figg estava o vigiando como sempre. A noite ficou observando a lua cheia. Se enterteu tentando achar constelacoes no ceu e adormeceu.
Harry acordou com Edwiges batendo as asas na janela de seu quarto. Presa a sua perna tinha um pergaminho. Harry meio cego devido a claridade pegou a carta e abriu-a:

Harry,

Estou anciosa para o casamento de Gui e Fleur.
Precisamos conversar sobre tudo isso que tem passado e que vem passando.
Aquele dia nem quis falar nada, porque voce estava muito tenso.
Espero que no casamento voce esteja mais relaxado.
Estou sentindo suas saudades.

PS: Rony manda um abraco.

Gina

Harry refletiu um pouco e concordou mentalmente que precisavam conversar. Quando olhou para fora percebeu que a rua estava meio nublada, como se uma densa nuvem estivesse passando no bairro. So podia ter dementadores por ali. Quando o jornal do vizinho foi entregue, Harry mandou Edwiges pega-lo rapidamente. Para surpresa de Harry a manchete era: "Fazenda e atacada por lobos gigantes". Ele leu rapidamente a noticia. Lobisomens haviam atacado duas fazendas no sul da Inglaterra. "Elen Ross, dona de uma das fazendas disse que viu os lobos enormes com olhos vermelhos e que atacaram sem do todos os animais da fazenda."... "Cientistas de toda Gra-Bretanha estao investigando o caso. Como ha provas sobre tal acaso as investigacoes vao continuar ate acharem respostas"..."Segundo Onel Herttu dois dos seus empregados sumiram e que achou suas malas jogadas no telhado, o que indica que foram levados pelos tais lobos"..."outros dizem que eram lobisomens, mas ate agora nada foi provado".
Harry foleou o jornal, mas a unica noticia sobre a recente aparicao de seguidores de Voldemort ele ja tinha lido. Ficou aflito querendo mais informacoes. Com certeza Gina nao sabia da noticia, senao teria escrito na carta.
Pegou dois pergaminhos e escreveu fragmentos da noticia e mandou um para Gina e Rony e outro para Hermione.
Quando Edwiges chegou ja veio com o Profeta Diario. Harry arrancou da coruja rapidamente e foleou-o para ver se achava algo. Devia estar na primeira pagina, mas nao estava em lugar algum. O Profeta estava escondendo noticias dos bruxos. Com certeza por mando do Ministerio o Profeta nao tem editado noticias sobre a acao de Voldemort. Entao enquanto Harry e muitos bruxos pensam que esta tudo o mundo trouxa esta em sucessivos ataques.
Harry ficou com uma imensa raiva de Rufo Scrimgeour. Como ele pode ser tao ignorante desse jeito! Pensou em correr a Sra. Figg e conversar sobre tudo isso, mas estava trancado. Harry nao ficava parado um minuto, sempre andando de um lado para o outro.
- Va buscar a resposta de Hermione e Rony! Harry ordenou a coruja. Ela ficou tao assutada que com apenas uma batida de asas ja estava fora do quarto do garoto.
Sua cabeca doia. Estava tao nervoso que nao sabia o que fazer. Leu atentamente todo o Profeta, mas estava certo, eles nao publicaram tal noticia. A porta de seu quarto abriu e Harry viu o rosto gordo do tio no portal.
- Pare de andar feito um doido menino! Os visinhos irao desconfiar!
Harry parou no mesmo instante, olhou friamente nos olhos do tio:
- Se ja nao sabem!
- Entao e verdade? Entao aquilo nas fazendas foi feito por gente igual a voce?!
- Foi! Voce nao esta vendo que tenho pelos por todo o corpo e olhos vermelhos! Harry estava tao nervoso que nem soube como ironizou daquele modo diante de seu tio.
- Olhe seu monstro! Voce esta sob meu teto e creio que nao tem o direito de dizer absolutamente nada! Foi uma grande sorte sua termos ficado com voce, por isso nao abuse dela!- Os labios de Tio Valter contraiam-se velozmente e suas orelhas pareciam que inchavam.- Voce nao tem nada com aquele ataque no sul da Inglaterra tem?
Harry nao sabia o que dizer. Indiretamente tinha tudo com aqueles ataques, mas sem poder pensar disse: -Tenho!
- A garoto! A policia vira atras de voce aqui! - Os olhos do tio de Harry iam ficando vermelhos e seu rosto mais gordo e vermelho como nunca havia visto. - Petunia! Venha ja aqui!
A mulher subiu apressada as escadas e viu Valter pegar seu sobrinho pelo braco e comecar a gritar.
- Petunia! Esse garoto estava com esses bichos quando atacaram aquelas fazendas!- Ele gritava muito e parecia nao se importar se os visinhos ouvissem.- A policia vai descobrir e vira atras dele! Nos seremos presos Petunia!
Tia Petunia desmontou ao chao, mas Valter nao lhe deu a minima importancia.
- Harry! Pegue suas coisas! Voce ira embora agora mesmo!
- Mas... eu nao posso ir embora. A Tia Petunia prometeu a Dumblendore que ficaria comigo ate a maioridade!
Harry sentiu medo, pela primeira vez nao queria ir embora de casa. Parecia que sua coragem ia desaparecendo diante de tal acontecimentp. Voldemort tnha agora muitos aliados e um deles poderiam estar esperando la fora a qualquer momento. Estava desprotegido. Nao podia usar magia e se usasse em ultimo caso poderia ser mesmo assim processado. Alvo nao estava ali agora para poder ajuda-lo. Sua reflexao se desfez quando um grito o insurdeceu:
- Para fora ja!

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