De volta à realidade



Harry acordou suando frio e com a respiração irregular. Mais um pesadelo. Mais uma noite de tortura. Aquilo não podia continuar já fazia quase um mês que aqueles sonhos perturbadores ocorriam todas as noites! Não podia ser apenas uma invenção de sua cabeça. Tinha que significar algo! Tinha que ter uma explicação para isso!
Disso, o garoto tinha certeza...

***

- Eu tenho que agir! – falou Harry cheio de determinação, mas ainda com sua cicatriz queimando, como se o estivessem marcando a fogo.
- O que? – Rony fez uma careta característica – Só se você estiver maluco, cara!
- É verdade, eu concordo com o Rony! – Todos olharam surpresos para Hermione, que nunca concordava com nada que o amigo dizia.
- Você o que? – Rony exclamou tomado de assombro.
- Exatamente o que vocês ouviram: eu concordo. – e acrescentou, virando para encarar Harry – você nem sabe o que está procurando! É muito arriscado partir em busca sem destino, e sem nenhuma pista!
- Quem disse que eu não tenho uma pista?!
- Sim, claro! Seu sonho, como podemos esquecer?
- Rony, você e Hermione deviam confiar no Harry! Essa não é primeira vez que acontece isso com ele. Esses sonhos são importantes! Nós deveríamos dar mais importância a eles! – Gina agora estava ruborizada, e sentia-se com raiva do irmão e Mione não apoiarem Harry. “Afinal, eles são seus melhores amigos ou não? Eles deviam apoiar a decisão dele,...” Ela sentia que o mais importante para o garoto no momento era ter apoio. E provavelmente estava certa, pois Harry pareceu bastante grato.
- Gina, como você pode dizer uma coisa dessas? Isso é suicídio!
- Rony, se eu tiver que morrer para...
- NÃO DIGA ISSO! – Mione estava furiosa e já estava gritando– Você não pode realmente estar pensando nesta hipótese! Só porque uma vidente charlatã lhe diz que ou você ou Voldemort devem morrer, não quer dizer que seja verdade! Além disso, você nunca seguiu regras!
- Isso não é como Hogwarts, Mione! Não se trata de fazer o dever ou não! Estou falando da vida real! Da minha vida!
- Harry, você não tem que carregar esse peso sozinho...- começou Hermione, agora mais calma.
- É mesmo. Caracas, a gente pode te ajudar! Já te ajudamos antes, cara!
- Não é a mesma coisa! Agora a ameaça é real. Voldemort voltou, e o perigo é de verdade! Não vai adiantar saber jogar quadribol, ou ter as melhores notas! Voldemort NÃO ESTÁ BRINCANDO! Ele não se importa em matar todos aqueles que cruzarem seu caminho!
- Por isso mesmo você não pode lutar sozinho, Harry! Tente entender...
- Tente entender você, Hermione! Não podemos ficar de férias enquanto o mundo é destruído por Voldemort e os Comensais! Não podemos deixar isso acontecer!
- Isso não vai acontecer. Vamos conseguir, eu sei que vamos. – falou Gina tentando ser positiva.
- Além disso podemos contar com o apoio da Ordem. – arriscou Rony, incerto.
- Você quer dizer, o que restou da Ordem!
- E sobre que participou das aulas de DCAT?
- Não sei se ainda podemos confiar com todos eles, Gina. Muita coisa mudou desde aquele tempo.
- Bem, podemos tentar.
- É, podemos. – Agora o garoto parecia sem forças e esgotado. E com isso, um a um, foram se retirando do quarto. Hermione estava saindo, quando recuou e pousando a mão no ombro de Harry disse:
- Você não precisa morrer por isso, Harry.
- O que você quer dizer?
- Lembre-se que seus pais não iriam querer que você...
- NÃO FALE DOS MEUS PAIS!VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO! VOCÊ NÃO SABE O QUE ELES GOSTARIAM, OU O QUE DIRIAM! VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE ELES! – diante dessa explosão repentina, Hermione pensando um pouco respondeu:
- Tem razão, eu não sei nada sobre eles. Mas...será que você sabe?

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