O Enterro



Pouco tempo depois, ela estava indo apressada para a cozinha, teria que tomar um café da manhã apressado também. Não gostava de comer correndo, nem de tomar banho apressada. Acordava cedo para ter tempo suficiente de fazer essas coisas com calma, mas essa manhã ... bem, era um dia diferente, não se importava de estar correndo. Estava feliz, era só o que importava.

- Seu café está pronto – disse Lupin quando Tonks entrou apressada na cozinha – Fiz umas torradas e tem suco também.

- Obrigada Remo! – ela pegou o prato e o copo com ele e se sentou para comer.

Eles tomaram café juntos, sem dizer nada. Ela apenas olhava o relógio pregado no alto de uma das paredes da cozinha. Quando terminou de comer tudo, ela se levantou e foi pegar um saquinho de veludo que ficava guardado ali na cozinha mesmo. Iria para o trabalho pela rede de Flu, era o jeito mais rápido, apesar de não gostar muito, sempre ficava um pouco tonta com aqueles rodopios. Antes de ir para a lareira, parou ao lado da cadeira em que Lupin ainda comia suas torradas. Antes que ela pudesse dizer “tchau”, ele se levantou e a abraçou.

- Remo ... eu voltarei de noite. Não se preocupe! – ela disse no ouvido dele.

- Eu estarei te esperando. – e deu um beijo nela, um beijo preocupado, como se não fosse mais a ver.

Ela desapareceu nas chamas da lareira e ele ficou ali, de pé observando o lugar que ela estava segundos antes de sumir. Estava preocupado com ela, com sua segurança. Ela pertencia a Ordem, e agora que Dumbledore estava morto, todos corriam maior perigo. Mas ele não precisava se preocupar tanto com ela. Ela era uma auror, uma boa auror, e sabia se defender.

Dito e feito! Assim como ela havia comentado, o Ministério estava um caos. Tinham muito trabalho para fazer, mesmo sem terem notícia de nenhum dos comensais da morte e de Voldermort. Desde que ele apareceu no Ministério no ano passado, as coisas por ali mudaram um pouco. Todos trabalham muito mais, cargos novos foram criados. Tudo para a guerra que estava acontecendo.

E com ela não era diferente, Tonks estava ocupadíssima. Nunca parava em sua mesa. Foi em um desses momentos de correria que encontrou com o Sr. Weasley no corredor. Ela estava mais preocupada em carregar os pergaminhos em seus braços do que olhar por onde ia, com isso, acabou trombando com alguém e derrubando tudo no chão. Ela nem percebera em quem bateu. O Sr. Weasley a ajudou a pegar os pergaminhos espalhados no chão.

- Obrigada ... – disse Tonks, enquanto olhava a pessoa que a ajudava - ... Arthur!

- De nada Tonks. Vejo que você também anda muito ocupada, não é!

- Ahhh sim. Temos tantas coisas para fazer. Isso aqui está uma correria danada.

- Parece que você e Remo conseguiram finalmente se entender ... isso é bom.

- Ahh ... – Tonks agora estava ficando vermelha - ... é, finalmente ele percebeu que eu não ia desistir dele.

- Fico feliz por vocês. Aproveitem bastante essa lua-de-mel que vocês estão vivendo! – Arthur estava rindo.

Tonks ficava cada vez mais vermelha. Queria mudar logo aquele assunto. Apesar de todos os membros da Ordem saberem do seu relacionamento com Lupin, descutí-lo em aberto assim, ali no Ministério não era interessante. Alguém podia ouvi-los.

- Como está o Gui?

- Ele já melhorou bastante. Não sabemos ainda como vai ser na lua cheia, mas ele já está em casa conosco. Isso é bom!

- Que bom. Remo pode conversar com ele depois.

- Molly e Fleur estão em casa cuidando dele. Por falar nisso, nós combinamos de nos encontrar no 3 Vassouras, em Hogsmead, amanhã, para irmos ao funeral de Dumbledore juntos. Esperamos vocês lá.

- Obrigada Arthut. É melhor eu ir andando. Tenho que terminar isso aqui ainda. – Tonks lhe mostrava os pergaminhos.

- Tudo bem. Eu também preciso ir. Bom ver que você está bem de novo!

Tonks sorriu em retribuição. Saíram cada um para o seu escritório. Mais tarde ela ainda encontrou com Shacklebolt, que também comentou sobre a sua felicidade, deixando-a vermelha de novo. Ele também vai se encontrar com eles no 3 Vassouras amanhã.

Tonks ficou trabalhando até tarde. Quando chegou em casa, Lupin ainda estava na cozinha, lendo jornal. Ela lhe deu um beijo e se sentou na cadeira ao lado dele, desmoronando-se na cadeira ao sentar.

- Estou e – xaus – ta! Acho que não consigo nem me levantar mais daqui. – ela se largou mais ainda na cadeira. Sua cabeça apoiada no encosto da cadeira, os olhos fechados.

- Não sabia que horas você voltaria, então já jantei, mas não se preocupe, vou esquentar um pouco para você.

- Estou morrendo de fome mesmo. Não consegui comer quase nada o dia todo. Apenas lanchinho na hora do almoço.

Lupin se levantou e foi até o fogão preparar o jantar dela. Minutos depois ele voltou para a mesa carregando o prato e duas garrafas de cerveja amanteigada.

Enquanto jantava, Tonks lhe contou os acontecimentos do dia, o que acontecia no Ministério e o encontro com o Sr. Weasley. Lupin ficou feliz em saber que Gui estava bem e que iam se encontrar com os outros amanhã, precisava conversar com eles, saber como estaria a Ordem agora que Dumbledore estava morto e sempre seguiam as ordens dele.

Eles foram se deitar logo após o jantar. Tonks estava realmente exausta. Foi ela deitar na cama e apagou. Lupin, no entanto, continuou acordado. Não tinha sono. Depois de um tempo rolando de um lado para o outro, resolveu levantar e foi para a janela. Era uma noite quente e clara. Podia-se ver estrelas no céu. A lua minguante quase não aparecia. Ele ficou um bom tempo ali na janela olhando para o céu, sua mente a km de distância dali. Então, uma mão quente e suave encostou em seu ombro e lhe fez voltar a realidade. Tonks estava de pé ao seu lado, vestida em seus pijamas, o cabelo bagunçado e uma expressão de sono no rosto.

- Que foi Remo! – ela olhava lá fora procurando por alguma coisa.

- Nada não. Só não estou com sono.

- Vamos voltar para a cama. – ela deu um bocejo e o puxou pela mão, conduzindo-o até a cama.

Deitaram novamente, ela o abraçou e voltou a dormir. Ele adormeceu pouco tempo depois, ainda abraçado com ela.

No dia seguinte se prepararam para ir ao funeral de Dumbledore. Ao chegarem no 3 Vassouras em Hogsmead, Olho-Tonto Moody e Kingsley Sharcklebolt já estavam lá. Cumprimentaram os dois e pouco tempo depois o Sr. e a Sra. Weasley, Fred, Jorge, Gui e Fleur chegaram também. Todos se cumprimentaram e começaram a caminhada em direção aos terrenos do castelo. Lupin caminhava ao lado de Gui e Fleur, conversando animadamente. Molly e Tonks andavam atrás do grupo discutindo sobre os preparativos da festa de casamento de Gui e Fleur. Assim como Arthur, Molly também estava feliz que os dois tinham finalmente se entendido, não agüentava vê-la sofrendo daquele jeito. E mais uma vez ela ficou vermelha.

Agora que eles tinham se entendido, quando alguém comentava qualquer coisa sobre seu relacionamento isso a deixava sem graça. Ela não sabia o porquê. Sempre fora tão espontânea, sem muita timidez. Quando Lupin não queria mais nada com ela, ela não se importava em falar em voz alta pra quem quisesse ouvir dentro de casa que ela gostava dele. Agora que estavam juntos novamente, que estavam felizes ela ficava tímida.

Quando chegaram ao castelo, viram a quantidade de pessoas que estavam ali. Procuraram uma fileira de cadeiras vazia para todos se sentarem. Tonks sentou ao lado de Lupin. Ele olhou para ela e retirou uma mecha de cabelo rosa que caia sobre seu rosto e colocou atrás da orelha. Ela apenas sorriu, seus olhos brilhavam, assim como os dele. Ele sorriu de volta para ela e pegou sua mão. Ficaram ali sentados, de mãos dadas, observando as pessoas que chegavam.

Quando os alunos passaram pelo corredor entre as cadeiras, eles puderam ver Harry, Gina, Ron e Hermione sentarem juntos nos últimos assentos na fila ao lado do lago. Logo à frente Luna ajudava Neville a se sentar.

Logo em seguida a cerimônia começou. Tonks apertou com força a mão de Lupin, que respondeu ao aperto de mão. E assim eles ficaram durante todo o funeral, de mãos dadas, um dando suporte ao outro. Dessa forma, eles também anunciaram a comunidade mágica sobre o relacionamento deles, e que apesar da dor, da morte de alguém querido, apesar da guerra, sempre haverá amor !

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.