Promessas



Passaram a tarde inteira ali no quarto, deitados na cama, apenas o lençol sobre eles. Tonks estava deitada sobre o peito de Lupin, acariciando-o, suas pernas entrelaçadas na dele. Lupin brincava com o cabelo dela, que estava rosa-chiclete novamente. Ele a observava deitada em seu peito.

Gostavam de ficar assim, apreciando o momento. Nenhum dos dois queria quebrar o encanto, sair daquela cama e voltar à realidade. Era tudo muito bom, era como se o mundo lá fora não existisse, nada mais importava, só eles e aquele momento.

Lupin então suspirou, fazendo a cabeça de Tonks subir e descer junto com seu peito.

- O que foi! – disse ela erguendo a cabeça, para poder olhar para ele.

- Nada não. Apenas lembrei de algumas coisas ...

- Não estava pensando nele, não é! – ela estava com cara de espanto, mas também estava com um ar de quem está brincando – Não é possível que ficar aqui comigo te faz pensar em Snape.

- Não! – disse Lupin rindo – Não estava pensando nisso. E de forma alguma você me faz pensar em Snape.

Tonks subiu um pouco na cama, para que pudesse dar um beijo nele. Ambos estavam agora deitados no mesmo travesseiro, cara a cara.

- O que estava pensando então!

- Estava apenas lembrando da nossa primeira vez!

Tonks vasculhou na memória aquele momento, não era difícil de recordar. Lembrou de tudo, como se tivesse sido a apenas alguns dias atrás.

- O que tem aquele dia!

- Era verão também ... estava quente como hoje ... você estava tão linda ...

- Quer dizer que hoje eu estou feia! – Tonks adorava brincar com ele.

- Você nunca está feia – e ele deu outro beijo nela.

- Demoramos tanto tempo. Podíamos ter aproveitado bem mais!

- Eu não sabia se você queria alguma coisa comigo.

- Eu sempre dei indiretas para cima de você Remo, você que não percebia!

- Mas você era gentil e alegre com todos. Como que eu ia saber!

- Você não acreditava que eu podia gostar de você, isso sim. Mas você também dava algumas indiretas. Eu percebi!

- É complicado. Eu não sabia se você estava com pena de mim ou se gostava mesmo de mim, mesmo sendo o que sou.

- Nunca tive pena de você e você sabia muito bem disso. Você estava era com medo de se apaixonar perdidamente por mim, uma mulher maravilhosa, inteligente, divertida! – Tonks abriu um largo sorriso e deu um beijo apaixonado nele.

- Eu já estava apaixonado por você. – Lupin respondeu com um sorriso tão grande quando o dela.

- Éramos bobos, isso sim. Todos percebiam a tensão entre nós, menos a gente.

- Verdade! Quantas vezes nos deixaram sozinhos, para ver se a gente se ajeitava, se a gente perdia a vergonha e fazia alguma coisa.

- Te confesso que em vários desses momentos tive vontade de tomar uma atitude.

- Por que não fez nada!

- Falta de coragem acho. E não tinha certeza que você queria alguma coisa comigo, lembra! Afinal, você também é gentil e educado com todos à sua volta.

- Eu também tive vontade de fazer alguma coisa naqueles momentos. Mas como você, também não tive coragem! – Lupin suspirou novamente. Seus olhos encaram os delas - E sempre que chegávamos perto um do outro, sempre que tínhamos um momento, o Sirius aparecia.

É verdade! – Tonks ria ao lembrar dos acontecimentos – Acho que é sorte mesmo eu ser tão desastrada. Se não tivesse tropeçado naquela cadeira ...

- Você não teria caído espatifada no chão – Lupin ria.

- E você não teria me ajudado a se levantar! – Tonks relembrava os acontecimentos – Estávamos tão perto um do outro. Eu mal conseguia pensar direito.

- Eu também, ainda bem que você tomou a iniciativa. E o Sirius não apareceu!

- Eu tomei a iniciativa! Foi você quem começou aquele beijo!

Os dois estavam rindo agora. Aquela era um lembrança que agradava a ambos. Lupin retirou uma mecha de cabelo que caia sobre o rosto de Tonks. Ela apenas o observou, seus olhos encarando os de Lupin, observado o brilho do olhar dele. Ficaram assim por um tempo.

- Foi uma sorte não ter ninguém na cozinha naquele momento – disse Lupin, sem desviar o olhar dela.

- Todos já estavam dormindo. Aposto como foi proposital também. Lembro que você estava me contando do Harry, a gente ia buscá-lo dentro de alguns dias.

- Que bom que nos deixaram sozinhos. Foi a melhor noite que tive durante muitos anos.

Tonks estava feliz por saber. Não conversavam muito sobre o passado, sobre ex-namorados e essas coisas. Lupin sempre fora muito reservado sobre isso, e ela não insistia no assunto, embora soubesse que ele nunca tivera muita sorte no amor, ou não deixava os outros se aproximarem tanto dele por ser um lobisomem. Mas ela não se importava com isso, sabia que não era fácil ser um lobisomem, via o quanto ele sofria todo mês. Ela gostava de destacar as qualidades das pessoas, apesar dos defeitos. E fizera o mesmo com ele.

- Também tive uma noite maravilhosa Remo. Nunca me senti tão segura e confortável nos braços de um homem, como com naquela noite com você.

Os olhos de Lupin brilhavam, ela nunca falou aquilo para ele. Sabia que ela teve outros namorados, uma mulher como aquela chamava a atenção de qualquer homem. Mas não sabia que ele a deixava daquele jeito, sabia que ela o amava muito, assim como ele, mas não sabia que esse amor era tão intenso. Por incrível que pareça, ele também se sentia assim com ela. De alguma forma ela o deixava seguro e confortável, como nenhuma outra mulher o deixou. Ele a encarava, ainda não acreditando no que ouviu.

- Por favor, Remo, não me deixe de novo. – ela agora falava com ele como se suplicasse, embora sua voz ainda estivesse firme.

- Não pretendo fazer isso novamente Tonks. - seu coração começava a bater descompassado – Nunca mais!

E com isso estavam se beijando novamente. Um beijo apaixonado, intenso, com carinho e ternura.

- Te amo Remo!

- Também te amo meu amor.

Lupin a abraçou com força. Ficaram o resto do dia ali deitados na cama, abraçados, dormindo, aproveitando a companhia um do outro.

Tonks acordou no dia seguinte quando o dia ainda estava clareando. Sempre acordava cedo quando tinha que ir para o Ministério trabalhar, era como se seu inconsciente fosse um despertador. Ela olhou para o lado e viu Lupin dormindo tranquilamente, com um de seus braços deitado em sua cintura. Ela ficou ali na cama sem mexer por uns tempos, não queria sair daquele quarto, sair dos braços daquele homem. Na verdade não queria ir trabalhar.

Lupin se mexeu na cama, fazendo-a sair daqueles pensamentos e olhar para ele, que estava acordando.

- Bom dia!

- Bom dia meu amor! Acordou cedo hoje. Não conseguiu dormir! – sua voz era de sono. Ele se espreguiçou.

- Dormi perfeitamente bem. – um largo sorriso abriu no rosto de Tonks – Mas é que tenho que trabalhar hoje. – seu sorriso se desfez e ela fez uma cara de desgosto, fazendo uma careta, igual criança quando é obrigado a comer alguma coisa que não gosta.

- E se eu não te deixar sair daqui! – Lupin a segurou pela cintura e a trouxe para mais perto de si, rindo da careta que ela fez.

- Eu não ia achar nada ruim viu! – ela o abraçou com força, beijando seu rosto – Mas aposto como aquele Ministério deve estar o caos. É, o dever me chama.

Tonks se levantou da cama e começou a pegar suas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto. Lupin apenas a observava sem falar nada. Ela chegou perto da cama, já estava semi-vestida, e deu um beijo nele.

- Não precisa se levantar, descanse bastante. Eu vou indo!

Lupin não respondeu nada, apenas a puxou de volta para a cama, fazendo-a cair deitada ao lado dele. Ele começou a beijá-la, mesmo com os protestos da amada, que foi logo cedendo aos seus beijos. Ele finalmente se soltou dos seus lábios, e começou a beijar o pescoço, suas mãos percorrendo todo o corpo dela, pressionando-a na cama para que ela não se levantasse.

- Remo, eu vou chegar atrasada – sua voz saia aos sussurros.

- Não vai não. Ainda temos tempo! – e a pouca quantidade de roupas que ela tinha colocado, ele começava a tirar de novo.

Ela não falou mais nada, nem protestou. Apenas o ajudou a tirar suas roupas e a beijar aquele homem que a deixava louca.

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