Ainda em tempo



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Alguns instantes se passaram e Rony continuava a encarar Neville. Ambos estavam em frente à porta da sala de Snape, mas permaneciam imóveis, quase paralisados pelo medo do que enfrentariam. Um silêncio inquietante tomava o ambiente em meio à tensa atmosfera que preocupava cada integrante da Armada dos Cinco. Gina observava apreensiva a entrada do corredor enquanto sentia a mão de Dino tocar-lhe levemente o ombro na tentativa de acalmá-la. Luna, por sua vez, mantinha a tranqüilidade e a atenção concentrada na vigilância do local, cuja guarda lhe foi designada.

Até aquele momento, a armada já havia se deparado com Filch e Madame Norra, de modo que o aparente sossego não inspirava qualquer confiança ao grupo. Todos estavam conscientes do perigo que a missão envolvia e dos danos que poderiam sofrer caso o plano não se concretizasse como o previsto.

― Precisamos entrar... - disse Rony, rompendo o silêncio e empunhando a varinha em direção à porta de acesso às frias masmorras. Neville assentiu com a cabeça, entretanto conteve Rony antes que este proferisse qualquer feitiço.

― Espera! Estou ouvindo um barulho distante! Melhor verificarmos se vem da sala ou se está vindo em nossa direção - interrompeu Longbottom.

― Barulho? Não ouço nada. Precisamos agir agora! - reclamou Weasley impaciente.

― Esperem! - falou Luna numa voz um pouco distante. - Eu também escutei e está vindo em nossa direção sim!

Imediatamente, Dino e Gina empunharam também suas varinhas, mas continuaram no posto combinado, pois sabiam que não deveriam deixar a entrada. Neville avançou alguns passos para se aproximar do lugar onde Luna se encontrava e, para sua surpresa, deparou-se com a garota recolhendo aos braços uma pequena ave cansada, que caíra no chão, dando chiados quase inaudíveis.

― É uma coruja! - informou Longbottom.

― Tem uma correspondência para você, Weasley! - acrescentou Luna.

― Carta, agora? Isto é hora de receber uma carta? - questionou Rony incrédulo ao se dirigir para o fim do corredor, abrindo com rapidez o envelope. - É da Hermione e do Harry! Eu os avisei que tentaria obter o pergaminho, agora eles pedem que eu não faça nada... Bem, não contava com essa.

― Mas, eles não sabem que você tem ajuda. Devem ter se preocupado... Realmente, tentar realizar uma missão como esta, sem ajuda, seria loucura, porém você não está só. Sou a favor de que prossigamos com o plano sem mais demoras - disse Neville com ar sério.

― Penso da mesma maneira! Enquanto vocês entram, eu fico aqui e aproveito para cuidar da sua coruja, Rony, ela está bem, mas muito cansada... talvez tenhamos de levá-la ao corujal depois. - informou Luna. Assim, Rony e Neville voltaram novamente para frente da porta. Weasley tornou a empunhar a varinha, sendo contido, mais uma vez, por Longbottom.

― O que foi desta vez? Não me diga que é outra coruja - reclamou Ronald nervoso.

― Não, apenas acho que deveríamos tentar abrir a porta sem magia. Normalmente as salas ficam abertas, não é? - perguntou Neville em tom de afirmação enquanto puxava a maçaneta para baixo. A porta se abriu imediatamente, acompanhada por um rangido peculiar de madeira antiga. Rony observou Neville com admiração pela lembrança simples, no entanto extremamente eficaz, de usar o método convencional trouxa para entrar na sala de Snape.

― Boa idéia, Neville! Agora, vamos entrar usando a capa da invisibilidade, afinal, não sabemos o que está lá dentro. É estranho que tenha sido tão fácil entrar.

Assim, os dois se precipitaram para o interior das masmorras cobertos pela capa de Harry. Procuravam caminhar com cautela pelo interior da sala, buscando manter uma distância razoável da mesa de Snape.

― Não! - exclamou Longbottom com um tom absolutamente aterrorizado quando atingiram um ângulo que oferecia boa visão da mesa do Severo.

― O que foi? - inquiriu Rony angustiado.

― Essa planta... quando você a viu... não encostou nela, não é? - perguntou Neville.

― Não... eu a achei estranha demais para estar aí por acaso e por isso não me aproximei dela mais do que esta distância que estamos agora da mesa. Por quê? Diga-me, por favor, que você sabe o que fazer com ela - implorou Weasley com o semblante entristecido.

― Bom, o que fazer com ela eu não sei, mas sei como podemos agir perto dela. Teremos que trabalhar juntos e será muito perigoso porque nunca tive acesso a uma planta dessas. Ela se chama guardias espinhos mortallis. Observe que há nas pontas daquelas folhas, repletas de espinhos, algumas bolsas...

― Sim, a planta é muito feia mesmo - adiantou-se Rony.

― Não é só feia, é traiçoeira também. Essa planta possui milhares de olhos que enviam para o caldeirão do dono a imagem do lugar que elas estão protegendo, quando há qualquer invasão. Está me entendendo? É uma forma do professor Sna... Sna... Snape se manter presente, já que a planta é um guardião - Neville fez uma breve pausa antes de continuar. - Como dizia, nas pontas das folhas existem bolsas e nestas bolsas há reserva de um veneno mortal e a planta capta calor também, de forma que não podemos nos aproximar da mesa sem que ela lance os espinhos envenenados.

― Ah, é só isso? - perguntou Rony com o rosto pálido de terror.

― Não, não é só isso! A nossa sorte foi ter entrado com a capa, senão já teríamos sido denunciados. Na verdade, a planta não mata sozinha, entende? Ela manda a imagem do invasor para o dono dela e este decide se os espinhos venenosos devem ou não ser expelidos. É uma planta com apurada inteligência.

― Neville, quer dizer que, aí, o Snape decide se devemos morrer ou ser expulsos de Hogwarts? Hum... Isso não é bom porque acredito que ele preferiria a nossa morte.

― Quanto ao Sna..

― Sim, Snape. Não tenha medo de falar o nome. Ele ainda não está nos vendo, não é? - inquiriu Ronald, na tentativa de encorajar o amigo.

― É verdade... bom, quanto ao Snape, eu não tenho esta certeza, Rony, mas não sabemos se a planta é dele. Esta planta é associada a bruxos das trevas e, se for daquele que não devemos nomear, ele não hesitará em autorizar a nossa morte. É muito pior para nós se esta planta não for do Snape.

― Ela pode ser do Malfoy...

― Não acho que Draco saberia cultivar uma destas, Rony. Requer um cuidado que ele não teria.

― Não é de Draco que falo, mas do pai dele, Lúcio Malfoy. Foi ele quem deu o pergaminho a Snape... Bem, mas isto não importa agora, afinal, há alguma coisa que possamos fazer para pegar o pergaminho, Longbottom?

― Sim. Podemos reduzir a nossa temperatura a graus negativos e a planta não perceberia a nossa chegada. Teríamos que nos aproximar com a capa e estender uma parte dela sobre a gaveta para que a Guardias não percebesse nossa tentativa de pegar o pergaminho... aí, leríamos com rapidez o conteúdo e devolveríamos ao lugar de origem.

― Parece perfeito, Neville! Sim, faremos isto! Você conhece algum feitiço congelante?

― Sim, aprendi um com Madame Sprout, para trabalhar com mudas de árvores de regiões geladas. Mas, Rony, nós teremos pouco tempo antes de nossa temperatura começar a subir! Três minutos, no máximo! Eu cuido da capa e do feitiço, você lê o pergaminho, certo? Não poderemos conversar porque isto reduziria nosso tempo ainda mais com o aumento de calor. Por isso, você terá de ser breve!

― Eu serei! - informou Rony com firmeza.

Uma vez decidido o modo como Neville e Ronald obteriam acesso ao conteúdo do pergaminho, o feitiço congelante foi lançado.

Gelis corpus! - as palavras de Longbottom foram seguidas por uma névoa gelada que fez imediatamente a temperatura do corpo dele e de Ronald baixar a graus quase negativos. O ambiente continuava quente, mas os dois membros da Armada dos Cinco poderiam ser tomados como pequenos icebergs, movimentando-se em direção a mesa.

Rony mantinha a respiração tensa e Neville buscava ser ágil na aproximação do alvo pretendido. A cada passo que davam, a planta parecia aumentar de tamanho, talvez pelo temor que ambos tinham de ser descobertos no meio da missão. Aparentemente, a Guardias não captou a presença dos garotos embaixo da capa da invisibilidade.

Ronald já havia conseguido abrir a gaveta e, com rapidez, tateou o seu interior em busca do pergaminho, encontrando-o mais ao fundo. Pegou-o com celeridade, abrindo-o e lendo o seu conteúdo. Não pôde conter, no entanto, a reação instantânea de medo e preocupação ao lê-lo. O pequeno suspiro de Weasley pareceu despertar a planta adormecida que abriu com rapidez os muitos olhos que possuía na tentativa de observar algum intruso na sala.

O coração de Longbottom quase parou, mas ele conseguiu fazer com que Rony devolvesse o pergaminho, de sorte que puderam se encaminhar a uma distância razoável da terrível Guardias, que, àquela altura, emitia zumbidos agudos, parecendo estar preparando os espinhos mortais.

Ainda protegidos sob o manto da invisibilidade, Rony e Neville deixaram a sala com as faces mais pálidas que as dos fantasmas do Castelo.

― Precisamos correr! - disse Longbottom amedrontado e com a respiração ainda arfante.

A armada se reuniu em frente à porta da sala que já se achava fechada. Todos observavam Neville e Rony como se quisessem, naquele mesmo momento, saber o segredo do pergaminho. Gina fez inclusive o esboço de uma pergunta em seus lábios, contudo Neville exigiu novamente:

― Vamos embora. Já! Não temos tempo porque alguém já sabe que invadimos a sala, só não pode descobrir quem! Vamos, não há tempo! - Ninguém esperou a terceira ordem de Longbottom. Toda a Armada disparou pelos corredores aos sobressaltos. Dino puxava Gina pelas mãos para que ela se apressasse, enquanto Rony seguia a frente com o ar de choque, deixando Neville e Luna pouco atrás deles.

A Armada conseguiu alcançar o salão comunal de Grifinória, após uma breve discussão com a mulher gorda que, por pouco, não custou a cabeça de todos, uma vez que o quadro se fechou no exato instante que Argos Filch passava em sua frente, rumo às masmorras. Ali, na sala comunal, todos se entreolharam nervosos. A ansiedade estampada no semblante de cada um deles, mas nada comparada a perplexidade aterrorizante no rosto de Rony. Gina se aproximou do irmão, dispensando um carinho nos ruivos cabelos do Weasley com quem tanto brigava. Ela sabia que somente algo grave deixaria Ronald naquele estado. O garoto não conseguiu devolver o olhar, apenas permanecendo em silêncio.

― Precisamos sair daqui! Não é seguro que sejamos apanhados! Vamos voltar aos dormitórios! - sugeriu Dino. Luna concordou de forma imediata e decidiu levar para o quarto a coruja de Rony, já que inexistia tempo de conduzi-la ao corujal com tantos riscos. Longbottom, que ainda conservava a varinha em punhos, também aderiu a idéia de Thomas.

Surpreendentemente, Rony arqueou a face para o alto, encarando todos:

― Precisamos nos reunir amanhã na sala precisa. Não daria tempo de falar nada agora, sabem? Amanhã durante o horário do almoço. - Todos gesticularam positivamente com a cabeça, tomando o caminho do dormitório. Dificilmente Rony adormeceria em paz naquela noite.

Longe dali, Harry e Hermione tinham recebido a feliz notícia de que retornariam a Hogwarts na manhã seguinte. Foi no entardecer que chegou uma coruja de Hagrid informando que iria buscá-los, e pedindo que se organizassem para a viagem. Os pais de Hermione ainda estavam cuidando do avô dela, que já apresentava melhoras significativas, e foram informados pelo próprio Dumbledore da necessidade de retorno à Escola de Magia, considerando a proximidade das provas e o restabelecimento da senhorita Granger. Concordaram prontamente com a partida da filha e telefonaram para Mione e Harry, a fim de que se arrumassem após pequenas recomendações.

― Tão pouco tempo longe de Hogwarts, mas estou feliz em voltar, mesmo sem saber o que vai acontecer. Eu sei que poderia passar a vida inteira ao seu lado sem sentir falta de nada - Harry falou sorrindo.

― Ah, Harry, apenas precisamos vencer algumas coisas antes, mas estamos juntos e sei que, de algum modo, esta ligação vai nos dar forças para continuar. Nunca vou desistir de você, compreendeu? Também, não encontraria melhor elfo doméstico em lugar nenhum! - brincou Mione.

― Sempre soube que era por este motivo que gostava de mim... Fazer o quê? Eu não me importo! Se é para ter você, estarei as suas ordens sempre, nem que para isto tenha de me especializar em trabalhos élficos de casa - disse Potter divertidamente enquanto Hermione soltava gostosas gargalhadas com a interpretação teatral de Harry.

― Uma coisa me deixa intrigada... - ponderou Mione com olhar de interrogação.

― O quê? Saber como você me conquistou com este olhar profundo e calmo? - inquiriu Potter.

― Não, Harry - Hermione estava mais uma vez corada. Era incrível o efeito de Potter sobre ela. - Queria saber como Hagrid cuidou de nós sem aparecer e o que Rony fez afinal.

― Bom, não saberemos de ambas as coisas hoje, mas é nossa última noite a sós e creio que há um jeito melhor de aproveitá-la... - Potter disse isto com um olhar absurdamente maroto, ao que Hermione respondeu com um longo beijo e um suave carinho na face do moreno.

Realmente, a ternura que envolvia os dois tinha o poder de conferir a força especial de ultrapassar as tensões daquele período sombrio. Muitos acontecimentos os aguardavam em Hogwarts. Alguns previsíveis, outros simplesmente impenetráveis. Restavam somente algumas horas de descanso que eles compartilhariam com toda a amabilidade. O por vir era incerto, porém a certeza da presença do outro os manteriam, mais uma vez, em paz.



Continua...

Arwen Undómiel Potter

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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”

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Agradecimentos:

Meus queridos, realmente meu maior desejo era tornar a presença de todos vocês, mas tenho me dedicado muito aos estudos e daí a demora!!! Tenho certeza de que compreendem, uma vez que são verdadeiros parceiros no desenvolvimento de cada capítulo desta história.
Vamos aos agradecimentos:
ALINE querida, agradeço profundamente pela sua presença! Sei que sempre lê e acompanha, de modo que entendo que, quando não o faz, tem razões fortes! Obrigada pela torcida, minha linda! A OAB foi superada, mas ainda existem muitas provas pela frente. Um grande beijo para você.
MRS. RADCLIFFE, eu estou aqui rsrs, embora não esteja escrevendo com a mesma freqüência, pois as muitas provas não têm permitido. Agradeço-te por continuar presente e pela tua torcida especial. Um beijo grande, querida!
TATAI POTTER, demorei, mas tenho certeza de que entende os motivos! Forte abraço, querida!!!
ANA LÍVIA, você é um doce! Saiba que foi triste para mim também ficar distante, porém, estamos juntos novamente agora! Beijos, valeu pelos votos de sucesso e pelos comentários!
JEJEH, fico feliz que me perdoe, querida! Sei que você entende! Um beijão para você!
LARISSA BATISTA, que saudade de você! Está com um blog novo, é? Não deixa de me dar o endereço para visitá-lo sempre que eu puder! Mais uma vez você estava certa nas suas investigações (a planta não era qualquer planta). Beijos, querida!
SISSI querida, você já sabe o porquê da demora em atualizar... tenho certeza de que também entendeu e agradeço por isso! Beijos para você. HtA, obrigada pelo movimento de atualização, querida! Fico contente por você apreciar a história e por ter aguardado o capítulo 20 (sei que demorei, mas sem vontade de que assim o fosse). Um beijo para ti!
BRU WATSON RADCLIFFE, eu sei bem o que é um computador sem funcionar! Difícil e compreendo a sua ausência, querida! Espero que entenda a minha também! Beijos!
ANA LUIZA POMPEO GAESCHLIN MARIANTE, que bom que nós pensamos parecido, não é? Agradeço muito por você estar lendo e comentando (esta parceria é importante) e logo que começar a escrever terá a confirmação disto (assim que começar a escrever, avisa-me, certo? Beijos, querida!
ANA SOUZA, obrigada, querida! Assim que puder, sempre continuarei! Beijos.
JULIA GRANGER POTTER, obrigada pelo carinho, querida! Fica com Deus também! Um beijão!
DIANA POTTER, é sempre um prazer, quando posso, comentar a sua história e agradeço a você por se fazer presente e dispensar o seu tempo para comentar essa aqui também! Não se preocupe, pois quando você “fala demais” eu tenho o prazer ainda maior de ler tudo! Um beijo enorme para você!
SAULO ADRIANO, que bom que está apreciando a história! Agradeço imensamente por sua presença aqui e na comunidade, querido! Um grande beijo!
LUIS DUMBLEDORE, um de meus escritores prediletos, fazendo-se presente aqui! Também achei o Harry especial no capítulo passado (como nossa querida Mrs. Radcliff). Um grande beijo e saiba que assim que der apareço na sua história (eu a adoro!).
SUELEN, obrigada pelos pedidos de atualização, querida! ALBERTO, que bom ter você aqui de novo, lindo! Um beijão para você e obrigada pelo incentivo na carreira literária rs (ainda é muito cedo, mas agradeço de coração)!
BRUNA, espero que seu dedinho esteja melhor! Afinal, você precisa dele para continuar escrevendo suas boas histórias (e não diga que não são boas, por favor!). Beijos, querida!
ANNA ROSA, muito esperta você! Lembrou-se do sonho... Saiba que não esqueci dele (mas ainda não posso dizer o que é... rs). Obrigada pela sua presença, minha linda! Não pude atualizar antes, mas quero agradecer a sua presença constante aqui! Valeu mesmo

A todos que estão acompanhando, meus sinceros agradecimentos pela presença, voto e/ou comentários! Atrasei a postagem por duas razões: 1ª Tinha de agradecer a vocês! 2ª A minha internet cai toda hora [rs] e quando fui postar ela não funcionava rs.

Beijos,

Arwen Undómiel Potter.


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