Apenas um aviso



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Hermione havia chegado à Floresta Proibida, ainda extremamente descontrolada. Não conseguia deixar de se preocupar com Rony, embora achasse o lugar escolhido para o encontro, no mínimo, inapropriado. A verdade, entretanto, era que naquele instante seriam impertinentes maiores perguntas. Havia um amigo para ajudar e, dentre todas as coisas que aquela garota julgava importante, certamente a amizade ocupava um lugar de destaque.

A morena chegou à entrada da Floresta e, não tendo avistado ninguém a princípio, ousou adentrar na mata. Somente quando avançou alguns metros, no seu interior, sentiu-se segura para gritar o nome do amigo:

― Rony! Rony! Rony! - bradava a garota sem obter qualquer resposta. Minutos se passaram em que a mesma cena se repetiu. Hermione clamava pelo amigo sem, contudo, obter o menor retorno.

Estranhamente, a Floresta foi invadida por uma gelidez que lembrava a presença de Dementadores, mas se diferenciava pela ausência da sensação de infelicidade. Na realidade, a atmosfera da mata anunciava perigo iminente e Hermione pensou ter visualizado um vulto sem forma definida avançando sobre ela.

― Rony, é você? Rony? Se isto for uma brincadeira, melhor parar... Eu estou aqui para conversarmos...

Um silêncio arrepiante imperou sobre o lugar e todas as folhas das árvores pareceram farfalhar no momento em que um raio de luz, vindo de um ponto indefinido, atingiu precisamente o peito de Mione, seguindo-se de um estrondo que a derrubou no chão, completamente desfalecida. Novamente a mata foi invadida por uma calma quase ameaçadora.

Apenas se podia escutar o sussurro do vento e o barulho quase inaudível de passos se aproximando do local onde Hermione jazia. Eram Harry e Rony que foram atraídos pelo feixe de luz.

― Veio daqui! - disse Rony, observando atentamente todos os lados, como que para se certificar de que não seria surpreendido por quem quer que fosse a pessoa ou coisa que esteve por lá. Harry já mantinha a varinha a postos e fitava ansioso cada canto da mata, desejando que Hermione permanecesse bem.

― Hum... – um acanhado gemido quebrou o silêncio e Potter correu em direção a ele, temendo pelo que poderia ser.

― Ali! - gritou Harry que se dirigia já desesperado para o chão, rogando para que Mione acordasse.

― Mi! Mi! Mi! Acorda, Mi! - implorava o moreno com a voz embargada. Potter carregou Hermione nos braços com imenso desvelo. Ele acompanhava a respiração fraca da garota e se adiantou em levá-la prontamente para Madame Pomfrey. Rony o escoltou, empunhando a varinha no caso de surgir alguém, sem, todavia, nada falar. Ele estava tão apreensivo quanto Harry.

Quando adentraram na enfermaria, foram imediatamente recepcionados por Madame Pomfrey que, sem sequer olhar para os garotos, empenhou-se em cuidar de Hermione, pedindo para que os dois saíssem dali e fossem avisar a Dumbledore o ocorrido.

― Mas ele está viajando! Deixe-me ficar! - pedia Potter, contendo as lágrimas que inundavam seus olhos verdes.

― O diretor já voltou de viagem. Vão avisar logo! Vocês não poderão fazer nada aqui! - sibilou Madame Pomfrey enquanto expulsava Rony e Potter da enfermaria.

Contrariados, mas cientes de que não adiantaria permanecer ali, Potter e Rony optaram por seguir aquela ordem. No entanto, antes que pudessem partir, ouviram uma coruja cortar o céu. Ela deixou cair, sobre Harry, uma correspondência e fugiu assim que o garoto a abriu.


Harry Potter,

Menino sobrevivente, isto foi somente um aviso! Faça mais poção da felicidade, ou da próxima vez a tua querida não sobreviverá. Na próxima carta, informaremos o local em que deve deixar a poção. Nada de tentativas heróicas. Nós o encontraremos e a acharemos também.

C. M.



― Harry, quem será que fez uma coisa dessas? - perguntou Rony numa voz falhada. - Quem é C. M.?

― Rony, tenho uma suspeita... Quero que você faça uma coisa... – Potter falou em tom grave.

― Qualquer coisa! – concordou o amigo com o semblante em cor de fogo pelo nervosismo.

― Siga o Snape. Não me pergunte o porquê, apenas o siga sem ser visto. Eu vou ao escritório de Dumbledore. Há muito tempo que preciso falar com ele. Depois explicarei tudo.

Dito isto, os amigos tomaram caminhos diferentes. Potter seguiu em direção à gárgula que guarda a entrada para a sala de Alvo, ao passo que Rony se dirigiu para as masmorras.

― “Sapos de chocolate” - pronunciou Harry, apressado. Imediatamente ele estava na porta de Dumbledore e não foi preciso bater.

― Entre, Harry. Eu já o aguardava - falou Dumbledore no seu tom habitual, observando pelos óculos de meia lua o moreno invadir a sala, sobressaltado.

― Professor! A Mione, professor, ela sofreu um atentado na Floresta Proibida! O Sna...

Antes que pudesse encerrar a frase, Dumbledore corrigiu pacientemente.

― O professor Snape, Harry. Professor... O que tem o professor Snape?

― Eu acredito que foi ele quem atacou a Mione há pouco.

― E o que o leva a crer desta forma, Harry? - questionou Alvo ainda com a voz calma.

― Acredito que o professor Snape deseja uma coisa que a Mione e eu conseguimos fazer... Temo que queira dar para Voldemort.

― Posso saber que coisa é esta, Harry? - perguntou amistosamente Dumbledore.

― É uma poção, professor. O Snape, digo, o professor Snape exigiu que Hermione e eu fizéssemos e agora ele a quer para dar a Voldemort.

― O que o faz presumir isto? - Dumbledore inquiriu, arqueando levemente a sobrancelha enquanto levava uma das mãos ao queixo.

― Recebi esta correspondência agora - Harry falou isto no momento em que a entregou ao diretor. - É a mesma poção que o Snape mandou a Mi e eu, quero dizer, Hermione... fazer e... agora ele a quer... Professor, esta poção foi inventada por meu pai...

― Eu sei, eu sei, Harry. Eu mesmo enviei para você, naquela noite, o livro de seu pai, mas não era seguro explicar por carta as razões que eu tinha para dá-lo a você.

― O senhor, Professor? - Harry perguntava atônito. - Mas o senhor estava viajando e, mesmo assim soube que a Mi e eu estávamos na casa dela, fora de Hogwarts?

― Sim, e todo este tempo o Hagrid garantiu a segurança de vocês. Ele os seguiu para evitar que qualquer mal lhes acontecesse durante a viagem ou durante a estadia na casa da Senhorita Granger.

― Mas, o Hagrid não estava com o senhor, professor? Quer dizer, ele viu tudo que Mi e eu estávamos fazendo?

― Quanto à primeira questão: não, ele saiu comigo, entretanto, tomamos destinos diversos. Eu pedi que ele vigiasse vocês dois. Quanto à segunda questão... - Dumbledore não pôde conter um sorriso. - Hagrid viu que vocês estavam empenhados em produzir a poção, aliás, foi ele quem cuidou para que a coruja chegasse até você naquela noite... Mas, ele manteve a distância necessária para que vocês tivessem privacidade. Portanto, ele não viu tudo.

Ao dizer aquelas palavras, Harry foi tomado por um calafrio e sua face se ruborizou completamente.

“Hagrid não viu tudo, porém deve ter visto o suficiente” - pensou Potter.

Como se adivinhasse os pensamentos de Harry, Dumbledore ponderou:

― Harry, não é com aquilo que Rúbeo observou que devemos nos preocupar, entretanto, com “o quê” quem escreveu esta carta viu e sabe. Se você leu o livro de seu pai, já entendeu qual a finalidade da poção. No entanto, Harry, o importante não é saber para que serve, mas qual a forma de se fazer este poderoso elixir. Eu acreditava que cedo ou tarde Voldemort tentaria obtê-lo, já que, apesar de possuir um corpo próprio agora, ele sempre precisará de uma fonte de vida forte assegurando que suas forças sejam plenamente recuperadas. Esta poção daria isto a ele... Bem, ele já deve ter descoberto que seu pai criou tal poção com sua mãe, por isso, ele agora acredita que você seja a chave para fazer mais poção. Tenho certeza de que ainda não sabe como...

― Então, professor, isto só confirma o que eu disse sobre o professor Snape.

― Não, Harry, o professor Snape lhe deu este trabalho porque eu pedi. Queria descobrir o que o inimigo almejava antes que ele atingisse o seu fim. Esta minha viagem foi justamente em busca de fontes que me explicassem exatamente até que ponto a poção é potente. Nela encontrei uma cópia rara da obra de seu pai e a enviei imediatamente para Hagrid, já que não era seguro remeter diretamente para você.

― Não entendo... O professor Snape...

― Harry - agora Dumbledore encarava Potter com seriedade -, o professor Snape apenas cumpriu minhas determinações. Quero que você entenda que qualquer suspeita sobre ele é infundada. Você percebeu o C.M. ao final da mensagem que recebeu?

― Sim, professor - disse Harry, desapontado.

― Quer dizer Comensais da Morte. Tenho certeza de que não preciso explicar o resto.

Harry assentiu com a cabeça e Dumbledore continuou:

― Se posta contra a luz, a carta vai projetar a Marca Negra em miniatura. Bastante engenhoso... Assim, eles sabem que a correspondência chegou ao destino.

― Eu não vi a marca - retrucou Potter.

― E nem poderia, entrementes, aposto que a coruja que entregou a carta fugiu... Apenas os animais e os seguidores do Lord podem ver este sutil sinal. Então, é certo, eles já estão cientes de que você sabe fazer a poção.

― Mas, eu não sei, Professor! Mi e eu acertamos por acaso... Nem acreditávamos que conseguiríamos... Erramos uma vez, enquanto ainda estávamos brigados e depois conseguimos fazer...

― Você acabou de confirmar a minha suspeita, Harry... Ou, pelo menos, aumentá-la! Acredito que a Poção da Felicidade somente possa ser feita por pessoas que amam. Portanto, em um ambiente de amor... Aliás, não é sem fundamento que o nome da raiz essencial para fazê-la é Roma. Roma é amor ao contrário... Seu pai deu esse nome e selou nele a resposta de como fazer a poção escrevendo no livro apenas a serventia dela. Ele era sábio o suficiente para imaginar que haveria um interesse pelos defensores das artes das trevas e estes dificilmente pensariam que a chave seria o amor... Harry, quero que você entenda, você e a Senhorita Granger somente conseguiram acertar a poção quando foram envolvidos pelo amor que sentiam um pelo outro.

Harry tornou a corar com violência, não obstante ele tinha ciência que inexistia razão para continuar a esconder de Dumbledore o que, em verdade, este já sabia. Seria inegável, diante de tudo aquilo, que havia um amor entre Potter e Hermione.

― Então a Mi não está segura - o moreno preocupou-se imediatamente.

― Não. Nem ela, nem você, como já devem ter percebido. Escrevi para os pais de Hermione. Expliquei sobre o incidente e eles estão em casa aguardando a chegada dela e a sua.

― A... a minha, professor?

― Sim, Harry. Você vai viajar para a casa de senhorita Granger novamente. Os pais dela vão ficar somente dois dias com vocês, já que infelizmente o avô de sua amiga está muito doente. Ela ainda precisará de cuidados e você é o mais indicado para isso - Dumbledore falava, olhando sobre os óculos. - Para todos os efeitos, aqui na escola, você foi acompanhar a senhorita Granger e ampará-la neste difícil momento com o avô. Porém, os Comensais imaginarão que vocês irão preparar mais poção... e, na realidade, prepararão. Faremos exatamente o que está na mensagem dos Comensais. Explicarei esta parte depois... Agora, quero que leve este bilhete a Madame Pomfrey - Dumbledore escreveu algumas linhas e entregou a Potter.

― Professor, eu queria...

― Está tudo no bilhete, Harry. É sua autorização para dormir na enfermaria hoje com a senhorita Granger. Boa noite.

Harry deixou o escritório correndo para ver se Hermione já havia acordado.



Continua...

Arwen Undómiel Potter

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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”

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Agradecimentos:

Meus queridos,

Quero primeiramente agradecer aos inúmeros comentários e pedir desculpas por ter parado em um momento tenso da história sem continuá-la com rapidez. Foi necessário, pois faltou tempo para prosseguir com o capítulo 14, enquanto revisava para uma prova muito importante!! Sinceras desculpas! Superado isto, vamos aos agradecimentos pessoais:
Suelen, obrigada pelo pedido de atualização!

Sissi, puxa que bom que você está gostando da história, espero continuar tendo o prazer da tua presença por um bom tempo!

Diana, eu vi o capítulo 7 da sua história sim! Está maravilhoso! Agradeço-te por continuar acompanhando aqui!

Anataly, obrigada por comentar, realmente não tive a intenção de parar neste ponto, espero ser mais rápida da próxima vez (tudo depende dos compromissos)!

Ana Lívia, puxa querida, não queria te deixar deprimida, dou-te a minha palavra! Escrevo para alegrar e tenha certeza de que não foi intencional a demora na postagem (enquanto eu revisava pelo computador as provas, aproveitava para manter a história “atualizada” [assim, outras pessoas poderiam vê-la - como de fato aconteceu], mas sem introduzir o capítulo 14, que ainda não existia). Querida, sei o quanto você aguardou e, para me redimir, tratei logo de escrever este em sua homenagem, BEIJÃO!

Sarah Granger, agradeço os teus sinceros elogios e espero sempre corresponder as tuas expectativas. Ao menos, esteja certa de que sempre tentarei fazer o melhor!

Bru Watson, valeu mesmo por esperar o capítulo 14!

Otavio Bach, obrigada por aguardar, querido!

Julia, você é um doce mesmo, obrigada pela paciência!

Mrs Radcliffe, você presta bastante atenção aos detalhes... Vamos ver se descobriu tudo? Beijos, querida!

Bruna, minha amiga, ainda não terminei de ler toda a tua história, mas em breve comento... assim que acabar, ok? Obrigada por estar sempre aqui me ajudando e compreendendo as minhas limitações!

an_aaaaa, obrigada por se juntar a nós!

Tanne, querida, que bom que você gostou! Valeu por comentar, pois sua opinião importa muito!

Sarah Deever, obrigada pelo pedido de atualização!

Ao querido anônimo que comentou em inglês, deixo aqui registrado também o meu super agradecimento, Kisses for you!

Assim, despeço-me por hora! Mais uma vez, obrigada a todos que leram, votaram e/ou comentaram! Se Deus quiser, encontrar-nos-emos em breve!

Arwen Undómiel Potter.





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