Diálogos ao anoitecer
Hermione olhou para Potter apreensiva pelo que ele tinha a dizer, e corou ante a última frase incompleta. Ao mesmo tempo, não conseguia deixar de pensar no quanto ansiava por aquele reencontro, porém preferiu voltar o diálogo para Severo.
― Snape? - questionou Hermione. - Mas já fizemos a Poção da Felicidade, Harry, e ele nos deu aquela nota absurda. Ainda não descobri nada sobre aquilo, porém por que...
Antes que ela terminasse, Harry puxou-a para si num abraço mais apertado que o anterior e a beijou com o máximo de amor que podia demonstrar, com toda a saudade que não conseguia esconder. A garota somente se deixou levar, correspondendo em intensidade todos aqueles sentimentos do maroto, que há muito também eram experimentados por ela.
― Desculpa, Mi - falou Potter, levando a mão aos cabelos e os agitando nervosamente.
― Desculpar o quê, Harry? Há muito que eu estava desejando isso de novo... mas por que você anda tão ausente? Por que me evita na escola?
― Porque estou com medo de perdê-la! Snape está nos seguindo todos os dias, e nos observa com maior interesse quando estamos perto um do outro. Temo que haja alguma relação com a poção que fizemos...
― Severo? De fato o peguei me observando em alguns instantes - afirmou Hermione. -Mas fiquei tão preocupada com o que estava acontecendo conosco, ou melhor, com o que não estava, que preferi adiar este problema para depois de resolver o que se instalou entre nós - Hermione falou, deixando escapar o quanto a atitude de Harry a entristecera, o quanto a fizera sofrer. Ela desconhecia as razões que o obrigavam a agir daquela maneira tão distante e dolorosa. Potter ficou arrasado.
― Mi, desculpa. Você não entende, Mi! Já perdi tudo e já disse que não vou perder você!
― Mas, Harry, se há uma coisa que fará com que nos percamos um do outro é esta distância... depois de tudo aquilo...
Uma lágrima escapara dos olhos de Hermione. Sim, aquela garota, agora quase mulher, tão inteligente e decidida, permitiu se ver novamente por um ângulo de fragilidade. Harry não conseguiu observar aquilo impassível.
― Mi, você não entende... eu te amo!
A face de Hermione, antes voltada para o chão da cabana, arqueou-se para o alto, encarando os olhos verdes de Potter, que, naquele exato momento, estavam tomados por uma emoção maior.
― Harry, eu também te amo. Aliás, nunca pensei que teria coragem de admitir que tenho medo do tamanho do que sinto por você. Mas então me deixa te amar, Harry. Não me impeça de sentir novamente o que você me fez experimentar na minha casa e depois a cada momento que o vejo...
Os olhos do maroto adquiriram uma tonalidade verde esmeralda. Quiçá, pelas lágrimas que caiam. Talvez pelo reflexo da luz da lareira sobre eles.
― Mi, preciso contar tudo que está acontecendo...
Sentaram-se no sofá de Hagrid, que parecia imenso diante do tamanho dos dois. Harry então narrou sobre o livro do pai, falou daquela poção e de como Tiago e Lílian a haviam criado. Hermione ouvira atentamente, sem perder qualquer detalhe.
― Entendeu? Meu pai e minha mãe fizeram a mesma poção juntos. Uma poção como essa, tão poderosa, que só pode ser feita a dois, mas cujo segredo principal nem mesmo o livro ensina e por isso Snape nos observa! Ele deve precisar de mais poção. Ainda não sei para que, mas creio...
Hermione completou:
― Que nós sejamos a chave para descobrir como esta Poção da Felicidade, que acresce de vida quem a bebe, deve ser feita.
― Exato! - concordou Harry. - Por isso, estar perto de você ficou tão perigoso... - falou o moreno, agora ruborizando.
― Será que é só por isso, Potter? - brincou Hermione também vermelha, procurando minimizar a tensão do ambiente.
― Bem, também por isso - riu o maroto. - Há algo realmente acontecendo em Hogwarts e temo pela sua segurança. Até esta viagem de Dumbledore e Hagrid, que segundo a professora McGonagall devem chegar semana que vem... - Potter disse isto enquanto alisava a face de Hermione.
― E a outra razão do perigo em estarmos próximos? - perguntou a marota, observando Harry suspirar no instante em que dispensava para ele um olhar mais provocante.
― A outra... bem... a outra... – O garoto respirou profundamente. - É esta aqui.
Harry não saberia explicar o que lhe deu, seu peito parecia que iria explodir. Inspirava mais descompassadamente do que nunca. Olhou para Hermione com carinho, mas também sem esconder o que aquela menina, quase mulher, em toda a sua feminilidade provocava nele. Avançou sobre ela com cuidado, beijando-lhe a face, deixando acontecer naturalmente o encontro das bocas em um beijo ainda mais apaixonado. Suas mãos pousaram sobre a cintura de Hermione, que segurava a nuca dele com a mão direita, repousando a outra sobre o peito do garoto. Ele descansou seu corpo sobre o dela, tomando cuidado para não machucá-la, enquanto a beijava cada vez com uma profundidade mais intensa.
Passados alguns minutos, Potter parou repentinamente, afastando-se de Mione. A respiração dele era mais rápida que o normal e acompanhava o ritmo de sua pulsação acelerada.
― Melhor pararmos... não sei o que deu em mim. Eu avisei que estava perigoso ficarmos a sós. - ele falou enquanto levava os olhos para a lareira, fugindo dos de Hermione, envergonhado.
― Harry, nunca, Harry...
Naquele instante, Potter imaginou que Hermione fosse brigar, com razão, dada a atitude impetuosa que tivera. Ela continuou:
― Nunca mesmo se envergonhe por desejar alguém que ama - disse ao passo em que também se recuperava, porém, com um sorriso na face. - Mas tenho de concordar com você, está perigoso ficarmos sozinhos e pelos dois motivos.
Ambos riram ao se perceberem descobrindo este campo ainda inexplorado e assim se prepararam para voltar à escola. Apagaram a lareira da cabana de Hagrid e voltaram ao salão comunal de Grifinória tomando todo o cuidado com Filch e também com Snape.
Harry e Hermione sabiam que não conseguiriam se evitar. A nova situação por eles vivenciada naquela noite apenas certificara o que já se encontrava selado pelos sentimentos que ambos nutriam. Por isso mesmo, decidiram não mais se afastar um do outro, resolvendo apenas que, por segurança, não assumiriam ainda que estavam juntos.
Por certo, teriam que se preocupar em descobrir o lado oculto de Snape, mas não ali, não naquele instante. Aquela noite somente teria lugar para as lembranças do que acontecera.
Continua...
Arwen Undómiel Potter
***************************************
Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”
***************************************
Agradecimentos:
Nossa! Meus queridos,
quantos comentários! Quanta felicidade em saber que vocês estão aproveitando a história!
Julia, fica com Deus também minha querida!
Não parei naquela parte por maldade, Ana Lívia, realmente estava escrevendo mais! Mas este capítulo vai um pouco maior para compensar, ok?
Alberto e Sarah, aí está a atualização que vocês pediram!
Ana Souza, seu pedido para continuar foi uma ordem para mim! Obrigada pelo valioso incentivo!
Bem, o que dizer a você, Otavio Bach? Sou realmente uma garota. Quanto a isso pode ficar tranqüilo (risos). Agradeço, sinceramente, o pedido de casamento (foi sim inspirador!), mas por hora, atualizarei a história para matar a sua saudade e vontade!
Mais uma vez, obrigada a todos que leram, votaram e/ou comentaram! Próximo capítulo em breve, se Deus quiser!
Beijos,
Arwen Undómiel Potter
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!