A maior das bênçãos



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Os corredores soaram mais escuros naquela caminhada de Harry até a ala hospitalar. O vento emitia um assobio agourento enquanto passeava entre os cabelos de Hermione fazendo-os dançarem de forma vigorosa e bem distinta do movimento frágil e lento de sua respiração. Potter podia sentir o peito dele se umedecer de uma substância viscosa, mas não sabia ao certo se desejava realmente olhar para ver do que se tratava. Dobby desaparecera curiosamente na confusão e os integrantes da AD mantinham-se inconsoláveis e receosos com o desfecho daquele feitiço estuporante. Temiam, sobretudo, que ele tivesse, para aquele caso, um efeito tão funesto quanto o provocado pela poderosa e corrosiva maldição da morte.

Um grito surdo de espanto e preocupação ecoou na ala hospitalar e foi possível ver pela face pálida de Madame Pomfrey que a noite não estava sendo fácil e, seguramente, ficaria mais difícil após aquilo tudo. Papoula correu em direção a Harry conduzindo-o de maneira mecânica a um dos leitos vazios e reservados. Tão logo Potter deitou Hermione sobre a cama, o garoto pôde perceber que tinha as vestes tingidas de um vermelho vivo encorpado e, naquele exato momento, desejou instintivamente que tivesse sido ele... somente ele e ninguém mais.

Assim, o menino permaneceu estático e sem reação enquanto o que pareceu ser uma nuvem de bruxos e bruxas se amontoava ao seu redor, fazendo-o perder a visão da namorada. Um tremor involuntário fez com que o rapaz se ajoelhasse sobre o chão ainda sem pensar na razoabilidade ou insanidade da atitude tomada. Pouco atrás, a Armada de Defesa continuava quieta como se procurasse lembrar uma prece silenciosa e adequada para aquela situação. Logo Harry sentiu uma mão tocando-lhe o ombro suavemente e o trazendo de volta à realidade das incertezas.

― Vamos, Harry, você não poderá fazer nada aqui – Lupin confortou amigavelmente. Tinha uma voz branda quando chamou o ex-aluno. Se não houvesse avistado Draco repousando em uma das camas, Potter certamente atenderia o professor. Contudo, a expressão desafiadora e cínica na face de Malfoy foi suficiente para restaurar as forças de Harry que se levantou já com a varinha em punho e voltada na direção do loiro.

― Seu pombo imundo! – urrou Potter se aproximando do garoto. – Você é parte de tudo isso e não vai se livrar da sua punição!

Expelliarmus - acudiu Remo, que obviamente percebera as intenções de Harry. O menino fitou o ex-professor completamente descrente, mas a raiva apenas o fez prosseguir e, apesar da ausência de varinha, foi impossível conter o que se seguiu. Harry observou Malfoy cheio de desprezo no mesmo instante em que o colhia pela gola da camisa, forçando-o a se levantar para só então desfechar um ruidoso e forte soco na boca do loiro, antes de se jogar inteiramente sobre ele e principiar uma luta da qual sairia vitorioso com certeza, não fosse a intervenção de Rony e Lupin para separá-los.

― Você está doido? – fingindo total desconhecimento sobre qualquer assunto, Draco berrava pela enfermaria. – Não tenho nada a ver com isso! Estive o tempo todo aqui! Como ousa me agredir, seu louco? – Malfoy questionava, levando as mãos teatralmente à boca ensangüentada. - Só porque a sangue ruim vai morrer não é razão para você pirar e me bater, Potter! Meu pai vai ficar sabendo disso! Ah, se vai!

Em poucos segundos, Harry se livrou de Remo e Ronald, agarrando-se a Malfoy mais uma vez. Novamente, foi preciso empreender um grande esforço a fim de que Potter soltasse Draco. Entretanto, antes de se desvencilhar, o moreno escutou “o mensageiro” de Voldemort murmurar ironicamente e de forma quase inaudível: - Não é pombo, Potter! É coruja e quero ver você provar isso!

A briga teria continuidade depois daquela aviltante provocação. Não obstante, o som de uma voz conhecida e imponente obrigou Harry a deixar de se debater. Naquele preciso instante, Dumbledore chegara à ala hospitalar encerrando a discussão na mesma hora em que ocasionava o começo de um rio de lágrimas nos integrantes da AD. As novas notícias eram demasiadamente chocantes para que Malfoy continuasse a ser o centro das atenções.

― Harry, não convém desperdiçar preciosos minutos com brigas! Coisas realmente sérias estão acontecendo. Por favor, soltem-no – solicitou Alvo, tomado por uma atmosfera séria e triste. – Vocês ainda não sabem e se torna infrutífero tentar esconder que um dos nossos foi gravemente ferido e não haverá tempo para transferi-lo ao Hospital St. Mungus...

― Professor, o senhor está falando da Hermione? – perguntou Fred, apreensivo.

― Não. – Dumbledore respirou profundamente como se procurasse um apoio invisível para dizer o indispensável. – O estado da senhorita Granger ainda não foi avaliado e só saberemos a extensão do que houve após o exame mais minucioso. Contudo, há um problema cujas proporções já foram devidamente delimitadas e apenas buscamos agora uma solução para o término dele.

― Foi o Jorge, não foi? – Potter indagou ainda com o coração acelerado e a fala entrecortada por um choro que teimava em brotar, mas que ele lutava em reprimir.

― Sim – Dumbledore balançou a cabeça afirmativamente. - Encontramos o Jorge desacordado no canto de um dos corredores do castelo e o caso dele exige cuidados especiais. Quando vi a senhorita Granger duelando com os Comensais, retornava à minha sala justamente porque precisava de um pouco das lágrimas de Fawkes – explicou Alvo, entregando um vidrinho transparente nas mãos de Lupin para que esse o levasse a McGonagall. A professora fora encarregada do tratamento do Weasley.

― O que aconteceu afinal? – perguntou Rony, nervoso. O ruivo resistia à associação involuntária que sua mente fizera entre o irmão e a poça de sangue existente no canto de um dos caminhos por onde passara. Ele possuía o rosto vermelho e já completamente molhado como o de Gina que estava escondida no ombro direito de Dino.

― Você tem dúvida? – retrucou Fred também irritado. – Deve ter sido algum estúpido Comensal!

― Ainda não sabemos; buscamos a cura no momento e o culpado depois. Vocês podem ficar aqui na ala hospitalar desde que não causem novos tumultos – asseverou Dumbledore, voltando-se de Harry para os Weasley. – O pai de vocês está em um dos quartos reservados auxiliando Minerva e os demais professores. Assim que descobrirmos algo, informaremos – finalizou o velho bruxo rumando apressado para a cama ocupada por Hermione.

O grupo de amigos se dispersou entre as cadeiras vazias da enfermaria permanecendo sombriamente silencioso. Todos possuíam o coração inquieto e, embora mantivessem acesas as chamas da esperança, eles tinham consciência da gravidade com que Jorge fora ferido. Decididamente aquela espera parecia torturante demais e havia nela uma tensão superior à apreensão decorrente do embate. Ali, os minutos se arrastavam lentamente numa passagem duvidosa das horas infindáveis de indefinição, e era essa incerteza que aprisionava, um a um, aqueles jovens sobreviventes em um círculo perigoso de angustia e dor.

Potter aparentava ter mergulhado numa espécie de transe enquanto assistia atentamente ao professor Alvo e vários membros da Ordem da Fênix sussurrarem hipóteses, tanto para atenuar o delicado quadro de Hermione como a fim de encontrar uma chance de resgatar o fio de vida sobre o qual Jorge ainda se equilibrava, mas prestes a cair. Uma sucessão volumosa de imagens penetrou na cabeça de Potter em lembranças incômodas e ruins que o menino vasculhava na tentativa desenfreada, desesperada de terminar aquele inferno. Entretanto, somente quando o fluxo de pensamentos cessou, o garoto foi capaz de escutar um som esganiçado ao seu lado e perceber os puxões que recebia insistentemente no braço esquerdo.

― Harry Potter meu senhor, aqui! – gritou a criaturinha, chamando sem querer a atenção dos outros.

― Dobby, onde você estava? – inquiriu Harry, enfim se dando conta da presença do elfo que parecia realmente assanhado.

― Harry Potter meu senhor, Dobby foi buscar o livro! – respondeu a criatura, agora com as orelhas baixas de vergonha. – O livro que estava no malão de Harry Potter e foi escrito pelo pai dele – explicou o elfo em tom apreensivo.

Uma flagrante curiosidade em saber como Dobby descobrira a existência da obra de Tiago Potter e o lugar onde ela fora guardada fez Harry arquear a sobrancelha levemente. No entanto, aquilo tinha menor relevância e, apesar do garoto não ter compreendido a totalidade do que era preciso fazer, ele entendera parcialmente o que era possível e isso talvez se mostrasse o bastante.

― Obrigado mais uma vez, Dobby! – agradeceu o moreno pouco antes de correr em direção a Dumbledore, segurando fortemente o livro entre as mãos. – Professor! Professor! Existe uma chance! – falou o menino entregando o manuscrito a Alvo que o apanhou com uma expressão enigmática.

― Não há tempo de fabricar mais Poção da Felicidade, Harry – ponderou Dumbledore ainda desejando estar errado.

― Nem seria possível, professor – confessou Potter –, Voldemort explicou que ela só pode ser feita duas vezes a cada século. O último frasco deveria ter sido entregue também, mas – o rapaz de olhos verdes retirou do bolso das vestes o recipiente de vidro contendo o elixir de coloração vermelha – não o deixei para ele.

Dumbledore observou Harry pelos oclinhos de meia lua sem esconder um orgulho quase paterno ao notar a inteligente atitude do garoto em inquirir o Lord sobre as propriedades ocultas naquela poção. Possivelmente, a convicção da vitória despiu Voldemort dos cuidados habituais, impedindo-o de enxergar que a prudência deve ser uma conselheira de presença permanente, não passageira.

― Mas preciso contar algo antes ao senhor – a face de Harry se contraíra levemente quando ele terminou aquela frase e foi visível que uma estranha nuvem invadiu seu olhar, tornando evidente a existência de um drama maior.

― Vamos à sala de Papoula – sugeriu Alvo deixando Hermione por alguns instantes. O local estava vazio e noturno como cada pedaço de Hogwarts. A chama das velas bruxuleava paulatinamente conferindo um aspecto de penumbra e claridade ao mesmo lugar. Não demorou a que Potter começasse a dizer as razões de sua hesitação e mesmo a fala calma com que pronunciava as explicações restava carregada de nervosismo.

― Professor, nós sabemos que a Poção da Felicidade acresce mais tempo à vida de quem a bebe... – disse o moreno sem esconder o brilho de esperança nos olhos verdes.

― Sim, Harry, é o que havíamos descoberto – Alvo concordou estimulando-o a prosseguir.

― O que não sabíamos e Voldemort se encarregou de me contar é o problema. Ao tomá-la, a pessoa se torna também parte da profecia. Quer dizer, passa a ter poderes para destruí-lo, mas com isso vira um alvo mais procurado que os outros. Trata-se de impor um fardo grande e pesado a todo aquele que decidir fazer uso da poção da felicidade...

― O peso de ficar sob a mira acirrada e direta de Voldemort – concluiu Dumbledore extremamente preocupado.

― Isso mesmo – admitiu Potter com uma expressão infeliz. - Então, como decidir se nós devemos dá-la ou não ao Jorge e Mione já que ambos estão inconscientes para fazer a escolha?

― Creio que Arthur tomaria essa decisão pelo filho e, considerando inexistir tempo para comunicar aos pais de senhorita Granger, você faria a opção por ela. Contudo, acho que temos um problema ainda maior, Harry – pontuou o professor sombriamente. – Como escolher em quem usar a poção? Temo que diante da situação de Jorge somente todo o conteúdo dela poderia assegurar uma chance de sobrevivência para ele.

― Como assim, professor? – Potter parecia se recusar a ouvir o que acabara de escutar.

― Infelizmente não sei se há poção suficiente para salvar a vida dos dois. A senhorita Granger apresenta um quadro melhor, porém a situação também é muito delicada, pois aquele não foi o primeiro feitiço que a atingiu e provavelmente o corpo dela sofreu a ação de alguma magia anterior ao estuporamento. Precisaríamos decidir ainda o que fazer quanto a isso, Harry.

― Vamos dividir a poção – sentenciou o garoto, como se não houvesse nada mais a fazer. - Minha esperança é que a metade se faça o inteiro em cada um deles. Não posso escolher entre a mulher que amo e um irmão. Amo ambos de maneira diferente... – Potter assumiu aquilo com lágrimas nos olhos e foi possível perceber o olhar calmo e azul de Dumbledore fulgurar de emoção também.

― É possível optar entre a vida e morte do amor, mas nunca escolher igual sentença para as pessoas que já amamos – aduziu o professor com sabedoria. - Falarei com Arthur e pedirei sigilo quanto à profecia – Alvo encerrou a conversa enquanto repousava o livro de Tiago Potter sobre a mesa da sala e apanhava o frasco contendo a Poção da Felicidade que agora Harry lhe passava. O garoto assentiu em um gesto contido, no entanto suficientemente significativo de tudo que se fazia necessário dizer. Desse modo, o moreno voltou ao lugar onde antes estava sentado, seguido pelo olhar esperançoso do grupo. Alguns dos membros da AD já haviam sido medicados e outros exibiam curativos com ataduras embebidas em poção cicatrizante. Embora todos já estivessem livres de parcela da dor física que sentiam, seria improvável se libertarem com semelhante rapidez da sensação sufocante e tenebrosa da espera.

No leito reservado, Dumbledore havia ministrado metade da poção da felicidade a Jorge. O ruivo tinha o rosto absolutamente pálido, contrastando com a cor de fogo marcante na família Weasley. Era como se todo o sangue do seu corpo houvesse sido extraído para algum local insondável e o ir e vir fraco da respiração dele refletia a gravidade do estado em que se encontrava. McGonagall estava cuidadosamente pingando sobre os inúmeros cortes e ferimentos do rapaz gotas das lágrimas de Fawkes enquanto Arthur a auxiliava mantendo uma força extraordinária para lidar com aquela situação.

― Permita que eu faça isso, Arthur. Deve ser muito difícil – pediu a professora, verdadeiramente preocupada com a dureza daquela cena para o amigo.

― Um pai não deixa um filho nem quando é doloroso vê-lo, Minerva – disse o ruivo, encarando-a por um instante. – Depois, a Molly me mataria se eu não estiver aqui quando ele acordar – explicou o homem de cabelos cor de fogo e expressão bondosa. Por um momento, McGonagall sorriu involuntariamente para o Weasley rogando em silêncio que tudo desse certo.

Rapidamente, Alvo voltou à enfermaria chamando Harry com discrição. Ele solicitou ajuda a Madame Pomfrey para conduzir Hermione até um quarto afastado a fim de evitar que Draco presenciasse a garota recebendo a poção. Ali, devolveu a Potter o pequeno vidro, objetivando que o rapaz fizesse a namorada tomar o restante do líquido de matiz avermelhada. O moreno se aproximou da cama encostando-se em Mione delicadamente e com imenso zelo a fez beber o conteúdo do frasco. Harry ainda foi capaz de sentir os dedos da menina se fechando fracamente sobre sua mão pouco antes dela tornar a adormecer. Agora era esperar a generosidade do destino associar-se à misericórdia do tempo.

― Você precisa dormir. Já passa das três – Lupin aconselhou Potter, que continuava sentado na mesma posição desde seu retorno àquela cadeira. Os membros da Armada de Defesa haviam cochilado sobre os leitos desocupados da enfermaria enquanto aguardavam notícias.

― Não até saber que tudo está bem – murmurou o garoto em resposta.

― Harry, você sabe que não há certeza de qual será o efeito da poção, não sabe? – inquiriu Remo, receoso. O ex-professor temia que o menino se decepcionasse caso o resultado não fosse o desejado.

― Só sei de uma coisa, professor, eu devo acreditar enquanto houver chance e farei exatamente isso – afirmou o moreno convicto, voltando seu olhar para o de Lupin. Potter não saberia dizer quanto tempo permaneceu calado naquela guerra silenciosa de olhares, pois inexplicavelmente o rapaz sentiu um torpor se apossar dos seus sentidos e logo o sono veio, levando-o novamente ao lugar escuro e sombrio que horas antes visitara.


*****


Como isso foi possível? – a voz fria de Voldemort ressoava cheia de ódio pela Floresta das Sombras.

― Não pude fazer nada. Sem minha varinha até um garoto imbecil como o Potter pode me render. – O professor de rosto macilento possuía uma expressão irada e aparentava querer destroçar Harry em finas fatias. Vagarosamente Severo se levantou do chão com uma expressão de dor na face e, naquele mesmo momento, um outro vulto negro se aproximava do círculo de archotes.

― Meu Lord, perdemos quatro dos nossos – ainda estupefato pelo acontecido, Lucio comunicou em tom pesaroso. – Não fosse Draco informando que o plano havia fracassado, estaríamos todos em Azkaban ainda hoje.

― MELHOR QUE ESTIVESSEM! – berrou Voldemort realmente enfurecido. – QUEM ORDENOU O ABANDONO DE SEUS POSTOS NO CASTELO, MALFOY?

― Ma... ma... mas, meu Lord! Não havia chances... estávamos em menor número...

― Mas, ao menos, teriam cumprido minha ordem! – O bruxo de olhos rubros observava friamente o semblante apavorado do Comensal diante de si decidindo se valeria a pena matá-lo ali mesmo.

― Meu Lord, eu temia que algo houvesse ocorrido ao senhor e por isso voltei – arriscou Malfoy.

― Que tocante! – replicou Voldemort com sarcasmo. – Acha mesmo que acredito nisso, Lucio? Contudo, você retornou. Aparentemente, os demais Comensais se esqueceram desse pequeno dever para comigo mais uma vez. Pagarão! No instante certo, todos acertarão as contas e acho que não terão o suficiente para custear o débito – o bruxo sorriu maligno. - Apenas por essa razão não o matarei, Malfoy.

― Obrigado, meu Lord! – Lucio respirou aliviado pela primeira vez naquela conversa. – Mas o que ocorreu aqui? Nunca imaginaria Potter fugindo para salvar a própria pele e se esquecendo de que descumprir o Pacto de Nornas lhe custaria a vida de alguém importante.

― Nem eu, nem eu – admitiu o bruxo fitando Snape com o rosto sério. – Li a mente do pirralho antes de sair daqui e não me lembro de ter visto alguma idéia de fuga nela... estranho...

― Provavelmente Dumbledore andou ensinando oclumência àquele idiota – Severo insinuou observando Voldemort nos olhos para permitir ao bruxo acesso aos próprios pensamentos. O Lord das Trevas o encarou mais alguns segundos, avaliando a franqueza das palavras do professor.

― Sim... é possível – concordou por fim Voldemort, voltando-se para Snape novamente, todavia sem observá-lo de modo direto. – Você voltará a Hogwarts. Meu encontro com esse menininho insolente foi adiado, mas não tardará a acontecer e inexistirão deslizes da próxima vez. Eu ainda tenho alguns planos em andamento e há novas idéias a serem exploradas. Sim... algo decididamente perigoso, e você me ajudará, Severo, porque também desejo saber o que foi feito com a Poção da Felicidade. Também quero detalhes sobre como o garoto, que mais uma vez sobreviveu, reagiu à ausência de igual sorte para a amada trouxa dele.

― Farei como desejar – anuiu Severo sinceramente. – Escreverei a Dumbledore agora mesmo.



*****


― Harry! Harry! Harry! – insistiu Minerva, dando-se por vencida na tentativa educada de acordar o garoto. - HARRY! – berrou a professora visivelmente constrangida em ferir as regras de etiqueta inglesa que com certeza reprovariam o uso de berros numa enfermaria. O rapaz resistiu a princípio temendo que aquele despertar trouxesse algo indesejado demais. Entretanto, foi obrigado a se render ao quarto grito e abriu os olhos, sobressaltado.

― Aconteceu alguma coisa? – Potter indagou já em pé.

― Professor Dumbledore deseja falar com você, Harry. Está na sala dele – informou McGonagall.

― O que ocorreu? – o menino tornou a perguntar apreensivo.

― O professor o espera, Harry – finalizou a bruxa, séria, antes de desaparecer pelo longo corredor.

Potter correu até escritório de Dumbledore com o coração espremido e assustado. O rastro de destruição deixado como legado dos Comensais continuava inalterado e não foi sequer possível para o moreno informar uma senha à gárgula, uma vez que somente restara uma pilha de escombros e poeira onde antes ela existia.

― Entra, Harry – o diretor convidou assim que percebeu a presença do menino a sua porta.

― Professor Dumbledore, a professora McGonagall disse que o senhor desejava falar comigo. Algo sobre a Mione e o Jorge? – o garoto questionou temeroso da resposta.

― Sim, Harry. Certamente é sobre a senhorita Granger e o jovem Weasley – o velho bruxo assumiu fazendo um gesto para que Harry se sentasse.

― Professor, o que está acontecendo? – Potter parecia realmente ansioso.

― Acalme-se, Harry. Não é nada ruim. Por favor, sente-se – Alvo pediu com brandura e o rapaz atendeu mantendo-se quieto. – Eles ficarão bem – antecipou logo o professor a fim de tranqüilizar o aluno.

― A Mione e o Jorge? – o menino indagou para confirmar.

― Isso mesmo, Harry. Devo confessar que subestimei o poder da Poção da Felicidade. Acreditava que a fracionando teríamos uma quantidade insuficiente para assegurar a sobrevivência da senhorita Granger e do Jorge, mas é incrível como o amor possui uma força multiplicadora... ele aumenta precisamente quando se divide e, ao decidir partilhar a poção, Harry, você a dotou de uma energia ainda mais poderosa.

― Isso significa exatamente o quê? – Potter indagou estarrecido.

― Quer dizer, Harry, que sem a sua decisão de dividir a Poção da Felicidade dificilmente conseguiríamos salvar Jorge e a sua namorada – Alvo explicou com o rosto iluminado de alegria. – Foi a sua simples resolução de compartilhar o elixir que o tornou suficiente para resgatar a vida dos dois. Eu tomei o cuidado de olhar o livro dos seus pais novamente e não foi preciso procurar muito. – O professor entregou a obra ao menino com a primeira página aberta. Antes das palavras iniciais sobre a poção, havia um mote, uma pequena frase que precedia a descrição existente naquele antigo manuscrito.



“Repartir o amor só dá a ele maior poder”.




― Voldemort jamais pensaria nisso – constatou o garoto ainda surpreso diante daquilo tudo.

― Novamente a incapacidade que Voldemort tem de amar não o permitiria compreender o poder do amor. Nisso reside a própria prisão dele, Harry, mas não convém se preocupar com isso por enquanto. Foram tempos difíceis também esses, contudo fazem parte de um passado agora...

― Professor Dumbledore, posso saber o que vai acontecer com Malfoy? Foi ele quem fez a entrega do Pacto de Nornas... Voldemort o ajudou a se transformar num animago...

― Harry, sei que será muito difícil de entender, mas nada será feito com Draco por hora. Não há provas de que ele seja um animago e a família Malfoy é influente demais para que possamos usar Veritasserum ou qualquer outro expediente pouco ortodoxo. Contudo, se quer saber, creio que Draco passará um bom tempo se alimentando apenas de sopas... Alguns dentes a menos na boca fazem uma diferença grande na hora de saborear carnes... – Alvo pareceu esboçar um discreto sorriso enquanto se lembrava da cena do soco e Potter não pôde conter a vermelhidão na face principalmente considerando o assunto que trataria depois.

― Professor, preciso me desculpar com o senhor... encontrei um camafeu junto ao frasco da poção e como tinha a fotografia da minha mãe nele, eu o peguei... sei que foi errado, mas não consegui resistir. Quero devolver já que descobri pertencer ao Snape.
― Professor Snape, Harry. Professor Snape.

― É necessário chamá-lo assim? Mesmo agora que ele não vai mais ensinar aqui? Será ainda preciso?

― E quem disse que não vai, Harry? O professor Snape me enviou uma carta informando que precisou se ausentar. Ele me perguntou se seus serviços ainda seriam necessários e eu disse que sim. Não haveria outra resposta. Apenas existirão algumas modificações...

― Posso saber quais? – arriscou Potter, realmente esperançoso de que o seu detestado professor fosse rebaixado a limpador de dejetos de explosivinsou outra coisa bastante perigosa e distante das matérias que cursaria.

― Infelizmente ainda não, Harry. Devo conversar com o professor Snape antes e há alguns outros detalhes a resolver. No momento certo, Hagrid se encarregará para que esse aviso chegue até você. Em breve, ele voltará à escola. Quanto ao camafeu, não é necessário se desculpar. Coloquei-o junto da poção para que fosse encontrado e levado também. Acreditava que algumas lembranças bastassem para despertar certos princípios adormecidos...

― Professor, não foi um pouco arriscado esperar que eu apanhasse esse camafeu, já que era tão importante que eu o levasse?

― Chega certa idade, Harry, onde correr alguns riscos é extremamente tolerável, porque até viver já se tornou o grande perigo – Dumbledore riu de si mesmo. – Mas o que me fez não entregar pessoalmente o camafeu a você foi a necessidade de evitar as duas perguntas que fatalmente você me faria e quer fazer agora... Para a primeira, há uma resposta. Não poderia dizer como encontrei o camafeu porque isso lhe daria uma idéia errada sobre um passado que não era meu para eu mesmo emitir qualquer pronunciamento acerca dele. Encontrei essa jóia guardada conjuntamente com o livro escrito por seu pai em uma daquelas viagens que fiz. Estavam em um esconderijo muito seguro. Na verdade, não tinha certeza a quem o camafeu pertencia, mas o modo como ele foi guardado demonstrava que sua mãe queria dizer algo mais com tudo aquilo. Depois, lembrei-me de que o professor Snape, quando começou a lecionar aqui, queixou-se do desaparecimento de uma jóia. Disse ser de família e a descreveu minuciosamente a fim de que fosse localizada. Infelizmente, nenhum elfo a encontrou no castelo e o camafeu foi dado como perdido.

― Mas, professor, como essa jóia foi parar nas mãos de minha mãe novamente? – Potter não conseguiu segurar a pergunta.

― Bem, Harry, passo daqui ao campo das suposições. Lembre, são apenas hipóteses para o que pode ter acontecido. Acredito que incomodava um pouco a Voldemort a forte amizade existente entre sua mãe e o professor Snape. Essa amizade afastava-o das idéias que ele pregava e não lhe convinha perder uma ajuda sólida como a de Severo. Provavelmente, um dos elfos foi obrigado a roubá-la abandonando-a em um local que sua mãe tinha acesso, porque ela a encontrou e entendeu naquele gesto, para ela de Snape, um corte nos elos existentes entre eles. Entenda, Harry, Lílian compreendeu aquela atitude como um recado claro de qual lado o amigo dela havia escolhido ficar. Mas, não sei se sabe, essa jóia possui uma magia muito intensa...

― Ela faz o dono se lembrar do que é importante na relação entre ele e a pessoa que o presenteou com tal jóia, ou simplesmente nunca esquecer – Harry falou num só fôlego, recordando instantaneamente as palavras que Luna lhe dissera.

― Exatamente, Harry! Precisamente isso.

― Mas professor, considerando que Snape, digo, o professor Snape não tinha mais o camafeu isso significa que o senhor desejava recordá-lo em qual lado ele estava. Uma pessoa que precisa ser lembrada disso é digna de confiança? – questionou o menino claramente aflito pela resposta.

― Bem, essa era a segunda pergunta a qual havia me referido e para ela não posso dar uma resposta hoje, Harry. Somente quero que não se esqueça nunca de uma coisa: recordar alguém do que é certo não quer dizer que essa pessoa faria o errado se não houvesse a lembrança; apenas significa que todos um dia precisam ter reavivada a memória daquilo que realmente são e, nem por isso, essas pessoas deixaram de ser um só minuto sua própria essência. Depois, foi o professor Snape quem sugeriu sua ida ao salão do tempo quando me deixou aquela carta com a ampulheta, que é o símbolo desse salão. Apenas pedi a Dobby para informar a você da existência do lugar.

Intrigado com aquela última revelação, Potter fitou o professor Dumbledore e quase sucumbiu ao desejo de fazer outro questionamento. No entanto, não foi possível. Alvo tornou evidente que aquele diálogo verdadeiramente havia chegado ao final.

― Já está tarde, Harry, e teremos outras chances de conversar. Não perca mais o seu tempo por minha causa. Sei que deseja estar ao lado da senhorita Granger quando ela despertar. - Não foi preciso dizer uma segunda vez. O menino de olhos verdes agradeceu a Dumbledore deixando o camafeu de Snape sobre a mesa. Dali, ele rumou apressado em direção à ala hospitalar. Para sua surpresa, ao chegar à enfermaria, deparou-se com uma verdadeira festa. Hermione não apenas estava bem como também corria rumo aos braços do garoto, mantendo um sorriso verdadeiramente feliz na face. Não demorou muito para que um intenso abraço virasse um longo beijo e, se seu início era previsível, ninguém poderia prever quando ele chegaria ao fim. Jorge, por sua vez, permanecia escondido entre uma chuva de abraços que o apertava cada vez mais, quase o sufocando.

― Nossa, Gina! Pára! Desse jeito você vai conseguir realmente me matar! – redargüiu Jorge fingindo-se zangado.

― Maninho, se nem um servo legítimo de Você-Sabe-Quem atingiu tal façanha, como espera que uma versão ruiva e falsificada de Comensal chegue a esse fim? – perguntou o outro gêmeo sorridente, olhando para o pai. Gina fechou os dedos em um ponto da barriga de Fred, beliscando-o dolorosamente por aquele comentário infeliz enquanto Jorge sorria realizado.

― Ótimo, irmãozinho! Pelo menos, ela parou de me estrangular!

― Não se preocupe, Jorge querido! Volto já-já para você! – retrucou Gina, furiosa, fazendo todos rirem.

Em meio àquela animação barulhenta, um breve instante de silêncio interrompeu a alegria contagiante dos rostos iluminados quando Luna comentou: - Dessa vez, não perdemos ninguém - a senhorita Lovegood exercia um fascínio justamente por possuir um jeito natural de dizer a verdade e se não a tornava mais confortável, ao menos, a desnudava de tal modo que o incômodo inicial logo era substituído por uma compreensão libertadora. Realmente aquela batalha havia se encerrado sem perdas, no entanto ela não seria a única, nem a última das tantas que estavam por vir.

De fato, as dificuldades enfrentadas por Harry, Hermione e todos os demais integrantes da Armada de Defesa agora faziam parte de um passado não muito distante, porém, ainda assim, um pretérito que exigia reflexões sobre ele. Haviam sido tempos difíceis e sombrios como dissera Dumbledore. Eles não impediriam o despertar de dias mais claros, nem atrapalhariam que o destino daquele grupo de amigos tão especiais prosseguisse e os fizessem encontrar, pouco a pouco, novas razões para sorrirem. Apesar disso, foi evidente que Luna estava certa: aquele era apenas um pequeno combate da grande guerra e isso deveria ficar claro para não obscurecer a cautela com o futuro.

Alguns dias se passaram depois daqueles momentos intensos e Hogwarts retomou a velha atmosfera aconchegante. Os corredores haviam sido limpos; novas cortinas penduradas às janelas e a reconstrução do que foi destruído se iniciara alegre como também estavam os estudantes pelo encerramento das aulas. Aquelas férias efetivamente prometiam. Cada um procurou pôr em prática as idéias que o sustentou nas horas mais dramáticas do combate. Gina e Rony seguiram para A Toca, acompanhados por Luna, Neville, Dino, Lilá e os gêmeos, que abriram mão temporariamente dos lucros na loja de gemialidades a fim de visitarem a mãe. Todos haviam decidido que, se superassem tudo, ficariam juntos fora da escola para que pudessem aproveitar a companhia uns dos outros de modo diferente e sem a necessidade de se cuidarem mutuamente para permanecerem vivos. Naquele verão, A Toca estaria, portanto, particularmente mais cheia do que de costume e, como conseqüência, mais animada ainda.

― Molly querida, não foi nada demais... não haveria motivo para preocupá-la e por isso pedi a Tonks que não lhe dissesse – insistiu o senhor Weasley, nervoso.

― Você está admitindo para mim, Arthur, que mentiu?

― Mamãe, tecnicamente, ele apenas omitiu – constatou um dos gêmeos que acabara de entrar na cozinha, seguido pelo outro.

― Oh, Fred, meu filho! – exclamou a senhora Weasley se apressando em abraçá-lo com os olhos cheios de lágrimas. – Você correndo perigo e seu pai me impedindo de ajudar...

― Puxa, mulher, nem quase morrendo você reconhece a diferença – replicou Fred, dramático. – Sou o Jorge, mas pode continuar me abraçando porque corri riscos também.

― Arthur, nem desapareça de fininho! Precisamos conversar! Que história é essa do Jorge ter corrido riscos? – questionou Molly, ao perceber que o senhor Weasley escapava discretamente em direção aos quartos.

― Esse não é Jorge, mamãe! – retrucou o verdadeiro, confundindo a mãe mais uma vez até o pai dele desaparecer.

― Arthur! Arthur! Onde o pai de vocês se enfiou? – Molly procurou pela cozinha e não obteve sucesso em achá-lo.

― Mamãe! Temos visitas! – lembrou Gina, embaraçada, fitando os amigos que se amontoavam dentro do cômodo agora apertado.

― Oh, é mesmo! Sentem-se crianças! Vocês estão muito magras... vou servir uma sopa com bolinhos! – disse Molly se esquecendo momentaneamente da conversinha que desejava ter com o senhor Weasley. Essa ficaria para depois.

A Toca estava tão cheia de atividades pela quantidade excessiva de hóspedes que Rony tinha pouquíssimo tempo para pensar nas férias de Hermione, embora às vezes fosse tomado por uma curiosidade em saber o que se passava na casa dela. O garoto resistiu ao desejo de escrever as inúmeras cartas projetadas em sua mente e preferiu aproveitar a companhia de Lilá, Luna e Longbottom. Na realidade, Neville e Lovegood pareciam estar se divertindo como nunca testando algumas das gemialidades. Os dois sempre sonharam em ter o abrigo de um grupo, e com mérito haviam conseguido se inserir em um círculo de amizade que com certeza duraria a vida inteira. Gina e Dino se ocupavam observando as traquinagens elaboradas de Fred e Jorge que conseguiram dar engraçados, mas perigosos dentes ao pote de balas para evitar o sumiço demasiado das guloseimas. Ronald suspeitava do interesse dos irmãos em não compartilhar o precioso conteúdo do frasco e, na realidade, acreditava ser melhor mesmo ficar longe dele. Nunca se sabe qual inovação os gêmeos poderiam ter acrescentado aos inocentes doces.

Apesar de todos estarem aproveitando o tempo de descanso e lazer que tinham, não conseguiam deixar de imaginar se os tios de Harry permitiram que ele passasse as férias com os Granger. O menino tinha sido convidado, todavia sua partida estava sem definição. Na verdade, Potter ainda permanecia na casa dos Dursley, esforçando-se diariamente para convencer o tio Valter a tolerar sua viagem.

― Não vou deixar que você saia com aberrações! – bradou o homem corpulento com os olhinhos faiscando.

― Mas eles não são aberrações! Eles não são bruxos se quer saber – argumentou Potter. - Eles são troux... digo, normais. São dentistas e eu preciso ajudar na recuperação do avô de Hermione, minha amiga, ele vai receber alta por esses dias... – insistiu Harry.

― Dentistas? – perguntou tio Valter com uma voz agora interessada. Ele já estava pensando no possível lucro que teria se conseguisse vender sua nova linha de brocas odontológicas da firma Grunnings para o casal.

― Sim, dentistas – disse Harry já desanimado.

― E você vai trabalhar muito lá? – inquiriu o tio de Potter, fuzilando-o com o olhar.

― Ah, claro! Será horrível porque a casa fica no campo, mas o avô da Hermione, a minha amiga, insiste em ficar nela e, por isso, sei que vou trabalhar mais que um elfo domést... digo, um escravo, mais que um escravo! Bem, por sorte, o senhor não vai deixar... Esta é a desculpa que preciso para me livrar deles. Eu não devia ter oferecido ajuda... – mentiu Harry, fazendo de tudo para conter o riso.

― NÃO! Quem mandou você se oferecer? Agora você vai e fará todo o trabalho pesado para eles. Está me ouvindo? Quem sabe assim você conserta a sua anormalidade e ainda arruma uma boa venda de brocas odontológicas para mim? A firma está expandindo o mercado de perfuração agora para as bocas das pessoas – sorriu Valter, orgulhoso de si mesmo pela idéia. - Eles vêm lhe buscar, não é? O dinheiro da menina, digo, os pais da menina? Porque eu não o levaria de forma alguma.

― Oh, sim... Eles virão amanhã. Eu disse em cima da hora na esperança de que o senhor me livrasse da viagem – falou Harry, acentuando a cara de desapontamento e tristeza.

Tio Válter o metralhou novamente com um olhar assassino e ordenou a Potter que subisse e se arrumasse para não fazer os seus futuros visitantes, ou melhor, compradores esperarem. Isso decididamente não seria de bom tom. Duda emitiu risadas que lembravam guinchos de porco ao ver Harry se dirigir para o quarto com um ar pesaroso e infeliz enquanto Petúnia preparava o jantar se sentindo mais contente só de imaginar parte das férias sem ver o filho da sua irmã aberração se arrastando pela casa.

― Será uma bênção! – refletiu ela, torcendo sua cara pontuda de cavalo.

Os Dursley não poderiam imaginar a festa interior que tomava conta de Harry, no quarto que ocupava na Rua dos Alfeneiros, n° 4. Potter estaria longe deles e não teria de aturá-los, pelo menos em um período daquelas férias, e o melhor disso: ficaria próximo da mulher que amava. Essa era, sem dúvidas, a maior das bênçãos.

Continua...


Arwen Undómiel Potter

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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”

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Agradecimentos:


Meus queridos,

eis o penúltimo capítulo como um presente de Páscoa! Desejo uma Páscoa abençoada para todos. Enfim, chegamos ao capítulo 32! Muitas perguntas formam respondidas nele e algumas dúvidas levantadas (para que a poderosa imaginação de vocês esclareça). Ao menos, a maior das bênçãos foi concedida... veremos o que está por vir. Obrigada a todos que acompanharam até aqui! Ainda espero vê-los em nosso último encontro! Vamos ao agradecimento dos meus amados comentadores (sempre amo essa parte/risos):

Querida RHAISSA BLACK, sinto que realmente você queria o capítulo 32! Imagino o susto que você deve ter tomado (risos...). Ainda bem que foi só susto, não é? Bem, quer dizer que Severo Prince Snape subiu de conceito, foi? Quem bom! Snape teve uma importância realmente grande para essa fic (com direito a camafeu e tudo!). Vale dizer que, como bem você notou, Harry não entregou a poção dele, apesar de Voldemort ter destruído o primeiro frasco... Ainda bem que sobrou um! A próxima fic está a caminho e deve ter o primeiro capítulo lançado algumas semanas após o encerramento dessa. Logo você terá notícias dela (risos). Você deve ter descoberto o que houve com Jorge, não foi? Mas já superamos essa parte... Veremos o que está por vir! Obrigada pelo movimento intenso de atualização, querida! Beijos grandes para você!

ALINE BRAGA, que maravilha saber que achou o capítulo 31 eletrizante. A intenção foi essa, querida! Realmente uma hora o Harry vai transformar Voldemort em poeira (risos). Assim espero. Mas, não será ainda nessa ficção (a hora chegará rs). Matar a Hermione? Não (risos). A fic é um romance do Harry e Mione (preciso dela muito rsrsrs... e bem viva!). Havia uma pista muito grande de que eu não a mataria (alguém até enxergou, mas só a deixarei bem clara no último capítulo!)... estamos chegando... Realmente a coragem grifinória é admirável e, como você, acredito que Snape trará surpresas na obra da JK! Também queria uma pouco dessa poção (que dizer... melhor mesmo deixá-la para Mi e Jorge! Eles não sobreviveriam sem ela, apesar de se tornarem novos alvos de Voldemort agora... nem tudo é perfeito e a poção tem seu lado negativo também...). A próxima história Harry e Hermione está a caminho (sairá pouco depois do fim dessa... pode ser que seja boa... vai depender dos leitores rsrsrs sem eles não se constrói nada! Veremos...). Tomara que o cap. 32 tenha cumprido metade do que prometeu... Fica com Deus também, querida, e uma excelente Páscoa para você! PS.: Sem problemas pela nota (risos) eu também me esqueço de trocar algumas vezes nos comentários que deixo nas ficções que lei (espero que os autores também não liguem hehehehe...).

Querido JERRY MAGUIRE, no salão do tempo o Harry não viu quem recebeu o colar... poderia ser qualquer um com a letra “P” no nome... Lá, a Lílian também se referiu de uma forma realmente áspera às pessoas com quem o dono do camafeu andava (não poderia ser Tiago Potter, pois ele andava com Remo, amigo de Lily, e ela dificilmente falaria de Lupin daquele modo...). As pistas novamente estavam aí... Quanto à Harry e Mione? Já deve ter percebido que está tudo bem... veremos o que está por vir! Um beijão, querido!

SUELEN GRANGER, obrigada pelo movimento de atualização! Beijos, Linda!

DANIELA PAIVA querida, que fantástico saber das suas surpresas (espero que boas rsrs...). Pois é, o Snape tinha de deixar o Harry escapar! Também amei a atitude dele (confesso a você!). Dobby é um anjo para Harry! Novamente no cap. 32 ele oferta uma ajuda importante... Realmente sou fã desse elfo! Obrigada por comentar, minha linda! Um super beijo para você!

JULIA_GRANGER_POTTER, deixou-me super alegre você ter gostado do cap. 31! Verdadeiramente também estou feliz com a atitude de Severo... deixar Harry ir embora foi fundamental! Assim como você, estou contente pelo Fred ter escapado e ser Dobby o perseguidor de Harry e não algo ruim (ainda bem que gostou!). Ainda bem que nosso garoto não entregou a poção dele! Postei mais como me pediu (rsrsrs...). Beijos para você também, querida!

CAROLINE MARQUES, adorei quando você falou do plano de Voldemort. Um “plano de uma maneira quase perfeita”! De fato, Voldemort tentou dominar o mundo bruxo mais uma vez (ele me lembra do Cérebro, no Pink e o Cérebro). Que lembrança estranha a minha agora (risos)... Pior é que até vi a cena:

- O que vamos fazer essa noite? – questionaram os comensais em coro.

- O que fazemos todas as noites! Tentar dominar o mundo bruxo! – respondeu Voldemort, impaciente...

Voltando ao comentário do seu maravilhoso comentário! Sim, Harry foi muito esperto em pedir explicações a Voldemort! O Lord sempre solta a língua indevidamente para nossa sorte... Também fiquei triste pela Mione, mas... veremos o que acontecerá! Beijos imensos e fica com Deus também, querida! Até o último!

JULY MALFOY, puxa! Estou lisonjeada com seu comentário! Nossa, que bom ter feito o 31 de um jeito que você gostou! Agradeço a sua presença, July! Entendo que nem sempre gostamos de comentar, mas saiba, de coração, que amei a sua participação e agradeço a sua presença, querida! Beijos, Arwen!

Minha querida BRUH ANGELLORE, seu comentário iluminou meu dia completamente! Uau, você gostou mesmo do capítulo 31, não foi? Deu um trabalho imenso para deixá-lo eletrizante (Nossa! Decididamente o mais árduo de todos...). Sabe qual é a maior recompensa? Saber que alguém como você gostou dele! Tenho certeza de que havia percebido várias coisas já (claro! Estou falando de Angellore rsrsr). Também penso exatamente como você sobre o amor e o fim da série Harry Potter (Voldemort vai sucumbir exatamente por causa desse sentimento poderoso). Sim, a poção só pode ser feita duas vezes por serem duas almas a se encontrarem (há muito simbolismo nisso e em algumas partes do cap. 32). Amei saber que você apreciou! Muito mesmo! Interessante (risos)... deixei algumas ambigüidades para os leitores sobre a possível morte de Hermione, mas houve um momento (só poderei dizer no último capítulo...) em que praticamente afirmei que ela se salvaria fosse qual fosse o obstáculo por que passasse... Calarei minha boca agora, senão... o fim já era (rsrsrs). Estou certa de que a sua intuição sobre o último parágrafo do capítulo 31 foi precisa... Obrigada pela confiança quanto ao término da ficção, Bruh! Obrigada mesmo! Fico por aqui e já estou preparando o estoque de hidromel para o nosso último encontro! Beijos super especiais para você e uma Feliz Páscoa!

OTAVIO BACH, rsrsr é mesmo rsrsrs mudei a capa. Que bom você ter gostado! Usei a imagem da anterior com a de um dos capítulos (Preparativos e preparações). O cap. 31 deu mesmo muito trabalho e me deixa extremamente alegre saber que você gostou tanto dele, do título e tudo mais (isso vale todo o esforço empreendido). Obrigada pela pesquisa que montou na comunidade no orkut! Você é um doce, querido! Beijos, Arwen.

PROSERPINE GRANGER MODINGER, é verdade essa fic vai acabar! Mas não fica triste, pois logo voltarei com mais Harry e Hermione! Tenho certeza de que o cap. 32 trouxe resposta para as suas perguntas! A maioria delas certamente... A tentativa de Lílian afastar Snape do mal foi realmente tocante! O camafeu tinha de fato uma importância crucial na história. Ah, sobre o modo como ele foi parar nas mãos de Dumbledore? O cap. 32 mais uma vez veio em sua pronta resposta. O camafeu foi encontrado junto com o livro em uma das viagens do diretor... Tenho certeza de que várias das coisas aqui presentes você havia imaginado (outras não). A maravilha de ler é exatamente essa, não é? Descobrir, examinar, confirmar e se surpreender também! Que bom essa fic ter feito um pouquinho disso com você! Um beijão para você e até o último encontro (não precisa se desculpar por nada!).

Mais uma vez obrigada a TODOS pelos comentários, e-mails, votos e presenças! Ainda temos um último encontro! Vou reservar o salão para nossa grande festa!

Beijos e chocolates para todos, fiquem com Deus e até o nosso último encontro,

Arwen Undómiel Potter

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