Mal entendido



A campainha tocou e sem demora Sara foi atender. Paul sorriu ao ver a garotinha, tinha uma garrafa de vinho nas mãos. Ela, então, o convidou a entrar. Harry levantou-se do sofá e cumprimentou o amigo.

- Boa noite – Paul disse.

- Boa noite. Fico feliz que tenha vindo – Harry falou enquanto recebia a garrafa de vinho.

- Paul... Como está? – Gina surgiu e cumprimentou o convidado.

- Muito bem, gostaria de agradecer pelo convite.

- Ah... Imagina... Ficamos felizes com sua presença... – a ruiva parecia aliviada.

- Eu pensei que a Mi viria também... – Sara comentou. Gina revirou os olhos, incomodada.

- Não tem porque aquela mulher estar aqui – a ruiva disse.

- Gina, por favor – Harry a repreendeu, chamando a atenção de Sara. Ela tinha quase certeza de que estavam escondendo algo sobre Hermione.

- Perdoe-me, querido – retratou-se. A mulher abraçou Harry, e pretendia beijá-lo, mas o homem desviou o rosto.

- Sente-se Paul... Aposto que tem muitas histórias para contar, não é? – o moreno disse, enquanto se desvencilhava dos braços da esposa. Gina sorriu, e sentou ao lado do marido.

************************

Hermione ajeitou-se na cama. Estava lendo alguns pergaminhos que recebera sobre os últimos ataques do bruxo misterioso que começava a assustar o mundo bruxo. Havia uma alta taxa de mortalidade de trouxas, o que levava a acreditar que assim como Voldemort, este homem pregava a pureza de sangue. Contudo, havia algo novo dessa vez. Uma mensagem direta a Harry.

Após a destruição de um pequeno vilarejo no interior da Inglaterra, os corpos de seus cidadãos foram arranjados a fim de criar uma frase de aviso. Hermione olhava as fotos sobre diferentes ângulos, nelas podia lê-se: “Cuidado, Potter”. Respirou fundo, enquanto colocava as fotografias de lado, jamais imaginou que veria tanta perversidade novamente.

Sem mais demora, começou a fazer o relatório. Por mais que sentisse raiva de Harry, não podia deixar de preocupar-se. Ele estava mais uma vez envolvido numa perigosa batalha iminente. Escreveu mais algumas linhas, e com a ajuda da varinha colou algumas das fotos no relatório. O som da campainha a despertou.

- Só um momento – ela levantou, e após calçar as sandálias, caminhou até a porta – Paul!

- Boa noite, Mione.

- Vamos... Entra – ele sorriu. Caminharam até o sofá – E então... Como foi o jantar?

- Foi muito bom. Há muito tempo não conversava com Harry...

- Sara estava lá?

- Sim. E ela questionou sobre sua ausência – Paul contou.

- Não poderia ter ido, afinal o convite foi feito para você. Gina morreria se me visse, e Harry provavelmente ficaria furioso! – ambos sorriram.

- Eu entendo. Contudo, a Sara teria adorado se tivesse ido. Ela realmente gosta de você.

- Ela é um amor de criança – Hermione disse, sorrindo - Pensei que não viesse mais... – a morena mirou o relógio, marcava onze da noite.

- Realmente, acabei demorando mais que imaginava.

- Havia comprado vinho para nós.

- Isso significa que guardará a garrafa para uma próxima visita minha à Inglaterra? – ele brincou.

- Claro que não. Só um minuto – Hermione levantou e foi até a cozinha. Assustou-se ao ver Paul aproximar-se.

- Eu te ajudo – falou enquanto abria a garrafa. Assim que Hermione trouxe as taças, ele despejou o líquido dentro delas.

- Sentirei sua falta... – ela disse.

- Eu também – voltaram para a sala. Além de sua própria taça, Paul levava a garrafa de vinho – Você estava ocupada?

- Apenas terminando um relatório... – disse enquanto via sua taça se encher mais uma vez.

- Estou atrapalhando?

- Não, claro que não – ela sorriu. A visita de Paul a deixara tão feliz que por vezes questionou-se se não deveria mesmo voltar com ele. Entretanto, essa nova ameaça a Harry a impedia. Amaldiçoava-se mentalmente por preocupar-se com o antigo amigo.

- Mione? – por um momento ela pensou ter ouvido a voz de Harry, mas logo percebeu que era Paul. O homem estava bem perto dela, e tocava levemente sua bochecha.

- Paul, eu... – ela não terminou de falar, pois os lábios de Paul tocaram levemente os seus. Sentiu-se perdida e confusa, embora não soubesse exatamente a razão. Uma das mãos dele acariciava sua cintura, e por um instante, ela pensou em se entregar. Contudo, ela não conseguiu – Sinto muito.

- Está tudo bem – Paul sussurrou perto dela – Mas eu tinha que tentar...

Ela deu um sorriso triste, e desejou tanto poder corresponder aos sentimentos de Paul. Todavia, algo nela a impedia de se entregar, como se beijá-lo significasse trair alguém... Encostou a cabeça no ombro do homem e o abraçou forte.

- É melhor eu ir embora agora...

- Não, não vá... – Paul a encarou – Já é tarde.

- Mione...

- Por favor? – ela insistiu.

- Está bem – o homem sorriu. Paul ajeitou-se no sofá, e sem demora Hermione o abraçou, colocando sua cabeça sobre o tórax dele.

- Obrigada.

- Você tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha Inglaterra?

- Eu preciso ficar... Agora mais que nunca – Hermione falou. Ele não disse nada, apenas começou a acariciar os cabelos dela.

Era muito cedo quando Hermione despertou. Sorriu ao ver Paul dormindo ao seu lado. Não sabia exatamente por que razão o pedira para ficar, mas sentiu em Paul um amigo que há muito tempo não tinha. Além da solidão, sentiu-se assustada... Temia o surgimento de uma nova guerra, temia pela vida de Harry... Balançou levemente a cabeça para afastar aqueles pensamentos ruins.

- Bom dia – ouviu Paul dizer assim que abriu os olhos.

- Bom dia... Ainda é muito cedo, se quiser dormir mais um pouco...

- Não posso, preciso ir – ele disse enquanto levantava-se.

- Ei... Nem vai tomar café da manhã?

- Não, obrigado – ele beijou-lhe levemente a testa – Mais tarde eu entro em contato com você, querida. Tenha um bom dia.

- Você também – e sem mais demoras, Paul deixou o apartamento. Hermione, então, seguiu para seu quarto a fim de tomar banho.

Paul suspirou pesadamente dentro do elevador. Relembrou a noite anterior, e desejou ter conseguido reatar com Hermione. A porta do elevador se abriu em um dos andares, e o homem deu de cara com Harry.

- Paul? – o moreno questionou intrigado.

- Bom dia, Harry – Paul sorriu.

- Você está indo embora agora?

- Sim... Ontem à noite passei no apartamento de Hermione e acabei dormindo aqui mesmo.

- Ah... – Harry assentiu levemente contrariado. Será que isso significava que Hermione e Paul haviam feito as pazes? Questionou-se.

- Bom... Preciso ir agora! Até depois, Harry! – despediu-se, e saiu do prédio. Harry apenas acenou, antes de seguir para o trabalho. Questionava-se a razão de Paul ter passado a noite com Hermione, e só de imaginar que pudessem ter dormido juntos ficou furioso. Balançou a cabeça para não pensar naquele assunto, afinal não lhe interessava. Contudo, não era tão fácil quanto desejava.

*************************

Hermione pegava suas coisas para seguir para o Ministério quando a campainha tocou. Encontrou Sara com um sorriso tímido nos lábios.

- Bom dia, Mi!

- Bom dia, querida.

- É que... Você havia dito que sempre que papai fosse mais cedo para o trabalho e mamãe não pudesse me levar à escola, eu deveria vir aqui – ela explicou.

- Sim, claro. É muito perigoso sair sozinha na sua idade. Você já está pronta?

- Estou sim.

- Então vamos – Hermione trancou a porta, e seguiu com Sara para a portaria. A menina ia contando sobre o jantar da noite anterior.

Enquanto caminhava, a mulher sentia uma sensação estranha, como se estivesse sendo seguida. Não conseguia ouvir mais o que Sara dizia, apenas concentrava-se em procurar algum suspeito. Olhava em quase todas as direções, mas não conseguia identificar nada. A sensação de estar sendo seguida a perseguiu até a escola de Sara. Despediu-se da menina, e ficou esperando que a mesma entrasse no prédio.

Voltou a caminhar, ainda desconfiada. Contudo, a sensação desapareceu rapidamente. Respirou fundo e continuou seu caminho. Não era uma auror, mas já estivera em diversas missões antes, e sempre que tinha aquela sensação, estava realmente sendo seguida. Sua mente parecia confusa, e sequer reparara que havia alguém em sua sala, até que ouviu sua voz.

- Está atrasada! – ela abafou um grito de susto. Harry estava de pé, e suas expressões não eram nada amigáveis.

- Harry, eu queria... – ele estranhou a forma como ela o chamou.

- Olha aqui, senhorita Granger... O que faz ou deixa de fazer em seu apartamento não é problema meu, mas gostaria de avisar que temos horário por aqui!

- Como?

- Não se faça de desentendida! Aposto que a noite deve ter sido muito boa para a senhorita... – Hermione bufou de raiva – Agora... Alegre-me um pouco e diga que vai embora com seu querido Paul!

- Eu estou aqui tentando falar algo sério, e você vem com isso? – ele se aproximou, o que fez Hermione retroceder e encostar-se à parede – Não houve nada entre o Paul e eu, entendeu? NADA! E para sua informação, eu vou continuar aqui sim!

- Nada? – ele ergueu a sobrancelha – Mas o vi saindo de seu apartamento!

- E daí? Ele apenas dormiu lá! Não houve nada entr... – ela bufou de raiva novamente – Por que eu estou te contando isso?

- Eu não sei... – ele dava um sorriso indecifrável para Hermione. No mesmo instante, o coração dela disparou. Estavam muito próximos agora, e ela podia sentir a respiração de Harry sobre sua pele.

- Licença...

- Licença?

- Sim! Eu desejo ir até a minha mesa – ele não se moveu, aumentando o nervosismo dela.

- Do que tem medo, Granger? – questionou a olhando bem nos olhos. Desejou poder envolvê-la nos braços, e beijá-la ali mesmo, mas sabia que não poderia.

- De nada, Potter! Eu não tenho medo de nada – mentiu. Sentia medo de si mesma naquele momento, pois não sabia quanto mais poderia agüentar. Havia uma necessidade de tocá-lo e beijá-lo que a deixaria louca se ele não se afastasse imediatamente. Harry apenas sorriu, antes de se afastar.

- Conseguiu fazer os relatórios dessa vez?

- Claro! Aqui estão – disse entregando alguns pergaminhos que havia em sua pasta.

- Ótimo – Harry caminhou até a porta.

- Potter? Tome cuidado – ele virou-se para encará-la – Não apenas com você mesmo, mas também com a Sara.

- Sara? – Harry ficou visivelmente preocupado.

- Sim. Eu a levei a escola hoje e...

- Você?

- Tive a impressão de estar sendo seguida. Assim que me separei dela, a sensação desapareceu. Posso estar errada, mas se realmente havia alguém nos seguindo, parecia ser por causa dela.

- Acha que minha filha está em perigo? – ele perguntou.

- Infelizmente, enquanto não pegarmos esse bruxo, melhor ter cuidado – Hermione advertiu.

- Por que a levou para a escola?

- Combinei que sempre a levaria quando você ou Gina não pudessem.

- Gina não pôde? Por quê?

- Eu não sei... Apenas achei perigoso, mesmo que não houvesse esse bruxo, que Sara fosse sozinha para a escola – ela explicou. Harry ficou alguns instantes apenas a observando.

- Obrigado – e sem demora, saiu da sala. Hermione apenas sorriu, antes de jogar-se na cadeira.

N/A: Antes de tudo, mais uma vez mil desculpas pela demora... xD Mas aqui está o capítulo, e infelizmente ele não saiu como eu esperava ¬¬ Contudo... Eu prometo tentar fazer o proximo cap bem mais legal. Ahh... Logo, logo o romance HH começa com tudo... ; ) E está muito perto de tudo se esclarecer!! Espero que curtam!! Agradeço a todos que comentaram, votaram e leram!! Um grande bju!! Pink_Potter : )

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